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Domingo, 23/1/2011
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São tensões diferentes
Túlio, não sei bem se entendi o que você quis dizer. Não é uma questão da dor ser maior porque se trata da cultura nórdica, ou de supor que essa cultura seja superior; estamos avaliando o caso do "Thor" porque é um caso recente, o mais recente de uma série de outros imbróglios que refletem a questão racial. Não sei por que insiste na Cleopátra ou na civilização egípcia; insisto: a tensão entre "brancos" e negros é totalmente diferente da que há em relação a indianos e egípcios. Hollywood tem mesmo motivações comerciais para retratar indianos. Você também pergunta: esse ato afetou os negros? A ideia é que sim, que excluí-los do universo midiático cria problemas em cadeia. Você discorda?

[Sobre "Ação Afirmativa, Injustiça Insuspeita"]

por Duanne Ribeiro
23/1/2011 às
15h55

Um conhecimento falho
Parabéns pela postagem, Marcelo Spalding. Sinto-me igualmente incomodada diante desta questão. É mais uma vez o poder do capital financeiro falando em nome da dita "produção do conhecimento", produção esta que, por sua vez, é de um conhecimento falho, orientado não pelo que deveria ser, "produzido" não por aquele que verdadeiramente refletiu e, principalmente, voltado aos interesses de quem a produção do conhecimento não importa mais do que ser números.

[Sobre "Quanto custa rechear seu Currículo Lattes"]

por Camila Chaves
22/1/2011 à
01h11

Opacização de uma civilização
Olá, Caro Duanne. Para quem sabe ler, meia palavra basta. Cleópatra era negra? O ato político do apagamento desta memória de um negro, ao inserir um branco neste papel, afetou os negros? Afetou os negros brasileiros o ato político de opacização de uma civilização historicamente superior à Grega e à Romana, como foi a Egípcia? Estou falando, sim, de política. Mas da política da boa vizinhança. Estou dizendo que já fizeram com o negro e continuam fazendo com o indiano, o árabe, o negro brasileiro, e fazem todos os dias com os nordestinos (ao opacizá-los conforme sua explanação). Mas agora me pergunto: por que a dor é maior ao se tratar da cultura nórdica? Ou você também concorda com os antropologistas sociais do século XVIII, XIX e até parte do XX, de que a cultura deles e a "raça" deles é superior? Acredito que a questão é mais complexa do que parece, e que já passou da hora de evitarmos pisar nesses ovos, senão nunca comeremos esse omelete, não é mesmo?

[Sobre "Ação Afirmativa, Injustiça Insuspeita"]

por Túlio Henrique
21/1/2011 às
17h09

Se dar bem? Nem com cotas
A mesma de sempre: quem tem mais dinheiro tem mais condições. O que dizer disso: nas grandes universidades públicas, quem é admitido é aquele que estudou a vida toda em escola particular e que pode pagar pelos estudos sem problemas. Quem é pobre que se ferre, pagando mensalidade de faculdade. Não só no Brasil como em muitas partes do mundo o que vale é o título, se o fulano estudou ou comprou o diploma não interessa. E quando você estuda bastante, ainda tem alguém que puxa o seu tapete, porque não ficou satisfeito com a quantia que tirou de você. Se cobra pra tudo, desde uma declaração da universidade até publicar um artigo. E tem muita gente hipócrita que levanta a bandeira das cotas, só esquece que, OK, entrou na universidade, só não se sabe como se manterá lá... É por isso que toda vez que vejo um anúncio de "o Brasil aumentou sua produção acadêmica", "o número de leitores aumentou", logo penso que aumentou o número de ignorantes que gostam de se manter assim e arrotam arrogância se serem cultos.

[Sobre "Quanto custa rechear seu Currículo Lattes"]

por Samantha Abreu
20/1/2011 às
17h44

Ainda há esperança
Existem algumas pessoas que reclamam que o Belas Artes virou reduto de indies e se incomodam com isso. Haja hipocrisia. Muitos passam a mesma emoção que você descreveu, independente da "tribo". Mas ainda há esperança, a passeata deu bons frutos... Creio que o processo de tombamento seja um deles.

[Sobre "Adeus, Belas Artes"]

por nayla almeida
20/1/2011 às
17h40

Cinemas mudam de endereço
Cinemas, assim como pessoas, mudam de endereço.

[Sobre "Adeus, Belas Artes"]

por Toninho Moura
20/1/2011 às
17h08

Interessante edição cartesiana
"Descartes considerava que a ciência e a religião ocupavam domínios distintos, que não se interpenetravam" - mas, no entanto, fundava a possibilidade de haver ciência, a possibilidade de se conhecer a verdade, na existência de Deus. Se não me engano, ele chega a deduzir regras para astronomia das propriedades divinas. E se por um lado havia certo caráter empírico em Descartes, ele sobremaneira confiava na razão. Sua teoria sobre a luz é inferior à de Newton precisamente por isso. Newton chegava a enfiar tocos de madeira nos olhos para avaliar os resultados... Mas, de todo modo, parece muito interessante essa edição completa. Tomara que tenham retomado a tradução do Bento Prado com notas do Lebrun, que havia na edição antiga dos "Pensadores"; e que haja todas as respostas e objeções das "Meditações" - nessa antiga edição, só havia as segundas e quintas.

[Sobre "Obras Escolhidas de Descartes, pela editora Perspectiva"]

por Duanne Ribeiro
20/1/2011 às
13h25

Tombamento do Belas Artes
Parabéns pelo texto, Elisa! Belo e comovente. No entanto, com a abertura do processo de tombamento, ainda resta esperança de o cinema continuar funcionando no mesmo local. Precisamos tomar cuidado para não o enterramos antes do último suspiro.

[Sobre "Adeus, Belas Artes"]

por Fabio Ornelas
20/1/2011 às
10h17

Escolhas são atos políticos
Túlio, em relação à Cleópatra ou aos indianos, não existe uma tensão histórica comparável à que existe entre negros e "brancos", então é difícil colocar essas duas coisas no mesmo páreo. Não é uma exigência de filiação étnica estrita, como você quer (que africanos representem africanos, que árabes representem árabes). Mas é claro que podemos pensar em como essas, por assim dizer, minorias aparecem na mídia. Quando o canal do governo coloca uma nordestina para apresentar um jornal, trazendo outro sotaque e outra geografia que não o do sudeste, isso também é um ato político importante. Seria relevante se "Caminho das Índias" colocasse indianos como indianos?

[Sobre "Ação Afirmativa, Injustiça Insuspeita"]

por Duanne Ribeiro
19/1/2011 às
10h07

Achei a Pilar uma predadora
Achei o documentário "José e Pilar" maravilhoso, mas não acho que este filme coloque Pilar e Saramago no mesmo patamar. Achei a Pilar uma predadora. Uma mulher que forçava a barra para Saramago atender a todos. Ele gostava disso, sim, era vaidoso. Mas ela exigia dele uma rotina enlouquecedora. Durante o filme vemos várias vezes ele pedir para sair, para parar, para comer e ela sempre querendo que ele desse mais um pouco de sua energia para as pessoas. Fiquei bem mal impressionada com ela. Ele era conivente, mas por vaidade e amor a ela, e não porque queria efetivamente fazer as coisas. Ele adorava a casa onde morava e não conseguia parar lá. Ela estava sempre inventando uma viagem. Não deixava este homem parar para escrever... Para mim o documentário foi revelador...

[Sobre "Meu cinema em 2010 ― 2/2"]

por Ana Luísa Lacombe
19/1/2011 às
09h50

Julio Daio Borges
Editor

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