COMENTÁRIOS
Quinta-feira,
10/3/2005
Comentários
Leitores
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só me resta a devassidão
Cara Adriana, poderia iniciar meu texto citando o feito de: Melanie Klein, Hannah Arendt, Simone Weil, Golda Meier, Margareth Thatcher, Susan Sotang entre outras. Há mulheres independentes(sic) que subjugam mulheres semi-escravas: babás, faxineiras, empregadas domésticas. Quanto ao comércio, sugiro que confira, evidentemente, para uma determinada classe, o faturamento de lojas: de flores, jóias e perfurmes. Mas, aproveito o espaço para dar destaque a uma mulher que fez história e que contribui, em muito, com a leitura do que ocorre hoje. Seu nome - Rosa Luxemburgo e sua célebre frase "Socialismo ou barbárie". Acredito que devamos deixar a formação biológica de lado, afinal já é possível escolher se a sociedade deseja que nasça homem ou mulher. Devemos estar atentos para os rios de sangue que o tal do "pensamento único" produz nas palavras de Luxemburgo as classes dominantes ou o neoliberalismo "derramam... rios de sangue, todas elas marcham sobre cadáveres, assassínios e incêndios, instigam guerras civis e traição, a fim de defender os seus pivilégios e o seu poder (...) cidades tornadas ruínas, dos países transformados em desertos, das aldeias que viraram cemitérios, de nações inteiras que se tornaram mendingas." Recentemente, no Cairo, Amr Moussa dirigente da Liga Árabe afirmou sobre a guerra do Iraque "os portões do inferno estão abertos no Iraque". E com o diabo (sic) solto o que vivemos é a mais terrível das barbáries, com homens, mulheres e crianças subjugados. Como não creio nos homens e nas suas instituições e não creio em mim só me resta a devassidão.
[Sobre "8 de março: não aos tapas, sim aos beijos"]
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luiz fernando c. da
10/3/2005 às
16h27
192.168.133.52
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tenho orgulho das mulheres
Cara Adriana: apreciei seu texto e gostaria apenas de comentar que o dia 8 de março é uma oportunidade de reflexão também sobre as conquistas femininas. O órgão público para o qual trabalho está sendo administrado por uma mulher, uma juíza, que está sucedendo outra mulher, cuja gestão foi plena de realizações, entre elas a inauguração do Fórum Trabalhista. Minha esposa é médica, mantendo uma clínica sempre cheia de pacientes, muito bem atendidas. Minha filha, aos dezesseis anos, é estagiária e estudante. Há poucas décadas, as mulheres sequer votavam. Eu tenho muito orgulho dessas mulheres que me cercam e de suas conquistas. Para todas as questões há sempre dois lados, como uma moeda. Eu prefiro ser otimista e citar as coisas boas que estão sendo feitas por vocês, mulheres maravilhosas, verdadeiros exemplos e real significado de nossas vidas.
[Sobre "8 de março: não aos tapas, sim aos beijos"]
por
Marcelo Zanzotti
10/3/2005 às
10h56
200.206.72.162
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Longa Jornada Noite Adentro
A peça Longa Jornada Noite Adentro foi montada no Brasil em 1958. Na direção o grande mestre Ziembinski e no papel de Mary Tyrone, Cacilda Becker. Recentemente, a peça, sob a direção de Naum Alves de Souza, foi apresentada e no papel de Mary Tyrone, Cleyde Yáconis, irmã de Cacilda Becker. Infelizmente não assisti às montagens dessa peça. Mas li o texto traduzido por Helena Pessoa e editado pela Peixoto Neto. Considero essa peça uma das melhores que já li ao lado de Esperando Godot, do Samuel Becket, Woyzeck de G. Buchner, Brecht e Shakespeare. Há trechos memoráveis: "...caminhos alegres não passam de meras palavras! São as trilhas penosas que contam! Levam-nos rapidamente ao nada... a parte alguma! Foi aí que cheguei: a parte alguma! Onde todos nós vamos parar no final, embora a maioria dos incautos não queira reconhecer!(...) serei sempre um estranho, que nunca se sente em casa, que não quer realmente a ninguém (...) que vive continuadamente um tanto quanto enamorado da morte." Há a citação de um poema de Baudelaire "embriague-se/ Somente isto importa: é o único problema! Se não quer sentir o horrível peso do Tempo que pesa sobre seus ombros e o esmaga, embriague-se sempre. Com quê? Com vinho, com poesia ou com virtude. Com o que queira. Porém embriague-se." Este poema remete-nos a Rimbaud e sua embriaguez, com álcool, o chamado "gole do veneno". Na peça Skakespere é citado "somos da substância de que são feitos os sonhos. E nossa curta vida se conclui no sono." Há as falas de Mary, que destaco: Somente o passado é real... o passado que se foi feliz. (...) e encontrou refúgio e alívio em um sonho onde a realidade presente não passa de uma aparência que se deve aceitar e dissimular com maior indiferença - até com cruel cinismo ou ignorar por completo. (...) como poderia você crer em mim se eu própria não creio?" Penso que a transcrição de alguns diálogos dessa peça terão a força suficiente para incentivar um ou outro leitor a procurar a obra deste grande dramaturgo. A leitura dessa peça nos remete, penso, aos dramas da existência burguesa, à invariabilidade da vida que Passolini tão bem descreveu em versos como "a descorta da invariabilidade da vida/ requer inteligência e amor." O ser em sua pequenez. O ser diante do outro, seu inferno, "Entre Quatro Paredes" de Sartre. O ser diante do nada e do desespero de existir. Do grito lancinante do final de Teorema de Passolini. Do deserto que o habita, do inferno que traz em sua mente, de suas vís...
[Sobre "Coração de mãe é um caçador solitário"]
por
luiz fernando
10/3/2005 às
10h33
200.252.60.253
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Continue divagando, Julio
Ufa! Ainda bem que não sou a única que se sente meio perdida, que não encontra nas salas da Academia a fórmula para escrever e pensar de forma coerente. Continue divagando, Julio Borges, você não imagina como isso é maravilhoso (vc sabe disso, não é?).
[Sobre "Apocalípticos, disléxicos e desarticulados"]
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Ednar Costa
10/3/2005 às
08h30
200.166.247.130
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um livrinho, um poetinha
Grande Vinícius! Já pensou o que é escrever, fazer falarem, por si só, palavras tão simples! Transformar banalidades em "espetacularidades"? Quem dera ser assim. Ao menos posso apreciá-lo!
[Sobre "Um livrinho, um poetinha"]
por
Rosa Nina
9/3/2005 às
18h41
201.8.189.48
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quantas são as leituras?
Jardel, leio bastante. Não consigo ficar distante de um livro. "Crime e Castigo" já o li. Poderia citar outros, mas me chamou a atenção em seu texto o desejo de passar aos leitores o prazer da leitura. Pois bem, recorro a Gadamer em "Verdade e Método" que diz: "quando compreendemos um texto nos vemos tão atraídos por sua plenitude de sentido como pelo belo". Entretanto, afirma Gadamer que "... não existe compreensão que seja livre de todo preconceito, por mais que que a vontade do nosso conhecimento tenha de estar sempre dirigida, no sentido de escapar ao conjunto dos nossos preconceitos." Em resumo, penso que o texto de um livro, quer seja prosa ou verso não pertence ao seu autor. Coloco-lhe a seguinte questão: penso que a minha leitura de "Crime e Castigo" não seja a sua leitura. A sua leitura de "Crime e Castigo" de fevereiro de 2005 não será talvez a mesma leitura em 2006, por quê? Acredito que se levássemos a Joyce todas as leituras que fizeram do seu "Ulisses" talvez ele desconhecesse a própria obra. Isto porque não há uma concordância lógica e natural entre leitor e texto. Gadamer diz que "à dialética da interpretação sempre precedeu a dialética de pergunta e resposta. É esta que determina a compreensão como um acontecer." E arrisco-me a dividir com você um resposta à colocação que lhe fiz: não há um único "Crime e Castigo", mas vários e aí reside o belo do texto.
Bem, coloquei a questão.
[Sobre "O crime e o castigo de um clássico"]
por
luiz fernando
9/3/2005 às
17h56
200.252.60.253
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Elis e a Fênix
O mercado se tornou uma entidade abstrata, quase metafísica de tão impalpável, mas não devemos esquecer que quem sustenta o mercado somos nós, criaruras autômatas que assistem televisão e por consequência "compram" marias-ritas, enlatadas, pasteurizadas e até mastigadas... Elis Regina é insuperável para a MPB assim como Louis para o jazz, por serem únicos. Completo é um termo apropriado para quem acredita que a MPB vai ressurgir das cinzas e a que a Rede Record vai voltar a transmitir os grandes festivais de antigamente... Existe música boa acontecendo, bem como ótimas cantoras... e essas certamentes não estão sentadas ao lado das filhas dos sertanejos nos programas de variedades da TV.
[Sobre "Digestivo nº 216"]
por
Ana
9/3/2005 às
15h14
200.207.150.114
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limites do entretenimento
Eu discutiria a colocação "limites medíocres do entretenimento" - porque, como leitora ávida, constante, há mais de 25 anos, sei por experiência que "entreter" não significa, obrigatoriamente, qualidade literária inferior (e por que seria algo "menor" se divertir, ora?), mas o artigo ainda assim está bom. Trabalho em biblioteca escolar e observo de perto algumas denúncias feitas nele.
[Sobre "Livro pra quem precisa"]
por
Carla
9/3/2005 às
05h49
200.217.22.25
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só me resta a hipocrisia
Senhores, perdoem-me. Mas a mim só me resta uma dúvida: ser ingênuo ou hipócrita? Se há indignação é porque se acredita numa solução e não há solução. Cito o saudoso geografo Milton Santos: "de modo geral, e como resultado da globalização da economia, o espaço nacional é organizado para servir às grandes empresas hegemônicas e paga por isso um preço, tornado-se fragmentado, incoerente, anárquico para todos os demais atores." Pergunto: qual a classificação que poderemos dar ao livro? Já que se pretende que não seja uma mercadoria? Infelizmente vivemos a égide do "pensamento único" que, voltando ao Milton Santos, "...confunde a lógica do chamado mercado global com a lógica individual das empresas candidatas a permanecer ou a se instalar num dado país, o que exige a adoção de um conjunto de medidas que acabam assumindo um papel de condução geral da política econômica e social." Hoje os estados vêem comprometido o seu papel de reguladores. Sou um leitor que sofre, porque com baixo poder aquisitivo vejo-me privado de: comprar livros, frequentar salas de cinema e teatro. O texto trouxe-me à lembrança lúmpens diante de câmeras a clamarem por justiça. E cidadões da classe média, vestidos de branco,em passeatas, a clamarem a paz aos céus. Artaud num texto sobre o suicídio afirmou que ele é possível, mas inviável, pois o sujeito que se mata não é o mesmo que morre. Portanto, a mim só resta a hipocrisia. Fica a sugestão para quem sabe um administrador da hora lançar: o cinema a R$ 1,00 ou o teatro a R$ 1,00 ou, quem sabe, o livro a R$ 1,00? Sou um descrente, perdoem-me.
Sigam em frente.
[Sobre "Livro pra quem precisa"]
por
luiz fernando
8/3/2005 às
16h58
200.252.60.232
(+) luiz fernando no Digestivo...
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Perfeito!
Deveríamos todos fazer uma frente contra o monopólio privado da cultura. Contra as redes, contra os grandes grupos que fazem do livro uma mercadoria como outra qualquer! regina helena oliveira, professora
[Sobre "Livro pra quem precisa"]
por
regina oliveira
7/3/2005 às
09h48
201.1.58.17
(+) regina oliveira no Digestivo...
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Julio Daio Borges
Editor
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