Sexta-feira,
5/4/2002
Comentários
Leitores
Guerra entre irmãos
Apesar da vasta pesquisa e dos dados citados, num aparente conhecimento de causa, o artigo reflete apenas uma opinião e não esclarece. Pelo contrário, é uma simplificação ingênua, que reflete a mitificação da cultura judaica e a animosidade do autor contra os árabes. Ambas culturas são ricas e produziram grandes expoentes e contribuições valiosas para a humanidade. A questão na região da Palestina é muito mais complexa do que o Rafael Azevedo supõe. Primeiramente, porque toda a questão está relacionada com a visão de mundo semita (vide dicionário; o grupo semita inclui árabes, assírios, fenícios, judeus entre outros originários da região do Crescente) e tem uma vertente preponderantemente cultural e não apenas religiosa. Num segundo plano, sim, está a religião. Os semitas, desde muito antes da época bíblica se dividiam – e ainda se dividem - em clãs e tribos. Como é notório, não há maiores inimigos entre si que clãs ou tribos rivais em territórios adjacentes. A questão não é propriamente religiosa, porque não se discute a divindade de Jeová ou de Allah, ou de nuances epistemológicas entre Torah e Corão, ou sobre as profundas diferenças entre os rituais do judaísmo e do islamismo. A questão, repito, é tribal e remonta a milênios. A questão de demarcação de territórios – que toda cultura preza em algum grau, terras hereditárias, feudos, Estado-Nação, latfúndios – serve apenas para quantificar poder de uma tribo ou grupo e demarcar uma propriedade para fins produtivos (na velha receita Terra-Capital-Trabalho). Se um palestino ou israelita viver de um lado ou outro de da fronteira naquela região pouco afetará a sua vida, pois o seu cotidiano seria quase o mesmo que o de seu rival – obviamente seria uma vida mais tranquila se apagassem de sua mente a questão de pertencer a uma tribo e tudo que isso implica. Voltando ao que eu me referi acima, os semitas bíblicos e as sociedades semitas atuais vêem o mundo em grupos, tribos, etc... Até o judeus modernos se dividem e muitas vezes evitam casamento entre membros de uma tribo ou outra – sefarditas, neftalis, efrains, benjamins etc.. Portanto, colocar a questão entre judeus e muçulmanos apenas é errar o alvo. Na realidade, são todos irmãos brigando entre si. É realmente tudo farinha do mesmo saco, como um comentarista acima apontou. A história recente está regada de conflitos da mesma natureza, como servios e croatas, tutsis e hutus, e até clãs norte-americanos, como os Hatfields e os McCoys, que se matavam entre si na virada do século passado. Por fim, gostaria de notar que, com relação às atrocidades que vemos na Palestina, de parte a parte, não há justificativa sob qualquer ângulo que se analise. É uma guerra entre irmãos e, como dizem, "não se deve meter as mãos". Nas matanças, nenhum dos dois lados está certo, nenhum dos dois lados é levado por lógica ou por sentimentos nobres. Não há mocinhos.
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Antonio Oliveira
5/4/2002 às
17h07
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parapedro
Pedro, qualquer país tem direito a revidar ataques. Se os palestinos explodem bombas todos os dias em Israel, Israel tem todo direito de revidar. E Arafat, junto com outros líderes árabes, alimenta uma intolerável rede de terrorismo que precisa ser cortada pela raíz. Em escolas palestinas (tem filmado) crianças de cinco anos aprendem a usar metralhadora e jogar granada, gritando "Morte a Israel!". Nenhum judeu aprende em escola semelhante coisa. Israel é um estado secular, tolerante e democrático. O mesmo, infelizmente, não pode ser dito da maioria dos árabes que ocupam 99% do oriente médio e ainda querem expulsar os judeus de lá.
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François Maltie
5/4/2002 às
15h16
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Nada de novo debaixo do sol.
Caro Rafael
Após uma fácil crítica aos nazistas, que é o mesmo q louvar a beleza da Ellen Roche (chover no molhado), vc inverte o sinal e começa a louvar Israel, principalmente seus gênios.
Palmas... meu maior ídolo ainda se chama Isaac. Quando estive em Londres não descansei enquanto não achei seu túmulo para rezar por ele. Vc, eu e todo ser mínimamente escolarizado estudou sua teoria e sua famosa tese q começa com:... "tudo se passa como se a matéria atraisse a matéria na razão direta das massas etc etc etc". Já meu segundo ídolo é da família Einstein (menor q o Isaac na minha opinião).
Falar mal dos palestinos e bem dos judeus é tão fácil como o oposto.
Agora, se vc der uma olhadinha na política da palestina nos anos anteriores a 1947 vai ver quem eram os terroristas (com esse nome mesmo!). Quem explodia, matava e lutava para ter direito ao seu pedaço de terra.
Fosse essa a época e o nosso sem terra estaria abraçado a um judeu, lutando contra os ingleses que comandavam a "força" então.
Não tome partido errado cara. O q o Ariel está fazendo só da licença a pessoas pouco informadas se irritarem, justamente, contra o povo judaico. Eu também ouvi um colega comentar q ele tinha vontade de levantar uma bandeira e ir para a embaixada de Israel com os dizeres:"Adolfo tinha razão".
A lógica da ocupação militar é essa mesmo. Não dá para tapar o sol com a peneira, até o Bush já disse basta.
Israel está tão errado q oficiais mais conscientes já preferem irem em "cana" a ultrapassar a linha verde e entrar na Palestina.
Cumpra-se as resoluções 242 e 338 da ONU.
O resto é blá blá blá e bum bum bum desde q Caim matou Abel.
Pedro
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pedroservio
5/4/2002 às
14h47
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Filme Nac. x leis secretas
Caro Alexandre,
Não concordo inteiramente contigo, embora entenda as tuas preocupacões. Falando em literatura, nas tais leis secretas. A propósito, acabei de ver um filme nacional (prefiro não comentar o Oscar). Suzana Amaral, a diretora, dá uma tapa (vamos usar assim, no feminino) num desses itens secretos dessa lei. "Uma vida em segredo" é um primor. Sou um amador de cinema, não sou crítico. Todavia, acho injusto com essa diretora se eu não contar isso aos outros. Não há nada de violência urbana. Algo despretencioso, simples, bem humorado, trágico, humano (há algumas coisas que quase chegaram a me incomadar, entretanto... Não, chegou uma hora que me entreguei. Eu me rendo! Eu me rendo, senhora Suzana Amaral! ) é belo! Belo! Belo!
E é mais que necessário e oportuno esse seu texto.
Paro por qui, se não vou acabar com o espaço. Aí este negócio fica longo e ninguém lê nada. Internet não dá pra ser extenso. Tem que ser breve. Embora tivesse muito mais pra dizer. É isso aí.
Cacá Mendes
[Sobre "Furo! Furo! Furo!"]
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Cacá Mendes
5/4/2002 às
15h02
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Há adultos secos e molhados...
Ah, Otavio, mas você há de concordar comigo que chato mesmo é o Adulto de Profissão- o Sujeito Que Faz Questão de Ser Muito Adulto- o sujeito do tipo Não Tenho Tempo para Essas Bobagens, Rapaz! E você tem razão- esse tipo de gente sofre é de adolescência. Um abraço- Alexandre
[Sobre "O Exército de Pedro"]
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Alexandre
5/4/2002 às
14h40
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TENDENCIOSO
Primeiro quero dizer que sou simpatico a Israel e a causa de um Estado judeu na palestina.Mas quero fazer recordar que o estado israelita costuma abusar de sua forca humilhando cotidianamente palestinos em sua propria terra demolindo casas e assassinando seletivamente pessoas nas ruas mesmo tratando-se de terroristas, os ataques vitimam inocentes o que é sim um ato criminoso.A RECENTE ONDA DE VIOLENCIA EXPLODIU POR CULPA DE ARIEL SHARO HA 18 MESES.Apoio a invasao militar desde que seja rapida voltada para eliminar as celulas terroristas.Eu achei seu texto tendencioso, os arabes nao sao nossos inimigos nao sao inimigos da civilizacao, a maioria é gente pacata e trabalhadora evite criar estereotipos.Se a maioria dos paises arabes nao é hoje livre e democratica tal realidade foi construidade com ajuda do ocidente que apoiou SADDAN Reza Palevi a familia Saud.A pobreza de certos paises islamicos arabes deve ser vista com pesar e nao com desdem.Eu julgo que será fundamental contar com ajuda e a inspiracao da cultura arabe para recontruir cultura ocidental destroçada por seculos de marxismo materialimo capitalismo desagregador e destruidor do principio cristao de comunidade.PRECISAMOS RETORNAR AS FONTES PROFUNDAS DA NOSSA CIVIZACAO E ISSO INCLUI A HERANCA SEMITA(ARABE E HEBRAICA).
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wer
5/4/2002 às
14h12
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Venha, Narizinho, venha..
Mas, Sue, o que seria do Sítio do Picapau Amarelo sem a Narizinho? Sem a Emília, a Dona Benta e a Tia Nastácia já seria ruim o suficiente, mas sem a Narizinho seria impossível. O Pedrinho ficaria matando passarinhos com o bodoque, e o Visconde de Sabugosa ficaria lendo num canto. Presença feminina é necessária (desde que não seja a Cuca). Venha, venha. Eu e o Rafael vamos tratar você como uma deusa! Beijos- Alexandre
[Sobre "O Exército de Pedro"]
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Alexandre
5/4/2002 às
14h34
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Intolerâncias e Intolerâncias
Caramba! A forma pela qual vc "pulou no gogó" do cara do bar que expressou sua opinião sobre judeus e americanos, classificando até os amigos dele de pulhas, foi uma rica demonstração de que o extremismo pode estar presente nas mentes mais intelectualizadas. Seu artigo é muito elucidativo (supondo que as fontes históricas são isentas) mas, sua reação às bobagens regadas à chope que circulam nos botequins da vida foi desproporcional. Vc se refere aos países árabes como muitos referem-se aos países africanos, outros tantos aos paises sulamericanos, outros aos judeus. São formas veladas de preconceito ao lidarmos com diferenças histórico-culturais-religiosas-raciais.
Preconceito que é "injetado em nossas mentes" com muita competência pela mídia. Todos sabemos que a mídia não produz de forma expontânea. É paga e defende interesses de quem paga.
[Sobre "Intolerâncias e inconsequências"]
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helio araujo de souz
5/4/2002 às
10h32
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Simplesmente Fantástico!
Caro Rafael, gostaria do seu telefone para lhe parabenizar viva-voz pelo excelente e esclarecedor artigo.
Simplesmente fantástico!
Aproveito a oportunidade para solicitar sua autorização para publicar seu artigo, na integra e com os devidos creditos, no meu site, o PLETZ.com
Gustavo Erlichman
PLETZ.com
[Sobre "Intolerâncias e inconsequências"]
por
Gustavo Erlichman
5/4/2002 às
10h58
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Que Mario?
Eita nós! Agora é o Mario AV em quem eu esbarro aqui no meio do Digestivo Cultural. Isso aqui está começando a ficar bem frequentado. Onde é que eu larguei minha gravata, mesmo?
[Sobre "Primeiro de Abril"]
por
Rafael Lima
5/4/2002 às
10h42
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Julio Daio Borges
Editor
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