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Quinta-feira,
7/6/2007
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Paulo Bentancur
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doce exercício da complacência
"Por que a crítica, hoje, não é bem-vinda", do Julio Daio Borges, devia ser reproduzido em toda mídia impressa, nos espaços culturais. Não exatamente para o leitor desses espaços (que já os procura por necessidade de crítica), mas para quem a pratica, não resistindo ao doce exercício da complacência. Há uma enorme ética em dizer "não", "negativo", "tá mal-feito", "é medíocre por isso e por aquilo", "no livro anterior estava em melhor forma" etc. Mas, parece, todo crítico é Salieri e todo "artista" é Mozart. Que que há, moçada? Ler é um ato civilizado, e civilização se faz com construção, reconstrução e, até, com destruição. Tenhamos a coragem de reconhecer que só reputação não basta. Conheço mais injustiças a favor que injustiças contra. Gênios ignorados, deve ter havido na humanidade uns 500. Imbecis idolatrados, um milhão. Não quer ser enganado. Não quero perder meu tempo (tão pequeno e precioso): necessito de uma crítica de discuta, para valer, a obra que li: comigo, com todos.
[Sobre "Por que a crítica, hoje, não é bem-vinda"]
por
Paulo Bentancur
7/6/2007 às
09h25
189.10.171.215
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Julio Daio Borges
Editor
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