Maroldi, Capitu e Barthes
Há muito sou leitora do Marcelo Maroldi, porque percebo nele o talento de dizer, em palavras, pensamentos improváveis à maioria de nós, leitores, transformando-os em idéias tão claras que quase nos envergonhamos de não sermos nós os autores daquele pensamento, já óbvio. E desse vez não foi diferente: com a ressalva de que, após Barthes, não nos importa (caso haja!) o que o "autor quis dizer", afinal a leitura é terreno entre leitor e texto, e mais ninguém, há muita propriedade (além do delicioso humor ranzinza) em "Se o Machado se mexeu no túmulo, problema dele, esta é a série, não seu livro." Ler, pensar, duvidar, mexer: são prazeres e direitos do leitor. Ser lido, pensado, mexido: é inerente ao texto. Ao autor, cabe a dor da autoria e alguns cascalhos por direitos autorais. Nada mais.
Os pensamentos que saem de si serão outros até que se tornem palavras; se lidos, serão tantos e tantos. E são nossos.
Concordo com MM: leituras são sempre bem-vindas! Belas, como Capitu, desejadas!
[Sobre "Capitu, a melhor do ano"]
por
Kátia Chiaradia
12/1/2009 às
18h22
201.92.120.243
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