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Quinta-feira,
1/8/2002
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Fofocas multiculturalistas
Guilherme, li, conforme aconselhado, o artigo de Olavo de Carvalho (“Do Marxismo Cultural”, fttp://www.olavodecarvalho.org/semana/06082002globo.htm). E nele, sinto dizer, não encontrei nenhum esclarecimento melhor do que os que você mesmo havia fornecido. O texto é espantosamente “achista” e não fundamentado, além de apelar a mexericos da Candinha do tipo afirmar que o “filósofo marxista Gyorgy Lukacs gostava de repartir a própria mulher com os interessados”. Não, é, francamente, uma afirmação a constar em um artigo sério sobre qualquer coisa. Se O de C. se acha perseguido pela imprensa esquerdista, que estaria boicotando seus textos, deveria então oferecer serviços a publicações tais como “Amiga” ou “Caras”, que certamente não lhe negariam espaço./// O segundo marxista citado na polêmica sobre multiculturalismo, a “cabeça notável” Felix Weil, eu desconhecia, e não me incomodo em dizer isso uma vez que não tenho a pretensão de entender sobre tudo e todos. Fui pesquisar a respeito na internet e não encontrei, em português, nenhuma referência cruzada entre “Felix Weil” e “multiculturalismo”, e apenas uma em inglês, uma serie de artigos de F.C. Blahut curiosamente intitulada “Cultural Comunism” (www.americanfreepress.net/Cultcommsup.pdf), o que me remeteu de imediato ao título do artigo de Carvalho./// O restante do artigo deste último consta de superficialidades sobre outros filósofos, intercaladas a referências a “cérebros marxistas anormais”, “charlatanices”, “dogmas macabros”, “conteúdos perversos” etc. Em respeito à forma civilizada como o debate vem se travando neste espaço, acho que nem vale a pena nos basearmos em panfletos como esse. Continuo, pois, aguardando uma justificativa consistente para a associação entre multiculturalismo e luta de classes.
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Helion
1/8/2002 às
14h15
200.154.217.103
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Intolerâncias
Olá. Guilherme. Continuo não concordando que o apelo à tolerância cultural seja necessariamente um disfarce da intolerância e da luta de classes. Como também não acho, por outro lado, que o apelo à intolerância traga um chamamento à concórdia. Acredito que é necessário examinar o que as propostas de multiculturalismo propõem concretamente em termos de políticas. Por isso acho que a associação feita por esse autor citado – Fred Reed – não significa nada, nos termos “abstratos” que ele a enuncia. Por sinal, não encontrei o artigo de Reed no “Indivíduo”, portanto agradeceria se você me enviasse o link.///
Quanto à “alta cultura” ser ou não dominante, acredito que você se refira à chamada cultura erudita, certo? Pois bem, não concordo que ela seja apenas a expressão dos dominadores, acho que é uma aquisição universal e que deveria estar acessível a todos. /// também não acho que ela seja “intrinsecamente melhor” que qualquer outra, até pela carência de “padrões intrínsecos” que me autorizem a afirmar isso. Para ficar com seu exemplo, o samba “diz” perfeitamente sobre aquilo a que se propõe, nem mais nem menos do que a cultura erudita é capaz de fazer. Mas isso é uma longa – e já antiga – conversa. Meu objetivo é basicamente discordar da associação mecânica entre respeito à diversidade cultural, tolerância cultural, multiculturalismo... e luta de classes. Trata-se de uma associação simplista e, a meu ver, não justificada. A menos que a leitura de Fred Reed me convença do contrário.
[Sobre "O pensamento biônico"]
por
Helion
1/8/2002 às
13h55
200.154.217.103
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Coisa de Chefe
humanenochum: é a organização dos homens
que não falam mal de mulher: tento me controlar, acredito que falta pouco para eu conseguir o intento. Gosto da criação de Nei Lopes nas parcerias com Wilson Moreira, fora isto dificilmente me sensibiliza, no cd de Cláudio Jorge são duas as parcerias com Nei Lopes em "Estrela Cadente" e "Coco Sacudido", que são músicas legais, as temáticas de Nei Lopes que não me tocam são as que relatam o modus operandis ou exaltam a espertezas da malandragem em seus sambas de breque.
[Sobre "Ecos Musicais"]
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Waldemar Pavan
31/7/2002 às
23h27
200.183.99.178
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Texto ótimo, como sempre!
Caro Alexandre, eu sou igualmente sensível aos altos e baixos dos personagens de ficção; sofro com eles, fico irritado, indignado, alegre, tristíssimo e, quando algum deles (no grupo dos mais chegados) comete a suprema indelicadeza de morrer... ah, ponho-me de luto, claro. Adorei todo o texto, Alexandre. Também li as 'Confissões de Santo Agostinho' e fiquei meio deprimido, "confesso". Quanto ao trôpego andar das modelos, ele se deve também ao que chamam de 'distúrbio motor dos membros inferiores' no estágio avançado da anorexia nervosa ou da bulimia crônica. Pode reparar, nos shoppings da vida, que muitas garotas com pernas de "Palitos Gina" têm dificuldades para caminhar e seus passos claudicantes se assemelham aos daquela atleta burra (não me lembro do nome) que ficou famosa por chegar ao fim de uma maratona parecendo o corcunda de Notre Dame depois do linchamento. E o povo ainda apludiu aquele ato de pura imbecilidade e desrespeito aos limites do próprio corpo. Alexandre, parabéns pelo texto, e obrigado pela dica dos óculos! Quem é miope, como nós, tem a alternativa de recriar visualmente o mundo. Abração! / Dennis
[Sobre "Amando quem não existe"]
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Dennis
31/7/2002 às
18h59
200.158.234.37
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Coisa de Chefe
Eu tenho esses dois cds Waldemar...na verdade o do Riachão um amigo me mandou de presente a cópia, já que nunca vi para vender aqui em Ribeirão (Waldemar, você é ou não é humanenochum??;-))...o do Cláudio é um excelente cd de sambas, tem parcerias inesperadamente boas com o, pasme, Ivan Lins, com o admirável Wilson das Neves, que canta no cd, com o João Nogueira e também com o, não muito estimado por você, Nei Lopes...gostaria que você ouvisse com carinho a parceria dos dois, para mim é um grande momento do cd e da carreira de ambos...me conte depois. Você não acha que a voz do Cláudio lembra em alguns momentos a voz do Francis Hime??? Ou delirei??
Abs
ROmulo
Ps: só acho o nome desse cd, Coisa de Chefe, absolutamente sem graça;-))como eles dizem no Grammy?? Things from the boss???;-))
[Sobre "Ecos Musicais"]
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Romulo
31/7/2002 às
16h16
200.205.212.139
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diferente do que acontece
Bom, eu não vou comentar o texto especificamente, mas sim parabenizar você Julio pela iniciativa do site de uma maneira geral. É, realmente, uma maneira de discutir e pensar de um modo não superficial, diferente do que acontece na maioria das coisas da atualidade.
[Sobre "Digestivo nº 92"]
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Fernanda Falcão de B
31/7/2002 às
14h58
200.204.104.213
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Cumprimentos e respeitos
Prezado Girón
Cumprimentos e respeitos profundos pelo seu determinado trabalho de Jornalismo Cultural.
Gostaria de contatar-lhe por mail ou telefone, como faço ?
Favor retornar.
Abracos
Sylvio Band
[Sobre "Tinhorão desvenda origem da música urbana"]
por
Sylvio Band
31/7/2002 às
11h27
200.204.108.91
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Caro Waldemar,
Suas indicações tornaram minhas aquisições de cds mais seletivas e seus comentários abriram novas fronteiras musicais. Celso Fonseca & Ronaldo Bastos compositores/arranjadores constituem um exemplo da nova musicalidade na cenário musical brasileiro. Devo essa descoberta a comentários/indicações suas. Espero novos comentários seus com a precisão que o identifica. Abraços do amigo Gil
[Sobre "Ecos Musicais"]
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Gil Fernandes de Sá
31/7/2002 às
02h08
200.164.134.185
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A Dor Da Gente Não Sai No Jorn
Selecionei de seu texto : "E, paradoxalmente, ao quantificar perdemos a dimensão da catástrofe, da dor, da perda, das conseqüências, isto é, do significado real".
Este paragráfo me remeteu a um Samba de Chico Buarque, 'Notícia de Jornal' que bem define a frivolidade da notícia jornalistica resumida na frase 'A Dor Da Gente Não Sai No Jornal':
Tentou contra a existência no humilde barracão
Joana de tal, por causa de um tal João
Depois de medicada, retirou-se pro seu lar
Aí a notícia carece de exatidão
O lar não mais existe, ninguém volta ao que acabou
Joana é mais uma mulata triste que errou
Errou na dose
Errou no amor
Joana errou de João
Ninguém notou
Ninguém morou
Na dor que era seu mal
A dor da gente não sai no jornal
Sou seu vizinho virtual do andar de cima na barra de rolagem 'colunistas' escrevendo sobre música que ouço invariavelmente no último volume, se estiver fazendo muito barulho me avise, na real moro em prédio e meu vizinho de andar abaixo adora minhas seleções musicais, o do andar acima é aquele que tem cara, olhar e andar de rã e vive pedindo para que o porteiro me interfone para abaixar o som. Prazer em conhecê-la, vizinha andar abaixo.
[Sobre "Fantásticos e Malditos"]
por
Waldemar Pavan
31/7/2002 à
01h40
200.183.99.178
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(Quase) Tudo de Bom
ROmulo, também estou surpreso. Entre o tempo de escrever os comentários e enviá-los surgiu um fato novo e penso que vai ajudá-lo a ficar mais motivado a descolar seu exemplar de "Pé do Meu Samba" de Mart'nália, seguinte: um dos grandes momentos do disco é o Samba 'Novos Tempos'- uma das mais belas canções que fala da esperança do novo amor - de autoria de Cláudio Jorge, que foi, neste intervalo de tempo escrever/enviar texto, anunciado concorrente ao Grammy Latino na categoria melhor álbum Samba / Pagode por seu disco "Coisa de Chefe". O Grammy é um prêmio até meio combalidinho e 'Coisa de Chefe" do compositor/intérprete/violonista/arranjador Cláudio Jorge mereceria prêmios de maior credibilidade se houvessem, não existindo fico pra lá de contente que o trabalho de Cláudio Jorge tenha sido lembrado como um dos melhores discos de Samba. Ainda na categoria Samba / Pagode outra indicação me lotou de alegria: Humanenochum de Riachão, ensandecido compositor/intérprete, baiano e octagenário, que só recentemente teve seu talento divulgado para o mundo do disco por Caetano Veloso/Gilberto Gil em "Cada Macaco no Seu Galho" e Cássia Eller em 'Vá Morar Com O Diabo', finalmente toda a refrescante loucura de Riachão em um disco só seu,nem dá para acreditar, bem, quase todo seu se descontarmos as participações estreladas de Caetano Veloso, Tom Zé, Dona Ivone Lara, Clarindo Silva, Carlinhos Brown, Armandinho e mais uma pá. Para terminar duas noticias, as duas boas, vou começar pela boa: a belissima composição 'Novos Tempos' que Mart'nália interpreta no cd "Pé do Meu Samba" também consta do cd 'Coisa de Chefe' de Cláudio Jorge, a segundo boa noticia é que tanto o cd de Riachão (Sony) quanto o de Cláudio Jorge (Sony) não são aqueles cd's que custam 30 paus cada, ando, nestes tempos de grana miada, detestando cd's caros, estes de Claudio Jorge e Riachão voce encontra custando entre R$16 e R$18, tarefa um tanto quanto ingrata é encontrá-los, estou me referindo à dificuldade em encontrar seus discos no próprio torrão natal dos artistas - Brasil - não nos EUA palco do prêmio Grammy, pôxa, esta é uma péssima noticia. Impressionante, Riachão/Cláudio Jorge acabam de serem indicados para concorrer a um prêmio internacional pelo reconhecimento da qualidade musical de seus trabalhos fonográficos e menos de um ano depois de terem sido lançados voce dificilmente encontra os cd's em bancas, em 2019 serão objeto de veneração e suprema cobiça, anote por que é com discos deste quilate que exibiremos orgulhosamente às gerações futuras que os artistas de nosso tempo foram maravilhosamente criativos a despeito da corrente que inadequadamente prega o marasmo de nossos compositores e intérpretes.
[Sobre "Ecos Musicais"]
por
Waldemar Pavan
30/7/2002 às
23h35
200.183.99.178
(+) Waldemar Pavan no Digestivo...
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Julio Daio Borges
Editor
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