COMENTÁRIOS
>>> Comentadores
Domingo,
17/2/2002
Comentários
200.225.58.169
|
|
|
|
Sobre a gramática e a língua
Não, Guilherme, a gramática não é nada disso do q vc falou. Ela é uma série de regras
arbitrárias (como qualquer variante o seria, porque afinal, não existe apenas uma forma
de se expressar em determinada língua, e cada falante possui seu próprio idioleto) que
são determinadas por um conjunto mínimo e nada representativo da população (os gramáticos)
que, no entanto, possuem o papel de determinar qual a variante "oficial" da língua. O q
tb é importante, para q se tenha uma forma "neutra" (entre aspas, porque obviamente a
variante oficial é expressão do desejo daqueles que arbitram, como não poderia ser
diferente). Mas a gramática normativa é defasada. Quer um exemplo? Celso Cunha em
sua gramática diz descrever o português "moderno", ou seja, o dos românticos! Isso é
moderno? Bem, pra ele pode ser, mas tente falar o português das gramáticas! Vc nunca
será compreendido perfeitamente. Falar bem não é usar construções arcaicas, é saber
organizar seu pensamento de modo a ser perfeitamente entendido pelo interlocutor.
Outra coisa muito errada no seu argumento é dizer q "de Vieira a Machado a língua
conseguiu permanecer a mesma em essência". Vc já leu Vieira na edição original? Já
leu Machado na edição original? Pois leia e venha me dizer com a cara limpa q a
essência é a mesma. A não ser q vc admita q a essência é a mesma até hoje. Sim, as
mudanças ocorrem, e rapidamente, mas a ess6encia é sempre a mesma. Mas se vc argumenta
q elas parecerão tão distantes quanto o Latim Clássico em breve, então não há como
admitir q Vieira e Machado estejam tão próximos assim.
Façam-me o favor! Ninguém é obrigado a gostar de certas variantes novas. Assim como
gírias, muitos modismos em pouco tempo caem na obscuridade (e assim espero que ocorra
com o futuro composto de gerúndio, de q não gosto). Se eles são consagrados, porém,
não há alternativa.
Parem com essa conversa infantil, como do Alexandre Soares, essa choradeira não leva
a lugar nenhum. Concordo com a idéia de combater tal modismo que não passa de tradução
mal feita de manuais de telemarketing, mas não posso concordar com q os fins justifiquem
os meios. Essa argumentação toda conservadora não é nem um pouco conservadora. Não falamos
como a geração anterior à nossa falava e nem como a que nos sucederá.
[Sobre "Pelo Fim da Palavra VIP"]
por
Pedro
17/2/2002 às
05h55
200.225.58.169
(+) Pedro no Digestivo...
|
|
Julio Daio Borges
Editor
|
|