Sexta-feira,
10/5/2002
Comentários
Leitores
Dúvida
Caro Alexandre,
As vezes me pergunto porque a nossa pseudo-elite sempre quando apresantada a reles mortais em falar prazer meu nome é João, diz eu sou João, neto do José, filho do Godofredo e da Janaina e primo distante de alguem muito importante no cenário politico nacional e não mexa comigo porque você não sabe com quem está falando!
Será vegonha do primeiro nome ?
[Sobre "Quem é essa gente?"]
por
Otavio
10/5/2002 às
10h44
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Leu todinho
Vocês perceberam que a Marilyn está nas últimas páginas do livro?É incrível...ainda se estivesse no comecinho...dava até pra acreditar.
[Sobre "Assim rasteja a humanidade"]
por
Andréa Trompczynski
10/5/2002 às
09h49
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DE QUE É FEITO UM HOMEM BOMBA
DE QUE É FEITO UM HOMEM BOMBA ?
WALDEMAR ZUSMAN*
A maioria das guerras impressiona pela introdução de armas que excedem e ultrapassam velhos trabucos e surrados artifícios estratégicos. Os progressos tecnológicos otimizam o belicismo humano. Foi assim na segunda guerra mundial com as chamadas bombas voadoras, com as quais Hitler reduziu uma boa parte de Londres a escombros. Depois vieram as bombas atômicas lançadas pelos aliados sobre Hiroxima e Nagasaki, destruindo quase toda a população e prédios destas duas cidades, e pondo fim à guerra.
Instrumentada pela ciência a destrutividade humana assusta e assombra mais do que envaidece.
Na guerra do Oriente Médio, no entanto, o que assusta e assombra não é uma inovação científica, mas um velho e desgraçado tipo de comportamento humano, o de suicidar-se, revestido da aura de heroísmo que dá a quem o pratica um duvidoso salvo conduto para um céu habitado por 70.000 virgens, como apregoam os muçulmanos.
A história dos suicídios é tão longa como o é a história da vida. Viver é sempre uma decisão entre existir e desistir, por menor que seja a consciência que se tem da opção que se faz entre uma coisa e outra. Hamlet já o dizia em seu famoso monólogo, perguntando: - Ser ou não Ser ?
Qual de nós, na hora das desgraças e dos infortúnios, já não se fez, inúmeras vezes, esta mesma pergunta, posta por Shakespeare na boca do seu famoso personagem ?
O suicídio, por mais que possa parecer, jamais foi um ato solitário. Quem se mata, mata dentro de si todos os que habitam o seu mundo interno. A vida mental do suicida é por ele sentida, conscientemente ou não, como povoada por figuras hostis que lhe infringiram decepções e sofrimentos, sentidos como imperdoáveis, a quem ele quer destruir, ainda que pelo preço da própria vida.
Salvo em circunstancias repentinas de intolerável sofrimento, ou como tal avaliadas, o suicídio é, via de regra, uma longa e acariciada decisão, tão temida quanto desejada, em diferentes proporções.
Há suicidas pacientes, que aguardam por situações justificadoras dos seu gesto tresloucado. Estes são os que primeiro saltam da cobertura de um prédio em chamas, como aconteceu no incêndio do Edifício Joelma. Os que esperaram por auxilio foram resgatados por helicópteros. Há suicidas (pré-suicidas) que optam por profissões ou por esportes de alto risco.
Há suicidas que, silenciosamente, fazem doenças auto-agressivas ( auto-imunes) que a medicina começa agora, depois de Freud, a melhor compreender.
Entre o desejo de se matar e a coragem de faze-lo há um espaço que é ocupado pela vergonha e pela culpa de perpetrar a destruição de sua vida e de todos os que a concederam.É neste espaço que se insere a propaganda de guerra que fornece ao suicida temas heróicos e promessas mirabolantes como a dos gozos infindáveis das setenta mil virgens.
A civilização, que já entendeu o suicídio, em todas as suas formas e modalidades, como sintoma de uma doença mental comumente chamada de Depressão, não pode se deixar iludir pela má fé da exaltação patriótica de um quadro mental, do qual políticos ignorantes e inescrupulosos procuram tirar partido.
Homens-bomba são pessoas deprimidas, politicamente manipuladas. Em geral são jovens, que deviam ser encaminhados a tratamentos psicológicos. Mesmo nas guerras há uma ética.
Dr. Waldemar Zusman é Psicanalista Didata.
e-mail: [email protected]
[Sobre "O Conflito do Oriente Médio"]
por
kalman mayer
10/5/2002 às
04h25
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Obrigado pela bengalada
Dois anos atrás, eu me lembro bem, os livros mais vendidos da Bienal tinham sido escritos por Marcelinho Carioca e Luísa Ambiel...Na próxima, serão as Obras Completas dos Atores de Malhação. Sérgio Augusto, grazie pela bengalada nessa gente - apreciei vicariamente a sensação...A foto da Marilyn Monroe lendo Joyce descalça - também não vou me esquecer disso...Um abraço, Alexandre S. Silva.
[Sobre "Assim rasteja a humanidade"]
por
Alexandre Soares
10/5/2002 às
03h15
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Nem choques eletroquímicos
Caro Alexandre: lembra-se do Flautista de Hamelim, aquele que usou sua música para atrair ratos e ratazanas, levando-os ao afogamento no Rio Weser? Pois essa gente que brinca de libélula é a reencarnação grupal dos mesmíssimos ratos pestilentos que o flautista exterminou. Estão de volta para a grande vingança: empestear o mundo! Essa gente parece emergir daqueles vaudevilles do século XIX, onde aristocratas comiam marrons glacés em penicos, para fazer o populacho gargalhar. Tudo, nesses novos-ricos e novos-famosos, é repulsivo, insultuoso e vergonhoso. Aliás, eles não têm qualquer consciência dos limites entre a frivolidade e o grotesco. Por isso vivem a dizer asneiras e a fazer ridículas poses para os fotógrafos de Caras.
Alexandre, você já pensou como devem ser “gratificantes” os finais de semana na Ilha de Caras? Se nós pisássemos naquele chão, teríamos um imediato bloqueio no fluxo dos nossos neurotransmissores. Depois... nem choques eletroquímicos nos redevolveriam a razão e a sensibilidade. Seriamos neutralizados pelas asinhas enlouquecidas das libélulas de Giorgia Flemming. Que fim triste, hein? Melhor seria morrermos atropelados por um Fiat 147. Seria mais digno e mil vezes mais discreto.
Abraço.
[Sobre "Quem é essa gente?"]
por
Dennis
10/5/2002 às
02h45
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a vocação de cada um
Uma das miopias contemporãneas mais atrozes é a de decretar que todas as pessoas são rigorosamente iguais; qualquer desvio desta norma advém (segundo a tese humanista) da exclusão social, da injustiça social, dos designios dos privilegiados, do egoismo das elites. Em sua vertente mais radical os advogados dessa idéia chegariam ao extremo de proibir que uma pessoa pudesse optar, ela própria, por viver em pobreza. Na verdade essa forma de ver a humanidade não é apenas babaca mas também perigosa pelas consequencias nefastas que provoca (basta observar os efeitos deleterios na sociedade americana advindos da assim chamada affirmative action). Já a coluna do Alexandre, condimentada com fina, elegante e, por que não, mordaz ironia, mostra em boa hora que as pessoas são sim diferentes umas das outras. Enquanto isso, o leitor Ricardo (comentário 21) vai um passo além e assinala que as pessoas não apenas são diferentes mas também têm vocações diferentes; nem todos, por exemplo, se destinam a apreciar a leitura de um Schopenhauer, A. Christie, J. de Alencar, etc. De minha parte gostaria de acrescentar (admito a influência algo religiosa/budista) que o bacana na vida é as pessoas virem a realizar suas potencialidades, seja lendo Schopenhauer, seja construindo um belo muro de alvenaria, seja escrevendo uma inspirada coluna para o DC.
Um abraço.
[Sobre "Quem Não Lê Não É Humano"]
por
Toni
9/5/2002 às
18h07
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Foi-se
Grande Sérgio Augusto...a Bienal foi-se.Agora é mais um coquetel da Ilha de Caras.É preciso uma Bienal alternativa ,uma Bienal com...com...oh,que coisa fantástica : escritores e leitores!!Seria uma grande novidade!!
[Sobre "Assim rasteja a humanidade"]
por
Andréa Trompczynski
9/5/2002 às
10h04
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Ah, obrigada!...
Ah, Valentim, ah, Alexandre... assim vocês vão me estragar completamente! Não poderia ficar mais feliz do que fiquei com o comentário dos dois. Vou escrevendo meus comentários, nos fóruns de gente que move meu coração como o general aqui, e quem sabe um dia eu tenha gabarito para ser uma colunista de uma organização com o o DC. Enquanto isso, um beijo na bochecha dos dois. Sue
[Sobre "Quem Não Lê Não É Humano"]
por
Assunção Medeiros
9/5/2002 às
09h11
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Ode a um sacerdote
Caro Alexandre, que texto lindo, que texto doído (doeu em mim ler e eu imagino o que tenha doído escrever)e que texto forte. Antes de mais nada, já que parece que incomoda um pouco você que alguém "de fora" da igreja dê pitaco no caso, meu nome não é Assunção Maria à toa: minha família é de origem italiana, o nome é mesmo em homenagem àquela que foi elevada aos céus livre de toda a impureza. Sou católica e levo sempre no peito a expressão concreta disso, por dentro e por fora. Sou também aluna do Olavo de Carvalho, e ele não é tão "de fora" quanto você pensa. Sempre em suas aulas expressa sincera preocupação com a crise que hoje a Igreja enfrenta. Deus, é tão difícil falar sobre tudo isso! Já é complicado lidar com as agressões constantes e gratuitas que se apresentam cada vez que se diz que é católico, pois a Igreja virou o alvo fácil de todos os ditos progressistas. Agora eles se acham mais que justificados em jogar lama. E a culpa é nossa: de cada fiel que vive um catolicismo morno, sem consciência do que é ser um sacerdote ou um leigo; de cada padre que se vê acuado dentro de sua paróquia pela sexualidade gritante e agressiva à sua volta, e não reage antes de pecar; de cada mulher católica que acha que o celibato sacerdotal é um fruto proibido a ser conquistado; das associações dentro da Igreja, que acham mais fácil fazer 'serviço social' que dar efetivo apoio espiritual aos que precisam. Quem, Pai, quem precisa mais que um sacerdote? Não sou contra a abolição do celibato, principalmente no caso dos padres seculares, mas a crise é tão mais profunda que isso! Tive sempre contato muito próximo com sacerdotes, cresci frequentando o Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, pois lá morava o meu paizinho, meu mais querido amigo, o monge que foi meu confessor por vinte anos, desde a minha primeira comunhão até a sua morte. Nunca, durante vinte anos de confissão completamente a sós com ele, tive qualquer motivo de sentir algo menos que a mais completa segurança. Em muitos momentos destas confissões, chorei abraçada com ele, discuti, fiquei zangada, ri, meditei, orei, senti a Graça Divina me tocando. Nunca, nunca, nunca senti a presença da mais leve sexualidade, da minha parte ou da dele. Quando ele morreu, tinha 74 anos, ou seja, vinte anos antes era um homem -- bastante charmoso -- de 54 anos, a sós com uma menina de 9. Este homem só me ensinou que é para cima que se olha, para o alto, me ensinou alegria de se confiar nossas vidas à Misericórdia Divina. Me ensinou valores como elegância e diplomacia, respeito ao próximo e a si mesmo. Quantas outras pessoas esse homem tocou em sua vida sacerdotal! Em seu sepultamento estavam presentes centenas de pessoas, algumas famosas, e o clima era de desolação geral. Meu amigo se foi em 1993, e não passa nunca muito tempo sem que eu pense nele com uma tremenda saudade. Tenho certeza que existem muitos outros sacerdotes que despertam o mesmo amor em seus orientandos que D. João desperta em mim. E tenho também a certeza inabalável que Deus perdoa TODOS os pecados daqueles que se arrependem, mesmo os que os homens não são capazes de perdoar. O elegante, o elevado, o respeitoso, o mais justo e cristão a fazer é pedir que Deus cure quem está doente. E devemos também bradar aos quatro cantos do mundo os nomes de sacerdotes como meu João. Eles existem em maior número que os que pecam. Paz de Cristo, Sue
[Sobre "Por pura obrigação"]
por
Assunção Medeiros
9/5/2002 à
01h23
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Injustiça mais do que concreta
Fabio e Rogério, não compreendo como podem zombar do grande poeta votorantino, sr. Boéscio Pulhatari. Ele, Boéscio, foi convidado para ser Ministro da Cultura, caso o candidato Luiz Inácio Monostatos da Silva ganhe as próximas eleições. Inclusive, para o conhecimento de vocês dois, o sr. Boéscio já tem o título da nova cartilha a ser adotada pelo MEC: "Abe-aba-dilú-lalá-cérbero-hot-dog-mático". Mordam-se de inveja!
Abraços.
[Sobre "a ópera mágica"]
por
Dennis
8/5/2002 às
16h19
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Julio Daio Borges
Editor
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