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Terça-feira, 29/1/2002 Os Homens são de Varte, as Mulheres são de Mênus Rafael Lima Homework (O texto a seguir foi o resultado de um exercício proposto em uma aula de literatura numa turma de high school dos E.U.A., com o qual tomei conhecimento através da seção de correspondência da revista canadense Cerebus. A tradução é minha, o texto está na íntegra.) Hoje nós vamos experimentar uma nova forma narrativa chamada tandem story. O processo é simples. Cada pessoa irá fazer par com a pessoa sentada à sua direita. Um de vocês irá, então, escrever o primeiro parágrafo de uma história curta. O parceiro vai ler o primeiro parágrafo e adicionar outro parágrafo à história, e assim por diante. Lembre-se de reler o que foi escrito a cada vez para manter a história coerente. A história acaba quando ambos concordarem que chegou-se a uma conclusão. No começo, Laurie não podia se decidir que tipo de chá ela queria. O de camomila, que costumava ser seu favorito para noites preguiçosas em casa, agora relembravam-na muito de Carl, que disse, em tempos melhores, sua preferência por camomila. Mas ela sentia que devia, agora, a todos os custos, manter sua mente livre de Carl. Era sufocantemente possessivo e, se ela pensasse muito nele, voltava a sentir a asma. Logo, camomila estava fora de questão. Enquanto isso, o sargento avançado Carl Harris, líder do esquadrão de ataque, agora em órbita sobre Skylon 4, tinha coisas mais importantes para pensar do que as neuroses de uma perua cabeça-de-vento asmática chamada Laurie, com quem passou uma noite quente um ano atrás. “A.S. Harris para Geoestação 17”, disse ele pelo comunicador transgalático. “Órbita polar reestabelecida. Nem sinal de resistência até agora...” Mas antes que pudesse desligar, um raio de partículas zarpou do nada e abriu um buraco em seu navio cargueiro. O impacto do choque ejetou-o através do cockpit. Ele bateu com a cabeça e morreu quase instantaneamente, não sem antes sentir uma última ponta de arrependimento por brutalizar fisicamente a mulher que sempre lhe dedicou sentimentos. Pouco depois, a Terra parou suas hostilidades sem sentido contra os pacíficos fazendeiros de Skylon 4. “Congresso aprova lei abolindo permanentemente Guerra e viagem espacial”, Laurie leu no jornal, de manhã. A notícia simultaneamente chateou-a e alegrou-a. Ela olhou pela janela, sonhando com sua juventude, quando os dias passavam sem preocupação e livres, sem jornais para ler, sem televisão para distraí-la de seu senso de inocente maravilhar com todas as coisas lindas ao seu redor. “Por que alguém deve perder a inocência ao se tornar mulher?”, ela ponderava. Mal sabia ela que tinha menos de 10 segundos de vida. Milhares de milhas sobre a cidade, a nave mãe Anu’udriana lançou o primeiro de seus mísseis de fusão de lítio. Os pacifistas otários que forçaram a assinatura do Tratado de Desarmamento Aerospacial Unilateral pelo congresso fizeram da Terra um alvo indefeso para os impérios alienígenas hostis que estavam determinados a destruir a raça humana. Menos de duas horas depois da aprovação do tratado, as naves Anu’udrianas estariam em rota da Terra, carregando poder de fogo suficiente para pulverizar o planeta inteiro. Sem ninguém a impedi-los, eles estavam diligentemente iniciando o plano diabólico. O míssil de fusão de lítio penetrou na atmosfera sem resistência. O presidente, em seu quartel general submarino móvel, na costa de Guam, sentiu a explosão inconcebivelmente poderosa que vaporizou Laurie e 85 milhões de outros americanos. O Presidente esmurrou a mesa de reunião: “Nós não podemos permitir isso! Eu vetarei esse tratado! Vamos explodi-los nos céu!” Isso é absurdo. Eu me recuso a continuar essa enganação literária. Meu parceiro literário é um adolescente semi-analfabeto, chauvinista, violento. Ah é? Bem, você é uma neurótica tediosa auto-centrada, cujas tentativas de escrever são o equivalente literário do Valium. Babaca. Vaca. Perguntar não ofende Tudo bem, maledicências misóginas à parte, eu queria que alguém me explicasse por que dois dos mitos fundadores da chamada civilização ocidental, nominalmente Eva e Pandora, atribuem à mulheres a culpa pelo desencadeamento de todos os males do mundo? Alguém se habilita? Até parece um teorema Recebi essa dedução matemático-antropológica há alguns meses. Existe um furo evidente nas proposições. Um pouco de perspicácia e o segundo grau completo ajudarão a descobrir onde ele está. A resposta se encontra no fim do texto, clique aqui para chegar lá. Para arrumar mulher, é preciso ter tempo e dinheiro: Como tempo é dinheiro, Logo: Mas na Bíblia diz que o dinheiro é a raiz de todos os males... Substituindo, temos que: Ou seja: AAAAAAAAAAAAAAAHHH! AAAAHHH! Calma, calma. Não há motivo para sobressaltos; não esqueçam que existe um furo nesta dedução. You don’t have to be beautiful to be my girl Múltipla escolha: ler o comentário a seguir e adivinhar quem foi a autora, dentre as opções fornecidas logo abaixo. Abre aspas: "Dia desses estava lendo na internet uma pesquisa sobre o que as pessoas consideravam o mais sexy dos objetos... E o resultado foi este: 1º- Uma banheira iluminada com velas 2º- Um jantar japonês 3º- Lingerie preta 4º- Lençóis de seda 5º- Sandálias de salto alto Tudo isso pode ser muito interessante, mas continuo achando que o objeto mais sexy do mundo é um cartão de crédito sem limite..." Não, eu não escrevi isso, mas assino embaixo...” a) Adriane Galisteu b) Cora Rónai c) Luciana Gimenez d) Rachel de Queiroz e) Luana Piovani A resposta você mesmo pode conferir aqui. Questão de conjunção Ô mina, é o seguinte: os mano esquecem de elogiar teu vestido ou a nova cor do teu cabelo não é por causa do cromossomo Y, não. É porque os mano não estão assim interessados em como as mina 'tão vestida. Mas se elas 'tão vestida. E a resposta é... O furo está logo na primeira proposição. Quando se diz que é preciso ter tempo e dinheiro , a maneira correta de se escrever seria: mulher = tempo + dinheiro. Fácil, não? Rafael Lima |
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