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Domingo,
31/3/2002
Comentários
Antonio Oliveira
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É de longa data...
O ofício da tradução não recebe a devida atenção há milênios e a má tradução tem causado e perpetuado pequenas imperfeições nas relações entre culturas, além de ter criado hermetismos desnecessários - o termo vem de Hermes Trismegistus, cujos textos nunca foram bem traduzidos, daí serem incompreensíveis e herméticos. É, a saída é clássica, com bem define Paulo Salles, isto é, a saída típica desde os tempos clássicos para quem não tem talento de tradutor e não consegue outra atividade profissional. Classicamente, quem perde é sempre o leitor. Realmente, poucos tradutores - sem referir-me necessariamente aos juramentados - têm credenciais sólidas para traduzir. Traduzir não deveria ser um passatempo de pretensos intelectuais, a miúde remunerado, mas algo que seja levado a sério, fiscalizado por uma entidade credenciada. (É utopia, não me iludo.) Mas o papel da tradução deveria ser entendido melhor e visto como canal de comunicação entre culturas, por isso a tradução tem que ser bem feita. Se, há milênios, os textos importantes, como a Bíblia, o Organon, entre outros clássicos, deveriam ter recebido a maior atenção na tradução para sua propagação eficiente, imaginem hoje em dia com a globalização, que é - imagino - a era do auge das relações inter-culturais.
Bem, é uma discussão que pode estender-se "ad nauseam". Mas acrescentaria, para finalizar, que há cursos de idiomas estrangeiros e dicionários péssimos, usados por alunos que, mais adiante, tornar-se-ão tradutores, repetindo e perpetuando erros graves.
[Sobre "A saída clássica"]
por
Antonio Oliveira
31/3/2002 às
22h03
200.163.13.62
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Julio Daio Borges
Editor
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