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Segunda-feira,
18/2/2002
Comentários
200.225.58.94
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Tá bom
Caro Alexandre,
Respondendo ao seu comentário, estava me referindo a vários comentários (não só ao seu), mas
usei o seu como exemplo de "choradeira". No seu caso, queira me desculpar, realmente não foi
uma choradeira, mas, sim, um comentário metido a engraçadinho, mas sem nenhuma graça (o d'Os
Lusíadas). Se bem que, no fundo, ele soa como choradeira, porque, afinal, quem não argumenta
costuma partir para o deboche. É uma estratégia antiga, e muito usada por quem não quer
discutir (ou não tem como). Nunca mandei ninguém calar a boca, só disse para pararem com
esse discurso inquisicionista. Não há problemas em vc gostar ou não de alguma variante, e
eu disse isso por diversas vezes. Não há problemas, tb, em vc querer lutar por uma ou
outra. Ótimo, vá lá. O problema é q os fins não justificam os meios, e escrever barbaridades,
inverdades e agressões, como plenamente aconteceu aqui, não leva a lugar nenhum. Durante
essas discussões, houve xingamentos a lingüistas (chamados, inclusive de burros), falou-se
que o povo é inculto (como se o povo da época de Camões fosse um primor de cultura, mas
vá lá), espalharam-se barbaridades (como dizer q Camões, Vieira e Machado mantinham o
mesmo português e que se entenderiam perfeitamente) entre outras. Sinto que não vale
a pena continuar nessa discussão, porque parece q tem muita gente mais preocupada em
tumultuar do q falar algo que acrescente alguma coisa. Peço apenas que deixem de ser
precipitados em julgar qualquer variante "bonita" ou "feia", lembrem-se de q isso depende
única e exclusivamente do gosto pessoal. Muitas das regras gramaticais que temos hoje em
dia foram fruto do uso de pessoas "incultas" (expressão de q não gosto, mas vcs parecem
gostar) q acabaram se consagrando. Vocês já se perguntaram por que o plural das palavras
terminadas em "ão" são diferentes? Por exemplo: "pão" e "pães", "irmão" e "irmãos",
"campeão" e "campeões". Vou dar apenas uma dica: vejam como se escrevem essas palavras
em outras línguas latinas (quando houver) ou no próprio Latim. Uma outra dica, só pra
completar: como as pessoas "incultas" pronunciam a palavra "bom"? Pois é... "pão" era
pra ser "pãe" (vem de "pane", o n intervocálico sumiu com o tempo). E assim, analogamente,
para as outras palabvras. Mas, por algum motivo, o português tem (ou pelo menos tinha)
tendência à nasalização pelo "ão", e todas essas palavras, fracas na pronúncia no
singular, acabaram terminando em "ão". Podemos verificar isso na pronúncia dos "incultos"
de bom ("bão"). Se vcs acham horroroso falar "bão", talvez prefiram falar "pãe", ou talvez
até "pane", quem sabe? Tudo o q eu quero dizer é q vcs parem com esses preconceitos bobos
e infantis. E se vc pensa q eu achei vc autoritário... não nem um pouco! Uma pessoa não
pode ir contra a multidão se for o caso. Vc pode (e deve) lutar como e quanto quiser por
aquilo em q acredita, vá em frente. Mas se algum dia vc disse "falarei" e ninguém entender,
lamento, vc não terá saídas. É assim que as coisas são, querendo a gente ou não, como eu
já disse aqui um milhão de vezes, mas as pessoas, muitas vezes, só escutam (ou, neste caso,
lêem) aquilo que desejam. Não vou mais escrever aqui, não se preocupem, podem se considerar
livres de mim e voltem seu Bâtard-Montrachet sossegados.
[Sobre "Pelo Fim da Palavra VIP"]
por
Pedro
18/2/2002 às
05h30
200.225.58.94
(+) Pedro no Digestivo...
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Julio Daio Borges
Editor
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