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Quarta-feira, 13/4/2011
Toda aquela bobagem estilo David Copperfield
Noah Mera

Se você está lendo isto, então vai querer saber da onde vim, como cheguei até aqui e toda aquela bobagem estilo David Copperfield. Por que começar um texto de apresentação plagiando logo o Salinger?

Bem, por que assim como Rob Fleming, eu também acredito que suas referências te definem... E porque falar de si mesmo através das coisas que você gosta é uma boa muleta para um texto desse gênero.

De onde eu vim, então, nasci aos 28 dias do agora distante ano de 1980, neto de japonês em uma terra de italianos (Pato Branco/PR) ― e isso diz um bocado sobre mim...

A década da música ruim e a cidadezinha (um pedacinho do RS no PR) formaram uma infância formidável, ótimos desenhos, filmes violentos, o auge dos comics americanos ― o verdadeiro florescimento da cultura nerd!

Mas minha formação não foi só desse delicioso lixo cultural. Foi na década de 80 que, perdido na pequena biblioteca do meu avô, encontrei 20.000 Léguas Submarinas...

Um amor à primeira vista com Sr. Jules Verne, que carrego até hoje. Depois, da biblioteca municipal, veio um volume vistoso das Histórias Extraordinárias, e Poe passou a assombrar o resto da minha infância.

Esse gosto pela literatura do século XIX adentraria pela adolescência, mas acompanhado pela ficção cientifica dos grandes Isaac Asimov e Ray Bradbury.

Eram os terríveis anos 90, os quais, felizmente, passei a maior parte isolado na distante Alta Floresta/MT.

E assim a vida corria e eu estava caminhando para a total estereotipagem... ― algum tempo depois, e abrindo alguma enciclopédia dessas que já não existem, estaria lá minha foto ilustrando o verbete "nerd".

A salvação, claro, veio da literatura com O Apanhador no Campo de Centeio ― e é por isso que o homenageio logo na abertura desta apresentação.

Seguindo o rumo dessa ramificação de gostos, e uma nova fase da minha vida, chegamos aos anos 2000... Como uma evolução natural das leituras chego a Kafka, Borges, Casares, Italo Calvino, Alan Moore, Neil Gaiman e tantos outros.

Na música me encontro com The Smashing Pumpkins, Radiohead e algumas bandas oitentistas que passaram batido na infância: Joy Division, Echo & The Bunnymen... No cinema, consumo qualquer porcaria, de filme trash ao Kurosawa.

Retorno ao Paraná onde até recentemente fui bancário (mas os bancos levam muito a sério essa história de ser "kafkiano"!), me formei em publicidade, pós-graduei em administração, fui dono de livraria (uma história que daria um bom romance de mistério & terror, com toques de Poe e personagens de Stephen King...).

Recentemente decidi abrir um blog, que, apesar das atualizações irregulares, vai indo muito bem, obrigado, através dele (e da minha cara-de-pau) já participei de coletânea de microcontos, recebi convites para o Techtudo e, agora, para o Digestivo Cultural.

Você também pode me seguir no Twitter.

Então é isso, prazer tê-los conhecido e até as próximas colunas!

Nota do Editor
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Noah Mera
Pato Branco, 13/4/2011

 

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