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Sexta-feira,
20/2/2004
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Alberto da Cunha Melo
Como pernambucano, mas, principalmente, como apaixonado pela poesia de Alberto da Cunha Melo, registro o prazer que me deu ler o seu belo artigo sobre o conterrâneo jaboatonense (não sei se você sabe, mas ele é natural deste velho burgo das vizinhanças do Recife...). Alberto da Cunha Melo é um poeta enorme, com um nome enorme, apesar do silêncio com que se fez em torno dele por tanto tempo. Produziu sua obra com beneditina devoção, por vezes concedendo, mas de modo geral se esquivando, da quase obrigação de embrenhar-se no pequeno ambiente cultural da província, ignorado que foi pelos círculos que definem quem terá acesso aos cadernos culturais e aos mecanismos de atribuição de honrarias.
A respeito do artigo, queria somente lhe chamar a atenção para algo que me parece uma imprecisão. Trata-se de elemento circunstancial, que nada interfere na essência do escrito, mas que não custa nada corrigir, se por acaso julgar pertinente. Pelo que sei, "quicongo" não é um lugar, mas uma língua, a língua dos bakongos, povos que habitam as regiões mais ou menos marginais em relação ao rio Congo. O Aurélio define "quicongo" como "congolês", o que absolutamente não é a mesma coisa, mas, enfim... O que quero frisar é que, salvo engano, não tem qualquer sentido o gentílico "quicongolês". O correto, no meu modo de ver, é definir "Yacala" como palavra kikongo para “homem”. Grato pela atenção.
[Sobre "Alberto da Cunha Melo e as tocaias da poesia"]
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Evaldo Costa
20/2/2004 às
17h53
200.149.219.202
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Algumas observações
Caríssimo Paulo, concordo plenamente quando diz que, em alguns casos, chega a faltar respeito por parte do 'escritor' para com o leitor. E concordo tb que esse tipo de escritor (os que faltam com respeito com o leitor) mereça o esquecimento. Veja bem, acredito numa diferença entre o cara ruim e que falta com respeito (pra mim, esse é o cara que não tem a menor preocupação com a grafia correta das palavras, comete erros de concordância e que, no caso de obras de época ou jornalísticas, divulgam dados e informações equivocadas) e o escritor que embora acerte informações e escreva as palavras de forma correta EU considero ruim. Os que se enquadram no primeiro grupo, devem ser, sem sombra de duvida, esquecidos e combatidos. Já os que compoem o segundo grupo, podem ser interpretados das mais variadas formas. Digo tudo isso só pra dizer que achei seu texto um pouco radical. Imagino que deva estar revoltado com a quantidade de coisas ruins que aparecem por aí - assim como tb estou - mas, nesse caso, devemos, sim, nos preocupar em 'educar' o leitor para que consuma o que realmente tem qualidade, respeitando suas diferenças e gostos. Com sua observação final, vc ridiculariza os que viram no seu texto uma forma de censura, mas foi exatamente isso que vc deixou nas entrelinhas. Desculpe-me, mas percebi no seu texto uma ponta de arrogância, que talvez tenha sido inconsciente. Mas, ainda assim, não sugiro que vc cometa harakiri ou que vá tomar um porre de saquê. Só não foi feliz. Abraço.
[Sobre "O Último Samurai Literário"]
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Maykon Souza
19/2/2004 às
12h24
200.148.36.3
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Literatura e macarrão-com-tudo
Sempre gostei de cozinhar e de escrever. Desconfio que em ambos os ofícios produzo resultados medíocres, porém corretos.
Criei certa vez um prato - não chega a ser uma receita, uma vez que a forma e o conteúdo variam sempre - que apelidei de "macarrão com tudo". Eu era bem mais jovem, e a gororoba servia muito bem para matar a fome pós-balada. Um dia um amigo provou o "macarrão-com-tudo" e disse que eu deveria abrir um restaurante, que aquilo era maravilhoso demais. Creditei o elogio à fome da madrugada e às más disfarçadas intenções do meu amigo de comer não só o macarrão - mas a autora do prato. Com meus escritos não foi diferente - quando tinha coragem de mostrá-los a alguém, choviam elogios, inclusive de um professor que passou a repetir diariamente "você tem que cursar jornalismo, não desperdice este talento..." Os anos passaram... fui a um restaurante caro, aliás um "café" num shopping, para comer a comida-filhote daqueles outros restaurantes carésimos da famiglia... e não é que havia um prato, que muito lembrava meu macarrão-com-tudo das madrugadas pós-balada? Só que tinha a grife da famiglia e custava uma fábula. Assim acontece com a literatura. Aliás, houve mesmo um caso de suicídio do chefe de cozinha de Luís XV, que matou-se ao desconfiar que um jantar de honra que preparara não saíra a contento. Um exagero. Há espaço para big-macs, para pastel de feira, e para os pratos franceses, um tiquinho de comida dentro do prato, enfeitado à exaustão e alçado à categoria de arte. Autores a quem muitos tratarão como iguaria, não passam de gororoba para o autor desta coluna. É tudo questão de gosto, de horário e do tamanho da fome.
[Sobre "O Último Samurai Literário"]
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Cozete Gelli
19/2/2004 às
08h13
200.234.70.134
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Zeca e pão com mortadela
No círculo incessante dos modismos, tudo que é in vira out, tudo que é up um dia é tachado como down. Foi assim com as havaianas, com o fusca, com o pastel de feira, com a mortadela. E é assim com Zeca Pagodinho. Desconfio que exista um submundo, os tais "antenados", que elenquem todas as coisas ou pessoas em baixa para lançá-las como "cult" no tempo apropriado. Foi assim com Zé do Caixão. Até Clodovil está sendo exumado por Alexandre Herkovitch. Imagino que estes "muderrnos" passem uma hora de seu dia pensando nas coisas "de raiz", nas "brasilidades" que possam desenterrar. Para a gente é bom, porque não precisa mais omitir que a-do-ra pastel de feira, sempre adorou. Não precisa esconder o CD do Zeca Pagodinho embaixo daquele da Marisa Monte, do outro da Adriana Calcanhoto. Dá uma liberdade danada assumir uma certa breguice de vez em quando. É confortável, assim como as havaianas são mais confortáveis para os pés e para o bolso que as "manolos" americanas. É claro que sempre irão existir os intelectuais preferindo mussarela de búfala e rúcula no seu ciabata (comprado, claro, numa boulangerie). Enquanto a gente come divertidamente nosso pãozinho com mortadela, ali mesmo na padaria da esquina...
[Sobre "Digestivo nº 161"]
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Cozete Gelli
19/2/2004 às
08h13
200.234.70.134
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Algumas mudanças
Olá... Faço ainda uma observação: Além das semelhanças nas tramas das novelas, parece que o conceito de "bons atores" mudou bastante! As novelas boas a que assisti (algumas já citadas em seu texto) tinham atores realmente bons... com alguma essência! O que vemos hoje na tv - claro que há exceções - são atores mal preparados, que com certeza só estão na tal novela por indicação de alguém do meio... Quantos bons atores não conseguem um papel na tv por não se encaixarem no padrão de beleza da emissora? É fácil notar que nos últimos anos só foram contratados atores jovens "bonitinhos" mas que não têm experiência suficiente para criar um bom personagem!! A minissérie (que de mini não tem nada) "Um só coração" poderia ser mil vezes melhor se a história de amor entre os protagonistas não ofuscasse a bela história de São Paulo... A tv aberta precisa sim passar por transformações. A começar pela substituição de programas sensacionalistas por algo mais informativo, cultural e principalmente útil!
[Sobre "A discreta crise criativa das novelas brasileiras"]
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Stephanie Maluf
18/2/2004 às
19h06
200.184.129.2
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O segundo sexo
É a primeira vez que leio os seus textos e o tema abordado me deixou fascinada. No momento sou uma estudiosa do percurso histórico da mulher e me instiga, sobretudo, saber qual foi a estrada tomada para chegarmos na contemporaneidade como sendo o segundo sexo (assim como Simone de Beauvoir nos definiu).
Abençoado o ventre da mulher. Tenho duas filhas e sei um pouco dos mistérios que nos ronda. Abraço Eliane
[Sobre "Mulheres de cérebro leve"]
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Eliane Cristina dos
18/2/2004 às
19h08
200.103.65.179
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escritores ruins
Não sei como vim parar aqui, mas gostei muito do texto.
A internet e a facilidade para publicação de livros criaram uma leva enorme de escritores ruins.
Talvez essa falta de vergonha na cara dos "escritores" venha da perda do hábito de leitura do povo em geral. Quanto menos exigente o leitor, menos preocupado com qualidade será o escritor...
E durma com um barulho desses...
Abraço!
[Sobre "O Último Samurai Literário"]
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Saladin
18/2/2004 às
16h15
200.255.40.96
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Pe. Antônio Vieira
Ana, olha que coincidência: ouvia eu hoje um programa no rádio, em que um dos convidados lembrava um famoso sermão do Pe. Antônio Vieira sobre a invasão holandesa no Brasil, que tinha gerado uma guerra local com os nossos "donos" portugueses. Pe. Antônio Vieira, então, dirigindo-se a Deus, EXIGIA que Ele fizesse os portugueses ganharem a guerra expulsando os holandeses. E que, se não pudesse fazer isso por ele, Padre, ou por Ele, Deus, que o fizesse por Sua mãe, a Nossa Senhora, uma vez que, se os holandeses vencessem, quem iria cuidar das imagens Dela? O detalhe desta história é que Pe. Antônio Vieira, com essa posição, teve uma postura hoje chamada de feminista, pondo uma mulher acima de Deus e se arriscando perante a Inquisição! Viva o Pe. Antônio Vieira! Viva Nossa Senhora! Viva as mulheres! Abraços e boa gravidez. Bernardo Carvalho (Goiânia-GO)
[Sobre "Mulheres de cérebro leve"]
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Bernardo Carvalho
17/2/2004 às
22h38
200.101.124.189
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Falta criatividade
Ola, amigo! Belo texto sobre as telenovelas. Tenho saudades dessas novelas: Pantanal, Que Rei Sou Eu (maravilhosa e divertidíssima), Tieta, Pedra Sobre Pedra, Fera Ferida e O Clone, pela ousadia da autora. O resto é tudo a mesma coisa. Falta criatividade. Entretanto, faço uma ressalva no Jornalismo "Verdade", onde se discute a relaidade do nosso povo. Lamentavelmente, é necessário. Lembra do Jornal O Dia, que era chamado de Jornal Sangrento? Pois então, naquela época, os repórteres já gritavam sobre a violência no Rio de Janeiro, mas ninguém se importava. Até que um dia, a violência atingiu a classe média e se criaram ONGs e mais ONGs. E desde essa época, a realidade do nosso país vem sendo mostrada. Agora imagine se naquela época, quando o Jornal Sangrento gritava pelos pobres da periferia, tivéssemos - Governo e Sociedade - tomado alguma atitude decente? Muita coisa seria evitada. Enfim, entre a baixaria do Big Brother e a baixaria da nossa realidade, eu fico com a baixaria do nosso povo, que não recebeu, educação, cultura e oportunidades. Sds, Elaine P@iva
[Sobre "A discreta crise criativa das novelas brasileiras"]
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Elaine P@iva
17/2/2004 às
09h45
200.217.202.196
(+) Elaine P@iva no Digestivo...
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O velho Márquez já dizia
Ana, mais um grande texto. Parabéns pelas verdades, pela força e pela nova vida. O Garcia Márquez já dizia que o mundo só não se esfacela devido à atuação sensível e coerente das mulheres.
[Sobre "Mulheres de cérebro leve"]
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Fabiano Novais
16/2/2004 às
20h33
200.97.210.197
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Julio Daio Borges
Editor
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