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Segunda-feira,
22/3/2021
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A situação atual da poesia e seu possível futuro
>>> João Cabral: “[O que] os poetas contemporâneos obtiveram foi o chamado ‘poema’ moderno, esse híbrido de monólogo interior e de discurso de praça, de diário íntimo e de declaração de princípios, de balbucio e de hermenêutica filosófica, monotonamente linear e sem estrutura discursiva ou desenvolvimento melódico, escrito quase sempre na primeira pessoa e usado indiferentemente para qualquer espécie de mensagem que o seu autor pretenda enviar.”
por Luis Dolhnikoff
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Um antigo romance de inverno
>>> Passaram-se essas três semanas de janeiro, afinal, no casulo quente da casa, longe dos passeios gelados e vigorosos pela cidade, mas sob os holofotes das telas de computadores e das luminárias de leitura. Pelas janelas dos carros e das casas, uma bruma de chuva, um vento fino feito de água, uma revoada atípica de gaivotas estrepitosas, resquícios daquela abóbada cinzenta que me acompanhava. Já é fevereiro, e ainda é inverno, e me dei conta de que, no final das contas, neste ano não tive meu affair anual de inverno com Lisboa.
por Elisa Andrade Buzzo
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O acerto de contas de Karl Ove Knausgård
>>> O fim inicia pelo começo, ou seja, o lançamento do primeiro volume de Minha luta, um romance dividido em seis longas partes, que Karl Ove Knausgård lançou entre os anos de 2009 e 2011 em seu país, a Noruega, e somente agora tem concluída sua publicação no Brasil, pela Companhia das Letras. São milhares de páginas que têm como protagonista e narrador o próprio Karl Ove. Os demais personagens são seus familiares, amigos, alunos, escritores e editores.
por Cassionei Niches Petry
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Assim como o desejo se acende com uma qualquer mão
>>> Uma urgência se instaura capaz de burlar qualquer estado, qualquer calamidade anunciada, pois enfim criou-se uma nova possibilidade, uma chance inescapável, diante da qual se ignoram os apelos e libera-se o impulso. Não há proibição possível para a decisão tomada antes mesmo que dela se tenha consciência. Quando damos por nós, lá está o pato prestes ao mergulho, depois do rasante voado.
por Elisa Andrade Buzzo
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Faça você mesmo: a história de um livro
>>> Autopublicar não precisa ser sinônimo de disponibilizar seu livro sem revisão, com capa genérica e acabamento de texto tosco na página. Daí, entra a minha inspiração no do it yourself do movimento punk. Se eu queria disponibilizar um livro para os leitores com um bom acabamento e preço atraente, era preciso me mover. Contratei capista, revisão e leitura crítica. Como o dinheiro é curto, aprendi sobre diagramação de texto.
por Luís Fernando Amâncio
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Cuba e O Direito de Amar (3)
>>> Nas conversas que tive com cubanos, quando andava por Habana Vieja, curiosa para saber o que significavam as braçadeiras vermelhas que via por toda a parte, inclusive em crianças com uniforme escolar, aprendi o que era CDR - Comitê de Defesa da Revolução: um sistema de controle absoluto da população. A vigilância do Estado dentro de cada casa. Vigiar e denunciar: o que faz cada um, quais suas amizades, o que pensa, quem o visita, quantas vezes, onde vai, com quem conversa.
por Marilia Mota Silva
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Da fatalidade do desejo
>>> Da fatalidade do desejo despiram-se todos os fatos, em um torvelinho lento, nos caminhos abertos no lodo, ele desfaz-se no que tinha de desfaçatez, de singular, para dissolver-se no curso de águas maiores. Anonimamente é o desejo atenuado, percorrendo os afluentes insólitos de barro contruídos pela maré baixa, e a serem destruídos pela chegada da maré alta com o entardecer.
por Elisa Andrade Buzzo
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Isto é para quando você vier
>>> Deixa eu ver se entendi. Foi com esse comentário que, de madrugada, me ocupei sem mais nem menos. Vinha do meu cérebro, de uma das sinapses mais impacientes e histéricas. A discussão havia começado já fazia um certo tempo. A coisa ia longe. Mas, para a alegria delas, a campainha tocou: era o entregador do iFood, com as pizzas no portão, o que as apaziguou um pouco, embora o circo ainda pegasse fogo. Tudo por causa de Bernardo Carvalho.
por Renato Alessandro dos Santos
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2021, o ano da inveja
>>> É importante fechar ciclos, renovar as esperanças e recomeçar o ano com a sensação de estar diante de página em branco. Sobretudo quando o ano anterior se chama 2020. Sejamos claros: não foi fácil. Exceto para a Amazon, que cresceu como nunca nessa pandemia. Mas, para pessoas normais, foi um desafio viver com o avanço de uma doença desconhecida e seus inevitáveis impactos econômicos.
por Luís Fernando Amâncio
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Pobre rua do Vale Formoso
>>> Rente ao rio, numa manhã opaca de outono e sol, um grande terreno se traceja em formas de construções ainda desconhecidas, cujas fundações imaginárias sulcam a terra. O azul brilhante e pastel do Tejo envolve, como cabeceira, esse novo leito por tantos anos abandonado, onde cintila solitário em castanhos. Terra é revolvida, a silhueta preta e distante de dois homens acompanha os trabalhos, um caminhão passa resfolegando rastros de poeira em sua carcaça, uma mão de ferro gigante revolve mais terra contaminada.
por Elisa Andrade Buzzo
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O que fazer com este corpo?
>>> Temos falado tanto em morte neste último ano e já ouvi, mais de uma vez, alguém dizer que tem medo de morrer sem ar, justamente uma das possibilidades assustadoras da covid-19. Quando me lembro dos meus avós, me vem a ideia de que uns morreram "bem", outros, nem tanto. Uns ficaram morrendo por anos e anos... outros levaram horas, minutos e nem souberam a causa. Que felicidade, penso.
por Ana Elisa Ribeiro
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Jogando com Cortázar
>>> Ler Julio Cortázar é um ato único, mesmo quando o relemos. Há sempre algo que nos escapou nas leituras anteriores, há sempre novos significados nos seus textos, há sempre um mistério que não foi e nem será desvendado. Ler Julio Cortázar é um jogo entre escritor e leitor, em que ambos ganham. O escritor, por ludibriar o leitor. Este, justamente por ser ludibriado.
por Cassionei Niches Petry
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Os defeitos meus
>>> Das três recomendações que a mãe de Drummond deixou a ele - não guardes ódio de ninguém; compadece-te sempre dos pobres; cala os defeitos dos outros -, é essa última que não sai da cabeça. É um conselho inesquecível, que deveria ser grifado por todas as gerações que vêm pela frente. Você não acha? Mas há um problema: e nossos defeitos, o que vamos fazer com eles? Pense bem nisto: quem vai nos alertar sobre eles?
por Renato Alessandro dos Santos
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Confissões pandêmicas
>>> Sou meio hipocondríaco, eu admito. Quando a Aids apareceu, no final dos anos 80, assisti a um Globo Repórter e já imaginei que estava contaminado. Impossível; já que eu era um pré-adolescente imberbe, não era hemofílico e o mais perto que passei de uma transfusão de sague foi, aos dezoito anos, quando, dispensado do serviço militar, fui obrigado a doar.
por Julio Daio Borges
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Na translucidez à nossa frente
>>> Há uma curiosa sorte que acomete a um pensamento pandêmico. Nada começa, nada termina, em última instância. Existe uma continuidade de situações e ações consistindo em um início sem pedidos de licença, e términos de ações esmorecidas. Ou seja, são situações sem situacionamento e ações inativas. No entanto, tais coisas têm um pico e é exatamente este momento de altura que dá a marca da realidade preponderante.
por Elisa Andrade Buzzo
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Julio Daio Borges
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