COMENTÁRIOS
>>> Comentadores
Quarta-feira,
21/3/2007
Comentários
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O livro produto
Poderíamos fazer uso da lógica e criar uma relação entre alguns livros bons, à luz da crítica, e uma outra referência quantitativa de livros sem identidade literária. Criaríamos também um cálculo qualquer em relação ao que o leitor escolhe e então classificaríamos o leitor, haveriam bons leitores e maus leitores; senão, quem sabe, leitores de boas obras e leitores de outras obras. Haveria também a interpretação da forma como se utiliza o livro, para decorar paredes, rechear estantes, calçar pianos, andar mais elegantes em curso de modelos, superestimar a própria cultura, a literatura de sovaco, para expiar paixão, para exorcizar relações, para entreter e, talvez, dialogar com as inquietações de alguns loucos. A literatura deste tempo está consignada ao mercado livreiro e ao apetite raso de seus formadores, sejam livreiros, editores e vossa excelência, os leitores, que fazem a crítica material do sucesso de público, financeiro e de uma certa época. Hoje livro é um fetiche de mercado.
[Sobre "S.O.S. literatura no Brasil"]
por
Carlos E. F. Oliveir
21/3/2007 às
21h27
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(+) Carlos E. F. Oliveir no Digestivo...
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Literatura ou sucesso?
Penso em livros e nem sempre eles remetem a um autor. Percebo em determinadas situações até um certo exagero, uma necessidade de idolatria que confere ao escritor uma deferência que não se realiza. Hoje temos inúmeras celebridades que escrevem livros e não sei se isto, aos olhos da literatura, os tornam escritores. Talvez, como figuras do mercado e alavancados por uma estrutura de marketing, sejam relevantes. Talvez o que buscamos esteja perdido num tempo em que escrever fosse talento e abnegação. Hoje vivemos as fusões de muitas mídias, redação técnica, leitura horizontal, carência de letramento e a falta de uma crítica referencial, que aponte aspectos de uma obra e não faça o julgamento de um autor, que, como vimos, foi talvez o principal preconceito a permitir as equívocadas rejeições. Creio que cada obra tenha seu alcance e cada autor o seu público; imagino crítica e editores facilitando possibilidades para um encontro entre estes dois mundos. Arte ou negócio; lucro ou reconhecimento?
[Sobre "Obras-primas recusadas"]
por
Carlos E. F. Oliveir
20/3/2007 às
23h08
201.65.37.4
(+) Carlos E. F. Oliveir no Digestivo...
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Lendo leitores
Lazer, entretenimento, necessidade profissional; foram tantas as razões que esta sua instigante série encontrou para que, nós, leitores, nos encontrássemos num ritual de reconhecimento. Literário, técnico, didático e algumas outras categorias se ofereceram como via para nossa fruição e desenvolvimento. Percebo nesta "crônica" atual o quanto o escritor se mistura com o leitor e o quanto é irrelevante o que ele esteja lendo. Ainda outro dia o Aloise me disse que estava lendo "O caçador de pipas" e que ia continuar... Achei ótimo, e engraçado o quanto nos sentiamos revelados e até constrangidos por estar debruçado em uma obra considerada menor. Ao comentar a "crônica" anterior brinquei que a Charlotte do Goethe era uma chata, invertendo o preconceito com relação aos clássicos. É muito bom saber que está se lendo de tudo, mas constatei muito poucas releituras, que considero uma leitura mais apurada uma vez que o conteúdo já tenha sido experimentado. Esta sua série é muito importante, adiante!
[Sobre "Leituras, leitores e livros – Parte III"]
por
Carlos E. F. Oliveir
16/3/2007 às
12h22
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Alguma coisa na cabeça...
É surpreendente a leveza e as costuras do seu texto; depois das polêmicas envolvendo seu interesse por PF, nada melhor que um choque de talento e competência na "concorrência" de prosa rala. Criativo e dinâmico sem apelar para os exageros burlescos que alguns acreditam ser humor; grande texto. Bravo, Guga Schultze!
[Sobre "Xampu"]
por
Carlos E. F. Oliveir
15/3/2007 à
00h42
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O que sei da literatura?
Só tive a convivência cotidiana com escritos, que às vezes eram livros, outras não. Ainda hoje me sinto inseguro para endossar determinadas definições que obedecem tendências. Se o que leio me alimenta a percepção, desloca do ponto leitor, me integra a narrativa e provoca alguma inquietação; só estas descrições já valem a visita. Nada sei dos academicismos que estão gerando uma horda de escritores cheios de fórmulas e sem imaginação. Quero o registro, um ângulo inusitado que se revelou ao fotógrafo e da arte que o transformou em ator. Busco o sem-fim de Guimarães e o reconheço na prosódia de Miguilim reproduzida a cinzel; quero os ecos viciantes do Manual dos Berros, digo Manuel de Barros, por tudo o que ele atentou de escutar. Pois se literatura tiver este quê de ciencia, está para a medicina em relação à necropsia, ajuda a desenvolver, porém não salva vidas. O que sei da literatura? Nada. Que me digam da definição do nada e então serei feliz, quem sabe, culto.
[Sobre "Dá para aprender literatura?"]
por
Carlos E. F. Oliveir
12/3/2007 às
23h54
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O privilégio da pobreza
A exclusão citada nada tem a ver com pobreza, Índia ou Coréia. Pensava nas oligarquias que ainda fazem política em defesa de seus privilégios. Pensava nas oportunidades desperdiçadas, pela falta de apetite e talento para encarar uma competição leal; se é que neste modelo de sociedade isto seja possível. Não entendi bem esta história de privilegiar a pobreza mas vou acompanhar a firmeza com que defendes sua argumentação e, quem sabe, eu possa perceber o sentido de tudo isso. Quanto ao anacronismo e protecionismo, me perdoa, fiquei perdido de vez; não sei o que fazer com os pobres, de quaisquer penúrias, seja material, seja intelectual... Embora reconheça que seja necessário incentivar o talento, nunca disse ou deixei implícito que combater a exclusão seria atentar contra o talento. Creio que seja necessário aniquilar a pobreza e assim acabaremos com os pobres; ou acabarmos com pobres para dizimar a pobreza, ih, acho que estou confuso... Já vi história parecida mas os pobres eram judeus.
[Sobre "Investimento atrás das grades"]
por
Carlos E. F. Oliveir
12/3/2007 às
14h55
201.65.37.4
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Ram, um brasileiro
Tráfico de drogas é uma face de uma atividade ilegal criminalizada e combatida pelos poderes públicos; consumo de drogas é uma atividade correlata que alimenta e potencializa os efeitos primários e secundários de ambas atividades; o consumo é tolerado e minimizado como uma patologia e o tráfico estigmatizado como fosse uma coação violenta, brutal. A verba para o ensino superior, seja de qual tamanho for, serve somente de massa crítica para potencializar a exclusão cruel e criminosa, que já é norma em nossa sociedade. O Brasil ainda é a média dos seus defeitos e suas virtudes, da mentalidade tacanha de alguns, da ingenuidade servil de um outro tanto, de uma imprensa cordial, de políticos em detrimento de administradores e vice-versa. Todos somos ao mesmo tempo algozes e vítimas, pais que não educam filhos; filhos que não questionam pais e todos acreditando que vivem num país. O Brasil precisa ser descoberto, inventado; e só então depois de algum temor e alguma dor será possível sabê-lo
[Sobre "Investimento atrás das grades"]
por
Carlos E. F. Oliveir
11/3/2007 à
01h51
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Virtuosos?
A natureza é cheia de exemplos de presas e predadores, não vejo nenhuma crueldade nisto; o leão se alimenta do antílope e não é mau. Ele é selvagem. Esta é a sua natureza. Quando vejo homens, individualmente ou em grupos, comunidades ou o que seja, penso qual seja a sua natureza? Vejo gente explorada e "honesta", privada de oportunidades e "honesta"; e questiono o que seja honestidade? Individualmente e em grupo, que comportamento a nossa sociedade fomenta, endossa? Quem são os exemplos de honestidade? Quantos são? E o oposto? Preciso saber do quanto de maniqueísmo está implícito nesta necessidade de não enxergar esta situação tão real da evolução de valores. Falo da dinâmica apenas, não discuto méritos. A nossa noção geral de honestidade está enfraquecida por um senso de oportunidade e os nossos valores atuais são os de resultado. Ainda que não sejam valores gerais; mas presentemente é o que se destaca. Talvez este não seja mais um mundo bom, mas bondade, já é uma outra virtude...
[Sobre "Honestidade"]
por
Carlos E. F. Oliveir
11/3/2007 à
01h10
201.65.37.4
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Às avessas
Muito bom este texto, pontual e afirmativo sobre a relevância de PF no nosso cotidiano. Aos que apontam equívocos em suas posturas; acredito que faça parte da opção de não se omitir ou, quem sabe, apenas corroborar com o status quo, que talvez seja mais confortável. Claramente PF não buscou o caminho fácil deste tipo de afeição bajulativa; comportamento vigente na imprensa atual. É possível não gostar de algumas de suas escolhas, é possível discordar de suas posições, mas senhores antagonistas, vossas atenções já validam tudo o que este espaço publicou sobre esta figura. Talvez ele seja tão irrelevante quanto nossos comentários.
[Sobre "Uma década no rastro de Paulo Francis"]
por
Carlos E. F. Oliveir
11/3/2007 à
00h48
201.65.37.4
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Para o filho de Franz Paul
Caro Lúcio, o arbítrio que te permite ter e emitir opiniões é o mesmo que permite ao Guga ou qualquer outro ter e emitir opiniões. Aliás, meu caro: quanto mais diversas, mais abrangentes e esclarecedoras elas se tornam, isto se o objetivo for tornar claro... O nome desta troca é diálogo, e tem regras simples, porém básicas. Paulo Francis: só no DC existem inúmeros artigos e posts, este dado já nos permite considerar a relevância da personagem, para os que aqui se dirigem... Creio que ele não lhe pareça tão distante assim, uma vez que você optou por citar seu nome verdadeiro, ao invés da personalidade que Franz Paul adotou... A oscilação ideológica de Franz Paul é ainda mais relevante, se considerada que, após tanta polêmica, luta e alguns reveses, FP mudou de posição sem se importar com patrulhamentos estéreis. Nisso ele demonstra uma coragem que nem você pode negar, caro Lúcio. Pode-se não gostar dele ou até gostar. Este menosprezo, talvez, seja um preconceito tacanho de um olhar que não consegue se ausentar...
[Sobre "Romancis"]
por
Carlos E. F. Oliveir
2/3/2007 às
21h57
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uma feição de ciência
Criar cenários e propor metas são tarefas que dependem da credibilidade de quem irá propô-las. Agências de risco, consultorias e governos dependem de construir credibilidade. Que leva a convocar jornalistas a um hotel legal; comidinhas, bebidinhas e o palavrório técnico do momento. Apresenta-se alguns gráficos e aquela especulação fica parecendo uma quase verdade. O jornalista que estaria atrás da notícia, fazendo uma investigação em cima de quaisquer indícios, recebe em troca de alguns canapés uma notícia que todos os jornais irão publicar na próxima semana. A empresa ganha um espaço que custaria em mídia uma fortuna e o homem de imprensa dorme o sono dos justos. Então a China reduz a atividade econômica e derruba as expectativas da economia globalizada, e os dados, que estavam disponíveis e indicavam alguma volatilidade, ficaram esquecidos em alguns números utilizados para dar a aqueles palpites uma feição de ciência, pois é para isto que servem os números quando o tema é especulação...
[Sobre "Obsessão por números"]
por
Carlos E. F. Oliveir
2/3/2007 às
20h48
201.65.37.4
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os jornalistas estão velhos
Elisa Andrade Buzzo, por uma outra via, registrou numa matéria do Le Monde Diplomatique a alteração na relação do leitor com a mídia. A mudança de formato, a agilidade e integração dos meios de informação gerou um leitor mais dinâmico, menos pausado, que faz escolhas, e é ele quem determina os novos rumos da comunicação. Os jornalistas tendem a se encantar com os efeitos das notícias; e na matéria no Código Aberto, o negrito registra a conduta dirigista, que assinala adjetivos e conceitos como se o leitor não os pudesse entender. Como certos jornais, alguns jornalistas estão ficando velhos; alguns vão mudar, se adaptar para sobreviver, num darwinismo radical, outros vão resistir e sucumbir num pátio de ruínas. O leitor hoje tem a opção veloz da internet, a interação dos weblogs e a ruptura da dimensão do monólogo jornalístico. Senhores donos da notícia, bem vindos ao mundo novo da interação, do diálogo! Sintam o juízo do leitor; preparem-se para este mundo ou então aceitem a extinção...
[Sobre "The News is Now Public"]
por
Carlos E. F. Oliveir
2/3/2007 à
01h12
201.65.37.4
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Comida, diversão e arte
Perdoa-me a franqueza, não entendi o título e os quatro parágrafos introdutórios. Era para escrever sobre o drama do momento? Para nos convidar ao teatro? Para nos convidar a uma reflexão? Creio que este tipo de tutela não sintoniza com o material que circula no DC. Ainda assim, perdoa, é só a minha opinião.
[Sobre "Infeliz ano novo"]
por
Carlos E. F. Oliveir
28/2/2007 às
22h41
201.65.37.4
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Paulo Francis provocativo
Paira sobre a figura de Paulo Francis toda a polêmica que ele cultivou em vida. A dificuldade é conseguir separar criador e criatura; quanto PF produziu e quanto desta produção projetou PF. Poucos jornalistas foram bem sucedidos ao forjar uma imagem como PF; ninguém esperava isenção. A reação passional que ele tão habilmente instigava fez com que não conhecesse a indiferença. Acima de tudo, PF trouxe um pouco do seu temperamento ao jornalismo complacente e monocórdio. O intelectual deve ser provocativo, despertar curiosidade e sedimentar paixões em qualquer extremo; e aí está a grande realização de PF; obrigou, de certa forma, todos a se posicionarem sobre suas opiniões. Gerou conflitos, criou polêmicas e fez com que pessoas distanciadas da notícia rompessem com o conformismo e tédio, ao menos para respondê-lo. Hoje o que temos é um jornalismo compassivo, factual, carente de estofo para se contrapor a realidade bizarra de sempre. Por tudo isto, faço coro com a homenagem. Waaal
[Sobre "Romancis"]
por
Carlos E. F. Oliveir
28/2/2007 à
00h33
201.65.37.4
(+) Carlos E. F. Oliveir no Digestivo...
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À mão livre
Correr, correr e perseguir a vertigem de sair de si. Correr das urgências e angústias cotidianas; sair da opressão deste tempo de ter, correr para dentro, correr contra o vento, para o tempo de ser. Correr, para perceber a vida escoando tingida de sorrisos, de pequenos fragmentos de felicidades; correr para acelerar a paisagem, correr para se liberar. Correr sem prêmio, sem compromisso. Correr para ser mais rápido que a máquina de roer homens, correr para além da solidão, correr para vencer a ilusão do tempo e não ceder ao "depois", correr para atingir o agora, um momento único que não se demora, como um desejo que perdeu de si. Correr pelo mundo sem ilusão de futuro, sem contar minutos e ver alguém estranho a você. Correr para se encontrar, correr e enfim, se ver. Correr e perceber uma árvore, um cachorro, correr em busca da lágrima, correr para encharcar-se no choro. Assim, de encontro a tudo, a estrada acaba em mim, além da luz e do vento,livre e em movimento como um desenho de giz...
[Sobre "Um bom par de tênis"]
por
Carlos E. F. Oliveir
27/2/2007 às
21h18
201.65.37.4
(+) Carlos E. F. Oliveir no Digestivo...
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Julio Daio Borges
Editor
mais comentários
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