COMENTÁRIOS
>>> Comentadores
Domingo,
21/4/2002
Comentários
Antonio Oliveira
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Qual a fonte da verdade?
Rafael, gostaria de saber: se a imprensa brasileira é pró-Chavez, a venezuelana é censurada e a americana é “imparcial”, qual foi a fonte privilegiada da verdade? O artigo do Montaner? Seguí a sua recomedação e li o artigo. Foi publicado no domingo, dia da volta de Chavez ao poder, mas foi escrito na véspera, quando não se sabia de nada. Nem Carmona sabia o que estava acontecendo, nem mesmo a cúpula militar - que acabou dando uma guinada e preferiu fechar com Chavez - nem o povo venezuelano; sabia muito menos ainda o referido articulista do Estado. Portanto, ao meu ver, foi escrito sem muita base. A análise que ele faz, baseando-se em fatos como as “loucuras e palhaçadas” do Chavez, não cola, especialmente usando esses termos muito pouco comuns em ciências políticas. Desde então, já saíram artigos bem melhores, com mais substância e informação que veio à tona.
[Sobre "Banana Republic"]
por
Antonio Oliveira
21/4/2002 às
09h11
200.191.181.91
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Corrigenda de comentário
O meu comentário acima saiu truncado, pois devo ter "colado" a versão do rascunho. Esta é a versão certa:
A justiça, ou o poder que tem a atribuição de aplicar as leis, tem que existir. Não sou contra a existência de um Tribunal Penal Internacional ou qualquer outro mecanismo que, em nome da humanidade, zele para não deixar passar em brancas nuvens os crimes denominados de "crimes contra a humanidade". Os tribunais, sejam quais forem os seus foros, nacionais ou internacionais, são apenas meios para julgar os réus, mas o processo e a efetivação da justiça depende da qualidade dos profissionais indicados para tratar dos casos. Em suma, o que deve haver é bom senso – e não somente as “technicalities“ da lei - que oriente os juízes no exame, análise e julgamento dos casos. É nessa ótica que se deve ver o caso de Milosevic, isto é, não se está apenas julgando um homem e seus atos individuais, que são passíveis, como se tem verificado, de serem invalidados por “technicalities” legais. Deve-se julgar a obra ideológica de Milosevic (que, entre outras aberrações políticas, recorreu ostensivamente a uma limpeza étnica). É inegável que seus subordinados executaram, sob ordem direta ou com sua anuência, vários massacres. Caberia aos juízes de Haia inverter, então, o prisma e ver se Milosevic fez algo para apurar e evitar massacres, começando a perguntar a ele se há atas de tribunais convocados por seu governo para investigar os massacres e penalizar seus generais. Obviamente todos que os crimes correram solto. Portanto, não creio que o processo de Milosevic deva ser construído na base da listagem de "caso-a-caso" com vistas a incriminá-lo. O fato de Milosevic ter sido o arquiteto ideológico de seu regime de exterminação, com todos os atos governamentais em que houve a anuência implícita ou explícita dele, deveria ser a base de sua condenação.
[Sobre "A falha fatal"]
por
Antonio Oliveira
21/4/2002 às
08h59
200.191.181.91
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Crime Internacional
A justiça, ou o poder que tem a atribuição de aplicar as leis, tem que existir. Não sou contra a existência de um Tribunal Penal Internacional ou qualquer outro mecanismo que, em nome da humanidade, zele para não deixar passar em brancas nuvens os crimes denominados de "crimes contra a humanidade". Os tribunais, seja quais forem os seus foros, nacionais ou internacionais, são apenas meios para julgar os réus, mas tudo depende da qualidade dos profissionais indicados para tratar do caso. Em suma, o que deve haver é bom senso dos juízes. No caso de Milosevic não se está apenas julgando um homem e seus atos, que são passíveis, como se tem verificado, sujeitos ‘as “technicaliities”. Deve-se julgar sua obra ideológica (que recorreu ostensivamente a uma limpeza étnica), cujos subordinados executaram, sob ordem direta ou com sua anuência, vários massacres. Os juízes devem apurar atas de trinunais que Milosevic tenha convocado para apurar e penalizar seus generais ou evitar os massacres. Obviamente todos crimes correram solto. Portanto, não creio que o julgamento se deve seguir o procedimento do "caso-a-caso" para incriminá-lo. O fato de ter sido o arquiteto de seu governo, com todos os atos governamentais - e não pessoais de Milosevic, deveriam ser o suficiente para que fosse condenado.
[Sobre "A falha fatal"]
por
Antonio Oliveira
20/4/2002 às
10h22
200.191.185.241
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A Arte do Ensaio está aqui
Acho que justiça deve ser feita ao Digestivo Cultural e aos que aqui “publicam” seus ensaios. Este site é o que Daniel Piza se refere. É um tablóide, porém cibernético, com dois acréscimos: é interativo e de grande alcance. Imaginem Montaigne, esgrimando com seus leitores. Como não apuraria ele seus pontos de vista? E como enriqueceria a sua experiência meditativa ou real, mediante contato com todos os cantos do mundo, fora do claustro de suas solitárias horas à luz de vela? Seus ensaios teriam leitores ávidos por trocar idéias sobre a "Vida", sobre a "Fisiognomia", sobre os “Canibais”, sobre a “Bebedeira”... Toda observação e digestão de fatos diversos a fenômenos sociais ou políticos, transformadas em algum tipo de texto serve o mesmo propósito que o ensaio, seja em sua forma formal, à la Montaigne, seja em forma mais flexível e aberta como há hoje aqui. É a evolução, a dinâmica da escrita. Tirada a questão do molde ou da forma do ensaio, fica a diferença apenas no fato de que os grandes ensaistas consagrados, seja dos “journals”, seja do jornalismo brasileiro ainda não escreveram no DC – até onde eu saiba – mas é somente questão de tempo.
[Sobre "A pequena arte do grande ensaio"]
por
Antonio Oliveira
15/4/2002 às
18h51
200.236.109.20
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Oh Heitor, o fervoroso
Heitor, Não entendi a razão de você levantar a questão da parcialidade/imparcialidade, mas vamos lá. Não existe nada na estrutura de nossa mente (psiquê) que "impeça" o ser humano ser imparcial; ser parcial é totalmente voluntário. Aqui vai a definição de parcial pelo dicionário do Houaiss: "que toma partido a favor ou contra uma pessoa, uma facção etc., sem que importe a justiça ou a verdade; injusto, partidário". Logo, a parcialidade é um termo pejorativo. Na realidade, a mente é estimulada por preferências porque há opções no mundo externo - prefere-se o mais agradável ao desagradável. Num nível conceitual e em questões abstratas (como ideologia e correntes filosóficas, etc), existem os termos parcialidade e imparcialidade - e, repito, essa modalidade mental está num nível de pensamento em que ser parcial é totalmente voluntário. Agora, se esse seu comentário é uma crítica indireta aos sites que indiquei porque há grupos de pessoas que querem ser conciliatórias, isso não tem nada a ver com imparcialidade, pois ser cordato e conciliatório é apenas ouvir o outro lado e tentar uma saída comum, levando em conta interesses mútuos. E não quer dizer que sejam imparciais ou alheios. Bem, agora, vamos lá com relação ao pacifismo amadorístico, que nem sei bem o que quer dizer e nem sugeri em momento algum. Não há níveis de pacifismo. É como a questão do velho exemplo de estar "meio grávida". Ou se está ou não se está. Pacifismo ou não-pacifismo. Quanto a insinuar uma ingenuidade - que até seria bom ter na minha idade - digo que sei suficientemente de Teoria do Estado - matéria que sugiro a todos que discutem política - inclusive aos políticos, para saber sobre a estrutura do Estado e como ele funciona. Portanto sei que a formalidade da paz e da guerra exigem certa burocracia do ponto de vista dos tratados e que a sociedade civil nesse caso não pode tomar a iniciativa, pois não é legalmente competente. Mas a população, de forma organizada, pode pressionar e apresentar soluções. O Governo está cada vez mais sensível a ações civis. E, digo mais, a paz desejada pela população tem, a meu ver, mais legitimidade que um ato governamental - muitas vezes vazios or ser apenas vontade de um político. Bem, quanto ao pacifismo na nossa sociedade, cabe registrar que essa é uma das diretrizes de política externas do Estado brasileiro, conforme determina nossa Constituição, por sua vez, em conformidade com os cinco conceitos básicos da Carta da Nações Unidas - aliás não entendo ser contra a ONU, como o Rafael afirma, pois trata-se de uma organização que é na verdade um grande forum, como este aqui, do DC, só que são diplomatas credenciados por seus governos que discutem o ponto de vista de seus governos e que depois chegam a conclusões através de resoluções na Assembléia Geral ou então no Conselho de Segurança quando há matérias mais críticas e iminentes. Mas retomando a questão de amadorismo em contrapartida aos que você diz que são mais competentes porque estão na máquina estatal (políticos, militares e diplomatas), vale notar que ninguém na máquina do governo é melhor ou pior de qualquer um de nós aqui. Alías, é da população que saem os funcionários do governo, eles não são surgem do além nem são alienígenas. Foram às mesmasescolas que nós e estão por aí, nos restaurantes, nas ruas.... É gente de carne e osso. Portanto, amadorismo serve para esportes e não para qualificar pessoas que desejem promover a paz. E, por último, Heitor, obrigado por me obrigar a escrever estas definições, que estão sendo úteis para por a minha mente atenta. Apesar de te encher, valorizo o teu fervor por tuas idéias. Continue me provocando!! Abraço dominical, Antonio
[Sobre "O injustificável"]
por
Antonio Oliveira
14/4/2002 às
21h06
200.193.226.137
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Elogios ao Eliahu
Eliahu, Acho que você foi a pessoa mais honesta e realista de todos que escreveram aqui, pois fala ponderadamente sem insultar o adversário - e se o fizesse, estaria até justificado pois está literalmente "no calor da batalha" aí em Israel. Acho esse respeito fundamental. Além do mais, a realidade que você presencia no seu quotidano te dá credenciais reais. Creio que pessoas como você deveriam estar no poder em Isreal e na Palestina nestas horas. Ao Heitor, gostaria de usar o Eliahu, se ele permitir, como exemplo de que há na sociedade civil pessoas com mais sensatez e bom senso que os que estão dirigindo a situação política. Se déssemos o controle do estado às pessoas como o Eliahu, elas desejariam ter em suas mãos poder suficiente para tentar garantir que o amanhã seja melhor que o presente e o passado. Entretanto, uma grande parte dos dirigentes e dos políticos querem um poder que não existe - que é virtual, que vai além do poder usável para fazer algo concreto; é um poder que não tem começo nem fim, e cujo propósito muitas vezes serve apenas para preencher um ego vazio. Quem não tem a chamada "aspiração política" geralmente se satisfaz apenas com que as coisas sejam feitas, não lhes interessa o poder execessivo. Não digo que não existam políticos honestos e genuínos, mas como todos aqui sabemos, é uma raridade. Portanto, esse seria o recado com relação ao seu comentário sobre deixar a paz nas mãos de "amadores". Aliás, a frase é: "a guerra é tão importante que não se pode deixar na mãos de generais!". Abraços,
Antonio.
[Sobre "O injustificável"]
por
Antonio Oliveira
14/4/2002 às
19h46
200.193.226.137
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A paz e sociedade civil
Nunca vi ninguém convencer ninguém em política. De qualquer jeito, o debate faz bem. De minha parte, reitero o que escrevi num outro comentário no Digestivo Cultural: em conflitos armados não existem mocinhos. Não há elegância na guerra, de parte a parte.
Pelo relato do Eliahu, me convenço de que a humanidade estaria mais a salvo se as sociedades civis tomassem a iniciativa da paz. Tenho certeza que existem tanto palestinos quanto israelenses que não aguentam mais o conflito, que desejam poder deitar a cabeça no travisseiro com suas famílias e ter uma noite de real paz e tranquilidade, sem o ruído de tiros e explosões à distância - e às vezes nem tão longe... Você que vive em Israel, me diga se não é esse o sentimento, Eliahu? Vejo entrevistas pela CNN e BBC com palestinos e israelenses, pessoas normais como qualquer um de nós aqui, chorando e tremendo porque não sabem como será o amanhã. Eles querem uma vida normal, trabalhar, estar com a família etc. O que está acontecendo é um horror para os dois lados. Não sei se podemos dizer que um lado está ganhando e o outro perdendo. Na tragédia não se lucra. Mas aqui vai uma dica para os internautas que lêem inglês e que desejam ver iniciativas de paz de verdade entre Israel e Palestina, de pessoas e grupos não-governamentais. Vejam os seguintes sites abaixo, onde encontrarão outros links de israelenses/judeus e palestinos a favor da paz. Em especial, vejam o último site, do "Jews for Justice in the Middle East" (Judeus a favor da Justiça no Oriente Médio). Estes são os sites: www.ariga.com/
www.gush-shalom.org/
www.cactus48.com/truth.html
Abraços e shalom, Antonio Oliveira.
[Sobre "O injustificável"]
por
Antonio Oliveira
13/4/2002 às
22h20
200.193.226.137
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Oriente Médio requentado
Caro Heitor,
Respeito o direito que você tem de se posicionar a favor de Israel, estamos numa democracia, mas, já que estamos aqui, retomando este diálogo, me diga antes demais nada, o que te motiva a justificar as matanças por um Estado altamente armado contra um população que não tem outros meios de resistir a não ser tomando as armas. O terrorismo palestino foi forçado, como foi a Haganah. Sabe o que foi, não? Foi o terrorismo israelense. E por que Israel recorreu ao terror quando os zionistas se deslocaram para o Oriente Médio? E onde vai parar essa espiral? Terrorista por terrorista, vão acabar se matando todos. Os palestinos são terroristas por que não usam uniforme? É essa a diferença? Quando os helicópteros isrealenses lançam bombas em alvos civis, detonando carros, centrais de eletricidade, até um centro de assistência social da ONU (que gerou uma queixa formal da ONU), e bombardeando o QG do Arafat, não são atos terroristas? São atos lícitos de que ponto de vista? No presente round, já são 500 mortos do lado dos palestinos desde que começou a ofensiva. Entenda bem, condeno o terrorismo palestino tão veementmente quanto as ordens de Sharon. Mas o seu artigo não somente justifica Sharon, como instiga, e dá razão a se apelar para a morte para alcançar a paz "real e definitiva"!!!. Não vi você condenar os atos de Sharon como eu condeno os dos terroristaspalestinos. Pergunto, é por convicção ideológica que você acha certo o que Sharon está fazendo? Por lógica, tenho certeza que não pode ser. Eu lamento ler hoje em dia na Internet teorias e argumentos louvando essa ofensiva como forma de alcançar a paz. "Sim, temos que matar, mais mortes para vingar e lambermos os beiços, porque assim vão ver que somos melhores, mais poderosos, melhores armas, vejam que não nos curvamos a essa sub-raça de pobres coitados. Quem são eles, não são humanos. Que direito esses palestinos têm, quando ousam matarem os nossos irmãos. Nós sim, podemos matá-los, porque a paz ideal é sem palestinos para nos atrapalhar!!". É isso que você está dizendo no seu artigo. Se continuarmos assim, nesse discurso de que a violência só se vence com violência, Heitor, perdemos a referência de uma humanidade minimmente digna, nem digo nobre. A humanidade não pode tomar essa direção. Não se pode nunca defender um conflito armado, deve-se lamentar sempre, a cada oportunidade. Ajude a disseminar a paz por meios pacíficos. Os leitores acham que o que está escrito é verdade.
Sinto muito. Gostaria poder elogiar a sua posição, mas não consigo. Como você disse no seu comentário, temos posições bastante opostas, mas eu acrescentaria que não são opostas somente neste assunto, e sim no que diz respeito a tudo, toda a visão de mundo e da humanidade. A nossa diferença está na raiz, não nos galhos.
Com relação aos pontos que você indicou, aqui vão as respostas:
1 – Você acredita que o exército israelense encontrou provas no QG de Arafat. Tem certeza que não foram forjadas. Você viu os documentos. Eu, só ouvi alegações de Sharon e até a imprensa tem o cuidado de dizer que o exército israelense "teria" encontrado. Ninguém saiu alardeando, porque ninguém viu os documentos, se não a causa de Israel estava ganha. Porque Collin Powell iria se encontrar com um réu confesso? POowell faria qualquer coisa para não ter o enconrtro com Arafat. Qualque descupla serviria. E se as provas fossem sérias, ele teria o maios]r pretexto. Nas imagens do discurso de Sharon no Knesset, ele levantou um papel e disse que aquilo era uma das provas. Quanto a explodir o QG do Arafat seria sim uma burrice, mas não é burrice matar civis com se tem feito. Se Sharon quer a paz acima de tudo, recorrendo a esta ofensiva, porque não detonou o QG. Ele não seguiu a sua própria lógica, que estaria justificada, não? Pequeno detalhe, ele não tinha o sinal verde dos EUA. E, ademais, ele sabe bem que iria jogar fogo no barril de pólvora na redondeza árabe. Então, como é que ele faz o serviço pela metade se a paz "real e definitiva" não tem preço, e segundo você é uma meta nobre?
2 – Sharon é um belicista; você tem dúvidas? Ele sabe o que é negociar? Eisenhower sabia. Eu me arrisco a repetir o que disse no meu comentário e te remeto a ler o texto de novo. Sharon acha que, com esta ofensiva, vai quebrar (física ou moralmente) o Arafat e, assim, também a população palestina. Aliás, Arafat estará sendo visto como interlocutor ou como inimigo pela ótica diplomático-militar de Sharon? E cabe a pergunta: Sharon acha possível que israelenses e palestinos possam conviver na região? Isso terá passado pela mente bélica dele? Até Colin Powell está diferenciando Israel e Sharon, conforme seu discurso na Espanha ontem.
3 – Uma escola de crianças foi atingida durante a intifada há alguns meses. Não vejo qual a diferença se foi nesta ofensiva ou em outra. Não acho mais confortável ou menos cruel, como você insinua, as vítimas poderem ver uma ofensiva se aproximando e ver de balcão os tanques derrubar suas casas, vão morrer de qualquer jeito. A surpresa é cruel? E quem recebe uma bomba vinda de um helicóptero atirando a esmo, não é surpresa? Morre-se do mesmo jeito e toda morte em conflito armado é cruel. Não há outro adjetivo.
4 – O Arafat claramente quer algo e ele não pode querer todo Israel. Se ele quisesse todo o território de Israel já o teriam removido como negociador, pois teria perdido qualquer credibilidade. Mas se ele quer uma parte seria bom sentar e perguntar a ele. Ele tem que pedir ao Hamas e hezbollah e outros eventuais grupos que parem com os atentados. Se ele ainda não fez, é porque são os únicos aliados que podem retaliar ataques de Israel. O Arafat errou ao não aceitar os termos de Camp David com Clinton e Barak, mas havia uma aspecto que ele pediu tempo para consultar, que era aceitar uma unidade americana na Palestina e dividir a administração de Jerusalem com os americanos.
A bola está com você. Abraços pacíficos.
[Sobre "O Conflito do Oriente Médio"]
por
Antonio Oliveira
11/4/2002 às
17h59
200.236.109.20
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Errata
Errata. A última frase de meu comentário acima tem um "não" a mais. Leia-se: Portanto, não creio que a paz esteja por trás das intenções de Sharon.
[Sobre "O Conflito do Oriente Médio"]
por
Antonio Oliveira
9/4/2002 às
16h33
200.236.109.20
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Paz é a última meta de Sharon
Discordo que a "ofensiva das Forças de Defesa de Israel visa a estabelecer uma Paz mais real e definitiva, baseada na destruição dos principais centros de terror na área palestina." Essa diretriz implicaria em que o quartel-general do Arafat é um centro de terror. E, portanto, já deveria ter sido destruído pelo bem da paz. Não, não é por aí. Não vejo Ariel Sharon motivado pela Paz, mas sim em vencer um conflito, pois é um militar; ele foi treinado para ver e interpretar a realidade de uma forma bélica. A atual ofensiva nos territórios palestinos é uma resposta direta aos atentados suicidas, não uma busca da paz. O que Israel deseja é inviabilizar o diálogo, isolando e, se puder fazê-lo impunemente, destruindo o interlocutor. Sharon acredita que quebrando Arafat (física ou moralmente) quebrará a unidade palestina ou desorientará o povo palestino, fazendo-o mais facilmente se render a Israel. Isso é hipotético, mas Sharon acha que acontecerá. Então, nessa lógica, onde o discurso é de guerra aos terroristas para alcançar a, conclui-se que terá de destruir tudo que é potencialmente terrorista, inclusive escolas de crianças, as quais um dia poderão vir a ser terroristas. Isso é almejar algum tipo de paz real e definitiva? Nessa lógica não há um resultado equilibrado, mas apenas a destruição da Palestina inteira. E, no final, para os espanto geral, terá arrasado o povo palestino e, de quebra, despertado todos os vizinhos numa guerra generalizada. Isso é um projeto estranho de paz. Acho que nem o próprio Sharon sabia originalmente quando iria parar a destruição – agora está freando um pouco, por influência externa, porque Bush elevou a voz, pedindo a retirada dos territórios. Se Sharon quisesse a paz, ele daria o que os Palestinos querem. Isso seria lógica (utopia, também), mas obviamente uma negociação com vistas à paz seria mais realista. E não parece haver paz no fim deste túnel. Portanto, não creio que a paz não está por trás das intenções de Sharon.
[Sobre "O Conflito do Oriente Médio"]
por
Antonio Oliveira
9/4/2002 às
16h16
200.236.109.20
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Retruco
Caro Rafael, obrigado por ter prestado atenção no meu comentário. Acabou que, sim, pequei pela simplificação - mas a visão não é ingênua, e sim menos sofisticada do que os vôos e as elocubrações exacerbadas dadas à questão - e nem disse que "tudo" se resume ao aspecto tribal . Pareceu simplificada, de fato, porque me detive mais num aspecto dentre um grande emaranhado cultural daquela região, mas escrevi correndo, por falta de tempo, e num sopetão hoje à tarde. Não reli, porque raramente me releio. Mas, por força, agora, relendo, vi que escrevi "primeiramente" no primeiro argumento e não retomei o resto da argumentação. Aliás, você já escreveu nesta janelinha e sabe que é impossível escrever um ensaio digno neste espaço. Além do mais, um comentário muito longo acaba monopolizando o espaço dos demais leitores. Procurarei estruturar melhor a minha argumentção e voltar a esta página ou enviá-la a você. Só gostaria de registrar, para todos que consultarem o seu artigo e lerem estes comentários, que há muito mais a ser considerado sobre a questão Palestina do que a sua visão parcial - e até mesmo da minha.
[Sobre "Intolerâncias e inconsequências"]
por
Antiono Oliveira
5/4/2002 às
18h28
200.236.109.20
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Guerra entre irmãos
Apesar da vasta pesquisa e dos dados citados, num aparente conhecimento de causa, o artigo reflete apenas uma opinião e não esclarece. Pelo contrário, é uma simplificação ingênua, que reflete a mitificação da cultura judaica e a animosidade do autor contra os árabes. Ambas culturas são ricas e produziram grandes expoentes e contribuições valiosas para a humanidade. A questão na região da Palestina é muito mais complexa do que o Rafael Azevedo supõe. Primeiramente, porque toda a questão está relacionada com a visão de mundo semita (vide dicionário; o grupo semita inclui árabes, assírios, fenícios, judeus entre outros originários da região do Crescente) e tem uma vertente preponderantemente cultural e não apenas religiosa. Num segundo plano, sim, está a religião. Os semitas, desde muito antes da época bíblica se dividiam – e ainda se dividem - em clãs e tribos. Como é notório, não há maiores inimigos entre si que clãs ou tribos rivais em territórios adjacentes. A questão não é propriamente religiosa, porque não se discute a divindade de Jeová ou de Allah, ou de nuances epistemológicas entre Torah e Corão, ou sobre as profundas diferenças entre os rituais do judaísmo e do islamismo. A questão, repito, é tribal e remonta a milênios. A questão de demarcação de territórios – que toda cultura preza em algum grau, terras hereditárias, feudos, Estado-Nação, latfúndios – serve apenas para quantificar poder de uma tribo ou grupo e demarcar uma propriedade para fins produtivos (na velha receita Terra-Capital-Trabalho). Se um palestino ou israelita viver de um lado ou outro de da fronteira naquela região pouco afetará a sua vida, pois o seu cotidiano seria quase o mesmo que o de seu rival – obviamente seria uma vida mais tranquila se apagassem de sua mente a questão de pertencer a uma tribo e tudo que isso implica. Voltando ao que eu me referi acima, os semitas bíblicos e as sociedades semitas atuais vêem o mundo em grupos, tribos, etc... Até o judeus modernos se dividem e muitas vezes evitam casamento entre membros de uma tribo ou outra – sefarditas, neftalis, efrains, benjamins etc.. Portanto, colocar a questão entre judeus e muçulmanos apenas é errar o alvo. Na realidade, são todos irmãos brigando entre si. É realmente tudo farinha do mesmo saco, como um comentarista acima apontou. A história recente está regada de conflitos da mesma natureza, como servios e croatas, tutsis e hutus, e até clãs norte-americanos, como os Hatfields e os McCoys, que se matavam entre si na virada do século passado. Por fim, gostaria de notar que, com relação às atrocidades que vemos na Palestina, de parte a parte, não há justificativa sob qualquer ângulo que se analise. É uma guerra entre irmãos e, como dizem, "não se deve meter as mãos". Nas matanças, nenhum dos dois lados está certo, nenhum dos dois lados é levado por lógica ou por sentimentos nobres. Não há mocinhos.
[Sobre "Intolerâncias e inconsequências"]
por
Antonio Oliveira
5/4/2002 às
17h07
200.236.109.20
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Há doutrina na nossa mídia?
Acho saudável que a nossa mídia tenha um ponto de vista. Ninguém escapa. E, tão saudável, é o fato de que haja artigos claros e elucidativos como o de Jonas Medeiros, mas que peca por acusar a revista Veja de praticar fundamentalismo midiático. Se a Veja deseja ser pró-americana, que o seja. É apenas um veículo emitindo um ponto de vista, dentre vários outros que estão no mercado. Não chega a ser criminoso ser favorável aos EUA, pois lá há valores defendidos pela sociedade americana que são válidos e que merecem ser considerados.
A questão aqui, acho eu, é a reclamar do estilo quase caricatural da Veja defender valores norte-americanos, mitificando uma sociedade que é tão vulnerável, mortal e sujeita a errar quanto qualquer outra. Mas isso é fundamentalismo midiático? Acho que isso é imprensa ruim, justamente por não ter "fundamentos".
É por causa de afirmações com a pobreza intelectual como as citadas no artigo de Jonas Medeiros que ninguém rotula a Veja como sendo uma revista inteligente ou para intelectuais. Eu não cito Veja para nada...
Acho, pelo contrário, tratar-se de leitura "light", que não se deve levar muito a sério.
A imprensa é considerada um poder (o quarto, se não me engano), mas que somente é efetivo se conseguir argumentar razoavelmente, caso contrário, torna-se ridícula e perde a credibilidade de seu público. Acho que a Veja deveria atentar mais para esse aspecto se não quiser parecer uma instituição doutrinada, tentando doutrinar.
Agora, se a Veja é doutrinada e quer doutrinar... aí temos outro problema, que é a questão de um veículo da mídia nacional ser instrumentalizado ideologicamente por um Governo ou grupo estrangeiro.
Aí, sim, gostaria de ler mais um artigo do Jonas Medeiros sobre essa hipótese.
[Sobre "Relativismo e Fundamentalismo Midiático"]
por
Antonio Oliveira
3/4/2002 às
14h54
200.236.109.20
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Julio Daio Borges
Editor
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