COMENTÁRIOS
>>> Comentadores
Sábado,
5/5/2007
Comentários
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Existe fronteira para língua?
Tema oportuno considerando a aceleração que as novas tecnologias possibilitaram. A adoção de verbetes e as influências de outras raízes idiomáticas é, desde sempre, uma das razões dinâmicas da construção e constituição da linguagem. É preciso que o nosso magistrado, quando julgue estas ações, que carecem de conhecimento específico, peça perícia de ligüístas e até dos gramáticos antes de assinar uma sentença que revogue a lei da gravidade. Culturas predominantes por valor material ou cultural deixam marcas nas culturas mais abertas com as quais se relacionam. Podemos por posicionamento ideológico acreditar neste fenômeno de neocolonialismo, embora, honestamente, esta caracterização não se sustente. A língua é dinâmica e quanto mais plástica e permeável ela for, mais expressiva tornar-se-á, possibilitando comunicação efetiva e estreitando as distâncias entre o universo representado por cada indivíduo. Positivo é saber do seu trabalho na faculdade registando e qualificando estas influências.
[Sobre "Estrangeirismos, empréstimos ou neocolonialismo?"]
por
Carlos E. F. Oliveir
5/5/2007 às
21h19
201.65.37.4
(+) Carlos E. F. Oliveir no Digestivo...
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Tempos miseráveis.
Ana, ainda outro dia usei com uma amiga a expressão "tempos miseráveis" que de tão usada virou clichê. A sociedade na sua forma atual celebrizou acima de tudo o sucesso na sua expressão patrimonial, que chamamos de riqueza, acumulação ou mobilidade social. A civilidade caiu de moda, a confiança ficou enclausurada em ambientes estanques, das confrarias e facções. Porém, isto não acontece sem o elemento moderador da tolerância com o intolerável; as pequenas violências são as sementes das grandes transgressões. Acredito que a sociedade deva se depurar e substituir valores e conceitos que já não se justificam diante dos propósitos vigentes. O que não significa revogar a sensação de realização ao tratar o semelhante com dignidade, não submete-lo a uma avaliação preconceituosa, buscar garantias e não a pratica da violência preventiva a pretexto de legítima defesa. Os dois comportamentos são exemplares de um tempo muito duro, quando cada um deva fazer uma opção, tendo o outro como espelho.
[Sobre "Contato com o freguês"]
por
Carlos E. F. Oliveir
5/5/2007 às
20h36
201.65.37.4
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onde nasce a violência?
Talvez a pergunta seja onde nasce a violência? Senão toda a platéia de filmes que, digamos, faça "apologia" à violência seria transformada em serial killers; aí seria uma simplificação. Questionemos então o que seria violência utilizando referências cinematográficas: A escolha de Sofia? O bravo dirigido por Johnny Deep? Quem sabe O resgate do soldado Ryan, do Spilberg? A violência nas telas têm em muito servido de alegoria para que algumas culturas discutam a segmentação e a necessidade de controle sobre a própria vida. O cinema oriental esta por assim dizer saturado de temas ligados à violência e em geral isto não significa que estejam se tornando mais violentos que no seu passado. A violência no cinema, em Scorcese e outros diretores, se vale de alegoria. A escolha de Sofia busca fragilizar o espectador ao desmontar salvaguardas emocionais fundadas na empatia com a personagem para então conduzi-lo à catarse. Cinema não propaga violência mas, como vimos, permite registrar e discutir...
[Sobre "Violência, violência"]
por
Carlos E. F. Oliveir
28/4/2007 às
07h43
201.65.37.4
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A Wiki e a aceitação passiva
Não acredito que pessoas informadas validem inquestionavelmente quaisquer informações, a própria busca já traz em si um desejo elucidativo. Absorver determinados conceitos ou conhecimentos, geralmente ocorre do cruzamento de fontes e complementação ou ratificação de mais de um formulador. A aceitação passiva de uma única fonte é uma quase negligência que está aquém do desejo de esclarecer. Quanto aos analfabetos funcionais, o IBGE serve-se de dados e números, esta é a sua razão, enquanto o senso comum se abriga unicamente no preconceito. Temos analfabetos funcionais, em um número muito maior, com diplomas de terceiro grau, dirigindo importantes negócios ou até acreditando que fazem parte de uma elite cultural. Crianças acreditam em fábulas que é também matéria cognitiva; carentes trocam mentiras por atenção; excluídos trocam qualquer coisa por mais um minuto de vida; cada qual acredita no que quiser à medida que seja possível situar seu desejo na realidade. O mundo não é mau e nem somos ingênuos...
[Sobre "Wikipedia: prós e contras"]
por
Carlos E. F. Oliveir
27/4/2007 às
22h40
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Catalogando o efêmero
Nestes tempos de acesso franco a informação e de um suporte tecnológico massificando este acesso, resta-nos ponderar sobre a qualidade da informação recebida. Observando Wikipédia e enciclopédia, talvez não haja sentido numa comparação. O tratamento da informação dependerá do nível de profundidade de quem prospecta, da disponibilidade de fontes comparativas para ratificar tal dado e do objetivo concreto no tratamento dado a informação. Considerando ainda a referência cultural que deu origem aquele registro; imaginemos culturas ou referências antagônicas registrando dados uns dos outros. Torna-se necessário qualificar a informação com a distância e os critérios de sempre. Como caminhamos entre erros, acertos e tardias correções; algumas alusões de conhecimento ainda são tratadas como ciência. A busca do conhecimento hegemônico é um mito; como tal, revela nossa angústia do não saber, então o que resta é a ilusão de colecionar questionamentos, catalogar o efêmero e registrar sua superação...
[Sobre "Os enciclopedistas franceses rolam nos túmulos"]
por
Carlos E. F. Oliveir
27/4/2007 às
17h23
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Pensando a Wikipedia
A busca da representação de conteúdo ou a ousada tentativa de inventariar parcelas significativas de conhecimento é uma utopia utilitária. Sempre haverá quem questione a fidelidade, a necessidade de complementação ou o tratamento dado a determinado tema. Pensar na Wiki como uma enciclopédia é referir-se carinhosamente com um tipo de alinhamento de informação que acaba de ser superado, e a síntese é sim a Wikipedia. A participação e o "debate" servem para autenticar as diversidades e os possíveis impactos da informação sobre determinados segmentos culturais. Teremos choques assim como temos na representação do mundo real quando tema ou personagem forem controversos, considero isto bastante saudável. Devemos analisar o enunciado talvez a analogia que tenta contextualizar esta nova relação com o conhecimento esteja determinando novas hierarquias, reduzindo a influência acadêmica e reavaliando cátedras. Acredito que a nova fonte de informação possibilirá outra relação com o conhecimento.
[Sobre "Wiki, wiki, hurra!"]
por
Carlos E. F. Oliveir
26/4/2007 às
22h48
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Novamente, uma grande sacada
Duas naturezas únicas distintas com propostas inquietantes para seu tempo e o que seguisse. Quando Marx nos mostra o homem que resulta do seu modo de produção, e o quanto a sociedade se desconstrói a partir do seu sistema de produção, resta-nos a angústia determinada pelos caminhos que trilhamos. Ainda agora não sei da utopia socialista mais que seus textos acadêmicos. Se Marx busca a superação na sociedade, Lewis se aprofunda na alma humana; as suas histórias de criança grande, ricas de símbolos e cifras, nos parecem contemporâneas vez que não superamos nossas vocações naturais e tudo que de forma lúdica e precisa, como nos fora apresentado por Lewis. O texto celebra o improvavél encontro e realinha o que desponta de mais característico nesses dois personagens. Vantagem para Lewis que prepondera sobre Dodgson, numa obra densa que atravessa a tecitura moral até supera-la, enquanto a grandiloquência de Marx em teoria, sucumbe numa historiografia implacável.
[Sobre "O Leão e o Unicórnio"]
por
Carlos E. F. Oliveir
20/4/2007 às
22h29
201.65.37.4
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Caça ao urso
Poderia ser qualquer dia, do mês, da semana; é quando o universo conspira contra quem não se previne contra a má sorte (falar azar, dá azar...). Ah, também tem o acaso que nestes dias só funciona contra. Dizem que nestas datas o melhor é não sair da cama... Guga, um texto escrito com a precisão de sempre e com o senso de humor que faz com que as trivialidades do cotidiano ganhem cor e relevância; que é precisamente a transformação do humor em bom humor. Uma travessia tão leve pelo texto que chega-se a perder a referência da primeira pessoa, imagético e fluente, concordo com a Adriana pelos bons momentos do Fernando Sabino.
[Sobre "Sexta feira, 13"]
por
Carlos E. F. Oliveir
20/4/2007 às
19h47
201.65.37.4
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Sérgio versus Sérgio
É sempre bom acompanhar as escolhas e temas nas entrevistas do DC, temos sempre uma exposição necessária da cena cultural que anda sendo maltratada por veículos e atores igualmente formais. Entretanto, a entrevista do Sérgio Rodrigues, a meus olhos, deixou uma brecha de larga ambigüidade. Até que ponto é possível desprender o autor do jornalista cultural ou "agitador", como distanciar um escritor com o domínio do canal de expressão "via jornalismo" do escritor de estilo próprio e clara opção pela construção de uma ficção moderna? Não creio que as opções sejam excludentes mas em alguns tópicos elas se tornam conflitantes. A crítica pessoal do que o escritor contemporaneo está produzindo ainda que não se materialize, estará lá na obra do Sérgio autor e na linha do Sérgio editor. Estas personas não são divorciadas co-habitam uma situação única e esta dualidade ficou ainda mais explícita nesta entrevista. Não que isto seja defeito, mas o conflito pesa tanto que talvez afete o texto produzido...
[Sobre "Sérgio Rodrigues"]
por
Carlos E. F. Oliveir
16/4/2007 às
09h26
201.65.37.4
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Rilke outra vez
O domínio do código é fundamental para se atingir a fronteira leitor/escritor; conhecer, dominar, transcender.
Intuir o tamanho, formato, linguagem ou o que seja para quando da sua estréia, haja um claro curso delineado, uma linguagem a ser apresentada e um evento a ser descrito. Temos lido algumas coisas, com decibéis acima da textualidade, temáticas superiores, a capacidade descritiva do autor, e alguns textos que mais parecem esculturas. Nenhuma reserva quanto aos experimentalismos: eles são importantes para a oxigenação do texto, variação de estilos; mas às vezes quero uma leitura que não sacrifique uma forma maior que o conteúdo e um escritor que saiba da diferença entre essas coisas. Quanto ao resto, aposto no tentar & tentar...
[Sobre "Aos aspirantes a escritor"]
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Carlos E. F. Oliveir
6/4/2007 às
20h23
201.65.37.4
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Chorumela datada
A abertura deste texto me lembra um tempo de patrulhamento, quando a classe média dominava o mundo; ou qualquer coisa do gênero. Três parágrafos anacrônicos e dispensáveis, por aviltar a relação de independência e cortesia com o leitor. O núcleo do texto é um não-sei-o-quê, de não sei onde; tem uma KGB do século passado e um sentimento nostálgico de colonialismo latino. Iniciei a leitura sobre mídia independente e li a prosa rala da saudade do rádio ou o que quer que seja isso. Fechou num ps com o acachapante pedido de socorro de uma intervenção arbitrária; talvez para legitimar seus delírios. Trinta anos atrás talvez fosse até um texto, hoje só cheira a mofo e não incomoda ninguém...
[Sobre "Mídia estatal independente?"]
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Carlos E. F. Oliveir
31/3/2007 às
16h54
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Grande prosa, Guga
Guga, a sua menininha pulando representa um pouquinho mais que isto, a percepção individual poderá muito rapidamente relacionar a jovialidade e o frescor da nova ordem, com o ícone das cruzes e rituais de idolatria de uma mídia que mitificou a informação e vive perdida num comércio de classificados. A circularidade da animação propõe a inquietação infinita que deve ser proposta pelo atores da informação. Gosto muito da idéia da transitoriedade do elemento informativo, por isto não vejo, de todo, mal o fato de quando impresso o cartoon termine no lixo; faça outras meninas, renove, reforme, proponha um outro nível de interação, ante o transcendente e o decadente. A sua menina é cheia da graça e da inocência que questiona e transforma o mundo. Adorei o último parágrafo; grande prosa, Guga.
[Sobre "Nova Mídia"]
por
Carlos E. F. Oliveir
31/3/2007 às
12h44
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Ler e respirar
Ana, uma saga como esta não se acaba; acredito numa pausa, talvez, dentro de um outro tema. A impressão que esta série registra é de uma busca incessante de leitores por autores, que vão enriquecendo na troca de referências que a leitura proporciona. Vejo na literatura e nesta busca uma atividade iminentemente empática, tal a transição referente de leitores e autores. Todos os comentaristas desta sua série se posicionam com um hábil manejo do código, é a transição que faz o leitor experimentar o código e o transforma em autor. O espaço do DC está tomado por interesses voltados para determinados segmentos culturais; a prática da atividade literária e editorial se fortalece no painel da diversidade que você descortinou. Creio que, de maneira geral, lemos por necessidade ou interesse. A leitura continuada acaba nos transformando em um leitor mais crítico, evoluído; o que diversica e identifica uma possibilidade maior em certos aspectos de determinados gêneros. Ler é respirar...
[Sobre "Leituras, leitores e livros – Final"]
por
Carlos E. F. Oliveir
31/3/2007 às
11h38
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Talentos em harmonia
Como sempre LEM nos oferece uma possibilidade singular de repensar nossa dinâmica cultural; numa acertadíssima escolha de tema e entrevista. Alex Castro traz um frescor e uma energia da interação desta nova plataforma que irá, como todos os meios, alterar a relação autor/leitor. É oportuno que escritores discutam abertamente a relação com o público, com a mídia e com as obras de seus contemporaneos. Neste aspectos, Alex Castro confirmou alguns nomes que já foram notados e afirmou a familiaridade com estes talentos. Leitores que anseiam pela experimentação gostam destas dicas e não é sempre que elas saem com esta naturalidade. Quanto ao mercado, vivemos a ilusão da abundância de leitores e os editores querem ratos de livraria e bibliófilos adoram sebos, então até que se tome o pulso deste mercado, só teremos os best-sellers "USA" potencializado pelo seu marketing colonial. Alex é um dínamo, e a forma como explora o seu potencial justifica todas as justas considerações, sem nenhum favor.
[Sobre "A literatura, a internet e um papo com Alex Castro"]
por
Carlos E. F. Oliveir
25/3/2007 às
19h44
201.65.37.4
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Second Life: uma fantasia
Xanadu, Eldorado, Paraíso, Macondo, Cidade do Sol, País da Cocanha e mais inúmeros de lugares onde suspendemos a opressão de um domínio, de uma rotina que deprime. Quem não terá sonhado um lugar sem regras as que impuseram limites que assustam. Second Life é só uma fantasia, mais uma alegoria da realidade, que estabelece um torpor e desacelera as urgências e como todo conteúdo; distorce a noção de realidade pode exercer uma obsessão viciante. Cotidianamente nos furtamos da realidade; quem identifica se, plenamente, nesta convenção? Acreditamos em inúmeras propostas alternativas à realidade e nem por isso somos tolos; ou somos? Vivenciamos uma expectativa post-mortem que estabeleceu sólidas conjecturas, que estão de tal forma inseridas na nossa situação, que nem o racional ousaria contestar. A percepção pode ser considerada uma representação possível de uma situação real. Que vida, com certeza, vivemos? Qual é nossa First Life? Onde está a certeza de mundo real?
[Sobre "Esses romanos são loucos!"]
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Carlos E. F. Oliveir
22/3/2007 às
21h43
201.65.37.4
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Julio Daio Borges
Editor
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