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Terça-feira,
6/1/2004
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Daubi Piccoli
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Meio termo
Gostei do comentário. Logicamente que retrata uma realidade. No entanto, há que se considerar certos fatores que desanimam os jovens da leitura de Literatura Brasileira tradicional: As modernidades eletrônicas e as publicações mais atraentes para a faixa etária. Tudo está perdido então? Não. Lógico que não. Depois que assisti ao filme Sociedade dos Poetas Mortos, percebi que queria ser professor de Literatura. Devido a nossa realidade brasileira, onde o professor não pode subir na mesa (por motivos disciplinares) e nem pode requerer ser chamado de 'Capitão' (para não ser processado por abuso de autoridade), resolvi usar a criatividade e despertar o interesse dos meus alunos através da curiosidade. Conto parte das histórias como se fossem reais e estivessem acontecendo nos dias de hoje. Quando a curiosidade deles está super aguçada, aponto de onde as tirei. 'Metade' desiste de ler os livros, mas os poucos que lêem são os que serão os condutores do nosso futuro de qualquer modo, pois não se consegue 'levar' todos mesmo. Essa é apenas uma das muitas técnicas que uso. Outra, consiste em comparar os poetas e escritores Românticos boêmios com os jovens drogados de hoje que bebem alucinadamente e seus medos, incertezas, preconceitos e projeções amorosas. Penso que tratar com os jovens a respeito de que poucos serão os escolhidos e que, para isso, eles precisam ser cultos e bem informados e, para serem bem informados e cultos precisam de muita leitura, também ajuda a despertar o gosto para esse importante ato. Obviamente que é um trabalho 'formiguinha', que deveria iniciar no 1º 'aninho' do Ensino Fundamental e seguir até a Universidade, pois é muito mais difícil despertar o interesse de um jovem para a leitura, de uma hora para a outra, sem que ele tenha criado o hábito. Por último, mas não menos importante, é preciso que o professor seja um empolgado com sua disciplina e busque técnicas para empolgar também seus alunos e, a melhor delas é deixar transparecer o quanto é importante a leitura na vida dele; o quanto ele precisa dela, para respirar, para amar, para se alimentar, enfim, para viver. É o melhor exemplo e os jovens os esperam de nós.
[Sobre "Formando Não-Leitores"]
por
Daubi Piccoli
6/1/2004 às
17h43
200.228.196.252
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Julio Daio Borges
Editor
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