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Sexta-feira,
5/7/2002
Comentários
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Em favor do que
Usei o termo "minoria sem defesa” parodiando as várias minorias altamente defendidas pelas inumeráveis ongs, que por sua vez são altamente patrocinadas pelo reduzidíssimo número de cofres mundiais. Não estou dizendo que ninguém deva ajudar ninguém. Mas o fato de haver mais ONGS em defesa dos meninos de rua no Rio de Janeiro do que propriamente meninos de rua, conforme levantamento da Universidade de Minas Gerais, talvez possa esclarecer o que digo.
Ainda que as ONGS sejam o sinal de uma época de declínio do poder dos estados, eles também (quem tenha olhos que veja) cumprem o papel de desestabilizadores do próprio estado. Nesse sentido são globalistas e estão a favor, queiram ou não, saibam ou não, da nova ordem mundial. A paródia que usei foi para enfatizar a solidão de qualquer empreendimento intelectual. Incluindo a solidão financeira, principalmente quando as reflexões estão contra a maré.
Com relação a transcendentalidade da tradições eu reafirmo, mas não disse que não são culturais. Disse que a cultura é posterior. A cultura é consequencia e não causa das religiões. Um pouco de história nos mostra isso. O estudo comparado das religiões nos indica também uma tradição primordial berço dos mitos e dos símbolos, cuja estrutura está muito além dos estruturalismos sociológicos ou antropológicos. O reducionismo sociológico ou econômico e o relativismo cultural pretendem destruir a supremacia do fenômeno transcendental, do mistério, do segredo, do sagrado. Substituir o universal pelo internacional é uma das metas. Dessa pobreza o marxismo não fala, pois ele próprio participa desse parricídio.
Concordo que o volume de temas proposto resvala num nível perigoso de generalizações e que exige um nível intelectual brilhante. Não disse que o Felix tenha conseguido essa proeza, mas não pretendi julgá-lo por esse critério. Meu elogio foi por ter encontrado alguém que discute os mesmos problemas, que se inquieta pelas mesmas coisas, que tem a coragem de não parecer retrógrado, direitista, fdp ou sei lá o que mais.
Com relação a bibliografia devo desculpar-me, quis dizer REFERÊNCIAS em geral, com suas notas, etc. Não podemos negar-lhe um agradecimento por essa gentileza, que são as notas de roda-pé, ainda que não concorde com suas reflexões.
Que ele seja panfletário eu não concordo. Talvez seu artigo tenha a tônica dos panfletos, mas credito isso ao próprio objeto de sua reflexão, aliás ao nosso objeto de reflexão: a cadeia de relacionamentos entre os fenômenos culturais modernos. Não tenho dúvidas de que há um espécie de padrão entre os vários fenômenos culturais abordados. Difícil sintetizá-los, mas é necessário comentá-los, exercitar o intelecto para antever a unidade nesses vários aspectos da modernidade. Ainda que seja uma síntese fragmentária, característica própria da modernidade, mas que a cada dia observa-se uma linha mais clara entre esses vários fenômenos.
Por falar em bibliografia permita-me citar alguns: O Mundo Moderno, de René Guénon; A Nova Era e a Revolução Cultural, de Olavo de Carvalho, são livros importantes para esse tema.
De quem ele é a favor eu não posso responder por ele. Mas creio que a defesa foi em favor da racionalidade, da informação verdadeira, sem ideologismos.
[Sobre "Bantustões brasileiros"]
por
ronaldo
5/7/2002 às
07h04
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Minoria sem defesa
Helion, creio que você leu entrelinhas demais em meu comentário. Eu apenas fiquei entusiasmado com a oportunidade do artigo pois a situação atual pede tais intervensões.
Com relação as tradições se ancorarem em racionalidades eu discordo pois os fundamentos são trasncendentais e não culturas. A racionalidade é ai posterior, vem a título de comentário ou suporte as várias esferas da realidade. O cultural é posterior e a antropolgia e a sociologia chega bem depois do fenômeno espiritual ter fundado a civilização.
Não acho o artigo do Felix genérico. Há ótimas referências e com citações bibliográficas. Um artigo nem precisa ser tão específico assim. Não é um documento acadêmico (graças a Deus). Dizer que ele não foi racional pelo grau de generalização também é estranho. A generalização é inclusive uma das características da racionalidade. Ainda que tivesse sido genérico não foi falacioso, panfletário ou irresponsável.
Se ele representa uma minoria não o é por vontade própria. Hoje em dia quem consegue ter uma visão de mundo mais abrangente e profunda que a patrocinada pela mediocridade midiática já é minoria. E uma minoria sem ongs para defesa.
abraços
[Sobre "Bantustões brasileiros"]
por
RONALDO
4/7/2002 às
14h04
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Irracionalidades
Excelente artigo, boa pesquisa e muito oportuno em tempos de irracionalidade como o nosso.
A maioria da população "pensante" influenciada que está pela cultura moderna, revolucionária, desconstrucionista, reivindicatória, etc, terá forte aversão aos argumentos.
Na verdade, estou quase convencido de que os argumentos não têm mais força contra a maré revolucionária, contra a desinformação e a ignorância.
Os valores universais, as contribuições das várias tradições espirituais da humanidade estão sendo mumificadas por essa turba festiva.
Creio que uma nova fase de grande irracionalidade está surgindo, dos dois lados, pois toda ação provoca uma reação contrária. Ninguém estará preparado pra isso, a não ser os de cultura e formação intelectual e espiritual.
[Sobre "Bantustões brasileiros"]
por
ronaldo
4/7/2002 às
09h51
200.249.133.135
(+) ronaldo no Digestivo...
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Julio Daio Borges
Editor
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