Quando dois filhos do Francis | Flamarion Daia Júnio

busca | avançada
74965 visitas/dia
1,9 milhão/mês
Mais Recentes
>>> Hospital Geral do Grajaú recebe orquestra em iniciativa da Associação Paulista de Medicina
>>> Beto Marden estreia solo de teatro musical inspirado em Renato Russo
>>> Tendal da Lapa recebe show de lançamento de 'Tanto', de Laylah Arruda
>>> Pimp My Carroça realiza bazar de economia circular e mudança de Galpão
>>> Circuito Contemporâneo de Juliana Mônaco
* clique para encaminhar
Mais Recentes
>>> Do lumpemproletariado ao jet set almofadinha...
>>> A Espada da Justiça, de Kleiton Ferreira
>>> Left Lovers, de Pedro Castilho: poesia-melancolia
>>> Por que não perguntei antes ao CatPt?
>>> Marcelo Mirisola e o açougue virtual do Tinder
>>> A pulsão Oblómov
>>> O Big Brother e a legião de Trumans
>>> Garganta profunda_Dusty Springfield
>>> Susan Sontag em carne e osso
>>> Todas as artes: Jardel Dias Cavalcanti
Colunistas
Últimos Posts
>>> Lisboa, Mendes e Pessôa (2024)
>>> Michael Sandel sobre a vitória de Trump (2024)
>>> All-In sobre a vitória de Trump (2024)
>>> Henrique Meirelles conta sua história (2024)
>>> Mustafa Suleyman e Reid Hoffman sobre A.I. (2024)
>>> Masayoshi Son sobre inteligência artificial
>>> David Vélez, do Nubank (2024)
>>> Jordi Savall e a Sétima de Beethoven
>>> Alfredo Soares, do G4
>>> Horowitz na Casa Branca (1978)
Últimos Posts
>>> Escritor resgata a história da Cultura Popular
>>> Arte Urbana ganha guia prático na Amazon
>>> E-books para driblar a ansiedade e a solidão
>>> Livro mostra o poder e a beleza do Sagrado
>>> Conheça os mistérios que envolvem a arte tumular
>>> Ideias em Ação: guia impulsiona potencial criativo
>>> Arteterapia: livro inédito inspira autocuidado
>>> Conheça as principais teorias sociológicas
>>> "Fanzine: A Voz do Underground" chega na Amazon
>>> E-books trazem uso das IAs no teatro e na educação
Blogueiros
Mais Recentes
>>> As religiões do Rio e do Brasil
>>> A Esfinge do Rock
>>> Carona na Rede
>>> De cima da goiabeira
>>> Jimi Hendrix encontra o Deep Purple
>>> Internet & Ensino, de Júlio César Araújo
>>> Laymert politizando novas tecnologias
>>> Quem sabe eu ainda sou uma garotinha
>>> Gabeira sobre os protestos
>>> A Symphonia da Metropole
Mais Recentes
>>> Comporte-se Como Uma Dama, Pense Como Um Homem de Steve Harvey pela Ediouro (2010)
>>> Guia De Negociação Para Mulheres de Leslie Whitaker E Elizabeth Austin pela Sextante (2002)
>>> Freud Explica A Dois de Alberto Goldin pela Rocco (2010)
>>> O Vendedor De Sonhos. E A Revolução Dos Anónimos de Augusto Cury pela Academia De Inteligência (2009)
>>> Atlas Do Amor: Tres Jovens E Uma Pequena Suspresa de Laurie Frankel pela Paralela (2012)
>>> E Tudo Tao Simples de Danuza Leão pela Agir (2011)
>>> Nao Espere Pelo Epitafio. . . Provocacoes Filosoficas de Mario Sergio Cortella pela Vozes (2010)
>>> Boniteza de um Sonho: Ensinar-E-Aprender com Sentido de Moacir Gadotti pela Wtc (2007)
>>> Descobrindo A Alegria De Viver: Um Guia De Meditação de Salle Merrill Redfield pela Sextante (2000)
>>> Propedêutica Cardiológica Bases Fisiopatológicas de Luís Gastão C. - Fulvio J. - João Tranchesi pela Guanabara Koogan (1977)
>>> Para uma Sociologia dos Intelectuais Revolucionários de Michael Lowy pela Lech Livraria (1979)
>>> Treinando A Emocao Para Ser Feliz de Augusto Cury pela Academia De Inteligencia (2007)
>>> Analise Da Inteligencia De Cristo 1: O Mestre Dos Mestres de Augusto Cury pela Sextante (2006)
>>> Gastroenterologia de Rubens Xavier Guimarães - Moacyr Pádua Vilela pela Sarvier (1979)
>>> Fazendo As Malas de Danuza Leao pela Companhia Das Letras (2008)
>>> Lolita (capa dura) de Vladimir Nabokov pela O Globo (2003)
>>> Timeu e Crítias ou a Atlântida de Platão pela Hemus
>>> De Malas Prontas de Danuza Leao pela Companhia Das Letras (2009)
>>> Conquistando A Liberdade Interior de Pe. Adriano Zandona pela Planeta (2015)
>>> Crítica da Razão Prática de Immanuel Kant pela Lafonte (2018)
>>> Química Inorgânica: um Novo Texto Conciso de Lee pela Edgard Blücher (1980)
>>> A Dúvida de Vilém Flusser pela É Realizações Editora (2018)
>>> O Banquete De Psique - Imaginação, Cultura e Psicologia da Alimentação de Gustavo Barcellos pela Vozes (2017)
>>> Que Encontrei Do Outro Lado Da Vida (o) de Vera pela Petit (2016)
>>> Experiencia Etnografica, A: Antropologia E Literatura No Seculo Xx de James Clifford pela Ufrj (2011)
COMENTÁRIOS

Sábado, 23/11/2002
Comentários
Leitores

Quando dois filhos do Francis
Quando dois filhos de Francis se encontram Passemos agora ao artigo do senhor Alexandre Soares Silva. Escrevi muito, para ver se aparece alguma coisa boa. "Quando Paulo Francis passou da esquerda para a direita, fez com que toda a inteligência brasileira viesse com ele." Uma boa frase. Não sei o que o senhor Alexandre Soares Silva quis dizer com isso mas é uma boa frase. Errada. Nem toda a inteligência estava com Paulo Francis na esquerda nem toda a inteligência de esquerda seguiu Paulo Francis. E que história é essa dele ter passado para a esquerda? Ele morreu social-democrata, darwinista, anti-olicarga, sem entusiasmo pela democracia representativa mas também sem poder imaginar nada melhor, admirador de Galbraith, de Keynes, de Bertrand Russell... Isso é ser direita? Bom, continuemos: "Há pessoas inteligentes na esquerda, eu sei (ou imagino). Mas são todas pessoas de cinqüenta, sessenta anos. Qualquer pessoa inteligente que tenha lido Paulo Francis na adolescência veio com ele para o lado liberal da força." Aí o senhor Alexandre Soares Silva define melhor o que ele entende por direita, O QUE ESTÁ LONGE DE SER UM CONSENSO: o "lado liberal". Em economia? Não exatamente, acreditar que o capitalismo é o único sistema viável não quer dizer acreditar no liberalismo. Temos o exemplo de Keynes, etc. Paulo Francis detestava o planejamento estatal, é verdade. Mas ele não tinha o entusiasmo louco pelo capitalismo, apenas aceitou este como um mal menor. Inclusive detestava os efeitos culturais da cultura de propaganda do capitalismo. Acho que ele preferia o feudalismo ( chegou a elogiar a escravidão ), mas sabendo que isso é inviável, a volta ao feudalismo, então, vá lá, ele aceita o capitalismo. "É o caso de todos os blogueiros com algum talento. Todos, todos. Foram todos influenciados por Paulo Francis quando tinham dezesseis, dezessete anos – ou alguma outra idade igualmente influenciável. Em alguns casos a influência é evidente, em outros não – mas são todos filhos de Francis. Fábio Danesi é capaz de citar vários trechos escritos pelo Paulo Fancis, de cor. Rafael Azevedo sempre relê seus recortes do Estado de S.Paulo, e sustenta, contra a opinião de Daniel Piza, que late Francis (Nova Iorque) é melhor que early Francis (Ipanema)." Meu blog favorito é o perplexos, do Martim Vasques da Cunha, do Evandro Ferreira, e etc. Talvez tenha influência do Paulo Francis, em alguns membros, mas, tomando por base o senhor Martim Vasques da Cunha, ( digamos, por hipótese, que ele seja representativo ), posso dizer que: a) um é católico, outro era ateu; b) um detesta Freud, outro era admirador de Freud; c) um chorou a vitória do PT, o outro choraria de rir com a vitória do PT; d) um é escrupuloso com as informações, o outro era leviano com as informações; e) um deseja o capitalismo com entusiasmo, o outro aceitava o capitalismo como um mal menor; f) um acredita que a ameaça comunista foi o fator decisivo para o contragolpe ( como eu chamo ) de 1964, o outro acreditava que o fator decisivo foi o ressentimento de uma classe média liberal, soberba e snobe; g) um vê Nietzche com reservas, o outro considerava Niestzche um dos maiores filósofos da história; h) um considera Sartre um mistificador, o outro admirava, ainda que com restrições, Sartre; i) não sei o que o senhor Martim Vasques da Cunha pensa de Bertrand Russell, mas tenho a impressão que ele tampouco concordava com Paulo Francis, que chamava Russell "Gênio sem restrições"; j) um nunca escreveria um ensaio sobre Raymond Chandler, e o outro nunca escreveria um ensaio sobre Tolkein; k) Não acredito que o senhor Martim Vasques da Cunha tenha algum apreço pela obra de Ferreira Goulart, ou Vinícius de Morais, ao contrário de Paulo Francis; l) Paulo Francis nunca cursaria um curso de jornalismo; m) Paulo Francis nunca escreveria sobre rock, a não ser para lamentar; n) Paulo Francis nunca escreveria um ensaio sobre algum cineasta, a não ser Glauber Rocha ( poderia escrever artigos, sobre Babenco, e que fim levou Hector Babenco, por falar nisso? ); o) Paulo Francis admirava Jorge Amado, e nem Martim Vasques da Cunha nem nenhum blogueiro, que eu saiba ( verdade que não conheço muitos ), sente algum tipo de apreço por Jorge Amado; p) Paulo Francis se lembrava do tempo em que o Rio era a capital e vivia malhando Brasília, e nenhum blogueiro, que eu saiba, ( repito que não conheço etc. ... ) tem alguma coisa a dizer quanto ao fato da capital ser Brasília; q) Paulo Francis detestava a internet, e também os computadores em geral; r) o Paulo Francis não acreditava que valesse a pena brigar com um amigo por causa de política, embora no fim da vida tenha aberto uma exceção para atacar Antônio Huaiss ( mas neste caso Huaiss passou dos limites, querendo ganhar fama e fortuna a custas de regimes marxistas que oprimiam os povos de Angola e Moçambique, bem como a custas da tolice brasileira ); s) o Paulo Francis achava o terrorismo de Maringhella e outros um mero pretexto para o AI-5, os "blogueiros" que conheço, os que pensam no assunto, acham que foi o motivo decisivo; t) Paulo Francis admirava, com restrições, o Marxismo, sobretudo sua explicação materialista para o comportamento humano, e os blogueiros que conheço rejeitam toda a filosofia marxista, mas principalmente esse aspecto; u) Paulo Francis adorava Bossa Nova, e achava Chico Buarque um bom poeta, enquanto nenhum blogueiro que conheço tem algum apreço pela MPB, em nenhuma de suas fases; v) Paulo Francis era matreiro na escolha de seus adversários: quando o adversário era fraco, ele caia com tudo em cima da pessoa, quando era forte, ele fingia levar na brincadeira, fingia ignorar... já os "blogueiros", quanto mais consagrado e articulado for o adversário, mais corajosamente o atacam ( isso não quer dizer que sejam um bando de Dons Quixotes não. Acho que se trata de uma estratégia para ganhar fama. Por mim, acho isso perfeitamente legitimo ) w) Paulo Francis achava o cinema uma boa diversão, o Martim Vasques da Cunha e outros acham o cinema "a sétima arte" ( e quanto a mim, acho que quem faz um bom site ou um bom blog é muito mais artista que qualquer diretor de cinema. O Evandro Ferreira, para mim, pelo trabalho dele em "Outonos", é mais artista que Alfred Hitchicock ). y) Paulo Francis, embora soubesse e divulgasse de vez em quando que Cuba era um desastre, achava que apesar de tudo Fidel Castro era bom para os cubanos, o tipo de gente que cubano é... ( aliás, a social-democracia do primeiro mundo, a que pertencia Paulo Francis, é profundamente racista. Não é agressiva mas é racista. Eles detestavam e festejaram a queda do comunismo na Europa Oriental, mas para a América latina, África e Ásia, comunismo é bom, segundo eles. Não acreditam que os subdesenvolvidos tenham condições genéticas de viver sob um regime democrático e capitalista, essa é que é a verdade. Não sei se eles estão errados... ), enquanto todos os bloqueiros que eu conheço, o que inclui alguns de esquerda, acham o marxismo-leninismo de Fidel Castro uma maldição, sem nada de positivo; e z) Paulo Francis era bem pornográfico. Duvido que um dia eu leia um palavrão em Martim Vasques da Cunha, ou em qualquer blogueiro do "perplexos", a não ser talvez em algum conto, quando se trata de criar uma linguagem que caracterize um personagem, ou uma situação. Seria bem diferente do Francis, que gostava de palavrões para tudo, principalmente piadas e trocadilhos. Na verdade, há alguma semelhança sim, e muitas diferenças ( lembrando sempre que não conheço todos os blogueiros, afinal de contas! ). Para dizer que foram influenciados seria preciso dizer com todas as letras: o que fulano faz seria diferente, se não fosse a influência de Paulo Francis - e isso não se pode dizer no caso de Martim Vasques da Cunha ou de Evandro Ferreira, pelo menos. Pode-se afirmar que há afinidades, influência não. "Todos eles, em algum momento ou outro, se declararam publicamente anti-Lula." E isso é ser influenciado pelo Paulo Francis? Pobre juventude, se precisa de Paulo Francis ou de quem quer que seja para saber que o senhor Luiz Inácio Lula da Silva é péssimo! E eu sou insuspeito para falar, porque votei no senhor Luiz Inácio Lula da Silva. E fiz isso por achar que se ele será um mal presidente, o senhor José Serra seria pior ainda. "Mas é realmente difícil apontar um só blogueiro inteligente que seja de esquerda. Por este simples motivo: se era jovem quando Francis escrevia na Folha ou no Estado, só a burrice pode ter feito com que escapasse da influência dele. Devia ser um daqueles que ridicularizavam o modo com que Francis falava na Globo (o último exemplo de dicção aristocrática no Brasil, substituída pela perfeita dicção das classes esforçadas). Devia ter preguiça de passar da terceira linha de qualquer texto de Paulo Francis. Um burro. Perdão, não há outra palavra: um burro. É como ter sido jovem em Nova Iorque nos anos 20, e não gostar de Mencken, e continuar batista e anti-evolucionista." Bem, e o que o senhor Alexandre Soares Silva entende por esquerda? Um leitor fiel do Paulo Francis pode muito bem acreditar que implantar o capitalismo é única maneira para desenvolver um país, mas uma vez desenvolvido é hora de partir para a social-democracia. Que fazer concessões para atrair o capital estrangeiro é melhor que criar uma estatal, em muitos casos. Que se deve haver plena liberdade sexual. Que as drogas devem ser legalizadas. Que os homossexuais têm todo o direito a terem o sexo que quiserem e até o de casarem, mas não o de incomodar os outros. Que a Igreja deve se modernizar, sem abdicar de suas crenças essenciais. Que não se deve haver nenhum tipo de censura à arte, e que se o preço a pagar for o dilúvio de pornografia que assistimos, ainda assim é o mal menor. Que o voto não deve ser obrigatório. Que a ciência é necessariamente incompatível com qualquer idéia de religião, principalmente o cristianismo. Que uma ditadora seria uma boa opção para o Brasil, se o ditador alimentar o povo. Tudo isso pode muito bem se conciliar com a esquerda. Na verdade, não há nada no parágrafo acima que seja realmente incompatível com o programa do PT, para estas ultimas eleições, pelo menos. A dicção do Paulo Francis, para mim, sempre foi uma excentricidade dele, não vejo nada de especial. "Veja mesmo o caso do Digestivo. Leitores já reclamaram muitas vezes contra o que parece ser uma "ideologia" deste site: seríamos todos de direita. Isso já foi mais verdade do que é agora, mas façamos a concessão – digamos que sim, é um site de direita. Resta saber o motivo disso. É porque o editor recusa a entrada de qualquer um que seja de esquerda? Não – quando eu entrei, em nenhum momento ele perguntou qual a minha opinião política. Nem perguntou a ninguém. Coincidentemente, os colunistas eram anti-petistas, quase todos. Ou melhor, não coincidentemente – não, não há nada de coincidência nisso - mas pelo simples motivo de que é quase impossível encontrar pessoas de esquerda, com vinte e poucos anos, que escrevam bem. Eis tudo." Os colunistas deviam ser mais anti-petistas que anti-outros-partidos, eu creio. Eu não gosto muito do PT, na verdade, mas isso não quer dizer que eu ache que os outros partidos sejam melhores. O senhor Luiz Inácio Lula da Silva, eu imagino, e posso muito bem estar errado, vai querer governar como um funcionário público: o funcionário público não quer revolução. Quer ficar na vida mansa, só que ganhando um aumento de vez em quando. Se precisar trabalhar para mostrar serviço e não ser demitido ( "exonerado", como gostam de dizer ), faz isso, mas só se precisar mesmo... Bom, o problema é que se o funcionário público trabalha pouco e quer ganhar muito, é preciso tirar dinheiro de algum lugar. De onde o senhor Luiz Inácio Lula da Silva vai tirar o dinheiro? "Esta é uma fase de ouro, na verdade, de escritores de oposição anti-Lula." De oposição à moda, ao poder vigente, ao consenso que tem aversão a discutir, a se aprofundar, a debater, que aceita lugares comuns sem imaginação como fundamentos profundos da filosofia, da teologia, da sociologia, da economia, da psicologia, sei lá mais que ia... uma pessoa sem talento, mas com um mínimo de instrução e bom senso ( as duas coisas têm que vir juntas, no caso ) não pode deixar de lamentar esta época e combatê-la. Eu não vejo em que isso implica necessariamente em ser anti-Lula. O senhor Luiz Inácio da Silva não é a solução, claro que não, mas ele também não é o problema. Mas o senhor Luiz Inácio Lula da Silva não é assunto deste comentário, voltemos ao parente distante dele, o senhor Alexandre Soares Silva. "Mais tarde veremos com saudade esta época em que gente como Juliana Lemos, Dennis, Martim Vasques, Fabio Danesi, Rafael Azevedo, Felipe Ortiz, Evandro Ferreira, Félix Felícato, Maria Inês de Carvalho, e outros, escreviam de graça, todas as semanas, e em alguns casos todos os dias, na Internet. É a sombra de Paulo Francis projetada na Internet, que ele odiava. Me agrada pensar que ele gostaria desses escritores." Falando mais de Paulo Francis e menos de Lula ( sempre uma boa troca ), me lembro que ele disse uma vez que no Brasil as pessoas não entendem gostar com restrições, ou se é 100% a favor de alguém ou alguma coisa, ou 100% contra. O exagerado prestígio de Paulo Francis se deve a ele ser o único polemista a se dedicar a alta cultura na imprensa brasileira em uma linguagem acessível. O sucesso de Paulo Francis é uma prova da pobreza da cultura brasileira. E a adoração que o senhor Alexandre Soares Silva sente pela turma do "Olie" é outra. De minha parte, espero e muito que os senhores citados ganhem muito dinheiro na internet um dia, merecem, apesar do único que pode ser chamado gênio a altura do Paulo Francis ou do "Olie" ser o senhor Martim Vasques da Cunha. "(Há um em especial que não citei – dois, na verdade. Não menciono os nomes deles porque são almas discretas, que seriam capazes de me pagar para não receber links. Mas, aos curiosos, basta pesquisar com calma as seções de links nos blogs já mencionados. Não são muitos os blogs inteligentes, acredite – e os mesmos vinte nomes acabam aparecendo sempre – com os dois que não mencionei misturados ali)." Obrigado pela dica, senhor Alexandre Soares Silva. Vou pesquisar quando tiver tempo. Acho que o senhor entende que o tempo é curto e não para de passar, como dizia o poeta. "Enquanto isso, com patética incompetência, os editores dos jornais impressos ignoram esses nomes, e preferem continuar publicando mais uma croniquinha de Mário Prata, mais uma reminiscência de Carlos Heitor Cony, ou mais um jornalista carioca contando, pela ducentésima vez, a história de quando o Antonio’s foi assaltado e Hugo Bidê ficou trancado no banheiro. Ou qualquer coisa assim." Agora começa a choradeira... coisa feia, francamente. Eu sei que os senhores citados têm seus bons momentos, mas o Carlos Heitor Cony, o Mário Prata, e o esquecido Ivan Lessa também têm. Eu juro uma coisa: se eu tivesse muito capital para investir, criava o meu jornal, contratava o senhor Martim Vasques da Cunha, mandava ele para Nova York, pagava um grande salário por duas colunas e uns dez artigos semanais, e fazia só dois pedidos: 1) não me indique ninguém para trabalhar aqui, eu é que sei o que fazer do meu jornal, e afinal de contas, se criticamos nos velhos o espírito de clube deles, não vamos repetir o erro, não é?; e 2) não queira imitar de jeito nenhum o Paulo Francis. Se sair parecido, que seja coincidência. Mas é um vício brasileiro: até os mais liberais acham que os jornais devem contratar os jornalistas que eles gostam, os festivais de cinema devem indicar e premiar os filmes que eles gostam, os sites devem ter os escritores que eles gostam, etc. ... bom, os críticos de Nova York, minha fonte é o Paulo Francis, ficaram com "aquilo roxo" cheio porque o Eugene O'Neill ou o Tenesse Willians nunca ganhava o prêmio Pullitzer, e resolveram criar seu próprio clube, para premiar seus artistas favoritos. Quanto dinheiro seria preciso para criar e manter um jornal diário em uma cidade brasileira de médio porte? Não, quanto dinheiro seria preciso para manter um jornal diário em Nova York ( se for para sonhar, que seja grande... )? Bom, podemos nas trocas de e-mails resolver este assunto depois. Por ora nos ocupemos do senhor Alexandre Soares Silva. "Pessoalmente, não agüento mais ouvir histórias de Hugo Bidê. Acho que ninguém mais agüenta." Eu nunca ouvi, então não sei se agüento ou não. "É só um jornalista da velha guarda abrir a boca, ou abrir o Word no computador, e lá lhe vem a tentação de usar o Hugo Bidê como se fosse o Ulisses da epopéia nacional." A julgar pelo que o Brasil é, acho que deve ser mesmo - mesmo nada sabendo sobre este Hugo Bidê. "Sério, nos jornais já se escreveu mais sobre o Hugo Bidê do que sobre Aquiles. Nem sei direito quem foi o Hugo Bidê, mas eu o detesto, e acho que a menção do seu nome devia ser proibida em textos de cronistas sexagenários de passado boêmio." Caro senhor Alexandre Soares Silva, já que o senhor é admirador de E.M. Cioran, deve se lembrar do que ele disse uma vez: "nem todos têm a sorte de morrerem jovens." "Começa o sujeito a escrever: "Me lembro que estávamos eu, o Antônio Maria, Sérgio Porto e Zizi Montparnasse numa mesa do Antonio’s quando vimos vindo o Hugo Bidê..."- e pronto, perdeu o emprego. Patrulha contra Hugo Bidê. Muda de assunto, caramba!" Não seria mais fácil o senhor mudar de jornal? Eu lia muito e não leio mais jornais do Rio e nem de São Paulo ( moro no grande erro de Juscelino Kubistchek ), jornais locais, de vez em quando e só a parte dos crimes e a coluna do Cláudio Humberto. Posso garantir que não sinto falta nenhuma. "Ah, sim, a esquerda. Estava falando da esquerda. Desculpem, mas como a esquerda é chata, preferi até falar do Hugo Bidê ("O porre canta, Musa, de Hugo...")." Não é a esquerda em si, mas todo obsessivo com alguma coisa. Gore Vidal, que não é nenhum petista, mas prevendo a queda do império americano o tempo todo acabou ficando bem chato. O chato na esquerda é eles acharem que tudo é social, tudo tem causa social, então tudo deve ter uma solução social... isso é chato mesmo... bom, eu já disse como o Paulo Francis poderia ser de esquerda para muita gente. Depende do que se considera direita ou esquerda. "Bem, achem um escritor de esquerda, de vinte e tantos anos, que escreva bem. Não há." Na verdade, o único talento de vinte e tantos anos que não é de esquerda é o Martim Vasques da Cunha. O resto, escreve bem por esforço, por se dedicar, como colegiais dedicados, é só. Nada que um esquerdista, com algum interesse na técnica ou na forma não possa fazer igual. Claro que para mim escrever bem não é escrever coisas geniais, eu penso na forma, não no conteúdo. Mesmo aí, o único excepcional é o Martim Vasques da Cunha. Os outros são muito aplicados, mas dispensáveis. "E no entanto acredite, a esquerda, representada por senhores de quarenta anos ou mais, continua pensando como se pensava na época heróica em que Vinícius de Moraes broxava e Hugo Bidê se trancava no banheiro: que todo humor é de esquerda, toda decência é de esquerda, e até mesmo que toda inteligência é de esquerda. Continuam presos num punhado de meses da década de setenta, quando Paulo Francis nem havia atingido o auge, as mulheres usavam um penteado ridículo, e opalas, fuscas e mavericks enfeiavam mais a orla de Ipanema do que todos os prédios atuais juntos." Bom, o Pasquim, disponível na internet, mas não vou indicar o link, vou poupá-los, já era nostalgia dos anos cinqüenta. Vinícius de Moraes foi um grande poeta quando era intregalista, depois foi um folclórico conquistador de mulheres mais interessantes que ele próprio. H.B. não sei quem foi. Paulo Francis não estava no auge, mas com certeza estava muito melhor que nos últimos anos, no Estadão ( é só ler os livros com os artigos que ele escreveu na época, "Paulo Francis nu e cru" e "Certezas da dúvida" ), embora ele fosse muito melhor que o resto da imprensa brasileira na ultima fase, no Estadão ( pobre país carente de cultura o nosso! ), não acho o penteado da época ridículo não, é com certeza melhor que os piercings que se vê por aí, e decididamente, com toda certeza, os opalas, fuscas e mavericks enfeiavam mais a orla de Ipanema que os prédios atuais ( mas que dificuldade em admitir alguma coisa ruim no capitalismo, na verdade! ). "Na verdade há uma divisão, nesses vinte e tantos blogs que mencionei, entre aqueles que foram diretamente influenciados por Paulo Francis, e aqueles que foram diretamente influenciados pelo filósofo Olavo de Carvalho. Mas mesmo os que foram influenciados por Olavo de Carvalho foram influenciados, indiretamente, por Paulo Francis." Pois eu digo que não saberia distinguir em um blog influenciado pelo "Olie" o que pode ser influencia direta ou indireta do Paulo Francis ( tenho certeza, pelo que conheço dos dois homens, que muita coisa tida como de um pode muito bem vir de outro, e é claro que nada impede que venha de um terceiro ). Poderá o senhor Alexandre Soares Silva me mostrar um blog "paulofrancista"? Quem é quem? Dê nome aos bois! E nestes Blogs "paulofrancistas", tem analises, comentários e influência da filosofia de Nietzche, ou da de Bertrand Russell, do teatro de Bernard Shaw, da economia de Keynes, da socialdemocrácia europeia, dos palpites ( porque é este o nome ) de Sigmund Freud, da crítica de Edmund Wilson, da poesia de T.S. Eliot, da vida e obra de Trotsky? Me desculpe o senhor Alexandre Soares Silva, mas mesmo admitindo que devem ser blogs muito bem feitos e agradáveis, eu não os considerarei "paulofrancistas", se não tiverem nada disso. "Quem não foi influenciado por Paulo Francis? Os que eram burros demais para receber a influência. E os próprios amigos ou contemporâneos de Francis – que, se por acaso se esquecessem de quem foi Paulo Francis, e calhassem de ler as colunas velhas dele achando que se trata de um blogueiro qualquer, ficariam, sem dúvida, indignadíssimos. Rasgariam o jornal. Chutariam o computador. Reclamariam da falta de talento (e de coração) "dessa juventude alienada", que só quer falar de Wagner e Matisse e parece não dar valor "à inegável sinceridade de Lula"." Toda a verdade, somente a verdade e nada mais senão a verdade. O outro lado também foi influenciado pelo Paulo Francis ( o próprio Lula começou na política por causa do Paulo Francis ). E não há só "paulofrancistas" do lado anti-lula. Já disse e repito, Paulo Francis teve muitos méritos sim, mas o prestígio dele é uma prova da nossa carência. "Não consigo, na verdade, imaginar Paulo Francis arranjando um emprego em jornal, hoje. Na primeira dinâmica de grupo da Folha, assim que alguém jogasse uma bola gigante de plástico na direção dele, Francis levantaria, diria algo ininteligível à psicóloga mal-ajambrada (começando com "Olha aqui, minha filha...") e iria embora. Teria que escrever – adivinhe – em blogs." Meu caro senhor Alexandre Soares Silva, já que vamos falar dos filhos do Paulo Francis, falemos de todos então: se Paulo Francis escrevesse hoje, não começaria num jornal de São Paulo. Ele começou num jornal quase de bairro do Rio de Janeiro ( o velho Diário de Notícias, mas não vou falar dele, o senhor Alexandre Soares Silva está com "aquilo roxo" cheio da velha geração ). Mas o filho dele mais bem sucedido, do ponto de vista da carreira, arranjaria muito bem um emprego num jornal. Este filho que o senhor não quis comentar mora em Veneza e escreve na Veja. Mas concordo com o senhor numa coisa: também não consigo imaginar como o "clone de Veneza" conseguiu emprego na veja ( mas isso não deve ser considerado uma contradição com o que eu escrevi no meu artigo "Diogo Mainardi", que não vou dar uma de spam e mostrar o link, não sem a permissão do webmaster. Se o Paulo Francis dos últimos anos não teve muita coisa a ver com D.M., o dos primeiros era muito parecido, descontando é claro a grande diferença entre morar no Rio dos anos cinqüenta e morar em Veneza. E mais: com D.M. se pode confiar que uma informação é correta. Na verdade, quase tudo que o Paulo Francis informava era falso ). Parabéns pelo prazer que me proporcionou pelo seu artigo, e espero ( sem muita esperança ) nada ter dito que me faça entrar na sua lista. Cordialmente Flamarion Daia Júnior

[Sobre "Filhos de Francis"]

por Flamarion Daia Júnio
23/11/2002 às
17h28 200.103.46.203
(+) Flamarion Daia Júnio no Digestivo...
 
E dai?
A pergunta é.. seria isso condenavel? De que nos adiantou 5.000 anos de metafisica? A era de Peixes Está morta, e já está começando a feder. Sentado na calçada, um hippie chora o fim do sonho da era de aquario

[Sobre "Ausência de espírito: presença de corpo"]

por Thiago
23/11/2002 às
17h28 200.221.161.15
(+) Thiago no Digestivo...
 
A insustentável leveza do ser
Fabiana, peço desculpas se a ofendi...realmente não era esse meu intento. Por falar em ódio, o qual não abrigo em meu coração (por que será que os camps são tão dramáticos, daí surge a hilariedade)...um bom filme para se ver é "Rastros de Ódio" um verdadeiro clássico, ou no gênero musical "Top Hat". De agora em diante juro que não mais lerei os comentários de cinema desta sessão, ou desta colunista; li apenas com o intento de me divertir. Apenas um conselho, não leve tudo tão a sério, procure rir dos fatos mais prosaicos da vida, como o meu comentário sobre o filme. Assista John Waters, ou quem sabe Chaplin, Buster Keaton. Um sábio uma vez disse a seguinte frase:"Ficar ofendido é o que repousa no seio dos estúpidos". E lembre-se vivemos "ainda" numa democracia todos tem o direito de opinar sobre qualquer assunto; assim a dialética ainda continua sendo a maneira mais sábia de sanar qualquer pendenga. Sem mais, minhas sinceras desculpas.

[Sobre "Dirty Dancing - Ritmo Quente"]

por Jorge
23/11/2002 às
15h10 200.153.112.214
(+) Jorge no Digestivo...
 
Quanto ódio em seu coração!!!
Se o Jorge é tão superior assim, não deveria estar lendo tais tipos de artigos. Para bom entendedor meia palavra basta. Intelectualóides que não admitem o gosto alheio e não respeitam opiniões contrárias não deveriam opinar.

[Sobre "Dirty Dancing - Ritmo Quente"]

por Fabiana
23/11/2002 às
14h08 200.171.250.145
(+) Fabiana no Digestivo...
 
Limitações de uma coluna
Adrian, Em uma coluna semanal, como é a minha no Digestivo, o tempo não nos permite aprofundar os assuntos. Daí a importância de leitores como você, que fazem comentários inteligentes e corrigem eventuais erros. De fato, embora tenha escrito sobre os mais diversos assuntos e a teoria dos fractais tenha sido usada para explicar o tempo, Mandelbrot era, essencialmente, um pesquisador da área de economia. Lorenz que se notabilizou por suas análises metereológicas. Olha, sempre erro o nome do Wiener e tenho de ficar me policiando para colocar o i no lugar certo. Essa passou na revisão... Obrigado pelo comentário.

[Sobre "A teoria do caos"]

por Gian Danton
23/11/2002 às
09h22 200.213.138.254
(+) Gian Danton no Digestivo...
 
Gato digitador
Eu me esqueci de um fato essencial: Matisse colocou a cor no centro do universo da pintura,ao criar o fovismo ou Fauvisme.O meu texto já estava pronto, quando Yax, meu gato digitador apagou tudo,ao passar correndo pelo meu teclado. Por isso, Ana, ambos criaram, mas as dúvidas persistirão sempre.Pouco importa quem foi o primeiro,o que nos interessa é a obra de cada qual e a rivalidade sadia que Matisse e Picasso desenvolveram.AB.

[Sobre "Matisse e Picasso, lado a lado"]

por AlbertoBeuttenmüller
23/11/2002 às
07h31 200.158.28.129
(+) AlbertoBeuttenmüller no Digestivo...
 
Viva Glauber
My God!!! Eu não acredito que alguém, sinta-se feliz com o lançamento de "Dirty Dancing" em DVD e escreva uma coluna para relembrar seus bons tempos. Com certeza você deve ser fã dos Menudos, e seu hit favorito deve ser do dominó "Tô P. da vida" - seu texto é hilário e custo acreditar que você possa estar escrevendo, ou se expressando sobre um filme tão..boçal, infantil, americanizado e debilóide. Viva Glauber, Welles, Joaquim Pedro de Andrade, etc... Aposto que você deve estar ansiosa pelo lançamento de "lambada - o ritmo quente", quem sabe papai Noel é bonzinho com vc e te traz no dia 25 mais um desses seus clássicos??? Quanto aos comentários dos leitores...sem comentários.

[Sobre "Dirty Dancing - Ritmo Quente"]

por Jorge
23/11/2002 às
04h50 200.153.112.217
(+) Jorge no Digestivo...
 
o Brasil errou feio dessa vez
Julio meus parabens, você foi muito feliz em suas colocações, pois soube descrever muito bem o pensamento do povo brasileiro em relação ao candidato eleito lula. Lula não tem nem experiencia administrativa nem maturidade para assumir o comando de uma nação tão falida quanto a nossa. Na minha opinião seu governo será um desastre. Ele não cumprirá nenhuma de suas promessas, mostrará sua outra face, deixando muitos de seus eleitores decepcionados. Lula não vai salvar o Brasil, pelo contrário nós acabaremos de afundar, pois seus alidos vão se aproveitar de sua santa ignorancia para fazer a festa com o dinheiro público, deixando-nos falidos e miseráveis, como os nossos vizinhos argentinos. Dessa vez o Brasil errou feio e todos nós pagaremos caro por isso.

[Sobre "Lula: sem condições nenhuma*"]

por livia batista rosa
22/11/2002 às
19h14 200.163.5.26
(+) livia batista rosa no Digestivo...
 
oops!
o negocim não faz quebra de linha automaticamente. será que aceita html?
enfim, o comentário, como era para ser originalmente, está em http://amigdala.do.sapo.pt/comment.htm

[Sobre "A teoria do caos"]

por Adrian
22/11/2002 às
19h20 200.221.238.114
(+) Adrian no Digestivo...
 
algumas observações
(ia mandar pelo e-mail, mas não tava indo. Pode apagar depois, se quiser) só algumas observações: quem esbarrou com a teoria do caos estudando modelos metereológicos foi Edward N. Lorenz, e não o Mandelbrot. O sistema de equações em questão, aliás, é o seguinte: (repare como *parece* simples) dx/dt = A(-x +y) dy/dt = rx - y - xz dz/dt = -bz + xy (x, y e z são funções somente de t, e A, r e b são constantes reais positivas) É possível que o velho Mandelbrot tenha aplicado sua matemática em problemas semelhantes (vale a pena pesquisar), mas a teoria dele não começa com estudos de metereologia, como o artigo dá a entender. É "Wiener", não "Weiner" ;) Acho que também precisa ficar mais clara no artigo a parte sobre o Demônio de Laplace. O demônio de Laplace, pode-se dizer, tem duas interpretações - uma "forte", que é a que diz que um demônio, com consciência de todos os dados com total exatidão e das leis que regem um sistema, seria capaz de fazer previsões sobre seu estado, também com total exatidão, em qualquer momento no futuro; e uma "fraca", que diz que um cientista, com conhecimento das condições iniciais com uma pequena margem de erro, seria capaz de fazer previsões, também com uma pequena margem de erro, sobre o futuro do sistema. Apenas a segunda foi questionada, com a dependência sensível das condições iniciais (o tal "efeito borboleta") da solução de alguns sistemas de equações diferenciais. Esta distinção está presente no texto, mas poderia ter ficado mais explícita (vc também deve estar de saco cheio de gente que lê um artigo por alto sobre teoria do caos e sai falando em fim do determinismo, fazendo elogios bobos da desordem etc, e invocando "teoria do caos", "sistemas não-lineares" e outras palavras mágicas para sustentar seja lá que idéia). Abraços, parabéns pelo artigo

[Sobre "A teoria do caos"]

por Adrian
22/11/2002 às
19h11 200.221.238.114
(+) Adrian no Digestivo...
 
Julio Daio Borges
Editor
mais comentários

Digestivo Cultural
Histórico
Quem faz

Conteúdo
Quer publicar no site?
Quer sugerir uma pauta?

Comercial
Quer anunciar no site?
Quer vender pelo site?

Newsletter | Disparo
* Twitter e Facebook
LIVROS




Livro Didáticos Así Se Crían Truchas
Gunter Jens
Marzo 80
(1983)



Lirrégulière
Edmonde Charles-roux
Grasset
(1974)



Língua E História - O 2º Marquês Do Lavradio E As Estratégias Linguísticas Da Escrita No Brasil Colonial
Leonardo Lennertz Marcotulio
Faperj
(2010)



Sie Lernen Sprachen
Bothner
Verlag



Geração Alpha Geografia 7 Ed 2019 - Bncc
Fernando Dos Santos Sampaiomarlon Clovis Medeiros
Sm
(2019)



Healing Everyday Traumas
Karjala Ph.d., Lynn Mary
Psychology Innovations
(2017)



Lonely Planet Cuba
Brendan Sainsbury
Lonely Planet
(2009)



O Albatroz Azul
João Ubaldo Ribeiro
Nova Fronteira
(2009)



Deixe-me Ir
Daniela Sacerdoti
Universo dos Livros
(2014)



Saúde ao alcance do povo
Mário Hato
Brasilia
(1982)





busca | avançada
74965 visitas/dia
1,9 milhão/mês