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Sábado,
30/10/2004
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Fazer o que se gosta
Achei ótimo o seu texto. Na minha área de atuação, também achava que os melhores pesquisadores fossem modelos de pessoas... Me surpreendi muito quando conheci e comecei a trabalhar com alguns deles. Na verdade eu aprendi que sucesso, qualidade intelectual, capacidade de reflexão não tornam uma pessoa necessariamente agradável ou mesmo honesta. Uma coisa é independente da outra. Eu aprendi a ler os livros sem me preocupar com quem escreve, como admirar os teoremas de Gauss sem ligar para a personalidade odiosa do homem. Com o tempo, a importância das coisas diminuiu... O que é ser eterno? Fama? Deixar uma marca? Acho que é mais simples. Fazer o que se gosta, com prazer. Isto fica com você, e não é só depois da lápide que irá sentir o gostinho... Se você tem o temperamento para viver em sociedade, ouvir um obrigado ou sentir a gratidão das pessoas por você, é tão prazeiroso quanto escrever uma tese... E com o tempo você percebe que todas as pessoas, tenham elas este ou aquele caráter, dividem com você suas dores, dúvidas, alegrias e tristezas.
[Sobre "Em defesa da Crítica"]
por
Ram
30/10/2004 às
18h58
66.108.185.162
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tudo parece no lugar certo
Eu acho que o problema não está no capitalismo. O "problema" está mesmo em cada indivíduo. Eu acredito que por causa do capitalismo mesmo, tive a oportunidade de estudar, de viver em lugares diferentes, e partcipar da minha maneira na sociedade. Talvez não seja o padrão de sucesso capitalista, mas sinto que não sou forçado a estar "na melhor casa", no "melhor carro" ou com "melhores pessoas". Pelo contrário, a liberdade me parece algo interno, atrelado a cada pessoa. É livre quem investiga suas idéias, quem experimenta criar coisas, seja uma receita a noite para um amigo, seja um quadro ou uma música para o filho.
Eu já vi pessoas nervosamente tecendo no metrô, como já vi pessoas bastante agitadas calmamente vivendo a vida. Talvez, a velocidade da sociedade, é a velocidade com que nos acostumamos a querer encontrar ideais na sociedade, lemas, "super poderes", para guiar nosso jeito de ser e sentir. Quando acreditamos que palavras substitutem o contato, idéias substituem a vivência, salas de arte ocupam os lugares dos parques e jardins, e pensar substitui ser pleno, certamente nos desligamos da única coisa realmente livre: nossa identidade pessoal e universal. Aproveite um dia destes para deixar idéias, livros, pensamentos em casa, e descansar na areia da tarde de uma praia pertinho de casa. De repente, tudo parece que está no lugar certo. É o problema do Nossoísmo... Nunca, nada parece estar no lugar certo, exceto que o certo é a ilusão da nossa mente.
[Sobre "Por que corremos e não chegamos a lugar algum"]
por
Ram
30/10/2004 às
18h52
66.108.185.162
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palavras em ações
Uma das consequências da liberdade de expressão é justamente a polarização das idéias. Afinal, para ser notado, para ter um perfil, um ideal, não se tem receita pronta, devemos escolher um polo. É melhor deixar cada um escrever como quer, pois a ideologia é somente uma faceta da realidade. A menos significante. Quantos destes "conversores de homossexuais" estarão dispostos a levar um padre a um homossexual? O que falta mesmo na sociedade brasileira são pessoas que transformem palavras em ações. Ou que ao menos usem as palavras não para ditar ordens sociais, mas como forma de entretenimento, ou, mais importante, de inspiração. Quantos romances e histórias bonitas não me inspiraram ou me levaram a horas mágicas? PS: Acho que mais um fator que influi é que a sociedade brasileira é dominada em todos níveis por um pensamento reciclado da geração pós-ditadura... Naturalmente, daí os jovens irem para a direção contrária. Sucesso com sua jornada das palavras para a ação!
[Sobre "Ideologia: você quer uma pra viver? Eu, não"]
por
Ram
30/10/2004 às
18h44
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Livros simples
Para mim a ausencia do computador nao parece ter surtido efeito: continuo aprendendo com seus textos da mesma maneira... Vou ler o livro da Marisa Lajolo, pois nunca li nenhum livro com um painel mais simples da literatura nacional (aka, mais simples = compreensivel para mim).
[Sobre "A vida sem computador"]
por
Ram
30/10/2004 às
18h36
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alma americana
engracado, a critica do jornal do rio prefere o primeiro ao segundo. pq insisitir na representacao da alma americana?
e' isso mesmo, enfim
[Sobre "Digestivo nº 199"]
por
Mase Lemos
30/10/2004 às
15h18
81.50.170.241
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fiz exatamente o que vc falou
Ontem fiz exatamente o que vc falou. Corri, ganhei tempo para chegar em casa e fiquei na frente da televisão, passiva e exausta. O tempo passou e não soube o que fazer com ele...
[Sobre "Por que corremos e não chegamos a lugar algum"]
por
Claudia Arantes
29/10/2004 às
13h33
200.195.23.143
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Obrigada por fazer sua parte
Julio, obrigada pelo texto, obrigada pela visao que vc tem, obrigada por compartilha-la e fazer a sua parte. Um beijo, Fabi
[Sobre "Lula: sem condições nenhuma*"]
por
Fabi
29/10/2004 às
13h29
192.168.133.52
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Parar ou correr?
Caro Elvis, obrigada pelo comentário. Sinto que parar para fazer crochê é quase como ficar estático enquanto as pessoas correm para fugir de um incêndio. Parece que é morte certa, mas na verdade é a possibilidade de salvação. A única maneira de dominar o tempo é a gente fazer o que quiser dele, e não correr porque todo mundo está correndo. Por falar nisso, deixa eu terminar esse texto logo e voltar a trabalhar! :)
[Sobre "Por que corremos e não chegamos a lugar algum"]
por
Adriana Baggio
29/10/2004 às
11h52
200.196.7.17
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a religião mainardiana
Eu continuo adorando saber a vida privada de escritores. É feio? Não sei, mas é bom ler suas opiniões, erros, fracassos pessoais ou vidas canonizadas pelo público. E assinaturas em prol de Mussolini, então, wow!, que escândalo! Não acredito mais em "estrelas" intocáveis. É bom questionar. Acho sim que as crônicas surrealistas do Veríssimo às vezes são muito ruins, mas leio, fazer o quê, cinco minutos da minha vida não é tanto tempo assim. Cony também erra um domingo sim, dois não. E Diogo Mainardi tem sua legião de súditos repetindo as mesmíssimas palavras, nem sei se leio Mainardi ou os seus adorardores... Tá, escreve muito bem, mas não tem mais ninguém? Quem sabe seja uma boa idéia ler "O Tempo e o Vento" de novo, talvez tenha idéias mais novas do que na multidão seguidora de Mainardi, Francis e tantos outros papagaios de pirata que só repetem o que eles falam.
[Sobre "Em defesa da Crítica"]
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andrea trompczynski
29/10/2004 às
10h51
200.181.234.4
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Érico Veríssimo e os pescoços
Lí uma crônica de Antonio Callado em que ele citava o fato do Padre Anchieta perder a indicação para canonização, em virtude de um certo pescoço. Eu explico: havia um prisioneiro sob tortura em estado lastimável; com pena do moribundo, o Padre recomendou que seria melhor dar a morte que impor tamanho castigo ao tal prisioneiro. Decapitaram o coitado... como alguém como Juremir levantou o véu e lembrou da história: o Anchieta de hoje dançou, não pode ser Santo. O LFV deveria saber que ninguém é santo... e isso não diminuiu a grandeza do trabalho de Anchieta, nem sua importancia no ministério da fé etc. O Tempo e o Vento mostrarão que o Érico Veríssimo escritor está acima destas polêmicas. Mas o homem Érico Veríssimo: quem se importa com quantos "pescoços" ele já se deparou na vida?
[Sobre "Em defesa da Crítica"]
por
Edmilson Paes
29/10/2004 às
10h03
200.157.240.249
(+) Edmilson Paes no Digestivo...
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Julio Daio Borges
Editor
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