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Quarta-feira, 4/6/2008
Comentários
Leitores

Corajoso, você
Até que enfim alguém corajoso para falar abertamente contra essa onda de falsas vanguardas e falsos vanguardistas. Para mim, o verdadeiro vanguardista é aquele que, pelo seu labor dedicado à Arte, conseguiu produzir uma arte original e de qualidade. Eu apontaria, de imediato, dois artistas que não estão incluídos nas vanguardas oficiais mas produziram uma obra que tem uma personalidade única, que não é imitação de movimentos importados que despudoradamente se copia sem nenhuma crítica em nome da modernidade, para alimentar nossa condição infeliz de cultura colonizada pelo pior tipo de colonização que é a consentida e até desejada e estimulada (ao contrário da imposta pela força das armas), o que indica uma triste mentalidade submissa de escravo. Os dois artistas a que me referi acima são: o baiano Rubem Valentim e o pernambucano Francisco Brennand.

[Sobre "A arte contemporânea refém da insensatez"]

por Fernando Torres
4/6/2008 às
23h05

A verdade é sempre cruel
Márcia, você está mais afiada do que nunca! Sou seu fã desde os outros cometas. Depois desse ciclo de publicações vazias a que você se refere, só uma coisa não mudou absolutamente nesses anos: a sua verve cáustica, mordaz e certeira, que sem rodeios junta vaca gorda e cavalo manco no mesmo curral. A verdade é sempre cruel, mesmo pra quem não a percebe. Que dirá pra quem não a aceita? Beijos.

[Sobre "A saturação dos novos autores"]

por Guto Maia
4/6/2008 às
20h58

Chorei, cara...
Tô passando por essa situação e é EXATAMENTE isso que sinto! Incrível!!!

[Sobre "Receita para se esquecer um grande amor"]

por Eddie
4/6/2008 às
19h19

O contexto, infelizmente
Você tocou num ponto que sempre, sempre, me incomoda. A avaliação da arte literária sob todas as óticas, menos a artística. Sociologismo e historicismo, aquele mais que este, são absurdos quando limitados por seus, digamos, limites epistemológicos (e esses limites geralmente se impõem, sei lá por quê). Infelizmente, esse é um traço própria do nosso meio intelectual: se for literatura, o que menos importa é a estética e o que mais importa é o contexto.

[Sobre "Machado de Assis: assassinado ou esquecido?"]

por Guilherme Montana
4/6/2008 às
16h10

Cada um com seu gosto
É ridículo querer impor regras e gostos literários, ou seja: cada um com seus gostos e, se todos gostassem do Machado, essa troca de idéias não estava acontecendo... Parabéns, Daniel, pelo texto.

[Sobre "Não gostar de Machado"]

por Paula Andréia
4/6/2008 às
14h50

Ufa! Agora mais tranquilo!
Já não me sinto mais um herege condenado à fogueira eterna pela casta sacerdotal impenetrável da ABL. Não cheguei também a gostar de Orwell, o que pode ser uma condenação também aqui. Ultimamente estou envolvido em livros que refletem meu interesse por uma virada na maneira que os nossos escritores deveria nos brindar com suas penas. Não me envergonho de ter meus três últimos Neve - Orhan Pamuk - Companhia das Letras, A Menina que Roubava Livros - Markus Zusak - Editora Intrínseca e O Caçador de Pipas - Khaled Hosseini - Editora Nova Fronteira. Me envergonho sim por ter gostado de Monteiro Lobato na minha infância (e a razão escrevi aqui)... Abdalan

[Sobre "Não gostar de Machado"]

por Abdalan da Gama
4/6/2008 às
14h34

a epidemia de escritores
Marcia! A qualidade dos leitores também deve ser levada em conta! Não faltam "escritores-fantasmas", produzindo coisas abomináveis rotuladas de bibliografias, experências de vida e fórmulas de sucesso pessoal, assinando como artistas, "celebridades" e outros quejandos. Dar um salto de pára-quedas não faz ninguem ser paraquedista, mas é só pagar e pronto! Tem foto e tudo comprovando a façanha. Assim é a epidemia de escritores. A família, os funcionários, alguns amigos e, principalmente, a possibilidade de "imortalizar-se", com um registro na Biblioteca Nacional, além, é claro, daquela historia que dizem ter sido o Confucio quem disse: para ser homem (mulher), é necessario plantar uma arvore, fazer um filho e escrever um livro (é o responsável pelo que voce bem comenta). Ninguem é obrigado a comprar porcaria. Entretanto, a crítica, vez por outra, nos empurra algo absolutamente dispensável. Sigo acreditando que, bem peneirado, este cascalho sempre traz algum diamante... Um abraço, RA

[Sobre "A saturação dos novos autores"]

por R.Almeida
4/6/2008 às
14h28

Esta é uma preferência sua
Daniel, permita-me discordar de você. Isso não é "certo como dois e dois". Quem acha que Machado afasta o aluno da literatura e Jonathan Swift aproxima é você. Esta é uma preferência sua. Eu fui "obrigada" a ler Machado na escola, aos 14 anos, e acabei gostando. Gosto muito do Machado, embora me irrite com essa coisa de "patrimônio nacional". Não sei se ele é o melhor autor brasileiro, como dizem. Sei que é bom. Fazer ranking é bobagem... Na minha sala do ensino médio (saudosos tempos!), algumas pessoas gostaram do Machado e outras não gostaram, mas ainda assim continuam a se interessar por literatura do mesmo jeito. Detestei o José de Alencar e nem por isso disse "meu, nunca mais quero ler literatura brasileira na vida!". Acho que você está sendo reducionista.

[Sobre "Não gostar de Machado"]

por Marjorie Rodrigues
4/6/2008 às
11h54

O Machadão está em todas
Sim, sim! O Machadão está em todas. O cara, já consumido pelos vermes, consegue extrapolar o seu tempo e assombrar os leitores do século XXI, sendo leitura obrigatória para todos que querem alcançar um lugar nas universidades e afins de nosso país. Sou professora de Português e Literatura e quase sou obrigada a fazer com que meus alunos (ensino médio) leiam o tal. Lógico que ele é bom, ainda mais se comparado ao J. Alencar; mas se eu falar, por exemplo, que não gosto tanto, é capaz de ser apedrejada. O leque deve ser mais amplo. Oferecer e mostrar as possibilidades da literatura e deixar a escolha ao leitor, acho que é minha função. O medo é que sempre escolham um Paulo Coelho, por exemplo. Beijo. PS: O artigo do Guga enriquece bem esse aspecto...

[Sobre "Não gostar de Machado"]

por Adriana Godoy
4/6/2008 às
10h51

Mascação
Fazer alguém gostar de literatura é uma improbabilidade como qualquer outra, meu caro. Assim como fazer gostar de matemática, de história, de química. Não se sabe (nem jamais se saberá) o que, exatamente, que conjunções e redes de sentidos, faz com que um indivíduo goste de literatura (ou de qualquer coisa). O problema é que todos acham que podem e sabem se meter no trabalho dos professores de literatura ou de português. Em qualquer mesa de boteco, comentários como os seus são aventados até que todos estejam bêbados. O negócio é saber que nem todo aluno é igual (em lugar algum), o que pode aumentar a probabilidade de uns gostarem de Machado e outros de Zola. Vários estudantes não gostarão de nada. Muitos serão empresários bem-sucedidos, gostando ou não de Machado ou de equações de segundo grau. Outra coisa: muitas nações precisaram de heróis. A Itália, por exemplo, elegeu Dante. E assim foi com a maioria dos países que precisaram constituir uma literatura nacional. Mas... são europeus.

[Sobre "Não gostar de Machado"]

por ana elisa ribeiro
4/6/2008 às
10h11

Julio Daio Borges
Editor

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