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Terça-feira, 16/4/2002
Comentários
Leitores

O nazismo se faz presente
Bem-aventurado, será que pode falar de preconceito alguém que já se provou assumidamente anti-semita e declarou publicamente acreditar que o Holocausto foi uma farsa?

[Sobre "O injustificável"]

por Rafael Azevedo
16/4/2002 às
13h45

defendendo os brasileiros
ELES SE VOLUNTARIARAM por ter o direito divino de invadir casas de inocentes e matar quem quiser... já colocaram a seguinte sentença: Israel hoje x Alemanha ontem (de hitler) pode se considerar verdadeiro!? ( pensem já que rotulam o brasileiro de analfabeto, isso revela um preconceito pois generalisa!)

[Sobre "O injustificável"]

por boaventura
16/4/2002 às
13h02

Reservistas de Israel
WER: Israel tem de tudo, e todas as opiniões, de todos os matizes tem lugar. Israel ainda é a única democracia da região ( o que faz uma parte dos dirigentes arabes rangerem os dentes), que permite que os parlamentares árabes no Knesset preguem a dissolução do Estado, e sua transformação em um estado binacional. Voce imaginaria um senador Xavante pregando a queda da Republica do Brasil? Mas "back to one's mutton": Uma parte dos reservistas não foi ao serviço por ideologia, certamente, por serem pacifistas no extremo da escala, outros não foram por medo (existe tambem...). Mas o que voce não pode esquecer, e que não consta das notícias de jornal (talvez porque não interessa) é que houve um número imenso de reservistas que SE VOLUNTARIARAM! Isto é, não foram chamados, mas se ofereceram para defender o direito de inocentes irem a discotecas, bares, tomarem choppinho, irem à praia, à escola, etc, sem serem destroçados por um "homicida-bomba", como os qualificou o Bush

[Sobre "O injustificável"]

por Eliahu Feldman
16/4/2002 às
12h40

O Estado Palestino
Pro Antonio Oliveira, agradeço os elogios. Pro Heitor, o meu abraço. Pro Eduardo, quero esclarecer algumas coisas, que acho importantes: Voce diz que eu não posso ser a favor da causa palestina, etc. Isto não corresponde ao que sinto e desejo. Sou ABSOLUTAMENTE a favos da criação de um estado Palestino independente nos parametros consensuais (até aqui), ou seja, com a retirada de colonos e forças armadas de Israel do que é considerado territorio Palestino, eventual divisão de Jerusalem em areas especificas de controle por cada um dos paises independentes, solução JUSTA (e não suicida por parte de Israel) para o problema dos refugiados e respeito ao direito de existencia livre, democratica de cada um dos paises, com a renuncia (não so em ingles, pra galera), mas em arabe e em ATOS, por parte dos dirigentes palestinos. Creio que só assim poderá haver paz aqui (se é que isto é possivel de todo). De modo que creio que não se trata de dizer que eu, por ser judeu até defendo o Sharon (sic). Não, estou é defendendo a minha sobrevivencia. Não confunda. Não sei qual é a sua idade, mas voce certamente não sabe (por idade ou porque estas coisas não chegaram ao nosso querido 'Pais Tropical'), que nas vesperas da guerra de 67, o então pesidente do Egito Gama Abdel Nasser dizia que varreria Israel do mapa, e isto ipsis literis. Ora, a gente normal, que não sofre de amnesia seletiva, não pode esquecer estas coisas, e nem esquecer que antes de 1967 (alias, alguem aí pode me explicar porque não foi criado então o Estado Palestino?), antes de Israel se apossar dos territorios palestinos, os ataques feitos pelos mesmos Arafat e correligionários era constante. E não havia "ocupação israelense" de nenhum territorio Palestino. Torno a dizer que eu sou a favor da criação do estado palestino, mas não sou suicida. O problema do Arafat, a meu ver – e isto ha muito tempo, desde que o vi em uma entrevista feita pela Marilia Gabriela, nos anos 80 – eh que ele é um “mentiroso de carteirinha”, como diria o falecido Nelson Rodrigues. O Arafat ja demonstrou de modo claro (pra quem quer ver os indicios) que é um cara absolutamente inconfiavel, que o que ele diz (aos israelenses) não escreve, e nem faz. O Arafat é confiavel para o povo dele, para quem reiteradamente tem esbravejado na TV (daqui a gente ve) que o que quer é Um milhao de Shahidim em Jerusalem, dois milhoes de Shahidim em Jerusalem, e por ai vai. Assim não dá. Ou recebo do lado de lá uma postura clara, inequivoca, em palavras inglesas e arabes, e em ATOS que me garantam que realmente o caminho da paz é somente atraves de NEGOCIAÇÕES, ou não posso, em sã consciencia, estar seguro das intenções reais do outro lado. Não quero me suicidar, e me recuso a ir pro forno crematorio como foram avós maternos, tios maternos, primos de minha mãe, etc. Isto é um aspecto que esta presente na mente do israelense medio em quase 80% da população (lembre-se de que 20% sao arabes...). Outro dia, vi um programa em que entrevistavem pessoas de uma cidade arabe em Israel, MUKLEIBE, cujos cidadãos vivem (aparentemente) em paz com o fato de serem cidadão do estado de Israel. Pois bem, esta cidade fica numa região proxima de Jenin. Uma senhora entrevistada pelo reporter, dizia alto e bom som, que “voces israelenses são uns otarios...voces deixam qq mulher de Jenin vir ter filhos nos hospitais de voces (porque querem ser humanos...), os filhos ganham identidade israelense, e ela daqui a pouco pode mudar pra Israel...voces nao aprendem.... ha uns tempos mudou uma mulher de Jenin pra ca nestas condiçoes, com uns 8 filhos...um deles foi o que se explodiu no hotel em Natania...”. Outra entrevista com cidadãos arabes da cidade (extremamente hostil, diga-se de passagem) de Uhm el Fahm, comentando a ausencia de fronteira na região deles, por onde passam aparentemente todo dia (o reporter mostrou) centenas de pessoas vindas de Jenin para dentro da linha verde. Dizia o rapaz arabe: voces são uns idiotas, como pode ser que não fazem uma cerca, uma fronteira aqui...por aqui passam todos os dias pessoas, talvez os terroristas que se explodem nas cidades de voces... Ou seja, os proprios arabes de Israel (os que estao realmente afim de viver em paz conosco) nos criticam por sermos “moles”. Mas indo mais a frente: Ontem foi capturado o Marwan Barghouti, que é tido como responsavel por inumeros atentados e mortes de mulheres, vehos, crianças, etc. Imediatamente saiu no jornal que eu leio, algumas informaçoes sobre o Barghouti, como por exemplo, que em maio de 2000 (ou seja, uns 6 meses ANTES da dita Intifada começar) ele teve uma correspondencia com o Arafat, na qual eles discutem o fato de que parece que por meio de negociaçoes não vão ganhar tudo o que querem, de modo que vão apelar pra violencia. Bem, isto pra mim, é má-fé. Assim pra mim fica explicado porque é que o Arafat relutou tanto em ir pra Camp David, e porque não respondeu nada diante das propostas do Barak – porque a sorte ja estava selada, ja tinha decidido que ia partir pra ignorancia. Outro perola do Barghouti: em recente entrevista (julho) no New Yorker (semanario de NY), ele declara que por enquanto, sua luta é pela criação do estado palestino, mas que o que deseja na verdade, é estabelecer um grande pais palestino, bi-nacional. Ora, me diga se isto não é um aviso de que os caras do lado de lá não aturam que haja um estado nacional judeu por aqui! Eu entendo perfeitamente que é duro para um palestino aceitar isto, mas há um fato historico que (espero) não tem retorno – um estado de Israel foi criado ( a meu ver justamente), e ou as pessoas vivem segundo o “Principio do Prazer” (seguem sonhando e fantasiando a demolição da realidade de acordo com os seus desejos mais reconditos) ou crescem e vivem de acordo com o “Principio da Realidade”. Agora, me parece um tanto chocante ler que voce advogue a velha, surrada e perigosa tese de que “Os fins justificam os meios”. Eduardo, isto eh um caminho sem volta. Isto ocorreu na Russia, quando da revolução comunista (o mote era usado e abusado la), o que causou catastrofes imensas, como por exemplo: Stalin e sua carnificina, eliminaçao de inimigos (reais ou imaginarios), como cidades inteiras - dizem que em uma noite dizimou uma vila de umas 25000 pessoas que se recusavam e entrar nos eixos de um daqueles planos quinquenais, deportaçoes – como de um conjunto etnico de perto dos Urais para a Siberia, e assim vai, bem como o assassinato de medicos, generais, escritores (judeus, eh claro) que foram considerados “contra-revolucionarios”, o assassinato de Trostky no Mexico (tambem era contra-revolucionario!). Isto ocorreu tambem na Alemanha nazista, meu caro – os fins justificam os meios – para a pureza etnica e eugenia da raça ariana, vale tudo, matar doentes, debeis mentais, ciganos, judeus, homossexuais, comunistas e quem quer que se rebele contra a “nova ordem”. Isto ocorreu na Argentina dos “gorilas”, e no Brasil pós 64. Poderia se dizer que o Medici queria “salvar o Brasil da ameaça comunista”, e que do ponto de vista dele, valia tudo. E isto ainda ocorre na Espanha, onde o ETA diz que tem o direito de lutar pela independencia do pais Basco, e volta e meia explode carros e pessoas por lá. Isto ocorreu até há bem pouco na Irlanda, onde o IRA tambem explodia coisas e possoas. Não me consta que este método de luta fosse considerado legitimo pelo mundo todo. E a razão me parece clara: é que quem decide que está “certo”, “decreta” que fins justificam os meios. Assim, libertar a Palestina pode ser desde explodir na Arentina, a sede de instiutuiçcoes judias e matar umas 300 pessoas, como atirar (franco-atirador) em um bebe no colo de seu pai, como ir para um hotel e explodir um monte de velhos, mulheres e crianças. Agora, voce parece tambem não fazer qq diferenciação entre homicidio doloso (premeditado, em ação terrorista) e homicidio culposo ou acidental. Bem isto é algo que me parece ser um certo apagamento das diferenças que de tão importantes, tem ate definição legal. Não se trata de uma questão de indiferença, ou de um “dar de ombros”. De fato, a mim, e penso que a imensa maioria dos israelenses, não traz qq alegria saber que morreram palestinos, mesmo os considerados “terroristas”, ainda mais quem morre por erro sem ter “nada a ver com o caso”. Uma palavra sobre o fato de que morrem menos israelenses do que palestinos: acho que voce (em certa medida nem eu) não tem ideia da quantidade de atentados que são evitados, terroristas impedidos de realizar seu intento pelas forças de segurança daqui. Podes crer, que não fora isto, seria um banho de sangue aqui sem pecedentes. Reitero a minha posição, que é a da maioria dos israelenses: queremos PAZ, queremos que os palestinos tenham seu estado SEPARADO de nós, que dirijam a sua vida, que cresçam, se desenvolvam, enriqueçam e que criem uma sociedade democrática e justa. Voce não tem idéia da corrupção que grassa na Autoridade Palestina – coisa de que o mundo não ouve falar, talvez porque como já nos ensinaram os mestres de história, uma das coisas mais correntes nas sociedades autoritárias (como ainda o é a Palestina) é exportar as contradições. Jogar a rsponsabilidade da miséria em que uma parte da população palestina sobre Israel é mais um dos caminhos fáceis para não olhar o que ocorre na propria sociedade palestina, como são utilizados os dinheiros de ajuda internacional que vem para a melhoria das condições do povo, etc. O mais simples é dizer, evidentemente, “a culpa é do judeu”, ou do israelense, ou o que seja. É importante lembrar que durante anos a fio, milhares de palestinos desejosos de viver em PAZ vinham trabalhar em Israel, e uma parte considerável do seu sustento provinha deste trabalho. Agora, não pode-se acusar Israel por usar recursos para aquisição de armas (vide o navio Karin A), ao invés de usá-lo para o desenvolvimento local. Bem sei que imagens televisivas são muito mais potentes do que palavras, e sei que a destruição de casas e predios, alem da morte de pessoas é algo terrivel. Mas aqui, uma parte substancial do povo israelense sente que ou se deixa matar de modo constante e organizado pelo terrorismo palestino, ou se defende. Se voce quer uma opinião a mais, vinda de um pacifista inconteste, leia o artigo de Amos Oz “Duas Guerras”, saido há pouco mais de uma semana na Folha de S.Paulo, se não me engano. Uma curiosidade: Voce sabia que o Arafat não é palestino? Que na verdade nasceu no Egito, e foi criado por um tio dele em Jerusalem? Um abraço Eliahu

[Sobre "O injustificável"]

por Eliahu Feldman
16/4/2002 às
12h38

MST e Arafat
Já que ninguém respondeu à Marli (c. # 32), lá vai: quem está lá é um tal de Lil, do MST, militante da esquerda brasileira que foi acompanhar o Bové, militante da direita francesa, rico produtor de queijos que, de tão caros, só são vendidos nos USA e no Japão. Mas como atacou um MacDonald's que lhe fazia concorrência, passou a ser ídolo do PT e do MST. Vá lá se entender estes caras!

[Sobre "O injustificável"]

por Heitor De Paola
16/4/2002 às
11h16

parabéns e obrigado
Caro Daniel, anos atrás trocamos alguns emails (certamente você não se lembrará) e você me contou que o Paulo Francis havia lhe dito: "Sua propria existencia é uma prova de que o Brasil melhorou", acrescentando depois não concordar com ele. Acompanhando seus textos no Estado, lendo esse seu belo ensaio sobre a falta de ensaios, e vendo na pequena imprensa o surgimento de colunistas como a Daniela Sandler, o Alexandre Soares Silva, o Paulo Salles, o Rafael Azevedo (pra citar apenas alguns que escrevem ou já escreveram para o Digestivo), todos eles jovens, inteligentes e talentosos, e pela repercussão que o Digestivo tem alcançado principalmente entre leitores na faixa dos 20 e 30 anos, chego a acreditar - talvez seja um delírio - que o Paulo Francis estava certo. Parabéns e obrigado por continuar nos oferecendo textos a um só tempo simples e sofisticados. Um abraço, Fabio.

[Sobre "A pequena arte do grande ensaio"]

por Fabio
16/4/2002 às
10h53

Árabes por árabes
Para ter idéia do que os árabes dizem em árabe, porém traduzidos para o Inglês, sugiro o site: www.memri.org

[Sobre "O injustificável"]

por Heitor De Paola
16/4/2002 às
10h12

ah, tão fina ironia...
Eduardo, é tão fácil, quando faltam argumentos, tentar ridicularizar o que o outro disse... é o artifício mais fácil, mais rasteiro, revela preguiça e demonstra despreparo, além de uma imensa falta de vontade de debater. Confesso que esperava um pouquinho mais de você, mas, afinal, esperar o quê de quem acha que os homens-bomba um "direito" (sic) dos palestinos? A propósito, Weiss não é um nome judeu, e sim alemão, quer dizer "branco". Saudações, Rafael. P.S. Aprenda a ler com atenção, eu disse que o historiador "NÃO coincidentemente" tinha um ponto de vista parecido com o meu. Você parece padecer de um mal comum a muitos brasileiros, causado pela falta de leitura na infância: lêem tudo muito rapidamente, sem prestar a atenção devida. Estimo melhoras.

[Sobre "O injustificável"]

por Rafael Azevedo
16/4/2002 às
09h24

78% do quê?
Eduardo citou o "fato" de Israel ter apropriado 78% da Palestina. Me parece, no entanto, que até 1946 a Palestina (Britânica) incluia tanto Israel, quanto a Cisjordânia e até a Transjordânia (hoje conhecida como Jordânia). Em 1946, 80% da Palestina foi dada aos árabes, para os restante 20% serem distribuídos entre árabes e judeus. 78 % de 20% são aproximadamente... 15%. Os judeus receberam 15% da Palestina Britânica, enquanto que os árabes receberam 85%. Depois da guerra dos 6 dias, Israel conquistou mais 5%, chegando aos 20% que tem hoje. Digo e repito, para tomar partido...

[Sobre "O injustificável"]

por Daniel Feldman
16/4/2002 às
09h20

o bem e o mal 2
É verdade. É melhor pararmos por aqui. Afinal de contas, só vc entende do assunto, só vc sabe tudo o que se passa. Seus dados e suas fontes são mais confiáveis e até o historiador que esteve na tv cultura era o que mais entendia do assunto porque, "coincidentemente", tinha um ponto de vista parecido com o seu. E, realmente, não dá pra comparar os mísseis com os homens-bomba. Talvez na estupidez, sim, mas não no poder destrutivo. E o Emir Sader, de nome árabe... e o Weiss, de nome judeu? Todos pareciam tão pro-palestina, né? Deve de ser algum complô da tv cultura... Eduardo

[Sobre "O injustificável"]

por Eduardo Luedy
16/4/2002 às
09h12

Julio Daio Borges
Editor

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