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Terça-feira, 16/4/2002
Comentários
Leitores

o bem e o mal 2
É verdade. É melhor pararmos por aqui. Afinal de contas, só vc entende do assunto, só vc sabe tudo o que se passa. Seus dados e suas fontes são mais confiáveis e até o historiador que esteve na tv cultura era o que mais entendia do assunto porque, "coincidentemente", tinha um ponto de vista parecido com o seu. E, realmente, não dá pra comparar os mísseis com os homens-bomba. Talvez na estupidez, sim, mas não no poder destrutivo. E o Emir Sader, de nome árabe... e o Weiss, de nome judeu? Todos pareciam tão pro-palestina, né? Deve de ser algum complô da tv cultura... Eduardo

[Sobre "O injustificável"]

por Eduardo Luedy
16/4/2002 às
09h12

O bem e o mal
Eduardo, se sou tendencioso, sou exatamente tanto quanto você; nem um pingo a mais, nem a menos. A única diferença é que inclino-me a favor de Israel, e você dos Palestinos - mas você, curiosamente, parece só ver a minha parcialidade. Espelho, espelho meu... Quanto a comparar os atentados covardes com os mísseis israelenses, isto é de um ridículo que sinto vergonha em comentar. Os mísseis não são direcionados a supermercados ou feiras, lotadas de mulheres, crianças e idosos, como a carros com homens-bomba dentro(responsáveis por aquilo que talvez seja o ato de terror mais bárbaro já concebido na história da humanidade); são direcionados a terroristas conhecidos de Israel, pessoas com culpa comprovada no cartório. Essa história de que explodir outras pessoas é um direito de resistência é um dos maiores absurdos já imbutidos na cabeça da humanidade; mas é o discurso dos países árabes, que você parece ter assimilado direitinho. Se você segue a cartilha deles, com que direito vem me julgar porque eu supostamente seguiria a cartilha dos judeus? A história de que os árabes querem empurrar Israel para o mar não é "historinha" não; credito esse seu deslize à juventude, e ao desconhecimento. Recomendo que leia, na internet mesmo, os sites e jornais árabes para que você entenda um pouquinho mais o ponto de vista deles. Arafat tem um discurso pronto para o mundo ocidental, para a CNN, onde pede a paz, e outro para sua população, para a Al-Jazeera, para os canais palestinos, onde exorta a violência e louva os homens-bomba; nas escolas as crianças são ensinadas a repetir em voz alta que seus inimigos são os judeus, e que darão a vida para matá-los. Os mapas da Palestina que utilizam estendem o território da Cisjordânia ao Mediterrâneo, de Golam a Gaza. É claro, é fácil ver a Globo e ficar chocado; afinal, além de mostrarem um só lado da questão, fazem questão de ressaltar o que julgam brutalidade, ignorando as coisas que o exército israelense faz para não se igualar ao mesmo nível de desumanidade dos palestinos. Além do mais, guerra é guerra; não se pode esperar que o exército israelense deixe jornalistas circular livremente por áreas ocupadas, possibilitando que militantes palestinos prontos a se explodir circulem disfarçados de jornalistas. Também vi aquele bando de palpiteiros no Roda Viva; não havia uma pessoa ali que entendesse do que falava. O que se aproximava mais de uma opinião coerente era o historiador, que não coincidentemente tinha um discurso bem similar ao meu, do Heitor e do Eliahu. O William Waack também tinha seus momentos de lucidez; agora, aquele sujeitinho da Folha e o Emir Sader, chegaram a me dar golfadas enquanto assistia os impropérios que eles proferiam. Emir Sader é um dos maiores lunáticos do mundo atual, para quem tudo resume-se a uma paranóia colonialista. Pisada na bola da TV Cultura, que colocou um comentarista de nome e descendêcia árabe para comentar o assunto mas esqueceu-se do ponto de vista judeu. O mais curioso do Sr. Sader é que ele critica Bush pelo suposto simplismo de sua visão, da guerra contra o mal, mas recai ele próprio num maniqueísmo ainda mais virulento, julgando ruim tudo que tenha relação com o monstro imperialista americano e bom tudo o que tenha a ver com essas nações bárbaras que ele julga se "oporem" ao grande satã americano. Mas enfim, estou cansando desta discussão, pois dificilmente opiniões serão mudadas. Canso de dar argumentos, repeti-los, mas parece que de nada adianta; as opiniões formadas (brainwashed) pela mídia tomaram conta das pessoas de tal maneira, que a imagem que fica na cabeça de todos que nada entendem do assunto é a dos palestinos coitadinhos sofredores, enquanto os israelenses são os opressores, bancados pelos diabos americanos. Maniqueísmo puro, pior que o do Bush; mas pra essas pessoas o maniqueísta e imbecil é o Bush. Well... Saudações, Rafael.

[Sobre "O injustificável"]

por Rafael Azevedo
16/4/2002 às
08h11

tendenciosismo
Ao Rafael, ao Eliahu e de quebra ao Heitor. É inacreditável a imparcialidade de vocês. Ainda que pese o fato de que Eliahu é judeu e como tal totalmente pro Israel--até defendendo Sharon--e contra as ações palestinas--justificadamente quando condena a violência contra civis inocentes. Mas aí eu pergunto, já que o Rafael toca na questão de quem é mais violento e injusto quando me desafia a explicar a legitimidade dos atos dos homens e mulheres-bomba. Pois eu pergunto: qual é a diferença entre enviar mísseis e matar inocentes palestinos, ainda que isso ocorra como Eliahu disse, como "side effect" (aliás, que visão mais cínica essa de acreditar que os efeitos colaterais são como que males necessários)? Me digam, qual é a diferença? Qual a diferença entre os atentados palestinos que matam inocentes num restaurante e a tragédia de famílias inteiras de palestinos que vêem suas casas sendo varridas por imensos tanques de guerra? Qual a diferença entre o terrorismo de estado de Israel e os homens-bomba? A diferença, meus caros, é que morrem muitos mais palestinos do que judeus. A diferença é que desde que Sahron começou sua ofensiva ultra violenta morreram mais judeus em atentados terroristas do que em todo a história do conflito. Isso é um fato e é sobre esse fato que vocês, pró Israel, deveriam refletir. E, sim, eu acho que é um direito dos palestinos de reagir da maneira como podem. É um direito (ainda que eu desejasse que os conflitos fossem abordados de outra maneira, preferivelmente pacífica) porque reage à violência dos assentamentos judeus, à violência dos seguidos desrespeitos ao tratado de Oslo. É engraçado que se fale aqui de que Arafat e companhia querem empurrar Israel para o mar. Putz! Quem empurra quem nessa história, e isso desde 1967, são os judeus, cada vez mais ocupando territórios palestinos. Será que vocês não vêem isso? Hoje vi pela tv as cenas da matéria que o Caco Barcelos fez para o jornal da globo. É chocante, é revoltante, é humilhante, o que se faz com as vilas, com os bairros palestinos. Cidades devastadas, pessoas desnorteadas nas ruas, esperando terminar o toque de recolher para buscar seus mortos. Logo em seguida, assisto ao "roda viva", programa da tv cultura de São Paulo e todos os jornalistas, historiadores, cientistas políticos, todos sem excessão concordaram neste ponto: sem que Israel recue em sua ofensiva, não haverá paz. Alguns chegaram a falar da estupidez de Sharon, pois se ele pensa que irá acabar com as ações terroristas, "cortanto o mal pela raíz", ele só estará é cultivando maior ódio contra o estado de Israel. Outros afirmaram que o pretexto pode até ser esse, mas o que Sharon quer é aniquilar qualquer possibildade de que os palestinos tenham um estado. Quanto a quem ocupou primeiro a região, concordo com o Rafael. É realmente estúpido ficar alegando isso. Afinal, como disse um dos participantes do debate da tv cultura, ao lembrar as inúmeras vezes que lá esteve para cobrir o conflito: são povos tão parecidos entre si, que poderiam ser tomados como irmãos. No fim das contas, fica a estupidez do conflito como uma grande alegoria da irracionalidade da humanidade. Eduardo Luedy

[Sobre "O injustificável"]

por Eduardo Luedy
16/4/2002 à
00h10

Obrigado
Golsen, uma prática militar muito antiga sempre foi bombardear os soldados inimigos (cansados, esfarrapados, desesperados) com folhetos do tipo: "Venha para o nosso lado! Você será bem tratado! Receberá comida, bebida, roupas quentes!" Esse texto foi a minha tentativa de fazer isso. Você será bem tratado. E, se deixou de ler HQ (pense nisso), você tem todas estas HQs para ler pela primeira vez. (E livros, e brinquedos)Mas seja de que lado for que você decidir ficar, foi um grande prazer receber a sua mensagem, Golsen- e votos de uma boa luta. Um abraço, Alexandre.

[Sobre "O Exército de Pedro"]

por Alexandre
16/4/2002 à
00h33

Brincadeiras
Li e reli esse texto mais de dez vezes e queria te dar os parabéns: você o escreveu com um bom senso que não é brincadeira. Vou confessar que nunca fui leal ao "exército de Pedro", ou seja, sempre prezei pela adultice. Aos dez anos já achava que brincar era inútil, que HQ era para imaturos e só gostava de escritores melancólicos. Minha mãe já dizia: "Menino, aproveite sua infância, porque quando você se tornar adulto vai ver o que perdeu". Só queria dizer que você me deu um cutucão com essa coluna, pois mostrou o que muitos de nós estamos perdendo por não brincar.

[Sobre "O Exército de Pedro"]

por Golsen
15/4/2002 às
21h47

A Arte do Ensaio está aqui
Acho que justiça deve ser feita ao Digestivo Cultural e aos que aqui “publicam” seus ensaios. Este site é o que Daniel Piza se refere. É um tablóide, porém cibernético, com dois acréscimos: é interativo e de grande alcance. Imaginem Montaigne, esgrimando com seus leitores. Como não apuraria ele seus pontos de vista? E como enriqueceria a sua experiência meditativa ou real, mediante contato com todos os cantos do mundo, fora do claustro de suas solitárias horas à luz de vela? Seus ensaios teriam leitores ávidos por trocar idéias sobre a "Vida", sobre a "Fisiognomia", sobre os “Canibais”, sobre a “Bebedeira”... Toda observação e digestão de fatos diversos a fenômenos sociais ou políticos, transformadas em algum tipo de texto serve o mesmo propósito que o ensaio, seja em sua forma formal, à la Montaigne, seja em forma mais flexível e aberta como há hoje aqui. É a evolução, a dinâmica da escrita. Tirada a questão do molde ou da forma do ensaio, fica a diferença apenas no fato de que os grandes ensaistas consagrados, seja dos “journals”, seja do jornalismo brasileiro ainda não escreveram no DC – até onde eu saiba – mas é somente questão de tempo.

[Sobre "A pequena arte do grande ensaio"]

por Antonio Oliveira
15/4/2002 às
18h51

Brasileiro Não É Pirata
È Alexandre, gosto sempre do algo mais que surge nos seus textos. Existe um complexo de inferioridade coletivo no Povo Brasileiro. Brasileiro andando na varanda, falando sozinho, é maluco, um ser errante, mas se for gringo... muda tudo, passa a ser um extravagante, original, um artista, um escritor. Bem, não importa a opinião óbvia do canadense, pra mim nessa varanda não há lugar para as vulgaridades. Quanto ao prazer das madrugadas, também me faz pensar em algo parecido como " O Inferno são os Outros "

[Sobre "Na varanda"]

por sergio tadeu
15/4/2002 às
18h29

Agora o problema é seu.
Caro Fabio: "Agora o problema é de vocês" não é de todo mau. Entretanto, há outro epitáfio, que também lhe cairia bem, este da autoria da atriz-pensadora-moleca Sarah Bernhardt. Trocando o nome, ficaria assim: AQUI JAZ FABIO DANESI ROSSI, MUITO CONTRA SUA VONTADE! E a propósito do seu e-mail para Deus Criador, achei muito bom, mas não podemos prever quais serão as repercussões (ou represálias) que há de gerar lá na celestial cobertura... onde Ele reside. Agora o problema é seu. Abraço.

[Sobre "dulcíssima dulcinéia"]

por Dennis
15/4/2002 às
14h33

Havera uma continuação ?
tambem Achei super Show, os sete, logo fiquei interessado na sua continuação. se alguem tiver alguma noticia.. por favor me avisem.....

[Sobre "Boa Novidade"]

por Vinicius Wilson
15/4/2002 às
13h33

Até que enfim.....
Eduardo. Voce esta de parabéns ao abordar um conflito antigo e complexo com a complexidade e insaturação que o tema exige. Simplificaçoes nesse momento só podem atender a necessidades pessoais, as vezes muito distante do tema em questão. Um abraço, Jacques

[Sobre "Nas garras do Iluminismo fácil "]

por Jacques Stifelman
15/4/2002 às
10h27

Julio Daio Borges
Editor

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