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Quarta-feira, 17/4/2002
Comentários
Leitores

Belmonte!
Fabio, você está falando do Belmonte chargista? Tenho um livro de charges dele sensacional! Não é possível que haja dois Belmonstes geniais na mesma década, mas não sabia que escrevia também. Beijo da Sue

[Sobre "uma homenagem aos 447 anos de piratininga"]

por Assunção Medeiros
17/4/2002 à
01h15

Apaga!
Querido Fábio, você já parou para pensar no outro lado da questão? Como se não bastasse a tarefa ingrata de salgar porcos, a pobre coitada ainda tinha de aturar um maluco correndo atrás dela e atrapalhando seu serviço? Não é mole (como você disse "não é bolinho" - uma graça!) enfrentar a realidade com alguém do nosso lado que não apenas não a enxerga como nos quer tirar dela... Melhor, muito melhor pedir ao Altíssimo que passe uma borracha e comece tudo de novo. Um mundo onde existe o Amor Romântico, o Rubinho Barrichelo e o ornitorrinco não pode mesmo sobreviver!

[Sobre "dulcíssima dulcinéia"]

por Assunção Medeiros
17/4/2002 à
00h53

ateu
Eu sempre achei que você fosse ateu.

[Sobre "dulcíssima dulcinéia"]

por Marina
16/4/2002 às
22h57

o estado palestino
Eliahu, Jamais disse isto, "os fins justificam os meios", ao me referir aos homens-bomba. O que quis dizer é que me parece ser este o único recurso daqueles indíduos à violência do estado de Israel. E não precisa me falar sobre o que aconteceu com os judeus na Alemanha nazista, Ô Eliahu! Mas continuo achando que vocês atribuem a Arafat um poder que ele efetivamente não tem. Pô, o cara é considerado moderado pelos radicais palestinos! E eu também creio na tese de que ele não tem mais como controlar nada. A Palestina não existe como estado, não há exército, não há instituições, não há nada o que controlar! Os homens-bomba continuarão a existir com ou sem Arafat. Não acho que ele tenha o poder de disuadir a população--o que é uma pena. Não aprovo a violência, mas procuro me pôr no lugar de quem vive naquela situação de violência e entendo perfeitamente a revolta. Se queremos paz social, teremos que promover a igualdade de condições e não me parece que é isto o que está acontecendo entre judeus e palestinos. E vocês ficaram me devendo essa: por que a violência recrudesceu a níveis inimagináveis desde que Sharon assumiu o poder e iniciou as suas medidas radicais? De todo modo, agradeço a atenção dispensada às minhas colocações. Como disse antes, estou aprendendo muito aqui. Um abraço, Eduardo

[Sobre "O injustificável"]

por Eduardo Luedy
16/4/2002 às
19h30

ironia
Rafael, Concordo com uma coisa: a gente não está mais debatendo. O que fazemos aqui é reiterar nossos pontos de vista. Ninguém abre mao deles e ninguém, ao que me parece até o momento, com a exceção do Eliahu, tem se disposto a travar um verdadeiro debate. Não concordo com o ponto de vista de vocês (vc e Heitor, bem entendido) e estabeleci minha discordância em tom de veemência porque tudo o que estava lendo soava a mim revoltantemente tendencioso. Somado ao fato de que você é articulista de uma revista eletrônica que, pela qualidade em geral dos textos apresentados, poderia muito bem contribuir para legitimar e reificar tais posturas. Apelei para a ironia, nem tanto porque me faltassem argumentos, mas porque não via mais saída para o estabelecimento de um debate verdadeiro entre a gente. No entanto, apesar de tudo, valeu. Vou rever certos posicionamentos meus, vou checar certas coisas afirmadas aqui (pelo Eliahu, pelo Daniel e porque não?, por vc e pelo Heitor). Queria só corrigir uma coisa, ou ao menos tornar mais clara uma coisa que disse e que acho que está sendo tomada de maneira equivocada. Não defendo a violência. Considero-me mesmo pacifista. O que eu quis dizer era que compreendia a ação dos homens-bomba por considerá-la certamente como a única alternativa de reação à violência do estado de Israel. Quanto ao comentário relativo a minha falta de leitura na infância... estou tão triste com isso, vc nem imagina. Eduardo

[Sobre "O injustificável"]

por Eduardo Luedy
16/4/2002 às
19h26

O nazismo se faz presente
Bem-aventurado, será que pode falar de preconceito alguém que já se provou assumidamente anti-semita e declarou publicamente acreditar que o Holocausto foi uma farsa?

[Sobre "O injustificável"]

por Rafael Azevedo
16/4/2002 às
13h45

defendendo os brasileiros
ELES SE VOLUNTARIARAM por ter o direito divino de invadir casas de inocentes e matar quem quiser... já colocaram a seguinte sentença: Israel hoje x Alemanha ontem (de hitler) pode se considerar verdadeiro!? ( pensem já que rotulam o brasileiro de analfabeto, isso revela um preconceito pois generalisa!)

[Sobre "O injustificável"]

por boaventura
16/4/2002 às
13h02

Reservistas de Israel
WER: Israel tem de tudo, e todas as opiniões, de todos os matizes tem lugar. Israel ainda é a única democracia da região ( o que faz uma parte dos dirigentes arabes rangerem os dentes), que permite que os parlamentares árabes no Knesset preguem a dissolução do Estado, e sua transformação em um estado binacional. Voce imaginaria um senador Xavante pregando a queda da Republica do Brasil? Mas "back to one's mutton": Uma parte dos reservistas não foi ao serviço por ideologia, certamente, por serem pacifistas no extremo da escala, outros não foram por medo (existe tambem...). Mas o que voce não pode esquecer, e que não consta das notícias de jornal (talvez porque não interessa) é que houve um número imenso de reservistas que SE VOLUNTARIARAM! Isto é, não foram chamados, mas se ofereceram para defender o direito de inocentes irem a discotecas, bares, tomarem choppinho, irem à praia, à escola, etc, sem serem destroçados por um "homicida-bomba", como os qualificou o Bush

[Sobre "O injustificável"]

por Eliahu Feldman
16/4/2002 às
12h40

O Estado Palestino
Pro Antonio Oliveira, agradeço os elogios. Pro Heitor, o meu abraço. Pro Eduardo, quero esclarecer algumas coisas, que acho importantes: Voce diz que eu não posso ser a favor da causa palestina, etc. Isto não corresponde ao que sinto e desejo. Sou ABSOLUTAMENTE a favos da criação de um estado Palestino independente nos parametros consensuais (até aqui), ou seja, com a retirada de colonos e forças armadas de Israel do que é considerado territorio Palestino, eventual divisão de Jerusalem em areas especificas de controle por cada um dos paises independentes, solução JUSTA (e não suicida por parte de Israel) para o problema dos refugiados e respeito ao direito de existencia livre, democratica de cada um dos paises, com a renuncia (não so em ingles, pra galera), mas em arabe e em ATOS, por parte dos dirigentes palestinos. Creio que só assim poderá haver paz aqui (se é que isto é possivel de todo). De modo que creio que não se trata de dizer que eu, por ser judeu até defendo o Sharon (sic). Não, estou é defendendo a minha sobrevivencia. Não confunda. Não sei qual é a sua idade, mas voce certamente não sabe (por idade ou porque estas coisas não chegaram ao nosso querido 'Pais Tropical'), que nas vesperas da guerra de 67, o então pesidente do Egito Gama Abdel Nasser dizia que varreria Israel do mapa, e isto ipsis literis. Ora, a gente normal, que não sofre de amnesia seletiva, não pode esquecer estas coisas, e nem esquecer que antes de 1967 (alias, alguem aí pode me explicar porque não foi criado então o Estado Palestino?), antes de Israel se apossar dos territorios palestinos, os ataques feitos pelos mesmos Arafat e correligionários era constante. E não havia "ocupação israelense" de nenhum territorio Palestino. Torno a dizer que eu sou a favor da criação do estado palestino, mas não sou suicida. O problema do Arafat, a meu ver – e isto ha muito tempo, desde que o vi em uma entrevista feita pela Marilia Gabriela, nos anos 80 – eh que ele é um “mentiroso de carteirinha”, como diria o falecido Nelson Rodrigues. O Arafat ja demonstrou de modo claro (pra quem quer ver os indicios) que é um cara absolutamente inconfiavel, que o que ele diz (aos israelenses) não escreve, e nem faz. O Arafat é confiavel para o povo dele, para quem reiteradamente tem esbravejado na TV (daqui a gente ve) que o que quer é Um milhao de Shahidim em Jerusalem, dois milhoes de Shahidim em Jerusalem, e por ai vai. Assim não dá. Ou recebo do lado de lá uma postura clara, inequivoca, em palavras inglesas e arabes, e em ATOS que me garantam que realmente o caminho da paz é somente atraves de NEGOCIAÇÕES, ou não posso, em sã consciencia, estar seguro das intenções reais do outro lado. Não quero me suicidar, e me recuso a ir pro forno crematorio como foram avós maternos, tios maternos, primos de minha mãe, etc. Isto é um aspecto que esta presente na mente do israelense medio em quase 80% da população (lembre-se de que 20% sao arabes...). Outro dia, vi um programa em que entrevistavem pessoas de uma cidade arabe em Israel, MUKLEIBE, cujos cidadãos vivem (aparentemente) em paz com o fato de serem cidadão do estado de Israel. Pois bem, esta cidade fica numa região proxima de Jenin. Uma senhora entrevistada pelo reporter, dizia alto e bom som, que “voces israelenses são uns otarios...voces deixam qq mulher de Jenin vir ter filhos nos hospitais de voces (porque querem ser humanos...), os filhos ganham identidade israelense, e ela daqui a pouco pode mudar pra Israel...voces nao aprendem.... ha uns tempos mudou uma mulher de Jenin pra ca nestas condiçoes, com uns 8 filhos...um deles foi o que se explodiu no hotel em Natania...”. Outra entrevista com cidadãos arabes da cidade (extremamente hostil, diga-se de passagem) de Uhm el Fahm, comentando a ausencia de fronteira na região deles, por onde passam aparentemente todo dia (o reporter mostrou) centenas de pessoas vindas de Jenin para dentro da linha verde. Dizia o rapaz arabe: voces são uns idiotas, como pode ser que não fazem uma cerca, uma fronteira aqui...por aqui passam todos os dias pessoas, talvez os terroristas que se explodem nas cidades de voces... Ou seja, os proprios arabes de Israel (os que estao realmente afim de viver em paz conosco) nos criticam por sermos “moles”. Mas indo mais a frente: Ontem foi capturado o Marwan Barghouti, que é tido como responsavel por inumeros atentados e mortes de mulheres, vehos, crianças, etc. Imediatamente saiu no jornal que eu leio, algumas informaçoes sobre o Barghouti, como por exemplo, que em maio de 2000 (ou seja, uns 6 meses ANTES da dita Intifada começar) ele teve uma correspondencia com o Arafat, na qual eles discutem o fato de que parece que por meio de negociaçoes não vão ganhar tudo o que querem, de modo que vão apelar pra violencia. Bem, isto pra mim, é má-fé. Assim pra mim fica explicado porque é que o Arafat relutou tanto em ir pra Camp David, e porque não respondeu nada diante das propostas do Barak – porque a sorte ja estava selada, ja tinha decidido que ia partir pra ignorancia. Outro perola do Barghouti: em recente entrevista (julho) no New Yorker (semanario de NY), ele declara que por enquanto, sua luta é pela criação do estado palestino, mas que o que deseja na verdade, é estabelecer um grande pais palestino, bi-nacional. Ora, me diga se isto não é um aviso de que os caras do lado de lá não aturam que haja um estado nacional judeu por aqui! Eu entendo perfeitamente que é duro para um palestino aceitar isto, mas há um fato historico que (espero) não tem retorno – um estado de Israel foi criado ( a meu ver justamente), e ou as pessoas vivem segundo o “Principio do Prazer” (seguem sonhando e fantasiando a demolição da realidade de acordo com os seus desejos mais reconditos) ou crescem e vivem de acordo com o “Principio da Realidade”. Agora, me parece um tanto chocante ler que voce advogue a velha, surrada e perigosa tese de que “Os fins justificam os meios”. Eduardo, isto eh um caminho sem volta. Isto ocorreu na Russia, quando da revolução comunista (o mote era usado e abusado la), o que causou catastrofes imensas, como por exemplo: Stalin e sua carnificina, eliminaçao de inimigos (reais ou imaginarios), como cidades inteiras - dizem que em uma noite dizimou uma vila de umas 25000 pessoas que se recusavam e entrar nos eixos de um daqueles planos quinquenais, deportaçoes – como de um conjunto etnico de perto dos Urais para a Siberia, e assim vai, bem como o assassinato de medicos, generais, escritores (judeus, eh claro) que foram considerados “contra-revolucionarios”, o assassinato de Trostky no Mexico (tambem era contra-revolucionario!). Isto ocorreu tambem na Alemanha nazista, meu caro – os fins justificam os meios – para a pureza etnica e eugenia da raça ariana, vale tudo, matar doentes, debeis mentais, ciganos, judeus, homossexuais, comunistas e quem quer que se rebele contra a “nova ordem”. Isto ocorreu na Argentina dos “gorilas”, e no Brasil pós 64. Poderia se dizer que o Medici queria “salvar o Brasil da ameaça comunista”, e que do ponto de vista dele, valia tudo. E isto ainda ocorre na Espanha, onde o ETA diz que tem o direito de lutar pela independencia do pais Basco, e volta e meia explode carros e pessoas por lá. Isto ocorreu até há bem pouco na Irlanda, onde o IRA tambem explodia coisas e possoas. Não me consta que este método de luta fosse considerado legitimo pelo mundo todo. E a razão me parece clara: é que quem decide que está “certo”, “decreta” que fins justificam os meios. Assim, libertar a Palestina pode ser desde explodir na Arentina, a sede de instiutuiçcoes judias e matar umas 300 pessoas, como atirar (franco-atirador) em um bebe no colo de seu pai, como ir para um hotel e explodir um monte de velhos, mulheres e crianças. Agora, voce parece tambem não fazer qq diferenciação entre homicidio doloso (premeditado, em ação terrorista) e homicidio culposo ou acidental. Bem isto é algo que me parece ser um certo apagamento das diferenças que de tão importantes, tem ate definição legal. Não se trata de uma questão de indiferença, ou de um “dar de ombros”. De fato, a mim, e penso que a imensa maioria dos israelenses, não traz qq alegria saber que morreram palestinos, mesmo os considerados “terroristas”, ainda mais quem morre por erro sem ter “nada a ver com o caso”. Uma palavra sobre o fato de que morrem menos israelenses do que palestinos: acho que voce (em certa medida nem eu) não tem ideia da quantidade de atentados que são evitados, terroristas impedidos de realizar seu intento pelas forças de segurança daqui. Podes crer, que não fora isto, seria um banho de sangue aqui sem pecedentes. Reitero a minha posição, que é a da maioria dos israelenses: queremos PAZ, queremos que os palestinos tenham seu estado SEPARADO de nós, que dirijam a sua vida, que cresçam, se desenvolvam, enriqueçam e que criem uma sociedade democrática e justa. Voce não tem idéia da corrupção que grassa na Autoridade Palestina – coisa de que o mundo não ouve falar, talvez porque como já nos ensinaram os mestres de história, uma das coisas mais correntes nas sociedades autoritárias (como ainda o é a Palestina) é exportar as contradições. Jogar a rsponsabilidade da miséria em que uma parte da população palestina sobre Israel é mais um dos caminhos fáceis para não olhar o que ocorre na propria sociedade palestina, como são utilizados os dinheiros de ajuda internacional que vem para a melhoria das condições do povo, etc. O mais simples é dizer, evidentemente, “a culpa é do judeu”, ou do israelense, ou o que seja. É importante lembrar que durante anos a fio, milhares de palestinos desejosos de viver em PAZ vinham trabalhar em Israel, e uma parte considerável do seu sustento provinha deste trabalho. Agora, não pode-se acusar Israel por usar recursos para aquisição de armas (vide o navio Karin A), ao invés de usá-lo para o desenvolvimento local. Bem sei que imagens televisivas são muito mais potentes do que palavras, e sei que a destruição de casas e predios, alem da morte de pessoas é algo terrivel. Mas aqui, uma parte substancial do povo israelense sente que ou se deixa matar de modo constante e organizado pelo terrorismo palestino, ou se defende. Se voce quer uma opinião a mais, vinda de um pacifista inconteste, leia o artigo de Amos Oz “Duas Guerras”, saido há pouco mais de uma semana na Folha de S.Paulo, se não me engano. Uma curiosidade: Voce sabia que o Arafat não é palestino? Que na verdade nasceu no Egito, e foi criado por um tio dele em Jerusalem? Um abraço Eliahu

[Sobre "O injustificável"]

por Eliahu Feldman
16/4/2002 às
12h38

MST e Arafat
Já que ninguém respondeu à Marli (c. # 32), lá vai: quem está lá é um tal de Lil, do MST, militante da esquerda brasileira que foi acompanhar o Bové, militante da direita francesa, rico produtor de queijos que, de tão caros, só são vendidos nos USA e no Japão. Mas como atacou um MacDonald's que lhe fazia concorrência, passou a ser ídolo do PT e do MST. Vá lá se entender estes caras!

[Sobre "O injustificável"]

por Heitor De Paola
16/4/2002 às
11h16

Julio Daio Borges
Editor

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