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Segunda-feira,
2/9/2002
Comentários
Breno
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A turba
O texto me lembra uma passagem do 'livro dos insultos' do H.L.Mencken. Não esqueçam que foi escrito em 1918:
A TURBA
"Gustavo Le Bon e seus discípulos, ao discutir a psicologia das multidões, formularam a idéia de que o indivíduo, quando ombro a ombro com a multidão, desce um grau ou dois intelectualmente e tende a exibir as mesmas reações mentais e emocionais de pessoas que lhe são inferiores. É assim que eles explicam a bem conhecida violência e imbecilidade das multidões. A turba, enquanto turba, chega a extremos de que seus membros, como indíviduos, nunca poderiam ser acusados. Sua inteligência média é mínima; mas é infecciosa, contagiante, quase simiesca. As multidões, bem trabalhadas por um esperto demagogo, acreditam em qualquer coisa e são capazes de tudo.
Ouso dizer que Le Bon está parcialmente certo, mas também parcialmente errado. Sua teoria é provavelmente elogiosa demais para com o ignorante médio. Ao misturar este ignorante com o homem superior nos excessos de uma multidão, dá a entender que também o ignorante, no meio delas, faz coisas que nunca pensaria em fazer sozinho. O fato pode ser aceito, mas o raciocínio levanta uma dúvida. O ignorante se descontrola na multidão, nãoporque tenha sido inoculado por ela com vírus da violência, mas porque a sua própria violência tem ali a única chance de exprimir-se em segurança. Em outras palavras, o ignorante é perverso, porém covarde. Ele evita qualquer tentativa de um linchamento a cappella, não porque precisa de estímulo para quere linchar alguém, mas porque precisa da proteção de uma multidão para fazê-lo sentir-se corajoso o suficiente para tentar.
O que acontece quando uma multidão se descontrola não é exatamente o que Le Bon e seus seguidores descrevem. Os poucos homens superiores dentro dela não são reduzidos imediatamente ao nível dos fanfarrões. Ao contrário, costumam manter a cabeça fria e tentam até conter a multidão. Mas os fanfarrões são maioria; a cerca é derrubada ou o negro é queimado. E por quê? Não porque os fanfarrões, normalmente virtuosos, tornam-se subitamente uns insanos criminosos. E sim porque se dão conta de repente do seu poder em número e porque ali há uma brecha para exercerem sua selvageria. Em outras palavras, o poder suíno de uma multidão já existe permanentemente na maioria de seus membros - digamos, uns 90%. Todos os estudos sobre a psicologia das multidões tropeçam nesta subestimação da selvageria. Os escalões inferiores do homem são, na realidade, incuravelmente perversos, seja individual ou coletivamente. Decência, autocontrole, senso de justiça, coragem - estas virtudes pertencem a uma pequena minoria de homens. Esta minoria raramente se descontrola. Seu traço mais distinto, aliás, é a resistência ao descontrole. O homem de terceira classe, embora possa disfarçar-se com as barbas de um homem de primeira, será sempre descoberto por sua incapacidade de manter a cabeça diante de um apela às suas emoções. O mesmo grito que se dá para estimular um animal a correr põe a nu o seu disfarce."
É isso aí...
[Sobre "Público, massa e multidão"]
por
Breno
2/9/2002 às
15h28
200.181.179.241
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Eco - uma visão relativa.
Gian,
"A mentira crítica e literária de Umberto Eco" - por Paulo Polzonoff. O texto está no saite. Se ainda não teve oportunidade, delicie-se !
[Sobre "Baudolino e a obra aberta de Eco"]
por
Breno Baldrati
10/12/2001 às
02h55
200.181.181.90
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Julio Daio Borges
Editor
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