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Sexta-feira, 6/6/2008
Comentários
Leitores

Musica é sentimento
Só para finalizar, o que é bom é gostar do que está no nosso tempo. É poder ver shows, acompanhar entrevistas, lançamento de álbuns e acompanhar a evolução do artista que a gente gosta. E a única música certa é a que toca fundo em cada um. O rock clássico te toca; a mim, artistas cuja vida, cuja voz, cujas letras, melodias, me tocam. Racionalizar a escolha baseada em "certo X errado", "música superior X inferior" é uma grande hipocrisia, pois música é, sobretudo, sentimento, e este, embora se adestre, não se racionaliza. Ah, sim, ficaria muito brava em ver um artigo no estilo do seu escrito por um "emo" ou "indie", defendendo seu "estilo" e abominando os outros. As pessoas gostam de rótulos, não? Gostam de se colocarem dentro de grupos... Eu então sou aquele tipo nojento "pseudo-algo" que gosta de algumas músicas clássicas, jazz, indie, bossa nova, flamenco, dance, mpb, blues e que se assusta quando vê pessoas fixas em uma coisa só. Mas cresci livre e não sou filha de nenhum estilo.

[Sobre "A indigência do rock e a volta dos dinossauros"]

por Juliana
6/6/2008 às
23h02

Superioridade musical
Ainda bem que esses "veneráveis" profissionais saíram de cena. Acho de um espírito muito pobre elevar estilos musicais em detrimento de outros. Isso demonstra uma profunda falta de conhecimento humano - mas é típica de quem venera os "intocáveis", "os déspotas do rock". Esses mesmos que defendem os rocks clássicos com todas as armas são muito mais arrogantes que os que exaltam a música clássica, também dita superior. São tão preconceituosos e tão fechados em seus conceitos de "perfeição", de "certo ou errado no rock" que são incapazes de ouvir um álbum indie sem deixar as pedras de lado. Julgam o mundo de acordo com seus valores "superiores". Tudo é comparado tendo como referencial os tais déspotas. São dogmáticos. Não existe o diferente: só o errado. A calamidade. Pior, gostam de dizer que os outros são metidos a "pseudo-intelectuais" sendo que a arrogância dos fanáticos em suas exaltações sobre o que é certo no rock é muito mais incriminadora.

[Sobre "A indigência do rock e a volta dos dinossauros"]

por Juliana
6/6/2008 às
22h52

O começo comum
É engraçado como quase todas as histórias sobre Machado de Assis têm um começo em comum: o desgosto da obra pelo apelo escolar sem perguntar se alguém quer ou não lê-lo. Como expõe Ana, o anacronismo da obra de Machado com nossos dias atuais é por demais chocante e, sendo assim, traumatizante para aqueles que (o) lêem por obrigação. Acredito que todos têm de ser iniciados na literatura. Mas não importa se lêem gibis, revistas, livros esdruxúlos ou quaisquer palavras escritas em papel de pão. O fato é que é preciso ler. A evolução literária se dará com o tempo. Digo isso por experiência própria. Nunca fui interessado em ler. Como Ana, comecei a ler por curiosidade, isso já saindo da escola, e hoje não vivo sem ter um bom livro nas mãos. Quando evoluímos, vamos renascendo e redescobrindo escritores como Machado, Alencar, Rosa... É aí que ler "por entretenimento" já não satisfaz mais. E tentamos começar a escrever... No meu blog, expresso isso. Estou começando aprender a escrever...

[Sobre "Meus segredos com Capitu"]

por Tiago Antunes
6/6/2008 às
22h41

Paixão por literatura
Gostei muito do artigo. Texto muitíssimo bem escrito e com uma riqueza impressionante de detalhes. Me senti fazendo parte do evento. Realmente precisamos de pessoas que divulguem com paixão a nossa rica literatura.

[Sobre "Festival da Mantiqueira"]

por Eliana Dias de Paula
6/6/2008 às
21h26

As mentiras do escritor
É por isso que escrevo. Seria por vaidade? Se fosse, eu gastaria dinheiro com xampus franceses ao invés de livros... Mas talvez escrever seja um estratagema minucioso de minha parte, para ser o orgulho da mamãe e, mais adiante, comer algumas menininhas intelectualizadas, por aí vai... Não! Acho que não é só isso, pois já me disseram que não adianta escrever e dar para a mãe ler depois - ela sempre vai elogiar (isso se confirma também pelo fato de que eu nunca comi ninguém só por escrever!). Então não é por vaidade que escrevo... Escrevo para contar histórias (e gosto das de ficção...). Mas, então, por que escrever? Bastaria ser um mentiroso e só. Ficcionaria por aí, ao léu... Mas ser um mentiroso pago por escrever deve ser bem melhor! As mentiras do escritor ficam para sempre. Se for um bom mentiroso, talvez você se torne um... escritor! Um mentiroso excelente pode chegar a ser um bom escritor e aí suas mentiras acabam se cristalizando e, um dia, até acham que são verdades. É isso: escrevo para inventar verdades!

[Sobre "Q and A With Jeff Bezos"]

por Albarus Andreos
6/6/2008 às
15h12

Ler, de verdade, Machado
Ana, bela explanação sobre o ato de ler e a obra de Machado de Assis.... Quando falamos em leitura, e dos tempos escolares, sempre vem à tona a negação aos livros de Machado de Assis. Mas se perguntarmos à grande maioria: nunca leram quaisquer obras por completo, sempre ficaram "pelo caminho" - nas cinco primeiras páginas, ou já iam atrás de resumos em jornais, do amigo ou em livretos para o vestibular... Os textos de Machado sempre são discutidos e solicitados na escola, entretanto só os professores fingem entenderem e admirá-los, e os alunados ficam só na expectativa dos relatório, fichamento e a prova da leitura cobrada... A falta de interesse e entendimento dos escritos do autor em questão deve-se a falta de leitura de vários tipos de textos e autores anteriores... Para a construção de um conhecimento do ser humano, e da vida, e' preciso ler e reler sempre o novo e o velho. Como dizem os grandes autores: nada e' inventado e em todos os livros encontraremos os primórdios das idéias de Homero...

[Sobre "Meus segredos com Capitu"]

por gilson
6/6/2008 às
14h04

o estilo H20 de Machado
No mundo hodierno fatos se sucedem em nanosegundos. A avalanche de informações gera o estresse, do qual todos, que pensam, são portadores... Concordo com Daniel e também não gosto do estilo H20 de Machado (incolor, insípido, inodoro, e adaptável ao continente). Melhor aprender sobre a vida dos rotifers por ex - pq, da vida deles, podemos inferir a história da sexualidade humana. Ou sobre os cantores de Tuva que nos impelem a conhecer o uso extenso do aparelho respiratório e das pregas vocais... Agora, escrever livros e teses para discutir a fidelidade sexual da heroina de olhos oblíquos de cigana dissimulada... Bem... "to each his/her own". Parabéns, Daniel (for having the guts - not to say something else..). Cylene

[Sobre "Não gostar de Machado"]

por Cylene Gama
6/6/2008 às
12h46

Ler Machado não é fácil...
Daniel, olha, na verdade não importa muito gostar ou não de Machado. Até porque o que se lê, se guarda no intelecto, se absorve, é uma diversão solitária. Praticamente uma masturbação intelectual. Ou seja, há quem se divirta e se enriqueça intelectualmente com Paulo Coelho, com Diogo Mainardi. E por aí vai. Eu também sou das ciências sociais e há quem leia Marx, Weber e Durkheim e ache maravilhoso. Vira Bíblia. E há quem ache uma porcaria. Ou seja, a leitura é um momento solitário entre você, leitor, e o autor em forma de livro. Às vezes há conexão, as vezes não há. Eu acho Machado de Assis o melhor escritor. Do Brasil e do mundo. Mas isso é uma conexão íntima com o autor. Minha com Machado. É rir das piadas sarcásticas que ele faz, é conhecer a história do Rio de Janeiro e do Brasil através de seus textos, é conhecer outras nuances da belíssima língua portuguesa. Ler Machado não é fácil...

[Sobre "Não gostar de Machado"]

por Elaine
6/6/2008 às
09h44

Texto vivo e elegante
Excelente artigo. Linguagem viva, escorreita e elegante. Teria grande prazer em continuar a leitura. E fica-se com vontade de comprar o livro. Parabéns !

[Sobre "Festival da Mantiqueira"]

por A. Faria
6/6/2008 às
08h14

Sempre odiei Machado de Assis
Daniel, adorei seu texto! Sempre odiei Machado de Assis (e também José de Alencar, claro) e sou sempre criticada por isso. E o pior é ser criticada por pessoas que nem sequer têm o hábito de ler (refiro-me à literatura, claro!). Aliás, em meu ensino médio, eu sempre me perguntava porque os autores estrangeiros eram melhores que os nacionais (e eu odiava essa idéia). Só depois eu descobri que existem autores nacionais ótimos. E eu não devo isso à escola...

[Sobre "Não gostar de Machado"]

por Carolina Costa
6/6/2008 às
07h33

Julio Daio Borges
Editor

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