Terça-feira,
16/4/2002
Comentários
Leitores
tendenciosismo
Ao Rafael, ao Eliahu e de quebra ao Heitor.
É inacreditável a imparcialidade de vocês. Ainda que pese o fato de que Eliahu é judeu e como tal totalmente pro Israel--até defendendo Sharon--e contra as ações palestinas--justificadamente quando condena a violência contra civis inocentes.
Mas aí eu pergunto, já que o Rafael toca na questão de quem é mais violento e injusto quando me desafia a explicar a legitimidade dos atos dos homens e mulheres-bomba. Pois eu pergunto: qual é a diferença entre enviar mísseis e matar inocentes palestinos, ainda que isso ocorra como Eliahu disse, como "side effect" (aliás, que visão mais cínica essa de acreditar que os efeitos colaterais são como que males necessários)? Me digam, qual é a diferença? Qual a diferença entre os atentados palestinos que matam inocentes num restaurante e a tragédia de famílias inteiras de palestinos que vêem suas casas sendo varridas por imensos tanques de guerra? Qual a diferença entre o terrorismo de estado de Israel e os homens-bomba?
A diferença, meus caros, é que morrem muitos mais palestinos do que judeus. A diferença é que desde que Sahron começou sua ofensiva ultra violenta morreram mais judeus em atentados terroristas do que em todo a história do conflito.
Isso é um fato e é sobre esse fato que vocês, pró Israel, deveriam refletir.
E, sim, eu acho que é um direito dos palestinos de reagir da maneira como podem. É um direito (ainda que eu desejasse que os conflitos fossem abordados de outra maneira, preferivelmente pacífica) porque reage à violência dos assentamentos judeus, à violência dos seguidos desrespeitos ao tratado de Oslo.
É engraçado que se fale aqui de que Arafat e companhia querem empurrar Israel para o mar. Putz! Quem empurra quem nessa história, e isso desde 1967, são os judeus, cada vez mais ocupando territórios palestinos. Será que vocês não vêem isso?
Hoje vi pela tv as cenas da matéria que o Caco Barcelos fez para o jornal da globo. É chocante, é revoltante, é humilhante, o que se faz com as vilas, com os bairros palestinos. Cidades devastadas, pessoas desnorteadas nas ruas, esperando terminar o toque de recolher para buscar seus mortos. Logo em seguida, assisto ao "roda viva", programa da tv cultura de São Paulo e todos os jornalistas, historiadores, cientistas políticos, todos sem excessão concordaram neste ponto: sem que Israel recue em sua ofensiva, não haverá paz. Alguns chegaram a falar da estupidez de Sharon, pois se ele pensa que irá acabar com as ações terroristas, "cortanto o mal pela raíz", ele só estará é cultivando maior ódio contra o estado de Israel. Outros afirmaram que o pretexto pode até ser esse, mas o que Sharon quer é aniquilar qualquer possibildade de que os palestinos tenham um estado.
Quanto a quem ocupou primeiro a região, concordo com o Rafael. É realmente estúpido ficar alegando isso. Afinal, como disse um dos participantes do debate da tv cultura, ao lembrar as inúmeras vezes que lá esteve para cobrir o conflito: são povos tão parecidos entre si, que poderiam ser tomados como irmãos.
No fim das contas, fica a estupidez do conflito como uma grande alegoria da irracionalidade da humanidade.
Eduardo Luedy
[Sobre "O injustificável"]
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Eduardo Luedy
16/4/2002 à
00h10
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Obrigado
Golsen, uma prática militar muito antiga sempre foi bombardear os soldados inimigos (cansados, esfarrapados, desesperados) com folhetos do tipo: "Venha para o nosso lado! Você será bem tratado! Receberá comida, bebida, roupas quentes!" Esse texto foi a minha tentativa de fazer isso. Você será bem tratado. E, se deixou de ler HQ (pense nisso), você tem todas estas HQs para ler pela primeira vez. (E livros, e brinquedos)Mas seja de que lado for que você decidir ficar, foi um grande prazer receber a sua mensagem, Golsen- e votos de uma boa luta. Um abraço, Alexandre.
[Sobre "O Exército de Pedro"]
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Alexandre
16/4/2002 à
00h33
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Brincadeiras
Li e reli esse texto mais de dez vezes e queria te dar os parabéns: você o escreveu com um bom senso que não é brincadeira.
Vou confessar que nunca fui leal ao "exército de Pedro", ou seja, sempre prezei pela adultice. Aos dez anos já achava que brincar era inútil, que HQ era para imaturos e só gostava de escritores melancólicos. Minha mãe já dizia: "Menino, aproveite sua infância, porque quando você se tornar adulto vai ver o que perdeu".
Só queria dizer que você me deu um cutucão com essa coluna, pois mostrou o que muitos de nós estamos perdendo por não brincar.
[Sobre "O Exército de Pedro"]
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Golsen
15/4/2002 às
21h47
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A Arte do Ensaio está aqui
Acho que justiça deve ser feita ao Digestivo Cultural e aos que aqui “publicam” seus ensaios. Este site é o que Daniel Piza se refere. É um tablóide, porém cibernético, com dois acréscimos: é interativo e de grande alcance. Imaginem Montaigne, esgrimando com seus leitores. Como não apuraria ele seus pontos de vista? E como enriqueceria a sua experiência meditativa ou real, mediante contato com todos os cantos do mundo, fora do claustro de suas solitárias horas à luz de vela? Seus ensaios teriam leitores ávidos por trocar idéias sobre a "Vida", sobre a "Fisiognomia", sobre os “Canibais”, sobre a “Bebedeira”... Toda observação e digestão de fatos diversos a fenômenos sociais ou políticos, transformadas em algum tipo de texto serve o mesmo propósito que o ensaio, seja em sua forma formal, à la Montaigne, seja em forma mais flexível e aberta como há hoje aqui. É a evolução, a dinâmica da escrita. Tirada a questão do molde ou da forma do ensaio, fica a diferença apenas no fato de que os grandes ensaistas consagrados, seja dos “journals”, seja do jornalismo brasileiro ainda não escreveram no DC – até onde eu saiba – mas é somente questão de tempo.
[Sobre "A pequena arte do grande ensaio"]
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Antonio Oliveira
15/4/2002 às
18h51
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Brasileiro Não É Pirata
È Alexandre, gosto sempre do algo mais que surge nos seus textos. Existe um complexo de inferioridade coletivo no Povo Brasileiro. Brasileiro andando na varanda, falando sozinho, é maluco, um ser errante, mas se for gringo... muda tudo, passa a ser um extravagante, original, um artista, um escritor. Bem, não importa a opinião óbvia do canadense, pra mim nessa varanda não há lugar para as vulgaridades. Quanto ao prazer das madrugadas, também me faz pensar em algo parecido como " O Inferno são os Outros "
[Sobre "Na varanda"]
por
sergio tadeu
15/4/2002 às
18h29
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Agora o problema é seu.
Caro Fabio:
"Agora o problema é de vocês" não é de todo mau. Entretanto, há outro epitáfio, que também lhe cairia bem, este da autoria da atriz-pensadora-moleca Sarah Bernhardt. Trocando o nome, ficaria assim:
AQUI JAZ FABIO DANESI ROSSI, MUITO CONTRA SUA VONTADE!
E a propósito do seu e-mail para Deus Criador, achei muito bom, mas não podemos prever quais serão as repercussões (ou represálias) que há de gerar lá na celestial cobertura... onde Ele reside. Agora o problema é seu.
Abraço.
[Sobre "dulcíssima dulcinéia"]
por
Dennis
15/4/2002 às
14h33
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Havera uma continuação ?
tambem Achei super Show, os sete, logo fiquei interessado na sua continuação. se alguem tiver alguma noticia.. por favor me avisem.....
[Sobre "Boa Novidade"]
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Vinicius Wilson
15/4/2002 às
13h33
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Até que enfim.....
Eduardo. Voce esta de parabéns ao abordar um conflito antigo e complexo com a complexidade e insaturação que o tema exige. Simplificaçoes nesse momento só podem atender a necessidades pessoais, as vezes muito distante do tema em questão. Um abraço, Jacques
[Sobre "Nas garras do Iluminismo fácil "]
por
Jacques Stifelman
15/4/2002 às
10h27
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Ao Daniel Feldman
Olá, Daniel
Não sei por que motivo você me colocou no mesmo saco que o Boaventura, pois eu não me envolvi aqui na discussão entre árabes e judeus. Gostaria de saber, portanto, o que o leva a dizer que minhas opiniões "são interessantes do ponto de vista cômico". Não ataque a pessoa (chamando-a de cômica, por exemplo) e sim as idéias. Isso é básico em qualquer discussão séria.
Rogério Prado
[Sobre "O injustificável"]
por
Rogério Prado
15/4/2002 às
09h32
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parcialidades
Eduardo, eu gostaria de saber quem foi que deu aos árabes palestinos este título onipotente de "habitantes nativos" da região, que lhes entitula o "direito" de explodir bombas sobre quem quer que ouse habitar aquele "solo sagrado" (que até 1948 eles nem davam bola). Cansei de repetir como uma vitrola emperrada que judeus já viviam ali há mais de 100 anos antes da criação do Estado de Israel; isso não vale nada? Se formos seguir essa linha de raciocínio, que tal deixarmos o Brasil para os tupi-guarani, antes que eles comecem a nos explodir? E depois eles é que teriam que sair, pois pouco antes da chegada dos portugueses expulsaram da costa do Atlântico os índios Gê, e estes devem ter expulsado alguém...Quanto à discussão sobre uma suposta "imparcialidade" que alguns teriam, reputo-a veementemente. Ninguém consegue ser imparcial, no máximo consegue disfarçar sua parcialidade sob uma camada de eufemismos e medos de assumir uma verdadeira postura. Muitos desses sites supostamente "imparciais" são descaradamente pró-palestinos, assim como muitos dos debatedores aqui presentes.
[Sobre "O injustificável"]
por
Rafael Azevedo
15/4/2002 às
09h10
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Julio Daio Borges
Editor
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