Sexta-feira,
12/4/2002
Comentários
Leitores
a hora dos assassinos
Rafael. É repulsivo,é asqueroso que homens bombas matem civis israelenses.È repulsivo,é asqueroso que o Estado de Israel seja governado por um psicopata assassino.Tenho convicção que o maior escritor israelense compartilha da mesma opinião.O extraordinário documentarista israelense AVI MOGRABI se arrependeu amargamente por ter um dia pensado que Ariel Sharon tinha qualquer resquício de humanidade.Parece não haver saída,Arafat e Sharon com seus asseclas são dois monstros que lembram CONRAD: o horror,o horror...
[Sobre "O injustificável"]
por
Heraldo Vasconcellos
12/4/2002 às
11h32
|
Quero mais
Adorei a idéia de publicar ensaios na internet. Relembrar Oswald nunca é demais e o texto está ótimo. Queria saber quais são os próximos textos. Vocês não podiam anunciá-los?
[Sobre "Um homem sem profissão nem esperança"]
por
Anamin Santiago
12/4/2002 às
11h29
|
não existe nada palestino
Heitor,
Você é muito simplista se acha que eu defendo ditaduras comunistas só porque eu falei que China, Cuba e Coréia do Norte são os únicos paises atualmente que não dão bola pros americanos.
E continuo a afirmar que é insanidade acreditar que uma ofensiva como a israelense possa trazer a paz. Comparar essa guerra com a Segunda Guerra, é comparar o incomparável. Na Segunda guerra você tinha uma guerra entre nações, entre exércitos, entre estados. Ou seja, é possivel se alcançar um acordo depois que um dos lados venceu. Já na guerra Israel-palestinos se trata de um contexto completamente diferente. Não existe estado palestino, não existe exército palestino, generais palestinos, nação palestina para dialogar. O que Israel vai fazer? Vancer a guerra e entrar em acordo com os terroristas?!
Terroristas são individuos que tomam atitudes individuais, dentro de um contexto de grupo claro, mas são voluntários de uma causa. Eu acho extremamente duvidoso afirmar o que a Bety Mayer diz: que basta Arafat ordenar, que os atentados cessariam em 24 horas. Sejamos sinceros. Se o próprio exército israelense acreditasse nisso, porque eles não entram no QG do Arafat, sentam e conversam o que deve ser feito para o fim dos atentados, ou colocam uma arma na cabeça dele e exigem o fim das explosões?
Na minha opinião, Arafat ja não manda mais em nada, mesmo poque não tem no que mandar, não existe país, não existe governo, não existe exército organizado, não existe nada palestino.
Mesmo que Israel consiga chegar aos seus objetivos, que são bem obscuros por sinal, você acha que os homens-bomba vão parar? Pense nos garotos palestinos que vêm Israel destruir suas cidades, atacar seu povo com tanques, demolir casas com buldozers. O que eles vão pensar? Não é dificil chegar a conclusão que alguns vão se tornar terroristas e vão combater Israel. É uma bola de neve.
Nós vimos na TV reservistas israelenses que se recusam a participar da invasão, pois acreditam que está errado. Nós vimos na TV soldados americanos se recusarem a atacar o Vietnam pois não viam lógica naquilo. A guerra do Vietnam se estendeu até os EUA se retirarem. Palestinos e vietcongues lutam e lutaram por uma causa, contra inimigos que não têm certeza de qual a sua.
Israel se enfiou numa sinuca de bico tremenda, pois o inimigo não vive do outro lado do mundo.
[Sobre "O Conflito do Oriente Médio"]
por
Pedro Ghirotti
12/4/2002 às
08h21
|
Esperando com Lolita
Caro general, agora me sinto como Lolita, observando cada movimento seu à espera de meu momento de alegria. O dela, com a bola; o meu com seu próximo texto. Brilliant, Sir, if I may say so. De qualquer modo, ficar ouvindo V. Excia. lendo na varanda é uma delícia! Sua recruta fiel, Sue
[Sobre "Na varanda"]
por
Assunção Medeiros
12/4/2002 às
08h39
|
um e-mail que te mandei
Heitor, esse é um e-mail que te mandei e coloco aqui pois tem a ver com o que o Antonio Oliveira diz:
1. Me desculpe, mas é muito estranho surgirem no meio da guerra um monte de documentos comprovando que Arafat financiou os terroristas palestinos. Eu acho rídiculo pensar que
alguém que dá dinhiero para outra pessoa comprar/produzir bombas para atos de terrorismo, faça questão de emitir "notas fiscais" ou produzir documentos de controle de caixa, que era
o que parecia os documentos apresentados pelo governo israelense, que pode muito bem ter forjado esses documentos. Não estou dizendo que eles fizeram, mas é uma possíbilidade.
2. Caro Heitor, eu não defendo terrorismo em hipótese alguma, mas perceba que os palestinos não tem exército. Seu exército são os terroritas, por pior que isso possa parecer. Cada um
usa aquilo que tem nas mãos. E na guerra não existe níveis de crueldade, tudo é cruel. Não é porque você tem um helicoptero que joga 100 misseis por minuto e um tanque que possui
lança-chamas e metralhadoras .50, que significa que você é menos cruel que o inimigo.
3. Sharon fez questão de aumentar o número de colonias em áreas ocupadas.
[Sobre "O Conflito do Oriente Médio"]
por
Pedro Ghirotti
12/4/2002 às
08h18
|
a mais pura realidade...
Rafael,concordo inteiramnee com seu comentário, ele é verdadeiro e tem procedência, já que para a mídia fica bem mais fácil e cômodo fazer de Arafat um coitadinho, confinado , prestes a se tornar um mártir (???), que não pode fazer nada para evitar os homens -bomba , só que está provado, que se ele desse uma contra ordem para esses atentados pararem imediatamente, em menos de 24 horas , parariam. Ele tem todo esse poder e muito mais.Só tem um detalhe , ele não o deseja, pois o interesse nào é criar um Estado Palestino de verdade , dá muito trabalho, mais fácil é ir empurrando os israelenses para o mar. Saudações , Beti
[Sobre "O Conflito do Oriente Médio"]
por
Beti Mayer
12/4/2002 à
00h02
|
Arafat
Antonio, quem mais tem cometido atentados terroristas nos últimos meses não é o Hamas, nem tampouco o Hizbollah, mas a Fatah, organização à qual o Arafat não só pertence como comanda. Portanto, parar com os homens-bomba está nas mãos unica e exclusivamente dele; mas essa nunca parece ter sido sua intenção. Saudações, Rafael.
[Sobre "O Conflito do Oriente Médio"]
por
Rafael Azevedo
11/4/2002 às
22h21
|
Oriente Médio requentado
Caro Heitor,
Respeito o direito que você tem de se posicionar a favor de Israel, estamos numa democracia, mas, já que estamos aqui, retomando este diálogo, me diga antes demais nada, o que te motiva a justificar as matanças por um Estado altamente armado contra um população que não tem outros meios de resistir a não ser tomando as armas. O terrorismo palestino foi forçado, como foi a Haganah. Sabe o que foi, não? Foi o terrorismo israelense. E por que Israel recorreu ao terror quando os zionistas se deslocaram para o Oriente Médio? E onde vai parar essa espiral? Terrorista por terrorista, vão acabar se matando todos. Os palestinos são terroristas por que não usam uniforme? É essa a diferença? Quando os helicópteros isrealenses lançam bombas em alvos civis, detonando carros, centrais de eletricidade, até um centro de assistência social da ONU (que gerou uma queixa formal da ONU), e bombardeando o QG do Arafat, não são atos terroristas? São atos lícitos de que ponto de vista? No presente round, já são 500 mortos do lado dos palestinos desde que começou a ofensiva. Entenda bem, condeno o terrorismo palestino tão veementmente quanto as ordens de Sharon. Mas o seu artigo não somente justifica Sharon, como instiga, e dá razão a se apelar para a morte para alcançar a paz "real e definitiva"!!!. Não vi você condenar os atos de Sharon como eu condeno os dos terroristaspalestinos. Pergunto, é por convicção ideológica que você acha certo o que Sharon está fazendo? Por lógica, tenho certeza que não pode ser. Eu lamento ler hoje em dia na Internet teorias e argumentos louvando essa ofensiva como forma de alcançar a paz. "Sim, temos que matar, mais mortes para vingar e lambermos os beiços, porque assim vão ver que somos melhores, mais poderosos, melhores armas, vejam que não nos curvamos a essa sub-raça de pobres coitados. Quem são eles, não são humanos. Que direito esses palestinos têm, quando ousam matarem os nossos irmãos. Nós sim, podemos matá-los, porque a paz ideal é sem palestinos para nos atrapalhar!!". É isso que você está dizendo no seu artigo. Se continuarmos assim, nesse discurso de que a violência só se vence com violência, Heitor, perdemos a referência de uma humanidade minimmente digna, nem digo nobre. A humanidade não pode tomar essa direção. Não se pode nunca defender um conflito armado, deve-se lamentar sempre, a cada oportunidade. Ajude a disseminar a paz por meios pacíficos. Os leitores acham que o que está escrito é verdade.
Sinto muito. Gostaria poder elogiar a sua posição, mas não consigo. Como você disse no seu comentário, temos posições bastante opostas, mas eu acrescentaria que não são opostas somente neste assunto, e sim no que diz respeito a tudo, toda a visão de mundo e da humanidade. A nossa diferença está na raiz, não nos galhos.
Com relação aos pontos que você indicou, aqui vão as respostas:
1 – Você acredita que o exército israelense encontrou provas no QG de Arafat. Tem certeza que não foram forjadas. Você viu os documentos. Eu, só ouvi alegações de Sharon e até a imprensa tem o cuidado de dizer que o exército israelense "teria" encontrado. Ninguém saiu alardeando, porque ninguém viu os documentos, se não a causa de Israel estava ganha. Porque Collin Powell iria se encontrar com um réu confesso? POowell faria qualquer coisa para não ter o enconrtro com Arafat. Qualque descupla serviria. E se as provas fossem sérias, ele teria o maios]r pretexto. Nas imagens do discurso de Sharon no Knesset, ele levantou um papel e disse que aquilo era uma das provas. Quanto a explodir o QG do Arafat seria sim uma burrice, mas não é burrice matar civis com se tem feito. Se Sharon quer a paz acima de tudo, recorrendo a esta ofensiva, porque não detonou o QG. Ele não seguiu a sua própria lógica, que estaria justificada, não? Pequeno detalhe, ele não tinha o sinal verde dos EUA. E, ademais, ele sabe bem que iria jogar fogo no barril de pólvora na redondeza árabe. Então, como é que ele faz o serviço pela metade se a paz "real e definitiva" não tem preço, e segundo você é uma meta nobre?
2 – Sharon é um belicista; você tem dúvidas? Ele sabe o que é negociar? Eisenhower sabia. Eu me arrisco a repetir o que disse no meu comentário e te remeto a ler o texto de novo. Sharon acha que, com esta ofensiva, vai quebrar (física ou moralmente) o Arafat e, assim, também a população palestina. Aliás, Arafat estará sendo visto como interlocutor ou como inimigo pela ótica diplomático-militar de Sharon? E cabe a pergunta: Sharon acha possível que israelenses e palestinos possam conviver na região? Isso terá passado pela mente bélica dele? Até Colin Powell está diferenciando Israel e Sharon, conforme seu discurso na Espanha ontem.
3 – Uma escola de crianças foi atingida durante a intifada há alguns meses. Não vejo qual a diferença se foi nesta ofensiva ou em outra. Não acho mais confortável ou menos cruel, como você insinua, as vítimas poderem ver uma ofensiva se aproximando e ver de balcão os tanques derrubar suas casas, vão morrer de qualquer jeito. A surpresa é cruel? E quem recebe uma bomba vinda de um helicóptero atirando a esmo, não é surpresa? Morre-se do mesmo jeito e toda morte em conflito armado é cruel. Não há outro adjetivo.
4 – O Arafat claramente quer algo e ele não pode querer todo Israel. Se ele quisesse todo o território de Israel já o teriam removido como negociador, pois teria perdido qualquer credibilidade. Mas se ele quer uma parte seria bom sentar e perguntar a ele. Ele tem que pedir ao Hamas e hezbollah e outros eventuais grupos que parem com os atentados. Se ele ainda não fez, é porque são os únicos aliados que podem retaliar ataques de Israel. O Arafat errou ao não aceitar os termos de Camp David com Clinton e Barak, mas havia uma aspecto que ele pediu tempo para consultar, que era aceitar uma unidade americana na Palestina e dividir a administração de Jerusalem com os americanos.
A bola está com você. Abraços pacíficos.
[Sobre "O Conflito do Oriente Médio"]
por
Antonio Oliveira
11/4/2002 às
17h59
|
O Conflito do Oriente Médio
Caro Ghirotti
(re. Comentário # 7)
Este seu comentário não é dirigido a mim, mas como se refere ao meu artigo, sinto-me do dever e direito de aduzir algumas idéias.
1. Você diz que é quase insano pensar que uma ofensiva militar, como a posta em prática pelo exército israelense, possa trazer a paz. Pois bem, aqui vão algumas outras situações para as quais peço sua avaliação de sanidade:
- Foi insana a ofensiva dos Aliados contra a Alemanha e a Itália, e no Pacífico contra o Japão, na última guerra mundial? Dever-se-ia, para manter a sanidade, permitir que o Eixo se expandisse ao infinito, até tomar conta de todo o planeta?
- Foi insana a pronta resposta militar de Mrs Tatcher nas ilhas Falklands/Malvinas, contra a aparentemente sadia invasão Argentina? Segundo seus critérios de sanidade, provavelmente sadia foi a atitude do então Prêmio Nobel da Paz, Lopez Esquivel, e mais um milhão de porteños, que compareceram à Plaza de Mayo para saudar um General Galtieri visivelmente embriagado. Será coincidência que hoje sadio é o outro Nobel, Arafat? Pobre Sr Nobel, deve estar se torcendo em seu túmulo!
Se a humanidade fosse 'sadia', jamais se levantaria contra tiranos e terroristas, o que aliás está de acordo com seu comentário acima no qual você deixa entrever uma mal disfarçada admiração por três ditaduras atuais, Cuba, China e Coréia do Norte. Se este é o preço, viva a pax americana! No fim, haveria paz e Hitler, Mao, Stalin, Fidel e tutti quanti receberiam o Nobel da Paz.
2. Nada implica que uma ofensiva militar leve necessariamente ao aniquilamento total do inimigo, inclusive da população civil. A 'sanidade' dos Alemães é que levou à quase total destruição de seu País, o mesmo tendo ocorrido no Japão. Se eles tivessem agido como os Italianos (de quem, presumo pelo seu sobrenome, ambos descendemos), que penduraram seu amantíssimo Duce de ponta-cabeça, reconheceram o erro, e ajudaram a expulsar os alemães, teriam poupado muitas vidas. Será que os Palestinos vão perceber que esta é a única saída para eles( ver o Comentário sobre Arafat de Waldemar Zusman acima # 2)?
3. A situação nos Bálcãs tem origens históricas, remotas e recentes, diferentes, e não há termo de comparação. Ali povos absolutamente díspares foram artificialmente unidos sob a tirania do Partido Comunista de Tito. Tanto que, logo que possível, os mais desenvolvidos da franja ocidental, os Eslovênios, deram adeus aos demais e vão muito bem, obrigado, em paz.
4. Você diz que o Governo de Israel precisa compreender que tem que fazer concessões se quer a paz. Mais do que o Barak tentou? por outro lado, os movimentos pela paz, como o Paz Agora e o Shalom-Salam, são livres no Estado de Israel e nos Países Ocidentais. Veja o comentário acima de Beti Mayer (# 6): seus filhos pertenciam ao primeiro e estão atônitos, como todos os pacifistas, menos os sadios, é claro. Você tem notícias de movimentos pacifistas na Palestina ou de resto, em qualquer País Árabe? É claro que a maioria deve querer a paz mas são violentamente reprimidos como 'colaboracionistas', assim como na Alemanha o eram os chamados 'judenfreunden' (amigos de Judeus).
Atenciosamente
Heitor
[Sobre "O Conflito do Oriente Médio"]
por
Heitor De Paola
11/4/2002 às
14h58
|
obrigado
Caro Heitor, gostaria de deixar registrado aqui minha admiração pelo seu artigo, por sua inteligência, paciência e capacidade didática em expôr os problemas entre Israel e Palestina. Junto com os textos do Rafael Azevedo e da Daniela Sandler, contribui para iluminar a ignorância de muitos e alimentar a inteligência de poucos. Muito obrigado.
[Sobre "O Conflito do Oriente Médio"]
por
Fabio
11/4/2002 às
13h02
|
Julio Daio Borges
Editor
|
|