COMENTÁRIOS
>>> Comentadores
Sexta-feira,
6/7/2007
Comentários
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Dom de encantar.
Muito do que se disse durante o debate do "Publicar em papel, pra quê?", ficou fundamentado por este roteiro, esta linha do tempo que faltou naquela ocasião. Qualquer que seja a via, o destino é o leitor, não importa qual seja o instrumento ou a tecnologia a registrar este discurso. Ler em voz alta tem muito de contar histórias para platéias que não conseguiram se instrumentalizar para desvendar um estilo, perceber um ritmo, enfim se enriquecer pelo que um texto possa oferecer. Ainda hoje a intimidade com o texto escrito é um privilégio de uma minoria,à despeito da vontade geral, então ficamos disputando e tentando qualificar leitores para uma atividade que necessita de uma determinação especial. A leitura em voz alta aproxima a todos de um enredo e coloca a possibilidade de recepção do mesmo texto para uma análise direta e para o registro de uma compreensão que geralmente é solitária. Os saraus servem para desmistificar e fazer próximo deste dom de encantar. Belíssima contribuição.
[Sobre "Ler em voz alta"]
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Carlos E. F. Oliveir
6/7/2007 às
23h56
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(+) Carlos E. F. Oliveir no Digestivo...
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Enofilia e literatura, saúde
Um paralelo original e pertinente, que chama a atenção para certos exageros críticos que não têm considerado a trajetória e a personalidade de cada escritor. O melhor é o subjetivo das relações de Rolland e Parker, que é como os jabás de elogios trocados por resenhas cruzadas, por confrades beletristas, à título de crítica... Quanto às oficinas literárias, percebo uma certa leviandade em caracterizar esta pasteurização como efeito colateral dessa prática. Os temas e os estilos fazem parte da expressão de uma época, que é determinada por seus expoentes e a citação é como uma reverência aos seus contemporâneos. Haverão certamente alguns escritores com uma proximidade maior. As oficinas provam que existe um desejo genuíno de expressão e que as ferramentas disponíveis hoje ainda não permitem certa segurança que eles buscam nas oficinas literárias, que são tão questionáveis quanto um livro ruim, um mal professor ou um juízo elitista. Valeu. Abraços.
[Sobre "De vinhos e oficinas literárias"]
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Carlos E. F. Oliveir
2/7/2007 às
10h03
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Hoje de Madrugada!
O nome dom conto é Hoje de Madrugada do livro Menina a Caminho e é possível encontra-lo no sítio Releituras. Aproveite Mauro, ele vale a procura.
[Sobre "Meu cânone furado"]
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Carlos E. F. Oliveir
1/7/2007 às
18h56
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O original e o genérico
Guga, concordo com o Albarus e no fundo quando voce inclui a tradução do Eça reconhece que alguns bons livros se tornaram ótimos pelo ofício de algum tradutor. Aponto ainda que o fator que ficou de certa forma oculto foi o da criação original, onde você aponta Long John, o anti-herói, e coloca a Jangal de Kipling como uma personagem rica de referências imagéticas para a construção da ficção. Sua piramide apresenta inúmeros títulos necessários para vivenciar literatura, no entanto, acredito que cada livro, incluídos os que não me agradaram, faça parte do esforço e das vivencias de cada autor. Se nos repetimos ou nos replicamos talvez seja pela simetria de referencias, por sensações e concepções coincidentes. O painel que sua piramide descortinou nos mostra a literatura como um advento moderno, tente colocar estas obras numa linha de tempo e estabelecer um padrão de ocorrência e talvez tenhamos que nos contentar com alguns poucos e bons originais e outro tanto de genéricos...
[Sobre "A Pirâmide B"]
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Carlos E. F. Oliveir
30/6/2007 às
13h57
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O leitor adolescente
Tenho dois filhos e o mais velho, Ariel, 14 anos, lê com frequencia maior que a maioria dos adultos que conheço. Lê Harry Potter e tudo mais que apareça para sua faixa etária, acabou de ler Salinger e está cheio de perguntas... Acredito que isto se deva a uma família onde todos leiam e os livros se encontram espalhados e disponíveis em todos os comodos da casa. O leitor adolescente é de certa forma modelar, necessita de referencias próximas para se posicionar e o ambiente em que ele está mais sujeito a estas influencias é justo a sua própria casa! As escolas desempenham um papel secundário, já que não há preocupação com a leitura, apenas com a execução do programa pedagógico num tempo reduzido e com recursos exíguos. Se meus filhos tirarem proveito da prática da leitura, não será pela execução de nenhuma postura pedagógica, será talvez pelos modelos propostos em seu ambiente familiar e tudo o que se constituiu como referencia em sua formação.
[Sobre "Adolescente lê, sim, senhor!"]
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Carlos E. F. Oliveir
22/6/2007 às
22h12
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Bilhetes de loteria
Ana, um texto necessário diante deste clima de classificação de escritores. Manuais e afins servem como referência e estão sujeitos aos desvios que qualquer juízo tem, tornam-se perecíveis e superados. Estamos o tempo todo falando de língua e linguagem e da sua dinâmica, que pondera com os valores e desejos da sua época. A língua mais permeavel absorve uma série de referencias de culturas dominantes ou influentes e até mesmo seus modismos e estilos efemeros são passíveis de registro. A escrita acredito que seja fruto de prática e pesquisa, experimentação e disciplina, estudo e ousadia. Não há como dispensar a técnica mas ela não deve estar superestimada em detrimento do projeto literário. Ainda se fala muito pouco da clara falta de direção de alguns escritos cometidos por certos escritores e ficamos assistindo a debates de gramáticos. Alguns livros guardam a intenção de bilhetes de loteria. Valeu. Abraços.
[Sobre "Guia para escrever bem ou Manual de milagres"]
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Carlos E. F. Oliveir
16/6/2007 às
15h50
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Exercício seminal.
Ana, nada como permitir que a manifestação mais expressiva, literatura, protagonize sua própria relação com seus interessados. Experimentamos os recortes mais diversos de textualidades poderosas, que não cabem em compassos, regras ou estereótipos e o unico julgamento possível é dos próprios julgadores e seus juízos vagos, que as vezes tornam estéreis letrados em fecundos relatores de sentenças. A expressão da literatura é feita pela experiência do leitor e da sua familiaridade com o código, se há nesse exemplo claro a ponte concreta com a oralidade, ora que os normatistas se denominem gramáticos e vivam a língua como fetiche. Literatura é sobretudo registro e quanto mais domínio das possibilidades e dos recursos, maior será a riqueza obtida dentro das leituras possíveis. Que bom que um evento possa ser narrado; viva a oralidade, e que alguns ainda possam se lembrar o que seja narrativa. Um exercício necessário e como tal rico em todas as suas possibilidades. Valeu, Ana.
[Sobre "Conte a sua versão da história, uai"]
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Carlos E. F. Oliveir
31/5/2007 às
21h59
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O nome do jogo
Gostei da exposição clara do tema mas acredito que algumas posições, mesmo vindo de Borges, a esta altura escapam da perspectiva. Vejo a crítica como um apoio para o leitor em formação e a superestima corrente ao valor da critica traz um certo vício do mercado. Enquanto o leitor não atinge uma maturidade com os elementos que o enredam na literatura, ele deve sim, ouvir amigos, ler cadernos especializados e ter auxílio sabendo que livros custam dinheiro, ás vezes ganho sem mérito. Acredito até que esta história de ganhar dinheiro nada tenha a ver com escrever livros ou vender livros terá alguma coisa a ver com literatura? Apartado de toda esta questão ficou o leitor que este escritor é desde sempre, e o prazer que esta introspecção trouxe para a sua própria formação. Falamos de blogs e livros, acredito que não, o nome do jogo é mercado; e como escrever é um exercício individual em busca de afirmação, é muito comum alguns tropeços do ego, ainda que adiante se reestabeleça algum equilíbrio.
[Sobre "Blogs, livros e blooks"]
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Carlos E. F. Oliveir
31/5/2007 às
21h37
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Dogmas literários e swap
Guga, sempre achei que escritor começasse no leitor, que tornasse escrever necessário e o rigor de escrever com apuro fosse latente. Vejo a disciplina como parte de um compromisso consigo mesmo, em aprimoramento e experimentações. O tanto que já se falou de escritor bom ou ruim, dos aspirantes a escritor; faz parecer uma religião de talento mediunico. Alguns grandes escritores sofrem de uma certa decrepitude dos modelos cosmogônicos em que investiram, então eles ficam repetitivos, perdem de certa forma a capacidade de nos surpreender, mas acredito que isto não os transforme em escritores ruins. Dentro da polêmica alimentada sobre o escritor iniciante, pouco se falou da queda de nível da crítica que celebra uma busca por cânones, é mais fácil. Então que suprimam o sujeito e critiquem textos apócrifos sem referencia pessoal. Escritores jovens ou jovens escritores, não sei... Frequento livros, experimento formas, percebo alguns estilos e reconheço ao menos a ousadia de experimentar.
[Sobre "Escritor, jovem escritor"]
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Carlos E. F. Oliveir
31/5/2007 às
21h08
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Críticos e resenhistas
Rafael, sempre vi a crítica com uma certa desconfiança, em alguns chega-se a perceber a exagerada irritabilidade com que se dirigem geralmente ao autor e raramente à obra analisada. Acredito que criticar esteja próximo de apreciar, valorar; e os critérios são tão subjetivos quanto singulares. Gostei muito do seu texto e da forma como tratou o tema, porém ficou faltando acentuar a necessária orientação educativa para a crítica, seja para o leitor ou mesmo para o autor em questão. A literatura é consequência de um sistema complexo e os críticos são leitores com um aparato intelectual desenvolvido para apontar determinadas características presentes nesta ou naquela obra. Torna-se necessário separar a informação avalizada dos gostos pessoais e das defecções que as relações de mercado propagaram. Foi muito correto você apontar que só resenha o que gosta, mas haverá quem veja nesta postura as trocas de gentilezas que têm sido prática entre autores e resenhistas em determinados veículos.
[Sobre "O bom, o ruim (e o crítico no meio)"]
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Carlos E. F. Oliveir
28/5/2007 às
02h40
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Um Anti-herói
Algumas coisas fazem com que nos sintamos estranhos, diferentes. Experimentei sensação semelhante com Graciliano mas não sei se era o livro ou, quem sabe, eu. Acho que a figura do anti-herói tende a esta depressão e o ritmo não ajuda muito no caso de Cervantes. Sempre que penso no Quixote vem à tona a figura de Gandhi, uma potência sem agressividade, uma essência sem o juízo das mitologias ocidentais; exemplar único na força não belingerante um paradoxo e como tal sem par, sem referência analógica. Odisseu é em contra-partida a potência do mito, um arauto dos deuses; a ousadia do homem e sua vontade. Ao apontar um paralelo entre o Nazareno e Don Quixote talvez fique apontado na necessidade que alguns sentem de retirá-lo da cruz ou mostrar piedade pelo seu destino, quando de fato ele é refém do seu destino e a sua verdade se funda nisto; existir post-mortem e ad aeternum. A loucura em Don Quixote é paixão suspensa, a sua jornada é a de todos nós, desumanizados pelas nossas incoerências...
[Sobre "Quixote que nada"]
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Carlos E. F. Oliveir
15/5/2007 às
17h21
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em meio à selva urbana
Elisa, admiro de forma discreta a elegância e estrutura dos seus textos e hoje em especial o exercício de fluir partindo de uma direção cotidiana, tornando eventos de importância reduzida, devido a sua exaustiva repetição, únicos em seus significados mais insuspeitados. Caminhar em meio à selva urbana é interagir e fazer parte de sua fantástica estrutura é ser simultaneamente pergunta e resposta para os cruzamentos de todos os desejos que se perpassam. Dentre todas as imagens que seu texto ressalta o que mais me encanta é a espontaneidade com que constrói o subjetivo, transformando a matéria fortuita do cotidiano em conexões singulares com nossa essência.
[Sobre "Permitir-se"]
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Carlos E. F. Oliveir
15/5/2007 às
10h10
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Em busca do letramento
Luís, parabéns pelo belo texto e pela profundidade ímpar com que cumpriu sua abordagem. Estou a cada dia mais restrito quando o assunto literatura/arte/expressão verbal se mistura com o fetiche livro/mercado/sucesso/celebridade. Tenho freqüentado simpósios e eventos que têm apontado uma preocupação muito grande dos professores de todas as áreas com a capacidade de leitura e produção de texto de jovens em todos os níveis de educação. Todas as pessoas que lêem e comentam na internet curiosamente registram um curso muito semelhante na sua formação de leitor, e digo isto porque o livro sempre foi para mim um encontro com o autor, mais até que o envolvimento com a história ou o tema tratado. Entretanto, o fascínio pelas listas de mais vendidos tem apontado uma direção fraticída em relação aos escritores atuais, numa reverência às vezes exagerada, na minha opinião, com autores consolidados e uma vocação para o destrato em se tratando de jovens escritores.
Parabéns: como sempre, um belo artigo.
[Sobre "O desafio de formar leitores"]
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Carlos E. F. Oliveir
14/5/2007 às
21h08
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(+) Carlos E. F. Oliveir no Digestivo...
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São muitas as perguntas
Novos ou velhos escritores? Escritores ou autores? Livros ou literatura? Público ou mercado? Arte ou negócio? Van Gogh não conheceu mercado quando vivo, ele era pintor? O rigor com que se julgam determinadas obras literárias (prefiro este enunciado) e seus autores nos projeta para uma realidade de leitores qualificados. Lemos pouco, quase nada, com parcialidade, pobreza de critérios, e daí a razão da literatura contemporânea estar confinada a um público tão pequeno e não cobrir uma regularidade e consistência. A busca da celebridade gerou uma horda de escritores, onde está a literatura? Vendo o mercado editorial, sem ingenuidades, preocupado em se manter num tempo de segmentação e busca de nichos que apresentem potencial financeiro que permitam a editora buscar espaço para ousar e investir em nomes de potencial. Editores produzem livros ou literatura? O escritor é ruim ou tecnicamente ruim?
O leitor pode ser qualificado de bom ou mau? Há diferença em ser lido por um bom ou mau leitor?
[Sobre "Publicar em papel? Pra quê?"]
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Carlos E. F. Oliveir
14/5/2007 às
20h30
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(+) Carlos E. F. Oliveir no Digestivo...
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Belo Texto
Belíssimo texto, de uma fluência e beleza realmente tocantes. Preciso e enxuto; toca nossas memórias mais delicadas e desvenda uma emoção quase sempre intuída. Um texto reverente aos que escrevem e amam livros.
[Sobre "o trompetista gago"]
por
Carlos E. F. Oliveir
8/5/2007 às
07h56
201.65.37.4
(+) Carlos E. F. Oliveir no Digestivo...
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Julio Daio Borges
Editor
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