COMENTÁRIOS
>>> Comentadores
Sábado,
21/9/2002
Comentários
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Divulgação
Caro Hamilton. Sobre a reforma agrária (nos moldes do MST), eu quis dizer apenas o que o Hazlitt diz em seu livro sobre toda e qualquer política econômica: beneficia alguns e prejudica outros. E quase sempre beneficia menos gente e prejudica mais gente. Sugiro a você que estude mais economia, que é o que eu estou fazendo, para poder se libertar do que Hazlitt chama de "economia emocional", que é, por exemplo, a faculdade de olhar para as famílias de assentados e ficar com pena. E, a partir dessa pena, lutar por políticas econômicas. Sobre a agricultura familiar, ela é incapaz de abastecer as cidades (exceto pelos cinturões mais próximos dos centros urbanos), por seu baixo volume de produção e baixo custo-benefício do transporte, e causará provavelmente uma escassez de alimentos que aumentará os preços. Quanto aos empresários visarem mais lucros, minha observacão foi um pouco infeliz, porque não ficou clara. Eu quis apenas expor um preconceito da sociedade que vê o empresário como um ser humano vil e ganacioso. A condenação do lucro é um fenômeo milenar e não pode ser esquecido ou ignorado. Precisa ser exposta como preconceito que é. Não quis dizer que o empresário não busca sempre o lucro. Minha visão é a de que essa busca de lucro pode ser usada a favor do mundo ou contra ele. E está sendo usada contra, por causa da crença de que a redistribuição de renda é função do Estado. Enfim, eu não acho que para que o mundo seja um lugar melhor é preciso que todas as pessoas tenham a mesma quantidade de dinheiro ou riquezas. Eu, por exemplo, não sou rico e nem sinto necessidade disso. E não tenho inveja e despeito por uma pessoa rica. Um empresário gera empregos e eu não. Logicamente que eu não estou satisfeito com nossa situação atual. Aliás, sempre que alguém escreve sobre esses temas, fora dos clichês usuais, aparecem muitas pessoas achando que esse alguém está satisfeito. Pelo contrário, eu estou duplamente insatisfeito, mais insatisfeito que os esquerdistas defensores da reforma agrária (nos moldes deles). Eu estou insatisfeito, como todos, porque existem pessoas com fome no campo e na cidade. E também estou insatisfeito porque subsídios, programas de governo, enfim, intervencionismo e assitencialismo de todas as formas não vão resolver nada. Aliás, foram justamente esses fatores que criaram os problemas que aí estão, inclusive os monopólios das mega-empresas e as enormes possibilidades e oportunidades de um mega-empresário ser desonesto e explorador. Estou insatisfeito com o fato de que o MST pega pessoas ignorantes e sofredoras e os transforma em robôs imbecilizados, repetidores de slogans leninistas do mais baixo nível. Estou insatisfeito porque essa coisa toda não está sendo conduzida de forma séria, por governantes e economistas sensatos e inteligentes, nem de um lado nem de outro. De um lado, temos figuras anacrônicas (alguns deles se intitulam até economistas) que pensam que transformar o Brasil numa URSS agrária vai resolver o problema. De outro, temos economistas incompetentes que não sabem o que fazer. Eu não sei qual é a solução exata, Hamilton. E não tenho vergonha de dizer isso. Só sei que o que está acontecendo não pode dar certo. Senão pelas várias teorias econômicas que tenho aos poucos estudado, ao menos pela extrema semelhança que se pode ver com o que ocorreu em países comunistas ao longo desse século. Desigualdade econômica não resume os problemas do mundo, que são infinitamente mais complexos. E mesmo que resumisse, ainda resta o problema de que existem várias propstas de como eliminá-la. Digamos que eu sou a favor dos ricos e dos pobres. Dos ricos porque eles geram mais riqueza (ao menos quando o Estado deixa). E dos pobres porque seriam favorecidos por essas riquezas, caso o mercado fosse um pouco mais livre. Mas essa é uma história que não tem fim. E ainda estou no início do caminho. Ainda estou na fase de esclarecimentos básicos sobre, por exemplo, o que é neoliberalismo. E já posso te dizer que o que está acontecendo no mundo não é neoliberalismo. É o contrário, inclusive. Então, para saber onde quero chegar, é só prestar um pouco mais de atenção e ver que o texto foi apenas uma divulgação de teorias que não são estudadas no Brasil, por causa do viés esquerdista da intelectualidade latino-americana. Por isso é que elas soam estranhas. Aquilo de que a gente nunca ouviu falar sempre soa estranho.
[Sobre "Capitalismo sob fogo cerrado"]
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Evandro Ferreira
21/9/2002 às
15h52
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Obrigado a todos
Obrigado a todos. José, valeu pela indicação. Vou procurar o livro. Sinto dizer que minha tradução é a antiga mesmo. Realmente dá pra perceber que não é grandes coisas. Mas, ao menos existe, não é? Nesse país em que só se traduzem livros "vermelhinhos", já é alguma coisa. Realmente você foi de sorte em encontrar o Hazlitt pessoalmente. Eduardo, sabia que você já é o segundo que me diz que acabou de comprar o livro? Estou até começando a ficar esperançoso! Gustavo, que bom que você não se decepcionou! Entre, sente, a casa é sua!
[Sobre "Capitalismo sob fogo cerrado"]
por
Evandro Ferreira
18/9/2002 às
21h36
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216 Kbytes
Por mais comentários suicidas que postem, os alunos-instituição da USP (e seus defensores) não conseguem esconder as evidências de que não aceitam diálogo. Sempre usam a desculpa de que o colunista foi grosseiro em seu texto, preconceituoso, mal fundamentado etc. Mas até agora só vi todos ignorarem o comentário do Felipe, que até propõe um grupo de discussão. Ninguém quer discutir. E se quer, não quer dar o braço a torcer. E esse pessoal que diz que o Eduardo não tem coragem de encarar um debate cara a cara é muito hipócrita, pois se ele organizasse um seria provavelmente linchado (senão fisica, ao menos verbalmente). Qualquer um que discorde (substancialmente, e não apenas em detalhes) em público dos donos da verdade recebe em troca vaias e a impossibilidade de falar, como aconteceu com Colin Powell na ONU. Tristemente, chegamos a 216 Kb e quase nada de discussão. A página deve estar demorando "décadas" pra carregar nas conexões discadas. A todos os adeptos da verborragia, gostaria de fazer uma sugestão para a próxima vez: que tal pegar alguma idéia do texto e analisar? Ah, já sei, não tem idéia nenhuma no texto, né? Ah, sei...
[Sobre "Festa na floresta"]
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Evandro
17/9/2002 às
11h06
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Sabe-tudo
Parabéns, Thais. Seu comentário tem tudo que um texto desonesto e sem argumentação precisa ter: 1) preconceito que classifica a Internet como lugar "que acita de tudo"; 2) rotulação fácil de indivíduos ("fundamentalista cristão"); 3) suposição infundada de que a crítica se explica por um problema de auto-afirmação do crítico ("deve ter recebido algum desprezo na FFLCH"); 4) insinuação - sem provas - de ignorância do acusado ("sabem tudo e não sabem nada"). Além do curioso fato de que justamente por causa dessa Internet que aceita tudo é que você está podendo se manifestar contra o colunista. Parece que pessoas brilhantes como você só aceitam monografias de mestrado ou doutorado como prova de qualquer tese. Interessante é que mesmo assim não deixam de ler colunas por aí. Sinal de duas possíveis hipóteses: 1) algo está faltando nos meios impressos; 2) a tese de um colunista, para uma pessoa como você, só vale se coincidir com suas opiniões pessoais. Do contrário, fica descartada como de gente "que não sabe nada".
[Sobre "Festa na floresta"]
por
Evandro Ferreira
13/9/2002 às
10h31
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Xixi dos anjos
Caro Rogério. Você até que teve presença de espírito com esse amigo seu. Eu fui abordado numa festa por um colega meu de faculdade e não sabia o que dizer. Preferi fazer perguntas para estudar a mentalidade do coitado! Ele tem aulas (não sei bem de quê) com um ex-integrante do exército israelense e se diz "video-terrorista", que é quase uma palavra substituta para video-maker hoje em dia. Falei para ele que o FMI é esquerdista, para ver se ele perguntava o que eu queria dizer com isso, mas ele não entendeu nada. As pessoas são infinitamente mais ignorantes do que se costuma pensar. Um outro colega meu disse que talvez fosse mesmo legal votar no Serra, porque ele baixou os preços dos remédios (ah, se o Henry Hazlitt ouvisse essa...). Só com muita cerveja, pra viver nesse país. Não sei não, mas acho que só a cerveja é capaz de nos salvar da revolução!!!
[Sobre "Festa na floresta"]
por
Evandro Ferreira
9/9/2002 às
23h18
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Conceitos irônicos
Parabéns pelo ótimo texto, Eduardo! E mais congratulações ainda por não ter feito uso de uma linguagem politicamente correta, que é a mais comum entre aqueles que têm medo de parecerem preconceituosos aos olhos da maioria ultra-sensível. Preconceito é o nome mais comumente atribuido à ironia e agudeza argumentativa.
[Sobre "Festa na floresta"]
por
Evandro Ferreira
9/9/2002 às
15h31
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Contrato Social
Pois é, Hernani. E o "Cocadaboa" teve que se transferir para a Eslovênia para não sofrer processos. A coisa é muito maior do que cláusulas de contratos. É o Estado que quer abocanhar tudo através de suas leis e transformar a troca de idéias em uma baboseira "cidadã" e politicamente correta. Já reparou a escassez de sites ousados que lavam a terminação ".com.br"? Sinal de que dentro de nossas fronteiras só existe mesmo espaço para falar mal do "neoliberalismo" e homenagear Cuba e o Che. De cláusula em cláusula, chegamos por fim ao velho "contrato social".
[Sobre "Ressurreição dos Blogs"]
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Evandro Ferreira
6/9/2002 às
14h01
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Um ponto
Queridíssimo Rogério! Entre, sente-se, a casa é sua. Há muito que não recebo uma mensagem como a sua. As coisas andam meio frias por aqui. Os leitores não estão querendo se manifestar. Muito obrigado pela sua aparição. Leio sempre o seu blog e gosto muitíssimo dele. Já temos agora mais um ponto a favor da liberdade de expressão. A propósito, já participei de alguns grupos de discussão e sempre achei que os integrantes ficam mais preocupados em não congestionar suas caixas de correio do que em dialogar. Mas o mais engraçado são os grupos de discussão acadêmicos. Alguns discutem o futuro da informação na Internet, as possibilidades e perspectivas infinitas desse meio. E, no entanto, os grupos são cheios de regras e delimitações de conteúdo!
[Sobre "Depoimento sobre o dia de amanhã"]
por
Evandro Ferreira
3/9/2002 às
14h20
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Maravilha!
Só mesmo na Internet podemos encontrar tantos anti-pseudos reunidos no mesmo "lugar". Aí, gente. Vamos combinar de almoçar juntos um dia, ir a um barzinho, conversar sobre grego antigo só de sacanagem! Os exércitos anti-polissêmicos precisam de um reforço de contingente, urgente!
[Sobre "Falsos intelectuais"]
por
Evandro Ferreira
22/8/2002 às
23h10
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De ligados e desligados
Bem, Toni, isso me deixa feliz. Mesmo sabendo que só nós três ainda não vamos conseguir fazer frente a toda essa rapaziada de cabeça aberta e ligada no mundo! Mas é um começo. Aliás, no Lewrockwell.com o nosso colega aí acima vai encontrar muitos outros artigos de gente que só escreve bobagem.
[Sobre "Hipermediocridade"]
por
Evandro Ferreira
22/8/2002 às
22h01
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Juízo
Caro Helion. Acho que você está exagerando o alcance de um espaço de comentários como esse. Eu não teria como provar completamente aqui a existência de juízo de valor na arte. Para isso é melhor você ler Hegel e Kant. Aliás, se você quiser abolir juízo de valor na arte, terá de fazê-lo com tudo o mais, pois o juízo é um conceito ontológico, ou seja, aplicável a tudo que existe, a tudo que é. Quanto ao que você disse sobre Villa Lobos, está tão absurdamente equivocado que mal dá pra acreditar. O puxa-saco é aquele que elogia e divulga uma suposta forma de arte até a exaustão e (isso é importante) muito além do que ela merece e sem usá-la na confecção de nada que a transcenda. Villa Lobos não foi nada disso.
[Sobre "Babação do popular"]
por
Evandro Ferreira
14/8/2002 às
14h28
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Fazendo artesanato
Caro Helion. Já ouvi muito esse argumento de que o erudito de hoje é o popular de ontem. E isso serve, na melhor das hipóteses, como motivo para se deprimir com a degenerescência do nível intelectual do povo em geral. Mas não acato o argumento de forma alguma. Sei que Villa Lobos se inspirou no choro, mas criou com ele uma forma de arte infinitamente mais rica e superior. Nem sempre acontece de um artista erudito se inspirar em motivos populares para criar suas obras. Mas quando isso ocorre, não é uma prova de nada, mas apenas de que o ser humano tem essa capacidade de usar aspectos interessantes de coisas piores para fazer coisas melhores. Além disso, ninguém cria do nada. Mas nada disso é importante. O importante é que hoje apenas se "baba o ovo" do popular. Se Villa Lobos vivesse hoje, talvez fosse apenas um produtor cultural lançando CDs de choro e promovendo o gênero. Jamais teríamos ganhado todas as suas músicas geniais, pois ele tería gasto todo o seu tempo babando o ovo do choro. Outra coisa: muito bonito o que você disse sobre as artesãs, mas hoje em dia não existe a mínima chance de que o legado ocidental seja transmitido a elas, pois nossas universidades só estão preocupadas em puxar o saco delas e não em lhes ensinar nada. O artesanato vai aos museus e todo mundo acha que está vendo arte. Enquanto isso, as artesãs continuam isoladas, como resultado da própria preocupação em "preservar" sua "arte". Não existe quase nada de positivo na supervalorização do popular hoje. O popular sempre existiu e sempre existirá. E não precisa de ninguém para defendê-lo. E as pessoas que dizem defendê-lo estão apenas querendo congelá-lo no tempo. A função da universidade em um país normal seria estudar tudo que a humanidade já produziu, na ordem de importância do mais elevado ao mais baixo. Mas não existe mais muita gente nesse país que acredite em juízo de valor. Ninguém mais acredita que exista, em arte, algo melhor e algo pior. E ninguém mais consegue entender que, quando digo que artesanato não é arte, não estou ofendendo o artesão. E como não estou a fim de escrever um tatado de filosofia - ao menos por enquanto - não espero convencer ninguém que já tenha suas convicções muito consolidadas. Mas ainda acho que Bach é melhor que Pixinguinha, e não apenas diferente.
[Sobre "Babação do popular"]
por
Evandro Ferreira
13/8/2002 às
13h46
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Vida
Lorena, não me leve a mal, mas suas frases, embora muito bonitas, não expressam a realidade nem de longe. O que significa dizer que o mercado é uma "ficção de si próprios" dos executivos? O mercado seria um executivão feito à imagem dos executivos? E dizer que o mercado é totalmente sem lógica... O que significa? Que eu saiba, a economia é uma ciência bastante séria e consolidada. Por isso você devia pensar melhor antes de sair falando por aí que o mercado não tem lógica, pois isso é o mesmo que dizer que os economistas (e todas as universidades e instituições que se empenham em ensinar economia nesse mundo) estão perdendo tempo, já que um de seus principais objetos de estudos seria um ente disforme e sem lógica, um executivão doido e guerreiro. O mercado tem muita lógica, embora tenha fatores de grande imprevisibilidade também. Qualquer semelhança com a vida não é mera coincidência.
[Sobre "Samurais de Fecaloma"]
por
Evandro Ferreira
6/8/2002 às
23h37
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Julio Daio Borges
Editor
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