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Segunda-feira,
18/2/2002
Comentários
Pedro
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Tá bom
Caro Alexandre,
Respondendo ao seu comentário, estava me referindo a vários comentários (não só ao seu), mas
usei o seu como exemplo de "choradeira". No seu caso, queira me desculpar, realmente não foi
uma choradeira, mas, sim, um comentário metido a engraçadinho, mas sem nenhuma graça (o d'Os
Lusíadas). Se bem que, no fundo, ele soa como choradeira, porque, afinal, quem não argumenta
costuma partir para o deboche. É uma estratégia antiga, e muito usada por quem não quer
discutir (ou não tem como). Nunca mandei ninguém calar a boca, só disse para pararem com
esse discurso inquisicionista. Não há problemas em vc gostar ou não de alguma variante, e
eu disse isso por diversas vezes. Não há problemas, tb, em vc querer lutar por uma ou
outra. Ótimo, vá lá. O problema é q os fins não justificam os meios, e escrever barbaridades,
inverdades e agressões, como plenamente aconteceu aqui, não leva a lugar nenhum. Durante
essas discussões, houve xingamentos a lingüistas (chamados, inclusive de burros), falou-se
que o povo é inculto (como se o povo da época de Camões fosse um primor de cultura, mas
vá lá), espalharam-se barbaridades (como dizer q Camões, Vieira e Machado mantinham o
mesmo português e que se entenderiam perfeitamente) entre outras. Sinto que não vale
a pena continuar nessa discussão, porque parece q tem muita gente mais preocupada em
tumultuar do q falar algo que acrescente alguma coisa. Peço apenas que deixem de ser
precipitados em julgar qualquer variante "bonita" ou "feia", lembrem-se de q isso depende
única e exclusivamente do gosto pessoal. Muitas das regras gramaticais que temos hoje em
dia foram fruto do uso de pessoas "incultas" (expressão de q não gosto, mas vcs parecem
gostar) q acabaram se consagrando. Vocês já se perguntaram por que o plural das palavras
terminadas em "ão" são diferentes? Por exemplo: "pão" e "pães", "irmão" e "irmãos",
"campeão" e "campeões". Vou dar apenas uma dica: vejam como se escrevem essas palavras
em outras línguas latinas (quando houver) ou no próprio Latim. Uma outra dica, só pra
completar: como as pessoas "incultas" pronunciam a palavra "bom"? Pois é... "pão" era
pra ser "pãe" (vem de "pane", o n intervocálico sumiu com o tempo). E assim, analogamente,
para as outras palabvras. Mas, por algum motivo, o português tem (ou pelo menos tinha)
tendência à nasalização pelo "ão", e todas essas palavras, fracas na pronúncia no
singular, acabaram terminando em "ão". Podemos verificar isso na pronúncia dos "incultos"
de bom ("bão"). Se vcs acham horroroso falar "bão", talvez prefiram falar "pãe", ou talvez
até "pane", quem sabe? Tudo o q eu quero dizer é q vcs parem com esses preconceitos bobos
e infantis. E se vc pensa q eu achei vc autoritário... não nem um pouco! Uma pessoa não
pode ir contra a multidão se for o caso. Vc pode (e deve) lutar como e quanto quiser por
aquilo em q acredita, vá em frente. Mas se algum dia vc disse "falarei" e ninguém entender,
lamento, vc não terá saídas. É assim que as coisas são, querendo a gente ou não, como eu
já disse aqui um milhão de vezes, mas as pessoas, muitas vezes, só escutam (ou, neste caso,
lêem) aquilo que desejam. Não vou mais escrever aqui, não se preocupem, podem se considerar
livres de mim e voltem seu Bâtard-Montrachet sossegados.
[Sobre "Pelo Fim da Palavra VIP"]
por
Pedro
18/2/2002 às
05h30
200.225.58.94
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Sobre a gramática e a língua
Não, Guilherme, a gramática não é nada disso do q vc falou. Ela é uma série de regras
arbitrárias (como qualquer variante o seria, porque afinal, não existe apenas uma forma
de se expressar em determinada língua, e cada falante possui seu próprio idioleto) que
são determinadas por um conjunto mínimo e nada representativo da população (os gramáticos)
que, no entanto, possuem o papel de determinar qual a variante "oficial" da língua. O q
tb é importante, para q se tenha uma forma "neutra" (entre aspas, porque obviamente a
variante oficial é expressão do desejo daqueles que arbitram, como não poderia ser
diferente). Mas a gramática normativa é defasada. Quer um exemplo? Celso Cunha em
sua gramática diz descrever o português "moderno", ou seja, o dos românticos! Isso é
moderno? Bem, pra ele pode ser, mas tente falar o português das gramáticas! Vc nunca
será compreendido perfeitamente. Falar bem não é usar construções arcaicas, é saber
organizar seu pensamento de modo a ser perfeitamente entendido pelo interlocutor.
Outra coisa muito errada no seu argumento é dizer q "de Vieira a Machado a língua
conseguiu permanecer a mesma em essência". Vc já leu Vieira na edição original? Já
leu Machado na edição original? Pois leia e venha me dizer com a cara limpa q a
essência é a mesma. A não ser q vc admita q a essência é a mesma até hoje. Sim, as
mudanças ocorrem, e rapidamente, mas a ess6encia é sempre a mesma. Mas se vc argumenta
q elas parecerão tão distantes quanto o Latim Clássico em breve, então não há como
admitir q Vieira e Machado estejam tão próximos assim.
Façam-me o favor! Ninguém é obrigado a gostar de certas variantes novas. Assim como
gírias, muitos modismos em pouco tempo caem na obscuridade (e assim espero que ocorra
com o futuro composto de gerúndio, de q não gosto). Se eles são consagrados, porém,
não há alternativa.
Parem com essa conversa infantil, como do Alexandre Soares, essa choradeira não leva
a lugar nenhum. Concordo com a idéia de combater tal modismo que não passa de tradução
mal feita de manuais de telemarketing, mas não posso concordar com q os fins justifiquem
os meios. Essa argumentação toda conservadora não é nem um pouco conservadora. Não falamos
como a geração anterior à nossa falava e nem como a que nos sucederá.
[Sobre "Pelo Fim da Palavra VIP"]
por
Pedro
17/2/2002 às
05h55
200.225.58.169
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Falar como Camões?
Guilherme, não seja tão simplório. Se formos falar apenas o q está em Vieira, Machado e Camões, ninguém entenderia nada. A língua é dinâmica, aceitem isso, ela se aperfeiçoa. Vamos todos falar em Latim Clássico, então, já que se defende tanto os purismos! Façam-me o favor!!!
[Sobre "Pelo Fim da Palavra VIP"]
por
Pedro
16/2/2002 às
04h53
200.225.58.49
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Julio Daio Borges
Editor
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