Sábado,
7/6/2008
Comentários
Leitores
Machado e heresia
Não gostar de Machado de Assis soa tão herético quanto criticar um livro de Jô Sares. Mas isso demonstra pelo menos três aspectos positivos: Machado e Soares foram lidos; qualquer unanimidade é burra; vivemos numa democracia... Talvez um quarto seria: gosto não se discute?
[Sobre "Não gostar de Machado"]
por
Guto Maia
7/6/2008 às
17h04
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Livro não tem passaporte
Li esse texto agora de manhã e fui buscar uma passagem do "Como e por que ler" do Harold Bloom que estava folheando ontem à noite e que cai como uma luva (acho) aqui: "Exorto o leitor a procurar algo que lhe diga respeito e que possa servir de base à avaliação, à reflexão. Leia plenamente, não para acreditar, nem para concordar, tampouco para refutar, mas para buscar empatia com a natureza que escreve e lê". E acho que há dois tipos de literatura, assim como há dois tipos de música, ou de qualquer expressão artística: a boa e a ruim, sem necessidade de se olhar para o "passaporte" delas. E discordo quanto ao fato de ser difícil fazer com que alunos gostem de literatura. Acho que o bom professor, aliado a um bom livro e a uma boa comunicação com os alunos, pode, sim, fazer com que esse pavor aos livros seja, se não eliminado, ao menos diminuído - e, certamente, farão aqueles que têm pendor para a leitura descobrirem de forma rápida e prazerosa.
[Sobre "Não gostar de Machado"]
por
Flavia Penido
7/6/2008 às
12h34
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São vários pontos de vista
Fiquei extremante incomodado com a forma que o artigo foi escrito, bem tendencioso. Corri para os comentários dos leitores e me tranquilizei. Não é questão de gosto, prerrogativa de Salles, pois isso é evidente, como disse Juliana, é sentimento, mesmo adestrado. É justamente questão de, sem hipocrisia, defender o que se acredita. As palavras de Salles soam hipócritas quando este se coloca acima das opiniões diferentes. Se coloca em um grupo que está acima dos demais. Do seu ponto de vista, coerente, mas não há apenas um só ponto de vista. Faça o que Edimar Filho sugeriu, freqüente mais festivais, ou melhor, ouça mais música independente, eu não disse indie, e sim independente. Há muita coisa boa tocando, não nas rádios, mas sim em podcasts alternativos ou mídias alternativas. Procure, como crítico musical, não ser tendencioso, não defender apenas o seu ponto de vista. Há de se cultuar o tempo presente, mas não podemos esquecer o tempo passado e toda o seu legado.
[Sobre "A indigência do rock e a volta dos dinossauros"]
por
Alexandre
7/6/2008 às
11h26
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AC/DC, the next big thing
Pois é, me pergunto toda vez que vou ao Brasil (moro fora mais de meia vida) como é que num país com uma qualidade musical tão exepcional, as mídias ainda tocam a mesma música que tocavam quando eu era criança? Os ditos classicos! Obrigada por exclarecer essa minha dúvida, agora sei que a fonte disso é a falta de curiosidade musical, falta de abertura e dificuldade de entender o que foi feito depois (e além) das canções de ninar do seu tempo...
[Sobre "A indigência do rock e a volta dos dinossauros"]
por
tati
7/6/2008 às
09h12
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Centelhas de rock bem feito
Concordo em parte com o artigo. Há muita podridão (no pior sentido da palavra) no mundo da música que se entitula rock (emos, etc). Mas generalizar isso é querer forçar um pouco a barra. Há vários exemplos que contrariam a regra, neste caso. Bandas tão diferentes como Mars Volta, Wilco, Tool, Mark Lanegan, Icarus Line, Radiohead, só pra citar algumas, atestam o que estou dizendo. É só procurar que você acha algumas centelhas de um rock bem feito...
[Sobre "A indigência do rock e a volta dos dinossauros"]
por
João Paulo
7/6/2008 às
08h34
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o rock pasteurizado
Acho o rock atual puro pastiche mercadológico em que vale mais a aparência do que talento musical, bandas atuais são fabricadas em linha de montagem produzindo rock pasteurizado, bandas que daqui a 2,3 anos cairão no esquecimento. Saudosismo, preconceito contra bandas atuais? Não, o "som" produzido pelas bandas de 30 anos atrás é muito superior aos urros inaldiveís de hoje, que para disfarçar falta de talento somos obrigados a ouvir: o rock antigamente cheirava a "bodum de estrada", o de hoje cheira a Channel No.5. Pois fiquem com o Channel, moçada, e cuidado para não desmachar o penteado, nem sujar a barra da calça...
[Sobre "A indigência do rock e a volta dos dinossauros"]
por
Wilson Moreira
7/6/2008 às
05h38
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Quem é o Mago?
Não tinha intenção de comprar (nem mesmo ler, pegando emprestado) a biografia de Paulo Coelho. No entanto, após a leitura dessa reportagem, percebi que esse Mago talvez seja o próprio Fernando Morais, criando uma construção de linguagem provavelmente encantadora. Parabéns por despertar o interesse de possíveis leitores. E o resto do festival? Queremos saber mais!
[Sobre "Festival da Mantiqueira"]
por
lucia b
6/6/2008 às
23h08
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Musica é sentimento
Só para finalizar, o que é bom é gostar do que está no nosso tempo. É poder ver shows, acompanhar entrevistas, lançamento de álbuns e acompanhar a evolução do artista que a gente gosta. E a única música certa é a que toca fundo em cada um. O rock clássico te toca; a mim, artistas cuja vida, cuja voz, cujas letras, melodias, me tocam. Racionalizar a escolha baseada em "certo X errado", "música superior X inferior" é uma grande hipocrisia, pois música é, sobretudo, sentimento, e este, embora se adestre, não se racionaliza.
Ah, sim, ficaria muito brava em ver um artigo no estilo do seu escrito por um "emo" ou "indie", defendendo seu "estilo" e abominando os outros. As pessoas gostam de rótulos, não? Gostam de se colocarem dentro de grupos... Eu então sou aquele tipo nojento "pseudo-algo" que gosta de algumas músicas clássicas, jazz, indie, bossa nova, flamenco, dance, mpb, blues e que se assusta quando vê pessoas fixas em uma coisa só. Mas cresci livre e não sou filha de nenhum estilo.
[Sobre "A indigência do rock e a volta dos dinossauros"]
por
Juliana
6/6/2008 às
23h02
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Superioridade musical
Ainda bem que esses "veneráveis" profissionais saíram de cena. Acho de um espírito muito pobre elevar estilos musicais em detrimento de outros. Isso demonstra uma profunda falta de conhecimento humano - mas é típica de quem venera os "intocáveis", "os déspotas do rock". Esses mesmos que defendem os rocks clássicos com todas as armas são muito mais arrogantes que os que exaltam a música clássica, também dita superior. São tão preconceituosos e tão fechados em seus conceitos de "perfeição", de "certo ou errado no rock" que são incapazes de ouvir um álbum indie sem deixar as pedras de lado. Julgam o mundo de acordo com seus valores "superiores". Tudo é comparado tendo como referencial os tais déspotas. São dogmáticos. Não existe o diferente: só o errado. A calamidade.
Pior, gostam de dizer que os outros são metidos a "pseudo-intelectuais" sendo que a arrogância dos fanáticos em suas exaltações sobre o que é certo no rock é muito mais incriminadora.
[Sobre "A indigência do rock e a volta dos dinossauros"]
por
Juliana
6/6/2008 às
22h52
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O começo comum
É engraçado como quase todas as histórias sobre Machado de Assis têm um começo em comum: o desgosto da obra pelo apelo escolar sem perguntar se alguém quer ou não lê-lo. Como expõe Ana, o anacronismo da obra de Machado com nossos dias atuais é por demais chocante e, sendo assim, traumatizante para aqueles que (o) lêem por obrigação. Acredito que todos têm de ser iniciados na literatura. Mas não importa se lêem gibis, revistas, livros esdruxúlos ou quaisquer palavras escritas em papel de pão. O fato é que é preciso ler. A evolução literária se dará com o tempo. Digo isso por experiência própria. Nunca fui interessado em ler. Como Ana, comecei a ler por curiosidade, isso já saindo da escola, e hoje não vivo sem ter um bom livro nas mãos. Quando evoluímos, vamos renascendo e redescobrindo escritores como Machado, Alencar, Rosa... É aí que ler "por entretenimento" já não satisfaz mais. E tentamos começar a escrever... No meu blog, expresso isso. Estou começando aprender a escrever...
[Sobre "Meus segredos com Capitu"]
por
Tiago Antunes
6/6/2008 às
22h41
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Julio Daio Borges
Editor
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