Sexta-feira,
18/5/2007
Comentários
Leitores
Reacendendo o debate (cont.)
O que nos deixa – é, eu me incluo naquele rol de (pretensos) escritores em busca do Papel Sagrado – sem pai, nem mãe, no mato sem cachorro, com uma mão na frente, outra atrás, etc... Bem, sem querer mais usar clichês, concluo que essa discussão deixou algumas arestas à mostra e mais do que me acordar para esse novo desafio (o de usar a internet para escrever) agora me põe de frente à necessidade de escrever (e publicar) no papel. O país ainda não atingiu o nível de outras (grandes) nações, mas mesmo que atinja o livro eletrônico (ainda) não substituiu aquele velho ocupante das prateleiras. Isso algum dia vai acontecer?
[Sobre "Publicar em papel? Pra quê?"]
por
Pepê Mattos
18/5/2007 às
08h01
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Requentando o debate
...e do acesso às novas tecnologias, Julio (pegando um gancho do teu último comentário – de nº 13, em resposta ao Adroaldo). Ou seja, para que tanto a educação quanto a literatura se imiscua de vez no cotidiano do Zé e da Maria é preciso que se popularize o uso do computador na família brasileira – sob o ponto de vista defendido aqui por você. São inúmeros os entraves para a prática de qualquer política de educação num país como o nosso passando primordialmente pela falta crônica de interesse da politicanalhada brasileira. Esse seu posicionamento o qual respeito muito nos põem de encontro à realidade avassaladora dos nossos dias. Temos poucos leitores, e muito menos escritores. Para se chegar ao pódio dos bons escritores há 377 entraves, que vão do mais elementar deles (o que escrever) ao mais sofisticado (como escrever), esbarrando aqui e ali nos 375 no meio do caminho tortuoso do sofrido candidato a Daniel Galera ou Marçal Aquino, só pra citar dois escritores do momento...
[Sobre "Publicar em papel? Pra quê?"]
por
Pepê Mattos
18/5/2007 às
07h56
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a bossa nova jovem outra vez
Rosa Passos canta e encanta. Como disseram uma vez, Rosa faz a bossa nova jovem outra vez. Aproveito para informar que Rosa tem um novo site.
[Sobre "Doce presença"]
por
Vinny Andrade
17/5/2007 às
20h18
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Lúcido, mas livro é fetiche
Caríssimo, parabéns pela lucidez de suas palavras. Mas a escrita é paixão. O livro é fetiche, encerra mais do que declara. Livros têm cheiro, volume, "temperamento", vão com a gente para cama, alguns envelhecem com quem pertencem. Por prazer, passei a frequentar seu espaço, depois de publicada. E fui muito bem recebida. Meu caminho foi o dos concursos, atalho rápido em todos os sentidos: tiragem grande, acesso facilitado à mídia, mas nem por isso diferente do que você retratou. Sempre gostei de escrever; lia e escrevia para não enlouquecer. Ganhava a vida, porém, me atormentando no setor financeiro. A publicação foi o presente da maturidade. Logo que me inscrevi no concurso, criei um blog. Acho que não soube levar a coisa, mas os que sabiam achavam "cool". Desencanei quando percebi que, no meu caso, era gastar boa vela a troco de nada: ninguém me lia. Agora, até que senti vontade de voltar. Compro livro de estreante: se abro e gosto da primeira página. Cada um com sua história.
[Sobre "Publicar em papel? Pra quê?"]
por
eugenia zerbini
17/5/2007 às
19h26
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Coisa de feiticeiro
"Mesmo decorando o número da página (fiz isso muitas vezes) eu havia me perdido; mesmo colocando um marcador de páginas no exemplar que eu tinha em casa". Hmmm. Isso parece obra daquele feiticeiro de quem o Dom Quixote fala... brincadeira, Guga. Gostei muito do seu texto, embora eu seja do time que amou o Dom Quixote.
[Sobre "Quixote que nada"]
por
Drica
17/5/2007 às
18h33
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Opinião [parte 5]
De outra forma, parece-me que a literatura, de uns tempos para cá - e a televisão muito teve a contribuir -, está se direcionando ao escracho. Finalmente, temos livros curtos, práticos, que passam uma mensagem digerível a ambos os gêneros, alguns que se atrevem a cruzar todas as faixas etárias: um contra-senso, o nonsense. Maquiavelice, sátira deslavada; coisinhas e maldições que não são para serem lidas e pronunciadas, o tal do INDEX nos instiga. Quem duvidar, comecem a observar os dramaturgos contemporâneos, ver o caminho que estão traçando. A globalização, distribuição desigual de renda, crescimento acelerado das cidades; temos uma inversão de valores, desestabiliza e instaura novos padrões estéticos na metrópole; o paulistano, no caso, está frio, distante e indiferente. O intelectual se coloca em ar de superioridade e ridiculariza a pobreza. Vivemos uma era de individualismo e desagregação social.
[Sobre "Publicar em papel? Pra quê?"]
por
Marcel Dias Pitelli
17/5/2007 às
15h11
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Opinião [parte 4]
Querem saber da verdade? Vou dizer a vocês, talvez relatando minha experiência; por certo, deve ser pequena em comparação à dos amigos jornalistas e blogueiros [nunca acreditei em blog, essa ferramenta unilateral]... Mas vamos por partes! Primeira coisa: com exceção a alguns blogs portugueses, ilustrados e cruzados [comunicados?], com vídeos e outras ferramentas midiáticas; os demais, a menos que sejam ‘impressionantes’, estão fadados a morrer. No Brasil, isso se reforça. Blogs de amigos meus, escrevem magistralmente, não têm visitas.
Amigos, não é que o brasileiro não leia. Aliás, esse me soa um daqueles estereótipos que nos imputamos, reforço da transculturalização; como o do poderio americano e com o qual persistimos em nos equiparar sem antes estudarmos as imagens, a publicidade e o ‘Soft Power’. Assim fosse, literatura precária, jornal, revista, quadrinhos, Mangá, nada se venderia no Brasil.
[Sobre "Publicar em papel? Pra quê?"]
por
Marcel Dias Pitelli
17/5/2007 às
15h09
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Opinião [parte 3]
Julio tem razão em alguns pontos. Acredito que quis falar de ambivalência, mas não chegou a mencioná-la. Afinal de contas, escritores que somos, expostos a leitores e toda uma mídia, já não nos basta a tal autocrítica [a nos deglutir vivos], devemos também fatalmente nos adaptar a uma realidade líquida e conceitos de mercado a nós sigilosos. Quando se trata de autocrítica, eu e muitos que conheço, nos pegamos num continuum refazendo a musicalidade de um trecho até que ressoe como um senoidal. Essa, para alguns lingüistas, seria uma forma de captar a atenção do leitor, tão disperso ao som de buzinas, o choro de caninos e bebês desmamados. De certa forma, parece-me que a ‘boa literatura’ está à mercê da realidade, turvando-se mais ficcional do que a própria ficção.
[Sobre "Publicar em papel? Pra quê?"]
por
Marcel Dias Pitelli
17/5/2007 às
15h07
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Opinião [parte 2]
Não sei o que dizer: vim pedir espaço no Digestivo [assim como noutros sites literários], publicar meus contos, e o trabalho não é fácil [dentre várias linhas, sou colunista de Relações Internacionais pelo www.mundori.com.br, escrevo surrealismo, psicológico, suspense, realismo fantástico e poesia]. Meu nome já saiu no Diário de SP, no Jornal do ABC, na Jovem Pan, na coluna de Cezar Giobbi, Mônica Bergamo... Big shit? Yeah! Vez em quando estou no Chateaubriand, lendo ‘curtinhos’ a platéias de 200 pessoas. Esta semana, sentei-me ao lado de Marcelino Freire, entreguei-lhe meu livro [‘Sila’, o primeiríssimo de uma trilogia... Meu site é legal, temos todo um trabalho no Orkut; um trecho que foi também teatralizado no Chateaubriand - atores vindos do Nilton Travesso - e está online]. O que posso dizer, ‘Brasileiro não desiste nunca’? Que talvez um dia eu crie um blog e dê espaço a todos? Não sei. Eu precisaria me colocar na pessoa do Julio, saber o que é esse lado de selecionar e desprezar.
[Sobre "Publicar em papel? Pra quê?"]
por
Marcel Dias Pitelli
17/5/2007 às
15h07
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Opinião [parte 1]
Amigos, como vocês mesmos dizem, venho descobrindo a cada dia que mais tenho a saber desse complexo meandro, ‘Mercado Editorial’ [parece se cruzar com fortes noções de sociabilidade].
Julio me conhece, falamos por e-mail várias vezes. Sempre me foi muito cordial. Creio eu, devo fazer parte dessa maldita esfera de estreantes. Dela não consigo me desvencilhar e jamais irei - muito me enraivece a falta de solidariedade num campo tão narcisista quanto as Letras - mais do que nunca, me proponho ajudar os que estão na mesma situação. Muitos estão abrindo sites e cobrando pelo espaço, perpetuando os empreendimentos comerciais que já se exaurem nas esferas editoriais; outros, mais corajosos, abrem espaços gratuitos [Sanfrei Books, Turba Literária, Garganta da Serpente...]. Seria o momento de falar das hierarquias que permeiam as instituições literárias, do quão paradoxais se colocam quando ignoram os ‘novos’ e ao mesmo tempo investem pela freqüentação de leitores? Prefiro nem comentar.
[Sobre "Publicar em papel? Pra quê?"]
por
Marcel Dias Pitelli
17/5/2007 às
15h04
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Julio Daio Borges
Editor
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