COMENTÁRIOS
>>> Comentadores
Sexta-feira,
18/2/2005
Comentários
200.175.135.2
|
|
|
|
o seu silêncio
São tão intrigantes, os campos de idéias desse escritor, o tratamento que a vida lhe deu e então o seu silêncio. A hipótese que me vem rodeiam certas interrogações sobre ele: No momento em que nega uma disposição com o outro, expressa que não a quer de ninguém? Quando não escreve mais, não acredita mais no homem? Se não acredita mais no homem, é pq se conheceu de tal forma que julga que não há um porquê? A existencia não é um risco? Se não se sente uma energia extraordinária em algum momento que faça tudo valer a pena, no que se apoiar quando se está boiando no esgoto? Se há a lembrança dessa energia, por que não desejar que ela continue a existir, mesmo que não todo o tempo, e sinta que existe algo pelo que se empenhar, caminhar, correr e por que não dançar?
Não acho que Raduan parou de escrever por que há um excesso de verdade no mundo, mas talvez não tenha encontrado (no sentido mais profundo de encontro) mais motivação e sentido para sua energia criadora, para qualquer crença que o inspire, que passem pelo seu crivo individual. Acho que suas obras foram gritos desafogados de si e pensando que "o escritor escreve-se para que o leitor se leia" o corte dessa "comunicação" foi por uma distância incalculável que se deu.
[Sobre "A solidão povoada de Raduan"]
por
beatriz
18/2/2005 às
18h09
200.175.135.2
(+) beatriz no Digestivo...
|
|
para onde se está indo...
Oi, Julio! Mais uma vez leio teu texto com grande prazer. E vou contar que houve uma identificação com a parte "somos pobres de conteúdo", pois me deparei com uma situação minha assim há um tempo atrás. Despertei para a procura de um entendimento mais profundo sobre o meio e sobre mim há pouco tempo, aos 17 anos, tarde não? Pois é, foi quando pude entrar em um cursinho particular, e me encantar com Aulas (com letra maíscula, porque só o aluno que vive sabe a grande diferença entre uma aula ministrada por um professor que tem uma boa capacitação e disposição e os que não tem -sem esquecer neste caso o estímulo da remuneração e bom local de trabalho-) e a existência do extraordinário conhecimento me deu um banho, e passei, pelo que observo hoje, por estágios comuns dessa procura. A Filosofia, idealismos, entre outros interesses, tiveram efeitos vazios em um primeiro momento, pois não encontraram algum respaldo de noções que pudessem direcioná-los. E estive como "mero produto do meio". No entanto, a melhor coisa foi que continuei caminhando, e num sinal percebi como estava vazia, como era falso achar que tinha e emitia opiniões minhas, quando parava para pensar, e encontrava pouca bagagem intelectual (também por ler pouco). Não que esperava ter uma compreenssão incrível de algo, nem maturidade para perceber o mundo como é, mas tinha muito pouco, tanto que sentia que havia um potencial, pois havia vontade, mas me sentia presa a uma restrição de informações que poderiam enveredar para conhecimentos. Enfim, não que pense que hoje já cheguei em algum lugar, pois percebo que é uma inclinação a um exercício constante, de ler, ver, refletir, viver, e cada vez mais reconhecer o quão pouco é diante do que existe. Mas como é bom na passagem do ano, parar e sentir que o tempo não simplesmente passou, mas sim ele aconteceu, ele foi produtivo e analisando entendimentos de ontem, percerber que eles estão mudando, sendo acrescentados, transformados. Penso hoje que, não sei se todos, mas em momentos na vida o mais importante não é onde está, mas para onde se está indo... Um abraço
[Sobre "Apocalípticos, disléxicos e desarticulados"]
por
Beatriz
18/2/2005 às
16h50
200.175.135.2
(+) Beatriz no Digestivo...
|
|
Julio Daio Borges
Editor
|
|