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Sexta-feira, 8/6/2007
Comentários
Leitores

oralidade e língua escrita
Julio, gostei do texto pra caramba!! Quem está no meio literário ou jornalístico, quem teve acesso a uma boa educação, quem quer escrever ou entender a língua, em toda sua grandeza, tem que saber a norma culta e usá-la adequadamente. O que me incomoda mais são aquelas pessoas (principalmente professores) que usam a linguagem culta para que sejam inalcançáveis, para condenarem seus discípulos às trevas eternas. E o pior: quando desvirtuam a norma culta, usam e abusam do gerundismo, usam "a nível de", "eu, enquanto professor", "vou estar elencando alguns temas.." Argh!! Socorro! Com a minha experiência em sala de aula, penso que nunca devemos desmerecer a linguagem do aluno(classe pobre), mas sim trazê-la para a classe e, a partir daí, mostrar que existem outros registros de língua mais valorizados, que eles precisam conhecer e dominar para terem novas possibilidades e melhores condições de enfrentar a realidade. Mostrar a diferença entre oralidade e língua escrita. Dá certo! Bj. Dri

[Sobre "Minha pátria é a língua portuguesa"]

por Adriana
8/6/2007 às
22h21

ENEM: uma lástima
Esse tema é como a questão dos blogs e do papel: parece inesgotável. Ano passado cometi a insanidade de aceitar o convite para corrigir as redações do ENEM. Foram 4.000 em três semanas. Resguardados os aspectos regionais, foi como se você tivesse que assistir a um filme que odeia 4.000 vezes. Com raríssimas exceções; graças àqueles que tiveram a coragem de ousar, de serem criativos, de saberem dominar a língua escrita, o resto foi uma lástima. Havia candidatos que não conseguiam estruturar uma frase sequer. Outros não identificavam o tema; e os que tinham uma noção do que é dissertação, escreviam o óbvio da pior maneira possível: clichês e mais clichês, frases mal elaboradas: apenas tangenciavam o tema de forma repetitiva e superficial. Fiquei quase um mês em estado de choque, deprimida e impotente. E olhe que trabalho também em escola pública, educação de jovens e adultos. Não deveria me surpreender tanto! Acho que os guias gramaticais só valem mesmo para quem já escreve bem! Abç

[Sobre "Guia para escrever bem ou Manual de milagres"]

por Adriana
8/6/2007 às
21h42

Beckett: não na minha lista
Ei!! Sou uma que acho o Beckett sacal demais, principalmente, no que se refere às suas peças para teatro, dito do absurdo. Concordo que Beckett tem frases brilhantes, os seus textos são brilhantes, que não é intencionalmente pretensioso, a despeito de que a maioria se suas encenações, por obra de seus diretores, atores e produtores. Era e ainda é um artista de vanguarda. Só não tenho vontade de (re)lê-lo, pois acho que tem coisas melhores no mercado, tanto os clássicos, como outras obras. Quando faço algumas releituras de alguns livros e autores, seguramente, Samuel Beckett não está na minha lista. Mas ele não faz parte também dos meus excluídos ou ignorados, como Paulo Coelho, por exemplo. Talvez um dia queira entendê-lo melhor, mas ainda não chegou a hora. Gostei das frases. Beijo. Dri

[Sobre "Frases de Beckett"]

por Adriana
8/6/2007 às
20h57

fascínio por amigos gays
Guga, talvez os homens não entendam por que as mulheres têm um certo fascínio por amigos gays. Mas, não é difícil, para nós, entendê-los e admirá-los. Por eles terem um corpo de homem e uma alma de mulher a proximidade é fatal. No fundo, todas as mulheres gostariam que os homens as entendessem como os gays. Embora, o lado oposto, especificamente, macho, do homem, nos atraia e muito. Com os gays, podemos falar tudo, as mais escondidas intimidades, compartilharmos os desejos, como também discutirmos como os homens são, em seus diversos aspectos, e perguntarmos a eles se o cabelo está bom, se o vestido não te deixa mais gorda, se o sapato está combinando, se a casa está bem decorada e eles responderem COM ATENÇÃO, pois realmente entendem daquilo e sabem dar a opinião que as mulheres esperam. O perigoso é quando a mulher e o amigo gay se apaixonam pelo mesmo cara ou ela se apaixona perdidamente por esse amigo gay. Aí, a baiana roda, o bicho pega e salve-se quem puder. Bj. Dri

[Sobre "O rival"]

por Adriana
8/6/2007 às
20h37

Oh doce ócio...
Leitores acabam se traindo, e sempre falam de suas preferências e iniciações. Eu não posso me furtar às lembranças deliciosas da Luluzinha, do Gasparzinho e da incipiente Mônica, compradas de segunda mão na feira de quinta, um pouquinho velhas é verdade, por alguns tostões, mas que me fascinavam e me abriram a portinha do clube mais chique deste planeta: dos amantes do bom texto! Depois vieram Alencar, Machado, Amado, Borges, Cortázar, Shakespeare, tantos outros. Celebremos, pois, já que somos (nem) tantos, mas tão apaixonados! Ler é ótimo! Ler é contagioso e incurável! Oh doce ócio... abandonar-se às linhas de um Pessoa, de um Potter, que importa. Não gosto de jogar pedras, mas tirando Paulo Coelho, o insípido, vale tudo!

[Sobre "O desafio de formar leitores"]

por Marcia Rocha
8/6/2007 às
18h36

Descartes revisitado
Se você seguir a máxima de Descartes, corre o risco de entrar em outra ilusão, que é achar que só o que pensa existe. Um convite a revisar o conceito de pensar e o de existir. Exemplo: uma pedra não pensa (no sentido cartesiano mesmo), portanto ela não existe. Se nós a pensamos pedra, nós existimos, mas não ela. Mas ela está lá, existindo. Eu pergunto - como é possível que ela exista sem pensar. Talvez ela só exista em nós. Mas parece tão real! Ou: ela pode ter um pensar diferente do meu, tão excludente e preconceituoso, limitado à minha paupérrima percepção sensorial. A pergunta de Hamlet ricocheteia na cabeça - ser ou não ser! e faz a dobradinha - pensar ou não pensar! Sempre há uma pedra no meio do caminho... Cáspite!

[Sobre "Penso, logo existo"]

por Marcia Rocha
8/6/2007 às
18h14

Nível de leitura
Ótimo texto, Ana. Há pouco, li um ensaio (que considerei muito bom) onde se diz, entre outras coisas, que o escritor escreve para seus pares, e o acadêmico (estudante), para seus professores. A questão da clareza do texto é relativa, também, ao leitor. É complicado dizer isso hoje, quando existe essa tendência de massificação a todo custo nas letras, mas o nível dos leitores é muito variável. Abraços.

[Sobre "Guia para escrever bem ou Manual de milagres"]

por Guga Schultze
8/6/2007 às
12h42

O escrever insípido e inodoro
Ana, só pra somar: a Web, a indexação dos mecanismos de busca e o uso de anúncios de textos (que dependem da indexação) podem ser a próxima moda do escrever claro, "objetivo", em ordem direta - ou, de outra maneira, escrever insosso, incolor, insípido e inodoro. As probabilidades de um texto claro, "objetivo" e raso ser indexado é muito maior do que um texto mais "criativo" (um "Cruz Credo" no meio, por exemplo, pode linkar anúncios religiosos num blog, num site que não têm nada a ver com religião). Quem diz que, daqui a uns tempos, na ânsia de os textos serem indexados ou renderem algumas verdinha$ não haverá um "padrão" (argh!) pra se escrever também na Web, para facilitar traduções, por exemplo, hein? É só pra somar mesmo. Belo texto, Ana. Ítalo Calvino é "o cara" e as "Lições Americanas", principalmente pra quem sacar um pouco de Mitologia, são peças textuais preciosas. Abraço

[Sobre "Guia para escrever bem ou Manual de milagres"]

por Rogério Kreidlow
8/6/2007 às
02h44

Cada leitor tem sua história
Luis Eduardo, esse texto só confirma o que eu já havia notado em você: uma preocupação verdadeira em formar leitores. Sempre achei que esses intelectuaus que ficam rotulando as práticas de leitura não querem que ela seja democratizada. Michel Peroni e Joëlle Bahloul fizeram pesquisas sobre o percurso biográfico de diferentes leitores e mostraram que não existe uma linearidade. Cada um tem uma história: lê-se mais em determinada época do que em outra, muda-se o gênero, alguns começam pelos clássicos, outros talvez nunca os leiam... O importante é começar a ler o que se gosta e ter a chance de conhecer e, principalmente, de ter o direito de escolher. Todos os direitos da leitura a todos!Parabéns pelo texto e pela mensagem!

[Sobre "O desafio de formar leitores"]

por Áurea Thomazi
7/6/2007 às
20h52

abri o Digestivo para relaxar
Ana, tarde de feriado. Depois de corrigir um monte de trabalhos, abri o Digestivo para relaxar. Que gostoso "ouvir" essas diferentes versões da mesma história. Fantasiei o fogão à lenha, senti o gostinho do café e ouvi os cachorros latindo ao longe. Viajei até o Jequitinhonha e deu vontade de ouvir outras histórias como essa, nessa "língua" do jeitinho que o povo fala... Parabéns!

[Sobre "Conte a sua versão da história, uai"]

por Áurea Thomazi
7/6/2007 às
20h09

Julio Daio Borges
Editor

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