Sexta-feira,
26/4/2002
Comentários
Leitores
BATALHÃO DE MONTAIGNE
Cada vez mais fico com inveja dele. E cada vez mais fico contente quando encontro alguém do mesmo batalhão. Ultimamente, em certas ocasiões, fico com vontade de ter minha torre circular, com inscrições latinas e gregas espalhadas pelas vigas. Se não tenho a torre, tenho as cabanas!
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por
Ricardo
26/4/2002 às
21h16
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Concordo, mas discordo
Caro Alexandre,
Não sei se ao certo a teoria do alto da montanha traduz, pelo menos tão bem minha sensação porque gosto tanto de ler. Quem tem prazer em ler um bom livro é ser humano curioso cheios de inquietudes que só são caladas e acomodadas na nossa razão quando essa curiosidade transforma-se em conhecimento, mesmo que débil. Creio que a leitura da oportunidade de ver o mundo não com nossos olhos, mas como você bem frisou, do autor.
Lá de cima, com um bínocolo apropriado a gente vê a cidade diferente e com outras distorções, o mundo é mais divertido.
Mas sem um bom binócolo a montanha perde a vista.
Abração
Otávio
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por
Otávio
26/4/2002 às
18h46
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Isca!
Fábio, não dá para colocar um comentário destes e pedir para apenas o Alexandre responder! A isca é tentadora demais! Mas você e Alexandre não estão em caminhos tão diversos quanto você imagina... Visualizo essa cabana não como algo que tenha apenas saída para o mundo do cotidiano, mas quando entramos neste mundo QUIETO, afastado do que nos ocupa os dias de modo mais mundano, algo realmente acontece dentro de nós, nosso mundo interior começa a dialogar conosco. Deixo também uma citação, do meu professor o escritor e jornalista Olavo de Carvalho: "O escritor tem, portanto, aparentemente mais recursos (e denomino escritor não somente aquele que escreve por ofício, mas também todo aquele que tenha os meios de fazê-lo ainda que não o faça). Ele sabe dizer o que os outros não sabem. Ele pode registrar por escrito impressões fugazes, nuances, sutilezas, insights que as outras pessoas só podem vivenciar como estado mudos, incomunicáveis e sem forma. Mas o escritor não usa palavras só para escrever livros, e sim também para falar consigo mesmo. Daí que a diferença entre ele e o outro não seja só de meios expressivos, mas também de nível e estofo de consciência. Tudo aquilo que no outro, por falta de registro, foi se perdendo, se dissolvendo no esquecimento, cavando um abismo entre a consciência presente, verbal, e a consciência não-verbal, nele se conserva e está presente a cada momento: é a sua constelação interior, o seu mundo onde as coisas têm nomes, um mundo onde tudo fala e responde.
Por isso ser escritor é uma forma superior e mais intensa de vida, que aqueles que a obtiveram devem agradecer aos céus. Por isso o aprendizado das artes da palavra é, segundo o entendo, o primeiro passo na educação da autoconsciência, na preparação para a filosofia." Fábio, você e Alexandre estão a falar dos dois hemisférios de um único mundo. Beijos da sue
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Assunção Medeiros
26/4/2002 às
16h32
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gustav von aschenbach
Grande Alexandre! Sensacional sua coluna! Bravo, bravíssimo! Mas eu discordo um bocadinho de algumas coisas. Deixo pra discutir por email ou pessoalmente com você essas discordâncias, mas por enquanto fique com esse trecho de Morte em Veneza, e me diga o que acha, se puder e quiser.
"Gustav von Aschenbach era de estatura pouco abaixo da média, moreno, barbeado. Sua cabeça parecia um pouco grande demais em relação ao corpo quase delicado. Seu cabelo penteado para trás, ralo na risca, nas fontes bem cheio e fortemente encanecido, emodulrava uma testa alta, alcantilada e como que cheia de cicatrizes. A asa dos óculos de ouro, com lentes sem aro, cortava a raiz do curto e nobremente arqueado nariz. A boca era grande, muitas vezes frouxa, muitas vezes, repentinamente, estreita e esticada; a parte das faces, magra e sulcada, o queixo bem formado, delicadamente partido. Consideráveis destinos pareciam ter passado por esta cabeça geralmente sofredora, ligeiramente inclinada para o lado; no entanto, tinha sido a arte que assumira aqui aquela formação fisionômica que, em outros, é obra de uma vida pesada e movimentada. Atrás desta testa nasceram as relampejantes réplicas da palestra sobre a guerra entre Voltaire e o rei; estes olhos, cansados e olhando profundamente através dos óculos, tinham visto o inferno sangrento dos hospitais da Guerra dos Sete Anos. também do lado pessoal a arte afinal é uma vida elevada. Ela torna mais profundamente feliz, ela consome mais rapidamente. Ela sulca no rosto de seu criado os rastos de aventuras imaginárias e espirituais e ela produz, com o decorrer do tempo, mesmo em monástico silêncio de existência exterior, um ânimo, uma supersensibilidade, um cansaço e uma curiosidade dos nervos que uma vida cheia de dissolutas paixões e prazeres quase não consegue produzir."
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Fabio
26/4/2002 às
16h04
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Link do blog
Rogério, parabéns pelo blog, que leio desde alguns meses atrás quando você entrou no meu fórum e discordou de mim da maneira mais educada possível; e obrigado pelo link nele. E te apóio desde já sempre que quiser dar umas bengaladas nesses poetas que andam em bandos. Me chame, quando fizer isso...
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Alexandre Soares
26/4/2002 às
15h28
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Nonsense, nonsense, Private!
Sue, Sue, eu era tão encantadoramente modesto, antes da sua mensagem...Culpa sua, já encomendei o busto...Você me estragou de vez...;>) Obrigado, e beijos- Alexandre
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Alexandre
26/4/2002 às
15h16
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Antesala do Digestivo.
Com tanto texto bom aqui meu blog (http://www.pradomacedo.blogspot.com) tá ficando parecido com a antesala do Digestivo Cultural: cheio de portas prá cá.
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Rogério Macedo
26/4/2002 às
15h08
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Blue
Eduardo
Parece que a tristeza é mesmo encarada como fonte de inspiração. Um dos comerciais mais bacanas que eu já vi é da Heineken. Um negro "bluezeiro" está na varanda de sua casa caindo aos pedaços, em algum lugarejo do sul dos Estados Unidos, na década de 30 ou 40, talvez. Faz sol, o dia está normal, ele não consegue tirar nada do seu violão, ou guitarrra, sei lá. De repente, tudo começa a dar errado. Cai um temporal, a mulher briga com ele e sai de casa, um monte de coisa ruim acontece. É nessa hora que ele consegue fazer o blues...
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por
Adriana
26/4/2002 às
14h47
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Bendito Arquiteto!
Alexandre, se um livro é uma cabana, uma teoria com a qual eu concordo plenamente, então você é um arquiteto dos mais talentosos. Além de ser um general vitorioso e um ser humano do melhor estofo. Escuta, você ainda não mandou fazer um busto com seu rosto não? Quero encomendar um para minha estante! sue recruta fiel e fã ardorosa! De carteirinha mesmo! Assumida! Hip, hip, hooray! Hehehehehe... Desculpe o excesso, general, é o seu texto que faz isso... Beijos da Sue
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Assunção Medeiros
26/4/2002 às
11h55
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Pedaços de nós mesmos
"Nada aumenta mais a amargura que não conseguir ver felicidade naquilo que faz os outros sorrir". Esse trecho me fez lembrar de uma passagem de minha vida, não poderia ser mais exato na definição!Engraçado, mas sempre precisei de tristeza nos meus momentos de inspiração, não consigo imaginar Beethoven um cara alto astral, tocando Moon Light feliz e sorridente....A tristeza escancara a individualidade, levando-nos a introspecção e agussamento investigativo sobre as impressões que temos acerca de tudo, faz-nos mais sensíveis às minucias da consciência e sensibilidade.Traçando um paralelo com a "felicidade", quando estamos alegres entregamos nossa autonomia para o grupo, a massa, multidão, pois é este o consciente coletivo dominante, ter que ser feliz! Dogma da sociedade moderna, felicidade mesmo não estando feliz!
Parabéns.
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por
Eduardo Vianna
26/4/2002 às
09h38
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Julio Daio Borges
Editor
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