a literatura e o fogo
Rafael, creio que a relação sinestésica com o livro impresso é insubstituível. Como você, adoro o cheiro das páginas de livros, mas tenho preferência pelo das dos mais velhos. E não esqueçamos que as lombadas na estante a dialogar conosco têm uma presença muito mais forte do que um arquivo num disco rígido ou cd. E qual é o fim mais digno para uma obra literária: sumir devido a uma "pane" no computador ou ser consumida pelo fogo? Ah, o Borges soube captar muito bem o eterno embate entre a literatura e o fogo em seu conto O Congresso. Não sou contra a literatura em meio eletrônico, pelo contrário, só que a palavra impressa no papel tem presença muito mais forte em minha vida do que aquela digitalizada.