COMENTÁRIOS
>>> Comentadores
Quarta-feira,
23/4/2008
Comentários
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Enquanto agoniza...
Luis, um ótimo texto, desapaixonado e, principalmente, objetivo. Já decretaram o fim do papel, do jornal, da literatura e até mesmo, ainda que implicitamente, dos escritores. Estas previsões não consideram os grandes mercados, que inicialmente antecipam estas transformações, não levam em conta a situação econômica do país, nem suas implicações e não resistem a uma comparação com eventos ou previsões semelhantes. As pautas seguem rumo a conclusão do articulista, como se o fato não determinasse qualquer juízo. Esta dinâmica é que, de maneira geral, prevalece, por indolência e vício. O jornalismo sim passa por uma revisão, a unilateralidade do veículo ainda que permeado por segmentação, não sustenta mais a sua relação com o leitor. A expressiva quantidade de leigos escrevendo artigos de opinião, confundindo matéria jornalística com a visão pessoal de um profissional sem o aparato técnico para o tema. Isto sim é uma crise, que há muito assola o jornalismo no Brasil.
[Sobre "Jornalismo em tempos instáveis"]
por
Carlos E. F. Oliveir
23/4/2008 às
15h40
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A guerra é dos jornalistas
Ainda não li a declaração de guerra dos blogueiros, mas já testemunhei a disposição belicista de alguns jornalistas, estou tentando saber onde se dará o conflito? Imaginei que aconteceria na internet e não sei se jornalistas que escrevem em blogs são invasores ou espiões, de qualquer lado. Depois dei uma espiada nas colunas de leitores dos jornais e então percebi a coerencia do diálogo que a internet tornou possível. O jornal envelheceu e está sem norte para se reinventar, a velocidade e interatividade que a internet oferece aponta para uma nova relação. Esta guerra é mais dos sectários que não conseguem contextualizar o fenômeno internet sem fazer uma afirmação absoluta. A vida e a história são dinâmicas e se constroem a cada minuto, toda definição é um conceito e também uma notícia velha, como esta idéia de guerra, uma alegoria limitada e uma figura anacrônica; típica de mentalidades dicotômicas que só enxergam bom e mau, ou certo e errado. Lisandro, ótimo texto, além de oportuno.
[Sobre "Blogueiros vs. Jornalistas? ROTFLOL (-:>"]
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Carlos E. F. Oliveir
23/4/2008 às
11h40
201.65.37.4
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A religião cultural
Verônica, um dos melhores textos da série. Didático, pontual, leve e vazio de conflitos. Um convite a reflexão com o vigor das constatações. Particularmente, apreciei o uso das referencias históricas e culturais como contraponto. Um texto leve e com um final confessional/quase laico. Adorei.
[Sobre "Religião prêt-à-porter"]
por
Carlos E. F. Oliveir
11/3/2008 às
09h45
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Paixão pelo leitor
Ana, gosto demais quando o seu assunto é o leitor, ainda que pela tangente. Meus livros registraram meu itinerário e a constituição das minhas vivências, tal como no seu caso.
Costumo oferecer meus livros lidos como presente para amigos, conservo muito pouco junto comigo. Já fiz duas doações significativas para bibliotecas de escolas onde estudei, mas deprimi; a escola não era a mesma e não tinha certeza que meus fragmentos seriam acolhidos e aproveitados, mesmo assim respirei fundo e segui. Pouco menos de um ano atrás dei um livro para uma amiga, acho que agi por impulso e ainda carrego um vago remorso por aquele Fitzgerald presenteado. Esta sensação de desprender-se de um bem com valor acima do real provoca um deslocamento que beira o passional e neste caso é bom demais ir as últimas conseqüências. Abraços.
[Sobre "Confissões de uma doadora de órgãos"]
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Carlos E. F. Oliveir
8/3/2008 às
17h51
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Da incerteza ao medo
O que a morte nos reserva? Quem poderá dizer? O homem aprendeu desde muito cedo a completar com qualquer coisa a ausência de informação. Assim como o desvendamento dos mecanismos naturais são chamados de invenção, descoberta e o patrimônio do empirismo de ciência. Governados pela incerteza, dentro de um ambiente natural, que em certas circunstâncias nos parece inóspito tememos e personificamos o temor num arquétipo de equilíbrio redentor. Cada cultura nomeou de forma diferente, associou a fenômenos esporádicos gerando uma falsa "consciência". Guga, sua abordagem está além do ateu e do agnóstico, não agride aos credos, apenas resiste como senso crítico diante das nossas incoerencias humanas. Clérigos são rufiões do medo.
[Sobre "Dançando com Shiva"]
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Carlos E. F. Oliveir
8/3/2008 às
15h32
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Intolerância
Para quem escrever? Para os massagistas de ego? Para mamãe e a titia? Os "mestres" dão pedradas e elas machucam? Ai, ai. O espaço público e as caixas de comentários não nos preserva de idiotas, nem de nossas próprias idiotices, todos somos um pouco. Livros ruins, leituras ruins... Não sei, imaginava um dialogo mais maduro a partir da sua abertura sobre Cesar Aira. Atacar o leitor, que comenta com a referência que tem, com a experiência do que vivenciou é grosseiro e beira a intolerância. Todos somos desejo e vontade antes de nos tornarmos potência. Imagino textos como este seu como uma náusea, uma fadiga por não colher o reconhecimento que se supunha devido. Escrever supõe coragem e ousadia. É estar exposto; pronto para todos os juízos. Quanto aos chatos, prefiro estes aos elogios cansados de resenhas cruzadas. Literatura só existe com leitor e respeito ao leitor, o resto é masturbação intelectual(?).
[Sobre "A literatura e seus efeitos"]
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Carlos E. F. Oliveir
2/3/2008 às
15h21
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O sorriso dos vilões
Guga, sempre vi este maniqueísmo como uma forma de conferir importância ao ordinário. Circunstâncias transformam o bom do predador no mau das feras, na maioria dos casos é uma situação empática. As virtudes do herói são os desejos do homem comum com um pouco menos de coragem. O herói é o alter ego do homem comum confinado na sua realidade monótona e ordinária. O herói é tão chato e previsível que muita gente já percebeu que sua porção verossímil se encontra no vilão. Rir é sobretudo esgarçar a cena até que não haja sentido, provocar o desequilíbrio do razoável. Rir é rir de si, na porção atingida por aquela ruptura da ordem montada, do inusitado, do exagero, tolos que somos... Os vilões como metáfora da própria gênesis ri de nós.
[Sobre "É, não ser vil, que pena"]
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Carlos E. F. Oliveir
15/2/2008 à
00h50
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Na estrada
Ana, seu texto trouxe de volta a sensação de me perder quando viajava. Explico: ia muito a um determinado lugar às vezes só, noutras na companhia de amigos e esta variável sempre fazia com que a viagem deixasse memórias muito diferentes em mim. Tinha gente chata, como as amigas que voce descreve, que pareciam querer o tempo todo estar em Miami, quando o máximo que podiam era estar ali. Então elas transformavam nossa viagem num inferno e as nossas opções, fossem quais fossem, numa situação menor do as que elas se permitiam viver. Nunca entendi aquelas pessoas, gostava delas como eram e o lugar que desejava estar era aquele, desejava outras coisas também, porém nunca permiti que o desejo perturbasse o prazer do presente que eu desfrutava. Hoje os que ainda mantêm contato comigo estão amargurados, emocionalmente instáveis e mais aprofundados nesta falta de referência, como se não soubessem em que ponto da estrada se desviaram do caminho. Seria este estado que aquela angústia antecipava?
[Sobre "Se um dia, uma culta viajante..."]
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Carlos E. F. Oliveir
8/2/2008 às
07h49
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Modelo hollywoodiano
Caso não houvesse o trabalho de forma ordinária e apartado do modelo proposto por Mencken, como você desenvolveria suas "habilidades"? O que resultaria do seu tempo livre? Seria talvez um produto ou mesmo um bem cultural que pudesse ser consumido? Qual atividade receberia o impacto de sua personalidade, o convívio social ou alguma coisa que fosse fruto de sua formação mais o segmento social em que você está inserido? Coloco as coisas assim porque me vi diante de uma idéia pronta, com proposições preconcebidas dentro de analogias de uma ferramenta de RH. Acredito que eu, você e as demais pessoas excedemos aos estereótipos esgarçados ao máximo pelo modelo do entretenimento hollywoodiano; decerto haverão excessões, então já não seriam pessoas, e sim padrões de comportamentos comicamente registrados pela própria indústria. Abraços.
[Sobre "Bem longe"]
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Carlos E. F. Oliveir
6/2/2008 à
01h18
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A boa educação
Às vezes leio livros, noutras freqüento escritores e há momentos nos quais sou levado pela curiosidade em um determinado tema; também já fui hipnotizado por um livro e fiz uma leitura vertiginosa. Esta de pontuar literatices em roda de "intelectuais" é uma modalidade inédita, ao menos para meus fins. Tem aí muito de depressão, de solidão... Acho que a prescrição deveria ser auto-ajuda e o livro do Pierre Bayard. Não sei dizer se leio pouco, mas até onde vou é com o que leio. Penso nos simpatizantes do Método Bayard confundindo leitura com etiqueta social. Mais um simulacro para o molde do homo atual.
[Sobre "Ah, essa falsa cultura..."]
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Carlos E. F. Oliveir
30/1/2008 às
23h34
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Livro ruim é livro ruim
O gosto é uma experiência particular que deriva da formação até a construção da personalidade, sempre sofisticada e complexa, daí cada um ter suas preferências. Delton, seu discurso nada tem a ver com literatura, é só uma retórica ideológica; e a literatura é só pano de fundo, como um oportuno e anacrônico Policarpo Quaresma. Todos devemos ler de tudo, senão ao menos tentar. No entanto, uns poucos serão eleitos modelares. Particularmente, gosto muito de Machado de Assis, mas sei que a sua leitura tem certos aspectos que não facilitam a atração de leitores em formação. Convenhamos que ler um panteão e não poder expressar o que realmente ele provocou é castrador e frustrante, logo a aceitação espontânea torna-se uma dificuldade em se tratando de Machado. Quanto ao valor dado à literatura nacional em seu comentário sobre os autores estrangeiros, fica um pouco complicado, porque livro ruim é ruim em qualquer idioma. Daniel um abraço e Delton leia um pouco do Salinger e do Burns.
[Sobre "Quem é Daniel Lopes"]
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Carlos E. F. Oliveir
30/1/2008 às
23h21
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Polaroid
Ana, um belo exercício de concisão. Gosto muito desta tua polaroid registrando impressões cotidianas e extraindo do ordinário um prenúncio de poesia. Estas "mínimas" nos situaram diante de mitos que nos revelam semelhanças e situações de reconhecimento, gosto do seu olhar atento ao que brota do cotidiano e fica registrado intensamente em nossas vivências. Penso sempre nestes pequenos episódios como a nossa conquista particular de identidade. Às vezes minha própria cidade se cansa de mim e se apresenta de modo a me confundir, e esta insegurança de não saber para onde ir é um estar vivo. Abraços.
[Sobre "Mínimas"]
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Carlos E. F. Oliveir
30/1/2008 às
22h58
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Miseravelmente humano
LEM, seu texto é um excelente contraponto para "Preconceitos", do Diogo Salles, mas a humanidade em seu estado natural, portanto selvagem, oculta ou sufoca seus estímulos primários. Criou-se o ambiente das premissas fundamentais, mas o humano traz em si porões e sótãos onde suas essências são preservadas. Criamos, então, talvez por contrato, um oásis de civilidade, uma educação elizabetana(?) e vivemos isto como um modelo. Abdicamos da liberdade no seu contexto radical e cultuamos a transgressão nas artes e nos símbolos da nossa herança estética. O ser humano é o grande predador, um lobo entre lobos e não reage diferente diante das disputas territoriais em qualquer dimensão. É possível construir uma analogia sobre poder e celebridade nos tempos atuais, então veremos uma pequena mostra dos valores de parcela expressiva do senso comum se vendendo de todos os modos, como nos matrimônios antigos, por um pouco mais de civilidade. A disputa é um ritual de reconhecimento.
[Sobre "Quais são os verdadeiros valores?"]
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Carlos E. F. Oliveir
29/1/2008 às
22h31
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O moral, o ilegal e o justo
Diogo, são apenas constatações acerca do nosso processo de formação, tal como legal tem apenas uma pretensão de justo e sem afirmação moral. Subterfúgios são as ficções que a sociedade de massa necessita para mascarar suas ilhas de privilégios. Então temos uma meritocracia messiânica com a sua ideologia sectaria e afirmativa para a construção da sua infra-estrutura de promoção social, que se diz justa tal um bilhete de loteria, premiado ou não. Aceito que se acredite nos dogmas do que hoje o senso comum entende como democracia, porém não vejo como apartá-lo de uma certa ingenuidade. O nicho intelectual é somente mais uma das janelas pela qual se apura a realidade, o equilíbrio que parece tão natural e frágil quando citado (falo aí da justiça, de quem faz as leis e como elas são feitas neste país), cai por terra quando despido de todo rito que nosso circo democrático revela: "farinha pouca, meu pirão primeiro". Um tema cheio de moralidade, um teor anacrônico que beira o surreal.
[Sobre "Preconceitos"]
por
Carlos E. F. Oliveir
17/1/2008 às
06h52
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Tambores e violinos
Gosto é uma questão de identidade. Talvez seja por isto que os laços se desenhem como em confrarias, o semelhante é afirmativo enquanto o conflitante agride e provoca inquietude. Esta diversidade saudável torna possível que todos os espectros possam ser difundidos e ter seus matizes explorados por inúmeras vertentes das correntes musicais. Particularmente, tenho a música como uma celebração privada que tem no meu percurso Benjor via Al Jarreau. Foi com esta liberdade que enveredei pelas minhas escolhas. Gosto de Keith Jarret e do Tim Maia apesar de não encontrar qualquer equivalência entre eles. Apesar da segmentação que define os generos tenho uma reverencia maior pela música que permanece além do seu autor, do seu tempo e se dissemina na razão e na paixão de quem nela se identifica. A citação do silêncio como uma vertigem moderna é certeira para a pobreza e formulação na construção da persona musical neste momento. Outro belo texto, com uma ironia fina, quase machadiana. Valeu, Guga.
[Sobre "Algumas notas dissonantes"]
por
Carlos E. F. Oliveir
17/1/2008 às
06h12
201.65.37.4
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Julio Daio Borges
Editor
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