COMENTÁRIOS
Sexta-feira,
17/5/2002
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De fato.
Condensei meu texto ao máximo por achar horrível ler em fonte tão pequena, em itálico, mas tudo que ganhei com isso foi uma horrenda desinterpretação. Sue, retorno-lhe sua pergunta: quanto conhece de mim pra dizer com tanta segurança que minhas posições são fruto de uma "corja politicamente correta"? Se não me engano, deriva isso de meu curto texto ali em cima. E para tecê-lo usei o mesmo método: falei sobre o texto que o Alexandre publicou. É muito claro, mesmo pelo título do texto, que a contraposição se dá entre o que mostram os filmes citados e os valores do Alexandre (que os define logo no começo, com o "falta Deus"). O declarado extremo da patologia social (mostrado nos filmes) contra os valores morais de uma Igreja conservadora não menos ao extremo - tanto que está próximo de se tornar piada (Campanha da CNBB contra a AIDS no carnaval: nada de preservativos, a solução é o celibato. Ora bolas, quem trancou o senso de realidade pra fora?). Foi essa oposição de extremos que ataquei, a "crença cega e inquestionada", tanto nos valores bíblicos quanto nos filmes. Quanto à impossibilidade da união civil estável de homossexuais (que cometi o erro de encurtar para "casamento" e deu no que deu), concordo com você quanto fala de termos biológicos. Termos psicológicos, é de se discutir: duas pessoas do mesmo sexo geralmente se entendem bem melhor que duas de sexo diferent. Já termos morais, bem, deixo em aberto por enquanto e pego outro ponto de seu texto, sobre "tratamento". Essa afirmação leva a crer que vê homossexualismo como doença, apesar da grande maioria de entidades médicas já terem abandonado essa idéia há tempos. Note-se, grande parte dos suicídios na juventude se dá porque o/a jovem em questão se descrobiu gay, mas no meio em que vivia isso era tratado como abominação, doença. Pergunto, então, o que é pior, moralmente: levar adolescentes ao suicídio, ou aceitar que parte da população é diferente? Note-se que homossexualismo já foi observado e documentado em outras espécies do reino animal: de quem é a "culpa", da sociedade ou da natureza? Voltando à (im)possibilidade da união estável, creio que vivemos em ambientes muito diferentes: conheço muitos homossexuais, nenhum é tão promíscuo quanto metade de meus amigos hetero; alguns têm relações impressionantemente duradouras. Ou seja, a visão que passa com a expressão "bicha velha que ninguém quer comer", de que ser gay é fazer sexo e ponto final, não leva em conta grande parte da questão. E contrapôr isso às famílias patriarcais... pipocas, Sue! O conceito de família com um chefe (homem) provedor, seus filhos e netos, foi mantido artificialmente por tempo demais (com mulheres aguentando caladas por anos o adultério de seus maridos, por exemplo). Sim, nessas condições tudo parece funcional, até o momento em que todos os males vêm à tona; você deve ter ofendido qualquer pessoa, homem ou mulher, que leu isso e tem o mínimo de consciência do papel feminino na sociedade. A idéia de núcleo familiar "eterno", patriarcal, está falida, e tudo mostra isso: número de divórcios, de casos de adultério, de mulheres que preferem criar seus filhos sozinhas. Não, decerto não digo que "a família acabou"; simplesmente não é mais tão estática e intocável quanto antes. Mas, enfim. Aborto. Casal de namorados é descuidado, ela engravida. Vá lá, é o caso do filme citado. São os culpados, por sua imprecaução: arquem com a conseqüência. Garota de 14 anos é estuprada pelo pai e engravida. Mulher casada, com família, é espancada, estuprada, e engravida. Além do trauma imediato do crime, a garota, a mulher, a família dela, as crianças, são obrigadas a carregar isso por toda a vida? "Não sei quem é meu pai, minha mãe foi estuprada e eu nasci." "Meu irmãozinho não parece comigo porque ele é filho de um cara que deve estar preso. Ah, ele que deixou essa cicatriz na mamãe." Como, diga-me, pode afirmar que tais ferimentos não podem ser fechados, que isso seria "assassinato"? A analogia da roleta russa não faz sentido: um feto, fruto de um crime, filho de um monstro, jamais terá o amor que tem uma mãe, uma esposa, um filho gerado de modo natural. Não queira condenar toda uma família à uma vida de memórias horrendas e sofrimento porque tal aborto seria "assassinato." Em todo caso, creio já termos dobrado o tamanho em Kbytes da página, então termino aqui, e peço desculpas aos olhos e à paciência de todos vocês que se arriscaram a ler esse texto enorme sem a mínima formatação nessa letra miúda em itálico. Abraços.
[Sobre "Regras da Morte"]
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Diego Rodeguero
17/5/2002 às
14h28
200.204.73.44
(+) Diego Rodeguero no Digestivo...
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Inteligência é nata?
Não podemos tirar os méritos de imigrantes que vieram aqui sem lenço e documento e conseguiram o que muita gente boa não conseguiu ainda, manterem seu sustento e da família, criando empregos com empresas que fundaram e que levantaram sózinhos sem ajuda de nenhuma entidade, claro que os tempos eram outros mas mesmo assim vieram de fora e construíram suas vidas. A leitura serve para ampliar os horizontes e não como fonte de inteligência, que muitas vezes já é nata, sei de casos de crianças que gostam de ler antes dos três anos e aprendem sózinhas sem interferência de adultos, eu conheço pelo menos um caso real. A leitura é fundamental para aprimorar a inteligência, ampliar horizontes de informações. Ouvi casos de gente do morro, humilde e que sem acesso a leitura tinha grau elevado do seu Q.I.
Quero deixar claro a importância da leitura, com certeza é fundamental, mas nada adianta cultura sem força de vontade de vencer, de criar, arriscar e inovar. A tal falada inteligência emocional. Falando nisso, vocês acham o Jô Soares inteligente? foi questionamento de um fórum que participei.
[Sobre "Quem Não Lê Não É Humano"]
por
Suely
17/5/2002 às
13h25
200.154.214.11
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Ops! Desculpe!
Desculpem, os dois, mas eu não estava conseguindo enviar a mensagem, acabei enviando duas vezes! Beijos da Sue.
[Sobre "Regras da Morte"]
por
Assunção Medeiros
17/5/2002 às
13h46
200.184.36.15
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Argumentos Absurdos
Caro Diego. Por favor, um minuto da sua atenção. Esquece um pouco o que a corja dos politicamente corretos enfiou na sua cabeça enquanto você dormia. Só escuta. Para começar, queria dizer que homossexuais não podem sequer ser um casal, no máximo um par. Não podem fazê-lo biologicamente, não podem fazê-lo psicologicamente, e não podem fazê-lo moralmente. Sabe quem me falou isso? Um dos meus melhores amigos, homossexual confesso. Como dois iguais podem se transformar num casal, magicamente? Isso não existe. E a regra da comunidade gay - a qual frequento por ter muitos amigos que pertencem a ela -é a seguinte: promiscuidade, hedonismo, solidão, solidão, terror da velhice, que significa a exclusão total, e muito mais solidão. Nunca fui a um lugar tão frenético e triste quanto uma boate gay, chegei a comentar com meus amigos gays, que sorriram compreensivos e disseram: triste, né? Agora me diz você: isso é caso para tratamento ou caso para legalização? Talvez fosse mais correto modificar nossas leis em relação ao patrimônio e à herança, e deixar por ai. CASAMENTO é um contrato feito diante de toda a sociedade para a formação de um núcleo familiar. O objetivo social e moral do casamento é a família, a continuação da sociedade. E isto eu estou dizendo sem colocar Deus no meio, porque você O considerou um argumento "insensato e incabível" (!!!), pois se eu o colocasse no meio, seria além de tudo isso um voto sagrado feito diante do Altíssimo, também obedecendo seus mandamentos de formar a família e continuar a espécie humana na terra. Onde entra o homossexualismo ai? Então, o casamento gay só pode ser errado mesmo. Quanto ao aborto, bom, aborto para qualquer pessoa que tenha uma ética qualquer é a possibilidade de assassinato. Discute-se se o feto já é humano ou não, então vamos colocar isso apenas como uma possibilidade. Mas a possibilidade de matar já é o suficiente, para mim, como obstáculo para que se faça algo. Você brinca de roleta russa com sua mãe ou namorada ou filha? Você sabe que há sempre a possibilidade da bala estar na agulha naquele momento, seria então você capaz de colocar a arma na cabeça de uma pessoa qualquer e apertar o gatilho? Eu não, e acho a "brincadeira" um terror e um desrespeito à vida. Também acho isso do aborto. E o que falta na vida das pessoas É Deus mesmo. As duas coisas, aborto e relacionamento homossexual, trazem à tona uma quantidade incrível de sofrimento e desamor. Deus, ao contrário, traz amor ao próximo e força para enfrentar as adversidades. Eu escolho a Deus, e sou constantemente recompensada por isto, por Ele. Agora, converse num bar gay com as ditas "Cacuras", as bichas velhas, que ninguém quer mais comer, e veja se são felizes. Inversamente, procure um patriarca de uma família bem formada,dentro dos valores de Deus, cercado por seus filhos e netos, e pergunte se ele é feliz. Ou então, nem pergunte, vá aos dois lugares e use seus olhos e sua sensibilidade. Uma última pergunta: quanto você conhece do Alexandre para falar com tanta segurança que a crença dele é cega e inquestionada? Acho que você é um pouco projetivo demais, joga nos outros o que pertence a você. Medite, querido, antes de atacar os outros assim. Um beijo da sua irmã em Cristo, Sue.
[Sobre "Regras da Morte"]
por
Assunção Medeiros
17/5/2002 às
13h42
200.184.36.15
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Vice-versa
Alexandre, seu texto é forte, mas usa argumentos absurdos, e pode facilmente ser voltado contra você. Por que considera o aborto e o casamento homossexual "errados"? A resposta já está em seu texto; aliás, o teor de todo ele fica óbvio no primeiro parágrafo, "O que falta ali é Deus na vida daquelas pessoas." Ora, se o objetivo é criticar certas posições sociais, que se faça com argumentos sensatos, cabíveis, e não pautando toda a dissertação sobre dois ou três filmes declaradamente feitos para expor as piores patologias da sociedade, combatendo-os com valores impostos pela Igreja. Por exemplo, conhece algum casal homossexual? Não me refiro a travestis prostituidos: tal vida é ruim com ou sem a homossexualidade. Pois bem, conhecendo alguns veria que "Tudo sobre minha mãe" não é a regra, e ser contra todos porque a exceção é desagradável não é nem lógico nem justo. Na base de tudo, portanto, só há um problema: crença cega e inquestionada, seja no cinema, seja nos valores determinados pela Igreja.
[Sobre "Regras da Morte"]
por
Diego Rodeguero
17/5/2002 às
11h33
200.204.73.44
(+) Diego Rodeguero no Digestivo...
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EM SUMA...
Que se leia! Independentemente da quantidade, mas com plena atenção à qualidade! Insisto que o desnível intelectual estraga qualquer relacionamento, mas não falei que a QUANTIDADE é fundamental. Eu mesmo, em algum ano, devo ter lido pouco, mas devido a minha mania de ler devagar, digerindo ... Leio hoje, e amanhã paro para observar algum fato real análogo ao lido. Livros não são as únicas fontes de cultura, mas são os que melhor nos preparam para apreciar as outras. Quem entenderia "A Última Noite de Boris Grushenko", de Woody Allen, sem ter lido antes meia dúzia de romances russos de época? O quanto não seria perdido do filme? Ainda, livros não são a única leitura, pois temos jornais, revistas, tanto as de público geral, como as especializadas (quando legíveis). Em suma: leia-se! Ouça-se boa música! Assista-se bons filmes! Ao teatro! Mas sempre movimentando o espirito, escapando à inércia intelectual! Tudo começa com a leitura, mas não se esgota nela.
[Sobre "Quem Não Lê Não É Humano"]
por
Ricardo
16/5/2002 às
09h43
200.191.12.253
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A Graça da Vida
Querido Alexandre, infelizmente estamos vivendo um momento histórico onde todos parecem rejeitar a Graça de Deus, como os judeus adorando Baal enquanto Moisés subia ao monte para buscar as Tábuas da Lei. O que me mete medo é o que acontecerá quando não Moisés mas Ele voltar e encontrar essa bagunça. Como diz a moça da novela que todo mundo está citando, "não vai ser brinquedo não!" Hoje parecemos todos lemingues que se encaminham frenéticos para o precipício. Quase ninguém quer dar meia volta. Me assusta demais. Um beijo da Sue
[Sobre "Regras da Morte"]
por
Assunção Medeiros
16/5/2002 às
09h34
200.184.36.40
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Meninos!
Evandro, só nos encontraremos se você frequentar o Seminário no Rio... mas se o fizer, já deve ter-me visto! Não costumo ficar apagada num canto! :o)Bom, eu continuo achando que ler é algo de EXTREMA importância na vida de qualquer um, mesmo que sejam livros de mistério bem chinfrins, para aqueles que ainda não têm o prazer de ler. Depois, aos poucos, descobrir que alguém que viveu centenas ou até milhares de anos antes de você sentia igual, amava igual, sofria igual, tinha o mesmo deslumbramento com o mundo,isso dá um brilho no olhar e uma força no sorriso que faz com que os seus iguais reconheçam você como um deles... E o mais importante, remetendo ao texto do meu General, liberta você do aqui-agora como nada mais consegue. Você está um instante na Grécia antiga com Ulisses, então voa correndo para a Idade Média e conversa com o monge Beda, o Venerável, e logo está sentado no colo do velhinho safado, Walt Whitman, usufruindo do prazer da companhia do OUTRO. Todo este mundo mágico só está à disposição de quem lê. Não é uma tragédia para aqueles que ficam restritos ao bom dia do porteiro e às manchetes de jornal? Também acho Ricardo, que os relacionamentos não são o lugar de fazer serões literários, mas não é para o outro que se lê, é para si. Evandro, nada contra sua menina, tenho certeza que ela é uma pessoa fantástica, mas eu sempre teria a incômoda sensação de que grande parte de mim se tornaria initeligível para o outro que não lê. Beijos da Sue
[Sobre "Quem Não Lê Não É Humano"]
por
Assunção Medeiros
16/5/2002 às
02h28
200.184.36.252
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RIDÍCULO ...
Escrevi um pedaço do comentário no espaço reservado ao título e esqueci de consertar. Sem contar os erros decorrentes da pressa.
[Sobre "Quem Não Lê Não É Humano"]
por
Ricardo
15/5/2002 às
17h38
200.227.233.125
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quanto maisQUANTO
Não falei que era para o casal transformar o relacionamento em um seminário literário. Apenas aponto como ideal que cada um leia o que puder, o quanto puder. O desnível intelectual causa transtorno e até constrangimento (contrabando de livros) conforme a Sue demonstrou com um exemplo. Aproveito para cobrir uma lacuna que deixei. É em relação ao comentário 30, do Toni. Ele entendeu ter eu dito que há diferentes vocações, devido à variedade de autores que citei. Nada disso, apenas falei que se não adianta colocar nas mãos dos operários citados leituras mais leves como A. Christie ou José de Alencar, QUANTO MAIS Homero, Descartes, etc ... Infelizmente, eles não têm base para ler nem os mais leves, nem os mais pesados. Talvez sejam merecedores de uma segunda chance, conforme falei simbolicamente no meu primeiro comentário. O porteiro do meu prédio, por exempo, teve depois de maduro a segunda chance de alfabetizar-se, e aproveitou. Escapou à geena. Já uma colega de profissão, toda pose, indignou-se porque comentei do lançamento de mais um livro do L. F. Veríssimo, o "Sexo na Cabeça". "Mas como! Você tem que se manter dentro da sua área! Não tem que ficar lendo essas coisas!" ... "Coisa" é ela ...
[Sobre "Quem Não Lê Não É Humano"]
por
Ricardo
15/5/2002 às
17h23
200.227.233.125
(+) Ricardo no Digestivo...
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Julio Daio Borges
Editor
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