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>>> Comentadores
Segunda-feira,
14/1/2008
Comentários
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Belo álbum de fotografias
Ana, belo álbum de fotografias. E uma declaração de amor e amizade dos que colhem se espalham pelaí entre amigos e amores. Muito bonito. Abraços, Carlos.
[Sobre "Máximas"]
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Carlos E. F. Oliveir
14/1/2008 às
04h29
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Conceito em construção
Muitos comportamentos, alguns até socialmente tolerados, já foram vítimas de preconceitos, mas isto contra os políticos acho sinceramente uma injustiça. Vejamos, eles têm caráter representativo, logo representam alguns, foram eleitos em eleições nas quais qualquer um pode se eleger e todos devem obrigatoriamente votar. Sim, eles estão escolhidos por uma maioria, talvez de forma questionável em eleições nem sempre lícitas, mas foram eleitos. Eleitos por nós. Médicos, juízes e até músicos em suas entidades de classe jogam o jogo do corporativismo para se desviar das sanções pela quebra do decoro, isto é imoral mas não é privilégio nenhum, foi inventado pela nobreza em defesa dos seus direitos. Então que faço com minha ingenuidade, quando numa sociedade fundada pela exploração das suas camadas mais pobres, dentro de um modelo cumulativo, especulativo que não permite nenhum ciclo consistente para desenvolver o país. O meu preconceito é com ingenuos e simplistas, incluindo o Renato também.
[Sobre "Preconceitos"]
por
Carlos E. F. Oliveir
14/1/2008 às
04h19
201.65.37.4
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Bata forte o tambor
Sartre dizia que o inferno são os outros. Não me sinto hipócrita, nem responsável pela escolha de quem quer que seja, em atos ou mesmo eleições. Também não advogo em favor de comportamentos que considero reprovavél, faço um esforço pessoal ao defender meus pontos de vista em situações específicas e ambientes onde isso seja possível. Daniel, discordo que esta hipocrisia seja cultural; de maneira geral constatamos que todos fazem oposição a barbárie exceto os substancialmente hipócritas. Os exemplos que você enumerou constrange qualquer brasileiro, mas a indiginação que pessoas como eu e você declaram explicitamente ajudam a direcionar outras opiniões e o debate com toda a diversidade é tão importante quanto a tomada de posição. Pouco tempo atrás estes hipócritas botaram o Collor para correr com o rabo entre as pernas para se exilar nos EEUU. Talvez a plebe ignara não saiba ainda o poder que tem, mas figuras como Collor temem a execração pública, logo, amigo, bata forte o tambor...
[Sobre "Cultura da hipocrisia"]
por
Carlos E. F. Oliveir
22/12/2007 às
09h57
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Do ridículo ao sórdido...
Sempre encarei o ridículo com uma certa desconfiança e acredito que este juízo se deva à fragilidade do conceito. Se utilizarmos a empatia para desmascarar o que para uns parece jocoso, para a vítima propriamente dita teríamos um constrangimento que beira o dramático. Por um outro lado o ridículo quando ameaça o sistema dos crédulos serve de maneira adequada para sublinhar a metalinguagem. O risível anoto sempre como o que me escapa do controle, como nas comédias pastelão em que o escada prepara a piada para o protagonista arrematar. O que vemos na nossa incivilidade cotidiana não é o ridículo nem o risível, é muito mais amiúde o constrangedor, o egoísta; pessoas que pagam uma passagem mas sentem-se no direito de usufruir de três. Comportam-se de forma que eles mesmos repudiariam. No entanto, sentem-se acima da lei e até mesmo das pequenas convenções de civilidade. Desprezam as cortesias e a humanidade porque se sentem sós e não suportam nem a si mesmas.
[Sobre "Do ridículo (especial aviões)"]
por
Carlos E. F. Oliveir
21/12/2007 às
23h24
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Para não esquecer
Alguns livros são registros factuais ou mesmo dos comportamentos em determinado momento. A violência é abjeta e a tortura covarde, logo não nos esqueçamos disto; se na Argentina não houve um acerto de contas entre a sociedade e o seu passado, no Brasil tampouco houve, não nos esqueçamos disto; dentre os horrores possíveis ou dentre os terrores admitidos há uma anistia de crimes cometidos em nome de alguma coisa que se perdeu em meio a mortandade e na covardia dos militares, os daqui e os de lá. O horror que nos causa tal relato é ainda a arma dos oficiais de uma ideologia tacanha que erigidos numa hierarquia absurda aniquilava parte do povo que juraram defender. A tortura existe, faz parte do processo de depuração da democracia sul-americana com o patrocínico do Tio Sam. Excelente a sua resenha atualíssima diante da Doutrina Carter. Hoje a América Latina vive uma democracia forjada na ausência de alguns e na indiferença de outros, não nos esqueçamos...
[Sobre "Romance quebrado de uma era fraturada"]
por
Carlos E. F. Oliveir
14/12/2007 às
07h14
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Haverá inocência?
Tropa de elite confronta o estado crítico da nossa sociedade com seus valores, propõe no antagonismo de sua força legal a perda da essência que defende. A forma como o conflito é estruturado revela em seus silêncios muito mais do que todos os diálogos que foram registrados no seu roteiro. O cenário das ações é um gueto esquecido por Deus e por toda a sociedade, por assim dizer. Os valores que predominam são valores de resistência e instinto. A sociedade organizada chega como colonizadora, lei e ordem e nenhum envolvimento na trama sufoca os nativos da região. Quanta riqueza... Quantas leituras possíveis diante de uma realidade surreal. Vivemos uma luta de classes que beira o genocídio, assistimos a uma mortandade de jovens por relações com o tráfico e as drogas que faz a guerra do Iraque parecer um conflito menor. Quando nos enxergaremos no espelho? Afinal, onde estão os heróis? Quem serão os mocinhos?
[Sobre "Tropa de Elite, de José Padilha"]
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Carlos E. Oliveira
1/12/2007 às
03h56
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O prazer de escrever
Sei bem pela sua trajetória e direção que seus artigos publicados apontam que não há nenhum desejo de assassinar nenhuma vocação, que se fosse tão frágil vocação não seria. Entretanto, existem as criações de caráter amador ou de pretensões menos literárias, que são necessárias em qualquer cena cultural. É preciso desmistificar a trajetória do autor e é igualmente necessário regar alguns novos talentos, talvez carentes de consistência que só o intercâmbio e os exercícios continuados via crítica sejam capazes de maturar. Ainda não li em lugar algum uma receita confiável para produzir escritores, proliferam oficinas literárias, como nunca e poucas obras se destacam no cenário atual. Cada novo livro me parece um dejavu tamanha as redundâncias - ou quem sabe seja a formulação das encomendas de editoras. Quero uma escrita madura, mas que reflita o prazer do autor em apresentar aquela obra e que ela se apresente um tom acima da diversidade, pois é só assim que vejo um diálogo com os clássicos.
[Sobre "Armadilhas da criação literária"]
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Carlos E. Oliveira
19/11/2007 às
08h31
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Mundo (mercado) cultural
Ana, gostei muito do tema, tenho uma grande preocupação com a formação do leitor e vejo que isso resulta da forma como consumimos nossos bens culturais. Como a nossa platéia de teatro está envelhecida, o nosso público de cinema é de infantis ou blockbusters; nossos leitores compram auto-ajuda e congêneres;
se utilizarmos esta mesma escala para artes plásticas e mesmo dança ficará bem claro o percurso que estou descrevendo. Vivemos num tempo hedonista onde as pessoas estão buscando sentir e este processo conduz a experimentações, quando a nossa literatura é reflexiva e se presta as múltiplas interpretações possíveis para cada leitor. A felicidade como valor literal já foi substituída pelo sucesso o estatuto moral já caducou em razão destes mesmos valores. Estamos diante de alterações profundas, diante de uma sociedade segmentada, cheia de especialistas distantes do contexto. Sabem tudo sobre alguma coisa e nada sobre o restante. Haverá alternativa? Abraços.
[Sobre "Livros de literatura podem ser objetos de consumo?"]
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Carlos E. Oliveira
19/11/2007 às
08h14
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Literatura infanticida
Ótima esta sua revisão desta fábula medieval, que era como naqueles tempos se vendia a moral dominante e assim propagavam medos que demandavam tutelas. Ainda o mesmo dispositivo usado nestes nossos tempos... Entretanto, achei um tanto carregado na questão do gênero, parecia realmente uma análise freudiana com tudo que isto possa suscitar. Diante do inexorável todos estão frágeis, nus e o que se propaga como potência masculina carece de um contraponto e talvez não tenha sido descoberto um outro adjetivo e só por vício seja descrito como feminino. Quanto ao restante, estamos como sempre buscando uma justificativa para nós mesmos, devotamos um fervor para o equilíbrio cartesiano e materializamos nossas angústias numa expressão diante de uma figura divina. Somos todos Chapeuzinhos e lobos também, agora a floresta esta dentro de nós. Êta literatura infantil arretada...
[Sobre "Pela estrada afora"]
por
Carlos E. Oliveira
19/11/2007 às
07h38
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Salinger seminal
O apanhador é sobretudo um livro de autor. Destaca-se pelo caráter seminal onde uma narrativa moderna disseca de forma até então inédita as instabilidades e inseguranças das fronteiras da adolescência. Salinger compõe uma obra compacta onde, mais que a primeira pessoa, o fluxo de consciência tornou real e universal sua personagem. O espaço-tempo em que se sucedem os fatos é o mais curto possível, deixando os leitores sem fôlego num exercício inusitado de leitura. A força deste livro é tal que talvez Holden tenha encarcerado Salinger numa expectativa insuportável. Tivemos ainda vários ecos do Apanhador, um personagem como Chapman em "A teoria da Conspiração" e um roteiro filmado por Scorcese, "After Hours" em 1985. Apesar de tantos sub-produtos é de Robert Burns e da canção "Comin thro the rye", de onde Salinger trouxe a tensão em que sustentaria o seu romance, que prefiro recordar; Chapman é só um fragmento perdido numa perspectiva de possibilidades infinitamente promissoras.
[Sobre "O engano do homem que matou Lennon"]
por
Carlos E. Oliveira
19/11/2007 às
07h11
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Os Protagonistas
Ana, ainda hoje estamos contando nos dedos escritores, autores e críticos que nutram algum respeito pelo leitor, que, de fato, todos somos. Falamos de livros de maneira transversal quando essencialmente a referência é o leitor. Livro, só para me repetir, são um fetiche na busca de uma relação mais autônoma com a cultura e o conhecimento. Sempre que o tema é leitura, a generalização predomina e só ouço o eco que não lemos, não sabemos ou temos vocação para ler; se escrevemos, o fazemos mal. Paradoxalmente, quem desdenha do leitor, almeja o best-seller; detratam e invejam o Paulo Coelho e intimamente cobiçam seu público leitor. Sempre que leio alguma crítica, destas mais radicais a escritores como PC, percebo que o alvo, ainda que dissimulado, seja os que o lêem. Existe um orgulho ferido, uma frustração que só este tipo de crítica/censura é capaz de expiar. Preocupação com os leitores, nenhuma, ainda que o principal leitor sejam eles mesmos. Grandes dicas num texto cheio de possibilidades.
[Sobre "O Brasil pode ser um país de leitores?"]
por
Carlos E. Oliveira
27/10/2007 à
01h03
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A didática do erro
Está virando um vício escarnecer das redações de secundaristas e vestibulandos, é mais um vício inconfessável de tomar o todo pela parte e se redimir na brutalidade da gargalhada. As redações são instrumentos de verificação da fluência da escrita em sua forma e seu conteúdo, daí deriva inúmeras possibilidades. Redação, dentro deste contexto não deve ser comparada a peça literária, sob pena de leviandade tal como secundaristas e vestibulandos comparados Veríssimo, qualquer um deles. Estudantes estão se instrumentalizando, experimentando rigores e formatos, logo quaisquer considerações que não inclua este detalhe apresenta vício em sua conclusão. Todos sabemos da influência do meio, e o meio somos todos nós, os que escrevem, bem ou mal, e os que não escrevem. Felizes os que se apresentam para tentar, terão exitido. Alguém já disse que o acerto é só a excessão dentre inúmeros erros e esta história de regionalismo é só mais um cacoete tacanho. Somos todos uma pequena parcela do todo, somente.
[Sobre "Literatura e internet"]
por
Carlos E. Oliveira
26/10/2007 às
18h49
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Lingüística ou gramática?
Calma, é preciso não fazer confusão da língua em seus aspectos mais formais, diria até normativo, com a sua dinâmica. A gramática tem um ambiente próprio, de registro, e tem um desenvolvimento que vai agregando as evoluções, as experimentações em apropriações consagradas pelo uso, a despeito de quaisquer ponderações. A comunicação cotidiana ocorre nos segmentos que os individuos frequentam, médicos, músicos, advogados e mesmo adolescentes. Os interesses e fatores disponíveis no meio também integram, ainda que de forma colateral, o processo da comunicação. Cristovão Tezza é um bakthiniano e acredito que, por conta disto, perceba a comunicação de forma integrada, os índividuos e o meio; assim trata a normatização com uma representação menor que o valor de certo ou errado, que representa apenas uma frágil convenção. Cada autor produz um texto distante da possibilidade única de leitura, porque leitura se faz com a experiencia individual do leitor, num duo e cada experiencia é única.
[Sobre "Literatura e internet"]
por
Carlos E. Oliveira
25/10/2007 às
06h08
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Bom demais!
Ana, seus textos valem sempre a visita, é uma liberdade quase anárquica. Me sinto como um preso que se recusa fugir da prisão. Quando penso em estilo e precisão falo para uma irmã que não te conhece da sua fluência e hoje neste texto pude apreciar uma leveza e um calor quase imaterial. Sua prosa flerta desavergonhadamente com a poesia e é bela. Não sou de rasgar seda, mas hoje você está demais. Um grande abraço, Carlos.
[Sobre "Crônicas do ordinário"]
por
Carlos E. Oliveira
12/10/2007 às
19h11
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Escritores?
Luís, artigos como este são preciosos. Conduz nossa atenção para aspectos fora dos cliches que ajudaram a consolidar conceitos viciados de "mercado" e escritor. A confusão entre produto livro, com valor economico e o livro propriamente como um bem cultural merecia um texto assim. Senti falta de alguma opinião sobre o ensino de literatura no país, que enumera escolas e estilos, provocando uma aversão do público leitor que deveria apoiar; para que servem as aulas de literatura?
As vezes me pergunto se o mercado editorial deve ser discutido num veiculo cultural ou num caderno economico, neste seu artigo ficou tangível a diferença entre estas duas realidades e o quanto as ponderações de Duchamp sobre o utilitarismo da arte esta presente neste tema. Quanto a viver de escrever livros, já é outra viagem, talvez um certo romantismo, um cliche, quem sabe, de algum escritor dos anos vinte em Paris ou Nova York. Um artigo preciso que enriqueceu as discussões sobre o tema e desnudou mistificações
[Sobre "Quinze anos conversando com os leitores"]
por
Carlos E. F. Oliveir
12/10/2007 às
18h58
201.65.37.4
(+) Carlos E. F. Oliveir no Digestivo...
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Julio Daio Borges
Editor
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