COMENTÁRIOS
>>> Comentadores
Domingo,
17/11/2002
Comentários
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por ter sido tão rude
Queria me desculpar por ter sido tão rude. Agora, depois do comentário do Irã, percebi que não tratei nenhum de vocês com o devido respeito, senhores. Parece uma Revolta dos Dândis. Pena que sem a sensibilidade e a genialidade de um Oscar Wilde.
Rafael, se você é de direita, é porque nasceu privilegiado e quer ter a liberdade de não ter nenhuma preocupação social, a liberdade de não se preocupar com os erros tremendos que sua elite cometeu, quer ter a liberdade de pagar salários baixíssimos, a liberdade de ser um explorador e coisas assim. Vocês são muito previsíveis em suas opiniões. Roberto Campos é um dos seus heróis? E como, então, não concluir que você apoiou a ditadura militar? Que acha Maluf uma boa pessoa? Que foi contra as eleições diretas? Que é um hipócrita já que xinga as estatais em seu blog, as mesmas que foram criadas durante o período em que Bob Fields foi Ministro? Criou o BNDE mas é contra a participação do governo? Ou seja, é liberal com forte intervenção do Estado? Bonito isso. Aliás, este é o mesmo tipo de liberalismo que existe nos EUA: nenhuma estatal mas uma forte presença do governo nas empresas. Ou vice-versa. Nunca existiu governo mais privatizado no mundo. São esses mesmos governos hipócritas que sustentam ditaduras fascínoras como a Pinochet, patrocinam golpes de elites senis que estão morrendo de medo de perder seus privilégios como na Venezuela (felizmente derrotados pelo povo - essa entidade horrível e fedida). Sim, foram os governos dos liberais EUA e da aristocrática Inglaterra que promoveram e sustentaram as ditaduras sangrentas da América do Sul. A tal ponto que na Guerra das Malvinas foram usadas quase que exclusivamente armas inglesas. E ainda por cima se esquece de toda a rede de proteção que existe em quase todos os países da Europa, algo que vai contra seu liberalismo fajuto. Mas, é claro, você não é dirigido por nenhuma ideologia. Nem seus ídolos. A única ideologia que os move é a do dinheiro, da exploração e do lucro. Mas, como já falei antes, seus ídolos eram inteligentes, vocês, nem tanto. Todos se venderam e mudaram de camisa de acordo com quem pagava mais. Bob Fields passou de criador de estatais para defensor das privatizações de acordo com o valor das consultorias que prestava. Privatizações, aliás, bancadas pelo dinheiro do BNDES, é claro. Francis passou da esquerda para a direita assim que viu as ofertas salariais dos periódicos. Já, para vocês, restam os blogs. Agora, bonito mesmo, é descobrir que o Rafael não só é capaz de fazer citações em inglês, mas até ser poético. "How low can you go?" é lindo. Um verdadeiro dândi.
[Sobre "Filhos de Francis"]
por
marcelo
17/11/2002 às
12h18
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Como um mantra
Risível os argumentos que se repetem. Como um mantra. Apesar de cair em contradições, a Juliana, embotada neste discurso insosso, não percebe e segue em frente. O assassino do pai de Nabokov era de direita e participou do governo de Hitler que, segundo você, não era de direita. Bonito isso. Depois ela vai querer justificar isso, dizendo que foi uma ironia, são tão previsíveis. Quanto ao perigo dos bolcheviques, vários escreveram sobre isso e com muito mais autoridade, inclusive Bakunin, Makhno e Rosa Luxemburgo. Uma só folheada em qualquer livro deles já ajudaria muito a pensar direito. Era o perigo da realização de uma revolução socialista em um país atrasado como a Rússia. Aliás, existem vários textos do próprio Lenin e do Trotsky falando sobre a mesma coisa. Se você quisesse fazer análises honestas, poderia lê.los. Tudo bem que, para alguém que é incapaz de entender o que é socialismo, portanto afirma que o nazismo é um regime de esquerda (sem apontar sequer uma medida socializante de Hitler, comparando-a com a URSS de Lenin), será de pouca valia tentar explicar o que são e pensam os trotskistas ou os anarquistas, por exemplo. Como já falei, eu não fecho os olhos e nem tenho medo de discutir abertamente os erros e os acertos da esquerda. Não fujo ao debate. Sim, os regimes comandados por Stalin e seus clones no mundo inteiro cometeram erros e mataram muita gente. Não nego nada disso. Agora, causa riso, como vocês, dandis, ficam se escondendo dos seus próprios mortos e dos seus regimes assassinos. Seriam menos patéticos se tivessem a coragem de assumir seus erros e não inventar histórias da carochinha que só a sua "comunidade" acredita. Já que o ídolo de vocês leu e estudou Trotsky e não cometia tantos despautérios, vocês deveriam seguir o exemplo. Mas para quê, não é mesmo? O objetivo é a polêmica por si mesma. Pelo menos o Francis era inteligente. Vendeu sua alma mas ganhava em dólares, vocês ainda pagam o acesso à Internet. Realmente no meu último comentário, eu exagerei um pouco. Vocês não se tornarão Carmonas e Pinochets, é preciso mais capacidade. Para terminar, Juliana, para mim o Jabor é tão de direita quanto você.
[Sobre "Filhos de Francis"]
por
marcelo
17/11/2002 à
01h53
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Discutir com neo-direitistas
Discutir com os neo-direitistas é muito divertido. O Felipe Ortiz chama o PFL de "traidor do liberalismo". O partido mais arraigado ao estatismo e ao clientelismo que já se viu no mundo. E não foi uma mudança nos "ideais" do partido, eles sempre foram assim. Grande análise. Depois, ele continua afirmando que existem dois liberais: os exploradores e os "dândis". Ou seja, existem aqueles que exploram a mais-valia e a usam para adquirir mais propriedades e ficar mais rico, e há outros que exploram a mais-valia e a usam para adquirir livros e escrever blogs. Isso é considerado "atualizar as potências humanas". Ironicamente (e longe da verdade), este ser dandesco que do alto de sua torre observa e comenta o mundo, segundo Felipe, não gosta de política e nem do poder. Mesmo assim, os blogs de direita citam mais o nome do Lula, do MST, do PT e de outros esquerdistas, do que qualquer jornal e site "normais" (não-claramente de direita, quero dizer). Que contradição é essa? Por que o choro dos vencidos, dos incapazes e dos hipócritas precisa ser tão alto, se nenhum de vocês gosta de política ou do poder? Parem de chorar e comecem a agir como adultos! O comentário do Felipe me lembra aquelas discussões infantis. Uma criança tenta fazer alguma coisa e não consegue, assim, para responder à zombaria das outras crianças, responde: mas eu não queria mesmo! Patético. A direita é incompetente e inepta. E qual é a resposta? "Ah, a gente prefere ficar contemplando o mundo, não queria brincar mesmo!!!". Cuidado, futuros Nabokovs, lembrem-se que o pai do escritor, foi assassinado por direitistas insanos. Infelizmente, nestes blogs gestam-se os novos Pinochets, Videlas e Pedro Carmonas. Porque ninguém acredita nestas baboseiras contemplativas, mas todo mundo sabe que a direita atua conspirativamente, na calada da noite mais covarde, prendendo, matando, jogando bombas. Como sempre fizeram, aliás. Ah, Rafael, eu nunca falei que os regimes de direita eram liberais, aliás, nem você acredita nisso. Eu falei que eram de direita. E a direita traveste-se da ideologia que mais lhe serve. Porque, em geral, só visa à manutenção de seus privilégios e do lucro de suas empresas e, para consegui-lo, a ideologia é o que menos importa. Saddam, Kadhafi, Arafat, são todos felizes defensores do capitalismo. No caso de Saddam, sempre foi um feliz aliado dos EUA até o final dos anos 80. Kadhafi fez as pazes com as potências ocidentais e todos felizes exploram petróleo e as riquezas naturais da Líbia numa explosão de capitalismo liberal (para eles, pelo menos), os fundamentalistas islâmicos têm as mesmas posições da direita americana em relação às minorias, aos gays, às mulheres, ao aborto e aos estrangeiros, chamá-los de esquerdistas é brincadeira de quem não ver a realidade. Também querem um capitalismo liberal para os muçulmanos, assim como os direitistas americanos querem muito liberalismo para os EUA. O Hamas, por exemplo, que nasceu financiado por Israel, ataca e mata os militantes comunistas palestinos. Quanto aos "institucionais" do PRI mexicano, foram eles que iniciaram a abertura liberal, assinaram o NAFTA, por que não seriam de direita? Por que você não quer? Não se preocupe, você é jovem e aprende: todo direitista é liberal quando fora do poder e um estatista quando sente o gosto das tetas do Estado. Você chega lá. O Khmer Rouge instaurou um governo de terror que, em nenhuma das suas medidas lembra nem vagamente o que falava Marx (ah, como Paulo Francis faz falta, ele, pelo menos havia lido Trotsky e entendia um pouco da coisa, seus pupilos por outro lado...), sem falar que tudo isso era de conhecimento e fora aprovado pelos EUA e pelas potências ocidentais. A situação foi tão calamitosa que a loucura só foi parada com a invasão dos "assassinos sanguinários" vietnamitas. Sim, aqueles comunistas horrorosos que derrotaram os americanos, tiveram que invadir o Camboja para derrubar o Khmer pró-americano e acabar com o genocídio. Viva os liberais dos EUA! Sem me estender muito: só uma palavra para esta falsa e anacrônica dicotomia entre igualdade e desigualdade - solidariedade. Por fim, perdoe-me se falar a verdade insulta sua inteligência e memória.
[Sobre "Filhos de Francis"]
por
marcelo
16/11/2002 às
16h12
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Os regimes do "bom gosto"
É verdade, Rafael, concordo que os regimes comunistas foram assassinos e cruéis. Mas eles tiveram uma razão para ser assim. Afinal, cada vez que uma tentativa de se instaurar um regime socialista democrático, como o de Allende, era feita, os direitistas raivosos e babões se organizavam para dar golpes, assassinar, destruir as organizações populares e coisas assim. São todos gente boa. Quanto aos regimes de direita, podemos dizer, com certeza, que foram todos construtivos e "espalharam o bom gosto" pelo mundo. Vamos citar alguns: Pinochet, Videla, os 80 e poucos anos do PRI, Mobutu Sese Seko, Idi Amin Dada, o apartheid, General Franco, Salazar, os regimes árabes (quase todos, principalmente os reis sauditas e os xeques kuaitianos), Saddam Hussein (sim, ele é de direita), os fundamentalistas islâmicos, o ayatollahs iranianos, o próprio Taleban era um regime de extrema-direita (nenhum direitista de verdade pode afirmar que não torcia por eles quando lutavam contra os soviéticos), até mesmo o Khmer Rouge que era supostamente comunista mas financiado, armado e protegido pelos EUA. Entre outros, muitos outros regimes bastante construtivos e valorosos para a humanidade. Nem vou citar o Bush atual ou os clássicos Mussolini e Hitler (ah, esqueci, alguém tentou provar que esses eram regimes de esquerda, não é mesmo? E você acreditou, não é mesmo? Que tolice). Os neo-direitistas são tao pouco sérios que não são capazes de assumir seus governos, seus regimes. Para isso se escondem numa suposta dicotomia autoritário-libertário. Por quê? Por medo de assumir seus mortos. Eu assumo. As revoluções que ocorreram na Rússia, China, etc, foram de esquerda, tiveram seus acertos e erros. É preciso aprender e aprimorar. Vocês se escondem atrás de máscaras de liberais-conservadores e lavam suas mãos dos erros cometidos pelos "seus" governos ou inventam teorias mirabolantes que só são aceitas por esse pequeno grupo. É muito fácil se dizer de direita quando "esquecem" que a diferença entre o Taleban e os republicanos cristãos dos EUA é meramente retórica. Ou esquecer que a democracia norte-americana não passa da ditadura de um partido único, com duas facções. Quanto ao Lula, é como já disseram aqui mesmo no Digestivo, a democracia leva a essas coisas. A conclusão daquele colunista foi que a democracia não serve. É sempre bom ver a direita tirando a máscara. Melhor que o discurso hipócrita de quem não tem coragem de se assumir.
[Sobre "Filhos de Francis"]
por
marcelo
16/11/2002 às
12h07
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desculpem-me por ser tão chato
Ah, desculpem-me por ser tão chato. Mas, esqueci um pequeno detalhe. O Alexandre nunca poderia ser um trostkista da corrente de Frida Kahlo (ela mesmo abandonou o "e" de Frieda), porque a grande artista mexicana voltou ao PCM em 1948.
[Sobre "Filhos de Francis"]
por
marcelo
15/11/2002 às
13h26
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Comentando o mundo e só
Alexandre,
Apesar de não achar muito correto postar comentários inter-colunistas, vou abrir uma exceção. Principalmente porque tenho uma resposta para sua dúvida.
Em primeiro lugar não acredito que vários dos "escritores e intelectuais" que pululam pela Internet possam ser considerados de direita. São mais "polemistas fáceis", que vivem da quantidade de comentários (agressivos ou bajuladores) que seus "ensaios" provocam. É mais um caso psicológico que político. É claro que eu também estou me reservando o direito de generalizar descabidamente, isso não pode ser somente um direito seu.
Segundo, eu passei um pouco do ponto. Estou nos meus 30 e poucos. Mas como ainda me lembro dos meus 20 e poucos (é evidente que essa questão geracional não tem a mínima importância, mas como você a trata como essencial, vamos estudá-la), posso dizer que a abundância de "bons escritores de direita", acontece por uma verdadeira e total incompetência da própria direita.
Vejamos, quando eu tinha 10 e poucos anos, estava participando ativamente da redemocratização deste país, quando tinha 20 e poucos anos construía em bairros e comunidades o Partido dos Trabalhadores, além de ajudar na retomada de sindicatos dos pelegos impostos pela ditadura. Mais no fim dos meus 20 e poucos anos, estava construindo um dos principais partidos de extrema-esquerda do mundo, o PSTU, escrevendo no seu jornal e dirigindo sua Secretaria Internacional.
Por outro lado, a direita, em toda a América Latina,foi sempre incapaz de construir qualquer movimento ou partido minimamente coerente, que tivesse coragem de apresentar suas propostas à sociedade de cara aberta, criando uma base social perene. Quando a direita aparece, precisa se travestir de populista ou partir para a violência pura e simples. Por isso, para a juventude "de direita" , só restam os blogs. Ficar comentando o mundo, sem qualquer repercussão concreta, é a isto que está condenada a juventude "de direita".
Quanto ao Paulo Francis, eu gostava de ler sua coluna bem no começo quando ele estava na Folha (será que essa geração de 20 e poucos sabia que ele já havia sido de esquerda e morreu debaixo de um retrato do Trotsky), mas depois que eu aprendi inglês e descobri a New Yorker, preferi ler os comentários no original.
[Sobre "Filhos de Francis"]
por
marcelo
15/11/2002 às
12h51
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Julio Daio Borges
Editor
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