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Quarta-feira,
9/11/2005
Comentários
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Sócrates chutando o caixão
"...a presença de filósofos na televisão, como a Márcia Tiburi ...". O coitado do Sócrates deve estar chutando o caixão depois de ouvir isso. Claro que foi no sentido irônico.
A melhor coisa que ouvi sobre filosofia foi o conselho do meu orientador de matemática alemão. Eu comentei com ele que estava querendo ler mais de Schopenhauer ou Deleuze só pare entender o que estas figurinhas fáceis na boca de alguns amigos cultos queriam dizer. Aí ele me disse: "se você preza sua sanidade e felicidade fique longe destas coisas. Especialmente os alemães". Como dizia Safrão: "Filosofus est tomo desperatae". Hoje em dia todo mundo quer é ser alguma coisa, menos si mesmo. Não entendo ainda a mentalidade de quem fica lendo coisas para mostrar aos outros. Será que é divertido isso? Deprimente...
[Sobre "Como parecer culto"]
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Ram
9/11/2005 às
21h05
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internet-trabalho-diversão
Fabio, gostei bastante do seu texto. A relação internet-trabalho-diversão é parecida com minha experiência... Quanto à internet salvar o mundo, acho que já salvou. Primeiro, nas bilhões de páginas HTML que ficam armazenadas por aí, recordando a história. Segundo, porque abriu as portas para China, Índia e um monte de outros países entrarem em peso na indústria de serviços... Quem tem a temer é só quem estava sentado na sombra. De resto, vejo que a internet é sem dúvida uma das maiores revoluções desde a impressão do livro.
[Sobre "A Galáxia da Internet"]
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Ram
9/11/2005 às
20h55
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Casamento: coisa do passado?
Carolina, e a felicidade? Companheirismo? Carinho? Amor? Será que só em quarto ou quinto lugar? Não sei... Talvez haja espaço para tudo, nesse mundo meio louco e corrido, mas para isso, precisamos dar uma parada. Olhar para cima, para baixo, pros lados, respirar, e descobrir o que se quer, porque hoje, mais do que nunca, o universo de opções e a pressão aumentam a responsabilidade de cada um, e confundem tb! Eu ando vendo que as pessoas cada vez mais se preocupam em se tornar um Gauss, ao inves de buscar o prazer que Gauss sentiu enquanto fazia o seu trabalho... Fazer o que deixa cada um feliz, sem se ater a modelinhos e regrinhas modernosas ou antiquadas, é o único caminho para felicidade. É necessário ter paciência e, crime dos crimes, um pouco de humildade. A atitude, "eu posso estar errado", é a cura para muita úlcera. Conselho de quem já correu muito na corrida de ratos.
[Sobre "E você, quer casar?"]
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Ram
4/11/2005 às
14h21
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O Anthony Garotinho do estilo
O Miribola é o Anthony Garotinho do estilo. Falo só como escritor, pois não o conheço pessoalmente... Mas se tem uma coisa que eu não gosto é literatura que tenta ser metida a besta. Falar palavrões e escrever frases porcas e/ou depravadas não faz de ninguém um astro. Exceto no nosso supermercado literário, que ainda bem, já saiu da fase de ser um meio Miribola para lá, outro para cá... Incrível é que árvores sejam assassinadas em prol deste sujeito.
[Sobre "O erótico e o pornográfico"]
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Ram
3/11/2005 às
12h15
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Maria Rita: questão de gosto
Maria Rita é questão de gosto. No álbum parece bastante com a mãe, no show ao vivo que fui na praia, foi uma decepção total. Mas dê um desconto, e acho que é uma cantora que faz o feijão com arroz no que se propõe. Por outro lado, não traz muita inovação ou diversidade... Eu valorizo isso.
[Sobre "Digestivo nº 250"]
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Ram
28/10/2005 à
01h37
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Nieztsche et al
Adorei o texto sobre Nieztsche, na verdade é o segundo texto seu sobre ele que eu gostei. Para mim, o maior problema de Nieztsche é justamente simplificar a condição humana ao persistir numa dualidade radical. Mas é compreensível, para todo homem inteligente o mundo tem que ser compreensível e dissecável.
De qualquer maneira, Nieztsche era fã dos Upanishads indianos, e incorpora algumas idéias destes livros filosóficos em sua filosofia. Eu acho que a maior insconsistência de Nieztsche reside no fato de que... e se você é educado mas insatisfeito? Ninguém se satisfaz em meramente ser superior, no sentido de Nieztsche. Quanto aos livros de auto-ajuda, sinto pena não dos leitores e autores, mas sim do sistema escolar decadente brasileiro que não consegue animar o jovem a ler qualquer coisa. A maioria das pessoas não tem o exemplo da leitura em casa, então é na escola que poderia aprender. É sintomático que na sociedade brasileira, hiper-instável, as pessoas fiquem tristes e desesperadas e vão ler auto-ajuda. Imagine se você, desempregado, nunca leu um livro, família para cuidar, marido ou esposa infiel, quando tem trabalho é algo chato e repetitivo, imagine se você iria procurar um Nieztsche? Acho que as pessoas querem respostas rápidas e práticas. E eu acho que estas respostas existem sim. Num primeiro plano, as pessoas tem que ser informadas que a vida não é deprimente assim, que temos direito de ter um trabalho legal, uma família honesta, etc., etc. E que devemos construir isso... Depois disso, lê-se Schopenhauer, Nieztsche etcetra. Ainda assim prefiro Budha, os Upanishads, e os trechos mais inspirados da Bíblia, que sem muitas delongas deixam claro: em vida, ou você aceita viver altos e baixos, ou você a transcende, e passa a não se importar com seu status, com o que é ser "melhor" etcetra, simplesmente faz o que te deixa feliz. E no seu caso, ser feliz é ler muito. No caso de outra pessoa, pode ser tentar encontrar uma solução para os problemas insolúveis em que estão metidas... PS: Detesto livros de auto-ajuda, mas nao os condeno. Condeno a mim mesmo, que não tem a disciplina para escapar do meu próprio pensamento.
[Sobre "A Auto-desajuda de Nietzsche"]
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Ram
19/10/2005 às
12h42
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Novela é tevê
Gostei do seu texto. Já assisti várias novelas brasileiras, algumas excepcionais como O Bem Amado, Roque Santeiro. Não acho que o papel da novela seja levar o cidadão ao livro. Na verdade não acho lógico que uma emissora de tevê seja o caminho para a educação das pessoas... Já faz tempo que os valores, que são pregados na teve, são justamente o contrário daqueles de pessoas curiosas e inteligentes. Mas tem uma razão: o objetivo da teve é ter público e vender produto. Como o Brasil é cada vez menos formalmente educado, fica difícil atingir um mercado maior sem começar a reduzir a "qualidade" dos programas... Mesmo assim, quando Jorge Amado foi levado para tevê, eu não vi nenhum programa ou entrevista em que o cidadão dissesse: li Tieta e é tão bom quanto a novela... Quem tem o papel de educar o cidadão é a escola e a família. Agora imagine só, no Brasil de hoje, Lula se orgulha ao dizer que nunca leu um só livro de ponta a ponta... Mas que já bebeu muito goró. Num país assim, conhecimento e inteligência acabam em último lugar. Televisão é só reflexo de uma sociedade e jamais o motor por trás dela... Vide os EUA onde qualquer pessoa semi-sã evita assistir tevê antes das 8 da noite, pois os programas são podres. E ah, tem audiência. E, crime dos crimes, neste país as pessoas leêm muito, muito mesmo.
[Sobre "Bang bang: tiroteio de clichês"]
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Ram
19/10/2005 às
12h27
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as pessoas: honestas&corretas
Marcelo, não sei se o ser humano é assim. Acho que não. O noticiário que é assim. E talvez sim, no Brasil, o país ande numa entressafra ética... Ainda assim, as pessoas em sua imensa maioria são honestas e corretas. No Brasil e no mundo.
[Sobre "A vida, os escândalos e a vida sem escândalos"]
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Ram
7/10/2005 às
03h59
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Adorei o texto:envio a meu pai
Adorei o texto. Até enviei para meu pai, que é professor universitário, e suou a camisa por mais de trinta anos, trabalhando fim de semana inclusive, para outro dia ser tachado de "funcionário público". Mas porque o brasileiro não dá bola para professor? Em primeiro lugar, na sociedade brasileira não podemos debater idéias, debatemos personalidades. Veja só se você acha que alguém teve uma idéia ruim no projeto em que trabalha, nunca pode dizer isso diretamente. O cara fica "ofendido", e você é "arrogante". Boas idéias são aquelas que justamente se sustentam após constantes contestações... Então na sociedade do tapinha nas costas, e do cochicho depois ("pô, realmente é uma bosta aquela idéia"), fica difícil estabelecer uma meritocracia, que acho que é um dos pontos do seu artigo. Em segundo lugar, existe muito professor desonesto no Brasil, que valoriza a si próprio em detrimento do debate de idéias do qual deveria fazer parte, e ao menos momentaneamente valorizar mais que seu ego. Pior: professores que não se furtam em fazer o que é melhor para si, em detrimento do que é melhor para um orientado seu, que deveria ser como um filho. Os tipos de coisas que já vi no Brasil no mundo acadêmico, raramente vejo por aqui... Eu ao menos nunca me preocupo com a opinião do executivo do banco... Pense sempre que você faz o que te deixa feliz, e pronto. A liberdade de não ter que ser rebanho de ninguém compensa mais do que vários zeros a mais no contra-cheque. Experiência própria... Quanto ao Brasil, as coisas estão sempre mudando. Muitos amigos, conhecidos e desconhecidos reconhecem o valor do professor, o valor das idéias, e lutam do seu jeito para que o nosso país tome um rumo... Mas nunca vou estranhar que os meios de massa reflitam o status-quo. Um dia ele muda, e quem sabe, junto com a notícia da nova Spice Girl brasileira, apareça uma pequena entrevista com uma professora de literatura!
[Sobre "O país dos imbecis"]
por
Ram
5/10/2005 às
13h26
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Novela América:o fim da picada
América é o fim da picada porque jogaram fora tudo que podia ser animador em uma novela, e montaram um monte de refrões e clichês – que, por via das dúvidas, não é como é a Vida Dos Brasileiros nos EUA... Bom, mas brasileiro aprende por novela, do mesmo jeito que intelectual do nosso país pensa por osmose...
Quanto à Oprah, foi o maior escândalo o tal programa de Nova Orleans, porque ela "armou" cenas lacrimosas durante o desastre. Ela e o Geraldo, by the way. O que me espanta é que as pessoas precisam desse tipo de coisa para derramar lágrimas... Será que é tão difícil derramar lágrimas por "O Idiota", de Dostoievski, ou por uma lua bonita, ou por se despedir de um amigo que vai morar longe, ou por ver os filhos crescerem, ou porque a namorada conquistou alguma coisa, ou porque o padeiro está sofrendo com a doença do pai, ou porque o vizinho se sente só, ou porque se tem saudade do mar? Os seres humanos modernos se empatizam com a televisão, mas transformam a vida real numa plastificação surreal... Choram pela Oprah de Nova Orleans, mas quando caminham na rua do seu bairro, não sentem a menor vontade de perguntar à aquela garota do ônibus porque ela chora e simpatizar com ela... Homo Insanus.
[Sobre "A novela América e o sensacionalismo de Oprah"]
por
Ram
5/10/2005 às
13h08
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Qual o mérito desta idéia?
Contestação sem fundamento pode até ser rebelião, mas não necessariamente resulta em arte. Quando aceitamos que mijo é arte pela primeira vez, cometemos a insanidade que permitiu os donos do mundinho da arte determinar "quem é quem" à revelia do talento. Acho que a máxima "90% suor, 10% talento" vale para o caso. Pois se não houve nem 1% de suor, qual o mérito desta idéia? Chocar não é simplesmente propor algo grotesco. Para ver mijo não vou a uma galeria. Vou à rua ver cachorro, ou vou ao jogo do Flamengo... Ou ao banheiro. Bom, acho que há uma deificação também destes "performáticos". No Brasil, vários deles são citados com alarde em jornais e revistas, por suas performances "geniais", por serem "revolucionários". De qualquer forma, este pos-pos-pos-modernismo de fim de século é também resultado da mentalidade que "todo ser humano deve ser igual". Tudo que um faz o outro deve ser capaz de fazer. Já ouvi isso de um colega apreciador de mijo: "ele faz o que eu queria e posso fazer, mas não tenho a 'cara-de-pau'". Quando aceitarmos que talento é talento, e acomplishment não vem meramente de talento, mas sim de esmero, ai' quem sabe se abram os tais novos caminhos.
[Sobre "Isso é arte?"]
por
Ram
5/10/2005 às
12h49
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a mão na boca e o grito
Sou fã da música de Michael Jackson. Cresci ouvindo ele, assim como meu pai cresceu ouvindo Nat King Cole. Ele é um dos maiores gênios do pop, e suas músicas são incríveis. Já as acusações de pedofilia e tudo mais, será que me importam? Não. Porque se fosse me preocupar com a personalidade dos meus heróis intelectuais e de entrentimento, não poderia jamais gostar de idéias de Gauss, dos livros de Greene e Hemingway, dos poemas do Pessoa, da estatística de Tukey e Shannon, da teoria de controle, e tantas outras idéias feitas por bebâdos, suicidas, prostituídos, arrogantes e toda outra sorte de sujeirada social ... Eu acho que se o cara foi pedófilo, cadeia nele. Mas é genial! E vocês acham que os clipes da MTV seriam o que são, não fossem as videografias de Michael Jackson? Nossa sociedade é muito hipócrita... Vende um mundo dos vencedores, onde vale vencer a qualquer custo, e vencer significa entre outras coisas, expor abertamente suas preferências e aberrações sexuais. Quando isso acontece, todo mundo põe a mão na boca, e grita... Se esquecendo que o cara não venceu concurso de ética, foi sim uma mente criativa brilhante!
[Sobre "O enigma de Michael Jackson"]
por
Ram
5/10/2005 à
00h34
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Não seria o caso de processar?
Neste caso, não existe possibilidade de processo? O que fazer para proteger seu nome? Acho que a resposta para estas perguntas interessa a muitos profissionais autônomos, para quem o nome é muito importante, mas os meios de defesa limitados quando comparados ao de uma grande instituição... Falando nisso, o nosso jornalismo já anda vergonhoso há um tempo... As reportagens investigativas parecem ter sido feitas no Google, e são mais peças políticas de opinião, do que qualquer forma de descoberta. Fora o comprometimento de certos jornais com certos produtos e correntes políticas, que chega a contaminar a linguagem e a pauta da redação. Basta abrir um certo jornal carioca na última semana, que já dá para saber quem anda recebendo jabá...
[Sobre "Não fui ouvido por Veja"]
por
Ram
5/10/2005 à
00h29
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Julio Daio Borges
Editor
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