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Quinta-feira, 28/6/2001
O Jovem Bruxo
Juliano Maesano

Se você não é completamente desligado do mundo já deve ao menos ter ouvido falar de Harry Potter. Ele mesmo, o garoto que está em seu quarto volume agora no Brasil em Harry Potter e o Cálice de Fogo, de J.K. Rowling. Num recorde de sucessos nunca antes vistos no mundo literário, Rowling fez fortuna escrevendo as aventuras do garoto que descobre da noite para o dia que é um bruxo.

Eu, que sempre fui fã do assunto, tratei logo no início de comprar meu exemplar do primeiro volume, Harry Potter e a Pedra Filosofal, e tornei-me um fã de Potter. O livro curto e rápido desceu com leveza. Meses atrás desse primeiro contato, eu havia "desencavado" um exemplar do meu Aventuras de Xisto, de Lúcia Machado de Almeida, livro da Coleção Vagalume que havia feito história na minha época de ginásio. Com a leitura rápida das duas aventuras de Xisto (a segunda Xisto e o Pássaro Cósmico), Potter veio preencher o vazio.

Que moleque (e eu ainda sou um moleque) não se encanta com histórias de magos e bruxos, castelos, fantasmas e dragões? Rowling teve várias sacadas na série, e a primeira delas diz respeito ao tamanho dos livros. Acredito que ela quer, aos poucos e sem desespero, criar nos jovens a mania da leitura e, para não assustá-los logo de início, seu primeiro volume tem apenas 263 páginas (edição brasileira). O segundo, Harry Potter e a Câmara Secreta, tem 287 páginas, o terceiro, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban tem 348 páginas e o quarto já aparece com 583 páginas.

Não acho que seja por acaso. Rowling tenta incutir a curiosidade e o desejo de leitura nas crianças aos poucos, com fantasias e histórias cada vez mais cheias de tramas. Uma grande sacada, pois se o primeiro volume viesse com as 583 páginas do quarto, garanto que muitas crianças nem teriam conhecido Potter.

Uma outra grande virtude é o fato do enredo em si. Harry Potter é um menino "comum" que, aos 11 anos, descobre toda a verdade de seu passado. De uma hora pra outra conhece a verdadeira história da morte de seus pais e recebe um convite para ingressar numa das mais famosas escolas de magia e bruxaria, Hogwarts.

O fato de Potter ter sempre sido um menino "comum" nos ajuda a entender esse mundo pouco a pouco, junto com o personagem; pois Harry, diferente dos meninos bruxos, nada conhece de magia ou bruxaria. A ele e a nós são explicadas as teorias, termos e razões do mundo mágico, tornando tudo muito possível de ser acreditado e trazendo facilmente crianças e adultos para dentro das páginas cheias de fantasia de Rowling.

Ao lado do curioso e valente Potter, aprendemos o que é "quadribol", o mais famoso esporte que consiste de uma mistura de basquete, críquete e futebol, com os jogadores montados em vassouras; conhecemos seus amigos, professores e inimigos como o assassino de seus pais, Voldemort, conhecido como Você-Sabe-Quem ou Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado, pelos bruxos e bruxas que tremem só de pensar no nome do vilão; aprendemos sobre os incríveis animais, pestes e poções do mundo criado por Rowling e muito mais. Esses e muitos outros são os ingredientes que vêm cativando milhões de leitores em vários países.

Junto com esse descobrimento do mundo mágico temos a cada volume um Harry Potter vivo e maravilhado com tudo isso. A cada ano Harry aparece num dos sete anos letivos de Hogwarts. Como em qualquer escola, algumas tarefas, direitos e deveres só são concedidos aos alunos mais graduados e tudo isso nos é revelado aos poucos nessa fantástica escola com corredores, calabouços e estátuas instigantes.

Para qualquer fã de fantasia, histórias de bruxos e dragões; seja criança, jovem ou adulto, Harry Potter é certeza de diversão. Em breve poderemos ver o primeiro filme da série. Uma legião de fãs espera ansiosamente que o filme não os desaponte, e para isso Rowling acompanha diariamente o roteiro, as filmagens e a edição da obra, que promete ser um dos maiores acontecimentos cinematográficos do novo século. Resta rezar e esperar que a promessa se cumpra, caso contrário milhões de adultos e crianças poderão ser vistos de muito mau humor por aí...


Juliano Maesano
São Paulo, 28/6/2001

 

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