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>>> Comentadores
Sábado,
25/8/2007
Comentários
Guga Schultze
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Vi um jovem ruivo
Um dia eu vi um jovem ruivo que usava aparelho. De dentes. Ele estava perdido na rua, ou parecia perdido, não sei. Talvez estivesse tentando ir para a Espanha. Tudo é possível. Mas o que eu queria comentar mesmo é que o texto está muito legal. É isso aí, Escudero.
[Sobre "A imprensa dos ruivos que usam aparelho"]
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Guga Schultze
25/8/2007 às
17h48
201.80.110.48
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Adriana, sou seu fã, juro
Oi, Adriana. Vou tentar um pedido de desculpas. O seu texto é ótimo e você tem toda razão em dizer que literatura feminina não é só sobre relacionamentos. Sei disso. Falha minha. Na verdade eu estava respondendo (meio impulsivamente) ao Carpinejar. Cem Anos de Solidão é um título que encerra uma fórmula de humildade pra qualquer escritor: declara um período de tempo (cem anos) e a forma de passar esse tempo (em solidão), para se escrever um livro bom. É claro que a gente troca "cem anos" até por "algumas horas", mas a solidão não se pode trocar. O Carpinejar, como você observou, tem estilo e uma prosa articulada mas me pareceu muito envolvido com seus leitores (que ele sabe que serão basicamente mulheres), como se já estivesse em noite de autógrafos. Quanto a busca da felicidade, penso que o ser humano (de ambas as espécies) pode buscar, não a felicidade, mas a coisa que a provoca. Correr atras da felicidade é ir atras de uma miragem e é meio auto-indulgente. Adriana, sou seu fã, juro
[Sobre "O amor e as mulheres pelas letras de Carpinejar"]
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Guga Schultze
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22/7/2006 às
16h05
200.222.173.214
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Cazuza era Exu; Renato, Oxalá
Uma vez o Fernando Sabino disse, numa entrevista, que ouvia música sem prestar muita atenção na letra, de uma forma geral. Depois é que ele ia analisar, se gostasse da música. Concordo que o Cazuza escreve um pouco melhor, mas a música da Legião fala mais alto. É boa balada de rock. Agora, o Renato, como letrista é... sincero, pelo menos. Pequenos bons momentos, às vezes em lugares inesperados, pra ele, principalmente. Concordo também: ele deve ter ouvido muito rock e, se existe alguma fonte em que ele bebeu, alguma canção que fosse um paradigma, aposto em Strawberry Fields Forever, dos Beatles. Aquele vai e vem de idéias semi-articuladas, o clima melancólico, dúbio, uma afirmação da ambiguidade. Penso também que a homossexualidade atormentada contribuiu para aquele estilo meio esquivo do Renato. Se fosse Umbanda, Cazuza era Exu; Renato, Oxalá. Mas não era, era só uma banda de rock, das melhores. E tinha algumas melodias realmente belas.
[Sobre "Desconstruindo o Russo"]
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Guga Schultze
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22/7/2006 às
02h28
200.222.175.211
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Saudade da Leila Diniz
Lendo esse artigo me bateu uma saudade da Leila Diniz. Tenho que ler de novo a entrevista dela no livro (esse, recente, que saiu há pouco tempo) do Pasquim. Eu imagino nós dois, na praia, no verão do Rio. Ela me olha com aqueles olhos sapecas, dá aquele sorriso longo, leve como aquela manhã de sol que nunca se acaba e diz, antes de rir com um sentimento de genuína pena pelo destino de tantas mulheres: "me inclui FORA dessa!"
[Sobre "Teerã Fashion Week"]
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Guga Schultze
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20/7/2006 às
04h07
201.18.118.196
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Carpinejar:literatura feminina
Homens e mulheres são mesmo diferentes. Uma das diferenças, muito pouco discutida, está no terreno literário. Há uma literatura feminina. Mulheres escrevem de certa forma e costumam ler coisas estranhas, às vezes. Vou dizer: Carpinejar é literatura feminina. Fique claro que não é uma frase depreciativa. Alguns escritores tentam o feminino; as mulheres são sempre mais espertas e não me recordo de alguma escritora que tenha tentado o inverso. Ainda bem, não ia dar certo mesmo. Ô, que tal um conto policial, uma crônica da morte anunciada ou (aí já estou pedindo demais) uns cem anos de solidão? Sacou? Solidão. Sem esse negócio de relacionamento o tempo todo. Estou tentado a escrever meu próprio livro de crônicas estilo auto-ajuda. Primeira frase: pare com essa viagem em busca da felicidade porque o homem (pelo menos o ser humano masculino) não nasceu pra ser feliz. Sei, sei, não ia vender nada.
[Sobre "O amor e as mulheres pelas letras de Carpinejar"]
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Guga Schultze
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20/7/2006 às
03h27
201.18.118.196
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Barroco funcional
Muito bem lembrado. Penso que uma das melhores coisas que a modernidade fez por nós foi banir o raio do rococó. A simplificação para a funcionalidade é uma coisa boa que os tempos trouxeram. Só tem uma coisa que complicou mais do que a gente supunha ser possível: controle remoto. Você tem seu DVD, sua TV, seu Surround, seu antigo VHS e o corolário disso são vários controles remotos somando centenas de botões, a maioria absolutamente indecifrável, cujas funções misteriosas são diretamente proporcionais ao tamanho das letras e símbolos impressos no centro, dos lados, abaixo e acima de cada um deles, de preferência traçados como minúsculas ranhuras que rapidamente se enchem de sujeira e somem contra um fundo negro. Coisas de uma mente maligna. Isso é o que há de mais excessivo no barroco rococó, deslocado de sua antiga área formal, ressuscitado e invadindo a funcionalidade das coisas.
[Sobre "Pelas curvas brasileiras"]
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Guga Schultze
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19/7/2006 às
02h52
200.222.171.28
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A mutação dos Mutantes
Uau! Três magos, essa bruxinha do bem... por um momento os Mutantes foram todo o futuro da música. Nada foi tão criativo, imaginativo ou alegre na história do rock no Brasil. Os Mutantes ainda são o que existe de melhor no pop; nenhuma banda foi tão jovem assim; nenhuma foi tão natural em sua saudável (não doentia) irreverência. Dois Peter Pans e uma Fada Sininho voando alto sobre a Terra do Sempre, do sempre a mesma coisa. Porque existe uma mesmice meio incômoda até mesmo no rock. Aqui e ali alguma (pequena) explosão de criatividade, às vezes só uma canção, e uma ou outra banda excepcional em décadas de resmungos auto-condescendentes. Os Mutantes entenderam a tese do Sgt. Pepper (e o mapa da Magical Mistery Tour) como ninguém e fizeram o milagre de transformar isso numa espécie de retrato de um Brasil que ainda não existe. A mutação dos Mutantes era evolucionária, do velho estado de coisas para a modernidade extrema. A banda numero um. Nenhuma melancolia. Sem medo de ser feliz.
[Sobre "Os Mutantes são demais"]
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Guga Schultze
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18/7/2006 às
02h45
200.222.173.71
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A França catimbando na Copa
É isso. Isso acontece o tempo todo no futebol, na rua, na chuva ou na fazenda, em qualquer estádio ou campinho de periferia. Às vezes você bate no cara que está enchendo o saco. Ou não. Ou é você que está enchendo o saco do cara. Jogadores de futebol não são diplomatas e duvido que sejam adeptos do sen-cho-no-ie. Talvez devessem. Ou não. Tinha uns dois zagueiros da França que viviam metendo o braço na cara dos italianos a cada bola dividida. Ninguém falou nada. O time da França é catimbeiro mesmo. Os adversários devem ficar mais espertos. Ou não. Tanto faz.
[Sobre "Zidane e a Marselhesa"]
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Guga Schultze
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17/7/2006 às
16h16
200.222.172.151
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A coreografia de Elvis Presley
O corpo tem suas razões. Elvis foi um fenômeno da expressão corporal. Foi o primeiro a usar não só a voz, gestos, rosto enquanto cantava, mas sim o corpo todo - e o rock fica devendo isso a ele. A coreografia de Elvis - se é que pode ser assim chamada - era demoníaca. Ainda é. Não era só uma questão de requebros ou passes. Era uma coisa animal, incrivelmente charmosa. Gerou milhões de imitadores. Perto dele um sujeito como Michael Jackson, com sua dança muito mais elaborada e precisa, fica parecendo um boneco de corda. Elvis e James Dean detonaram a postura corporal americana típica até então. Uma verdadeira malta de rapagões com seus topetes, blusões com a gola levantada, queixos enterrados no peito e olhares raspando pelas sombrancelhas invadiu os EUA. Temos, hoje, esse gestual de lavador de carro, do rap, hip-hop, sei lá. Me lembra aquelas cenas do cinema quando a câmera se afasta de uma multidão furiosa. Todos iguais e furiosos na multidão. E a câmera, nosso olho, se afasta.
[Sobre "Elvis, the Pelvis, faz 50 anos"]
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Guga Schultze
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15/7/2006 às
03h00
200.222.175.229
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Tchekhov? Dá um desconto, vai
Não que eu concorde. Isso não quer dizer nada, opiniões, como a minha, são estritamente pessoais. Mas é ótimo que existam afirmações assim como a do Jonas que, visivelmente, teve uma conversa com Tchekhov. Boa leitura é isso, afinal, uma conversa esclarecedora entre autor e leitor. Admiro o Jonas que lê, com atenção, esses contos, difíceis pra mim. Foram difíceis, talvez até por culpa de uma tradução mal feita. Mas não sou mesmo muito chegado no séc. XIX nem na sua transição. O azar é meu, claro. Penso que pouca coisa na lit. russa se aproxima de Tolstoi. Tá certo, estamos falando de contos. É um gênero difícil também, mais ainda porque todo contista tem a tentação fatal de escrever sobre nada. Vou fazer uma analogia meio grosseira: se escrever é uma corrida, o conto é a zona antes da linha de chegada. O lugar da freiada. O final de um processo. Muitos autores ficam lá no começo, só esquentando os motores. Não estou dizendo isso de Tchekhov, claro. Só tô viajando na minha maionese.
[Sobre "Tchekhov, o cirurgião da alma"]
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Guga Schultze
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13/7/2006 às
04h36
200.222.176.141
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o gênio não é genial
Ótimo isso aqui. E levanta a questão complexa, geralmente distorcida, da genialidade. O gênio, na verdade, é irrelevante. Em outras palavras, o gênio não é genial. O genial é a obra, a única que fica. Pela obra considera-se - e muitas vezes bem tardiamente - o gênio. Numa época que alimenta, com o combustível de uma mídia irriquieta, a grande "fogueira das vaidades", a imagem do gênio é aduladíssima. Mas, como diriam os chineses, essa imagem é um "tigre de papel". Para ser Shakespeare, o indivíduo TEM, antes de mais nada, que ter escrito Hamlet, Rei Lear, Macbeth e Ricardo III, pelo menos. Ôpa, teve um cara que fez isso. Qual o nome dele? Um tal de William, etc. A obra é genial, o cara deve ter sido um gênio... A coisa funciona assim e só dessa forma. Sem obra, não há gênio. Agora, sem gênio, pode haver (e há) milhares de obras.
[Sobre "Não me venham com escritores (gênios, então...)"]
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Guga Schultze
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9/7/2006 às
04h44
200.222.212.241
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A Argentina é linda
Terra de Borges. Só isso já dava pra encher um livro (se bem que o próprio Borges já fez exatamente isso). Tem outro pensador, um abalo sísmico, meio desconhecido, mas esse eu não vou citar. A Argentina é linda. Tem poetas que se irmanam com a extraordinária poesia de todas as Américas. Os desenhistas argentinos são feras. É o melhor desenho (vide histórias em quadrinhos) da América do Sul. Buenos Aires é uma das mais carismáticas cidades desse planeta. Eu gosto da Argentina, esse país meridional do Novo Mundo, austero, austral, em sua silenciosa solidão.
[Sobre "De repente, a Argentina"]
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Guga Schultze
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5/7/2006 às
14h29
200.222.169.8
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Gil: o ministro showman
Sei não. Não gosto de um Ministro showman. Sou meio conservador nesse negócio. Ministro tem que trabalhar em ministério, não ficar tocando violão por aí. Sendo da cultura, seria bom que promovesse as artes em geral, mas não a dele. Não é muito elegante. Cargos públicos devem ocupar, em tempo integral, seus representantes. Políticos-militares, políticos-evangélicos, políticos-artistas; não dá, não. Uma coisa seria Gil aparecer, uma vez ou outra, cantando; uma justa homenagem a um ministro que já foi um grande artista, mas que agora é ministro. Mas ficar fazendo show? O que ele faz no ministério? Fica compondo? O quê? Canções de amor? Protesto? Protesto contra o quê, meu filho? - você deveria agora ouvir as reclamações de outros músicos e que seriam - incômodo, né? - dirigidas não à sua pessoa, mas ao cargo que sua pessoa representa. Ou então renuncia, pô, e continua com o show. Aí tudo bem.
[Sobre "Gil aos 64 em Londres"]
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Guga Schultze
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4/7/2006 às
04h44
200.222.170.89
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Multidão e maioria
Lembrando que o ornitorrinco é um animal criado por um comitê, vamos por partes. Talvez o que esteja meio estranho é o título do livro. Porque existe a multidão e existe outra coisa que é simplesmente um grande número de pessoas. O índice de inteligência de uma multidão é semelhante ao do indivíduo menos capacitado entre aqueles que a formam. Já um grande número de pessoas produz, entre outras coisas, um bom senso estável e confiável. São entidades sociais diferentes: uma maioria e uma multidão. Uma tem ou pode ter mesmo alguma espécie de sabedoria, a outra, não.
[Sobre "A massa e os especialistas juntos no mesmo patamar"]
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Guga Schultze
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4/7/2006 às
03h34
200.222.170.89
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poetas não são mesmo tantos
Esse texto poderia fazer parte de um ótimo e essencial livro sobre poesia. É raridade. O texto é deliciosamente exato, possui esse "mau-humor" necessário - e paradoxalmente divertido - a toda crítica séria. Situa muito bem Fernando Pessoa; Julio vai direto ao "x" da questão dos heterônimos, por exemplo. Nada mais direto e, não resistindo à rima, fico com a opinião de
João Cabral de Melo Neto. Pessoa é, de certa forma, uma referência para essa poesia de almanaques, cheia de dísticos e "pensamentos". Claro, era mais que isso, mas a irritação do João Cabral é por conta dessa aparência meio popular demais. Entre os extremos do verso "espirituoso" e o da taquigrafia
inarticulada dos super-cult vivem alguns poetas. "Meu nome é legião" - poderiam dizer os possuídos pelo desejo de ser poeta - "porque somos muitos". Mas os poetas, ainda bem, não são tantos assim.
[Sobre "Alberto Caeiro, o tal Guardador de Rebanhos"]
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Guga Schultze
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30/6/2006 às
11h39
200.151.73.189
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Julio Daio Borges
Editor
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