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Terça-feira,
15/8/2006
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Dislexia nas veredas
Paulo Hesse, personagem literário, não gostava do Grande Sertão: Veredas. Expõe seus motivos, todos coerentes com sua visão do que seria uma literatura séria e, de passagem, esculhamba com a linguagem utilizada que, antes de mais nada, é a fala de Riobaldo e que é, na verdade, o livro em si. Essa é a crítica mais incisiva porque Riobaldo, mesmo dominando seu próprio dialeto, não é um bom contador de histórias. Conta a sua (que tem muito dos romances medievais de cavalaria) mas o faz com certa dificuldade. Em certos trechos essas dificuldades são quase intransponíveis e o leitor se sente como um padre confessor acometido de um súbito ataque de dislexia durante uma confissão. Há pouco tempo li uma fábula do Millôr, "à maneira de... Guimarães Rosa (ou Grande Sertão)". Não há diferença. Isso levanta a questão: o estilo é o livro, e é só, o que não é muito lisonjeiro para o autor. Prefiro pensar que o Millôr é tão genial quanto. Menos mal.
[Sobre "50 anos da língua de Riobaldo"]
por
Guga Schultze
http://gugasic.blogspot.com
15/8/2006 às
05h04
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(+) Guga Schultze no Digestivo...
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Julio Daio Borges
Editor
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