COMENTÁRIOS
>>> Comentadores
Quinta-feira,
7/3/2002
Comentários
200.227.144.44
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Prefiro caviar beluga
"farei de minha arte um ofício minucioso, sofrido, modesto"
Tradução como auto-flagelação? Deus me livre, te esconjuro Satanás. Acho que está mais do que na hora de os tradutores darem-se valor. Os tradutores técnicos são capazes disso, não entendo por que os literários insistem nessa submissão e na imagem de abnegação que se reflete inclusive nos ridículos honorários pagos pelas editoras. Desculpe Paulo, mas frisar que "nossa tradição coleciona um célebre repertório de erros" é cair na mesma cegueira dos jornalistas que só abrem a boca para falar do tradutor quando faltam idéias para o artigo e o recurso é malhar. Em geral, para cada erro existem pelo menos mil acertos.
Proponho o seguinte:
Trabalhando bem, expandindo meus horizontes e minha lista de clientes internacionais, terei o direito de comer caviar beluga, pois não sou trouxa e esta é a lei do mercado. Mesmo que tenha de reproduzir idéias com as quais não concordo e traduzir manuais de compressores, aturar revisões mal feitas, não me importarei, porque traduções são como filhos, criados para o mundo onde todas as coisas convivem em uma sinfonia de disparidades. Lutarei contra os biqueiros que denigrem a minha profissão e pedirei a São Jerônimo com Jota que afaste de mim a preguiça de levantar a bunda da cadeira para consultar o dicionário ou de pegar o telefone para ligar para um colega mais experiente. Não aceitarei trabalhos para os quais não me sinta capacitado nem serei o primeiro a afirmar que "não suporto ler livros em tradução" (mesmo se isso for verdade). Terei orgulho em ser uma betoneira de caracteres, pois sei, mesmo se o mundo ignora, que a argamassa que gira em minhas entranhas constrói as cidades do saber.
À bientôt,
EM
http://pombostrans.blogspot.com
[Sobre "A saída clássica"]
por
Enigmatic Mermaid
7/3/2002 às
08h36
200.227.144.44
Enigmatic Mermaid no Digestivo...
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Não exija tanto!
Caro Fabio,
Gostaria de fazer uma consideração sobre seu texto. Por que vc exige que as pessoas tenham a mesma visão/opinião que vc?
Em uma passagem, vc implica com as maneiras dos brasileiros. Certo, falta aos brasileiros, na maioria da vezes, um mínimo de educação. Mas por que encrencar com isso e dizer que seria uma razão para sair do país? Isso é elitismo. Não temos um padrão educional bom, à francesa; por isso, temos que compreender que as pessoas aqui o chamam de "tio" ou "ô", não sabem de Mozart,etc., como vc. A meu ver, vc deveria levar isso como uma vantagem sua, isso de ter boas maneiras. Há pessoas que notam isso em uma pessoa e apreciam a companhia de pessoas educadas.
Numa segunda passagem, vc quer que as pessoas tenham sua mesma opinião sobre a morte. Apesar de ninguém ter provado a existência de espíritos, diabo ou deus, por que alertar as pessoas que não tem vida após a morte? As pessoas têm suas fantasias, suas crenças, suas religiões. Acho que essa opinião está ligada ao grau de educação, de pragmatismo e racionalidade das pessoas, então, por que exigir que as pessoas tenham uma visão à Camus sobre a morte e corram como nunca para viver intensamente? Cada um pensa o que quiser sobre a morte.
[Sobre "ô ô"]
por
Helizander
21/1/2002 às
19h27
200.227.144.44
Helizander no Digestivo...
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Julio Daio Borges
Editor
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