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Segunda-feira,
13/5/2002
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NÃO NECESSARIAMENTE ...
Nem tanto ao mar, nem tanto à terra ... Um "professor de filosofia" que leia de um livro apenas a página da qual necessita para fundamentar uma tese inútil, é tão "não-humano" como o ginasta que não lê. Aliás, ninguém mandou seu ginasta manter o corpo e esquecer o espírito. Se ouvir de alguém que ele não é humano, a culpa é dele mesmo. Cito uma máxima bem batida do próprio Aristóteles ao qual você recorreu: "A virtude está no meio". Cultive o corpo, mas não esqueça do espírito! A pressa com que escrevo só permite-me lembrar de máximas conhecidas de todos, mas mantendo-me na Antiguidade, lembro os romanos: "mens sana in corporem sanum". Se eu acho que Aristóteles foi mais humano que eu? Acho que nem somos pessoas que possam ser comparadas, pobre de mim ... (rs). Esses problemas que você aponta, pelo menos por mim têm sido evitados, pois aproximo-me de uma pessoa por afinidade, não aleatoriamente. Mesmo assim, a decepção não é algo raro. Acho que você está misturando duas coisas: 1ª relações travadas com uma pessoa que não faz as mesmas coisas que nós. Nisso eu não vejo problema algum. Um advogado e uma bióloga podem relacionar-se perfeitamente. 2ª, que é o problema que acho ter sido apontado inicialmente, relacionarmo-nos com uma pessoa de nível intelectual inferior àquele em que nossa presunção nos coloca. Aí e outra coisa. Um leitor de Proust não se relacionará plenamente com uma leitora de Depark Chopra, e se insistirem, sofrerão inafastavelmente as penas da imprudência. Será apenas uma questão de tempo.
[Sobre "Quem Não Lê Não É Humano"]
por
Ricardo
13/5/2002 às
10h30
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(+) Ricardo no Digestivo...
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Julio Daio Borges
Editor
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