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Quarta-feira,
29/10/2008
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Cintia Costa
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Eu fiz um aborto
Assim, como qualquer ser humano normal, tenho inúmeros pecados, porém, tem um que não deixa a minha consciência em paz. Quando eu tinha 19 anos, engravidei, meu namorado era dois anos mais novo que eu, nossa imaturidade era tamanha... quando se é jovem, muitas das vezes não pensamos nas conseqüências dos nossos atos. Jamais poderíamos deixar que algo parecido acontecesse, ainda tínhamos muitos planos para realizar, e ter um filho, naquele momento, não era um deles. Eu fui cruel, malvada, sem remorso planejei como seria o fim daquele fato. Mas os inúmeros métodos não deram certo. Já estava no meio do caminho, não podia mais voltar... Eu estava certa de que aquele era o caminho mais apropriado. Você pode até me chamar de insana, mas nada me fazia parar, não era apenas o meu futuro que estava em jogo, tal fato ia afetar todos ao redor... Eu tinha acabado de conseguir um emprego temporário, estava me preparando para o vestibular, minha mãe trabalhando como empregada doméstica, com um salário miserável e, além do mais, meu namorado era um garoto que também queria concretizar seus sonhos... Enfim, a nossa realidade não era apropriada para pensar em filhos. Finalmente, após dois meses encontrei uma enfermeira que fez o serviço. Confesso que chorei muito, não somente pelas dores físicas, mas pelas dores do arrependimento, que eram maiores. Um tempo depois, estava eu num leito da Santa Casa (Hospital), prestes a fazer uma daquelas limpezas que mulheres que abortam fazem... Observando aquelas mulheres prestes a dar à luz e uma delas se destacava, pois suas dores e o sangue que jorrava era de incomodar qualquer um. Graças a Deus não foi necessário fazer a tal limpeza, entrei de manhã e sai à tarde. Esse foi meu maior pecado, mas acho que, em seguida, ou até mesmo no trajeto dos acontecimentos, paguei por ele - e bem caro. [Belém - PA]
[Sobre "Promoção Satã: uma biografia"]
por
Cintia Costa
29/10/2008 às
09h27
200.208.82.101
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Julio Daio Borges
Editor
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