Sexta-feira,
17/5/2002
Comentários
Leitores
Vice-versa
Alexandre, seu texto é forte, mas usa argumentos absurdos, e pode facilmente ser voltado contra você. Por que considera o aborto e o casamento homossexual "errados"? A resposta já está em seu texto; aliás, o teor de todo ele fica óbvio no primeiro parágrafo, "O que falta ali é Deus na vida daquelas pessoas." Ora, se o objetivo é criticar certas posições sociais, que se faça com argumentos sensatos, cabíveis, e não pautando toda a dissertação sobre dois ou três filmes declaradamente feitos para expor as piores patologias da sociedade, combatendo-os com valores impostos pela Igreja. Por exemplo, conhece algum casal homossexual? Não me refiro a travestis prostituidos: tal vida é ruim com ou sem a homossexualidade. Pois bem, conhecendo alguns veria que "Tudo sobre minha mãe" não é a regra, e ser contra todos porque a exceção é desagradável não é nem lógico nem justo. Na base de tudo, portanto, só há um problema: crença cega e inquestionada, seja no cinema, seja nos valores determinados pela Igreja.
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Diego Rodeguero
17/5/2002 às
11h33
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EM SUMA...
Que se leia! Independentemente da quantidade, mas com plena atenção à qualidade! Insisto que o desnível intelectual estraga qualquer relacionamento, mas não falei que a QUANTIDADE é fundamental. Eu mesmo, em algum ano, devo ter lido pouco, mas devido a minha mania de ler devagar, digerindo ... Leio hoje, e amanhã paro para observar algum fato real análogo ao lido. Livros não são as únicas fontes de cultura, mas são os que melhor nos preparam para apreciar as outras. Quem entenderia "A Última Noite de Boris Grushenko", de Woody Allen, sem ter lido antes meia dúzia de romances russos de época? O quanto não seria perdido do filme? Ainda, livros não são a única leitura, pois temos jornais, revistas, tanto as de público geral, como as especializadas (quando legíveis). Em suma: leia-se! Ouça-se boa música! Assista-se bons filmes! Ao teatro! Mas sempre movimentando o espirito, escapando à inércia intelectual! Tudo começa com a leitura, mas não se esgota nela.
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Ricardo
16/5/2002 às
09h43
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A Graça da Vida
Querido Alexandre, infelizmente estamos vivendo um momento histórico onde todos parecem rejeitar a Graça de Deus, como os judeus adorando Baal enquanto Moisés subia ao monte para buscar as Tábuas da Lei. O que me mete medo é o que acontecerá quando não Moisés mas Ele voltar e encontrar essa bagunça. Como diz a moça da novela que todo mundo está citando, "não vai ser brinquedo não!" Hoje parecemos todos lemingues que se encaminham frenéticos para o precipício. Quase ninguém quer dar meia volta. Me assusta demais. Um beijo da Sue
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Assunção Medeiros
16/5/2002 às
09h34
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Meninos!
Evandro, só nos encontraremos se você frequentar o Seminário no Rio... mas se o fizer, já deve ter-me visto! Não costumo ficar apagada num canto! :o)Bom, eu continuo achando que ler é algo de EXTREMA importância na vida de qualquer um, mesmo que sejam livros de mistério bem chinfrins, para aqueles que ainda não têm o prazer de ler. Depois, aos poucos, descobrir que alguém que viveu centenas ou até milhares de anos antes de você sentia igual, amava igual, sofria igual, tinha o mesmo deslumbramento com o mundo,isso dá um brilho no olhar e uma força no sorriso que faz com que os seus iguais reconheçam você como um deles... E o mais importante, remetendo ao texto do meu General, liberta você do aqui-agora como nada mais consegue. Você está um instante na Grécia antiga com Ulisses, então voa correndo para a Idade Média e conversa com o monge Beda, o Venerável, e logo está sentado no colo do velhinho safado, Walt Whitman, usufruindo do prazer da companhia do OUTRO. Todo este mundo mágico só está à disposição de quem lê. Não é uma tragédia para aqueles que ficam restritos ao bom dia do porteiro e às manchetes de jornal? Também acho Ricardo, que os relacionamentos não são o lugar de fazer serões literários, mas não é para o outro que se lê, é para si. Evandro, nada contra sua menina, tenho certeza que ela é uma pessoa fantástica, mas eu sempre teria a incômoda sensação de que grande parte de mim se tornaria initeligível para o outro que não lê. Beijos da Sue
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Assunção Medeiros
16/5/2002 às
02h28
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RIDÍCULO ...
Escrevi um pedaço do comentário no espaço reservado ao título e esqueci de consertar. Sem contar os erros decorrentes da pressa.
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Ricardo
15/5/2002 às
17h38
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quanto maisQUANTO
Não falei que era para o casal transformar o relacionamento em um seminário literário. Apenas aponto como ideal que cada um leia o que puder, o quanto puder. O desnível intelectual causa transtorno e até constrangimento (contrabando de livros) conforme a Sue demonstrou com um exemplo. Aproveito para cobrir uma lacuna que deixei. É em relação ao comentário 30, do Toni. Ele entendeu ter eu dito que há diferentes vocações, devido à variedade de autores que citei. Nada disso, apenas falei que se não adianta colocar nas mãos dos operários citados leituras mais leves como A. Christie ou José de Alencar, QUANTO MAIS Homero, Descartes, etc ... Infelizmente, eles não têm base para ler nem os mais leves, nem os mais pesados. Talvez sejam merecedores de uma segunda chance, conforme falei simbolicamente no meu primeiro comentário. O porteiro do meu prédio, por exempo, teve depois de maduro a segunda chance de alfabetizar-se, e aproveitou. Escapou à geena. Já uma colega de profissão, toda pose, indignou-se porque comentei do lançamento de mais um livro do L. F. Veríssimo, o "Sexo na Cabeça". "Mas como! Você tem que se manter dentro da sua área! Não tem que ficar lendo essas coisas!" ... "Coisa" é ela ...
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Ricardo
15/5/2002 às
17h23
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Nem tão hipotético assim
Cara Sue. Concordo plenamente com você. Acho absurdo não compartilhar as maiores realizações com o cônjuge. É realmente triste uma relação como a desse amigo seu. Mas, como eu estava a dizer, é uma situação-limite, entende? Há relações em que os dois parceiros se respeitam e se admiram, e nas quais há uma substancial diferença no número de livros que um e o outro lêem. Esse é o meu caso. E posso dizer que minha namorada jamais faltaria à minha defesa de tese. Mesmo porque ela sempre me acompanhou nessas apresentacões acadêmicas. E o que quis dizer é que o texto - que ficou até distante depois de tantos comentários :) - não ajuda muito a percebermos que esse tipo de relação é possível, muito menos os comentários do Ricardo. Mudando de assunto, podemos nos encontrar então no dito seminário, pois eu também sou aluno! Gostei do "ingênua Sue". Muito espirituoso. Um abraço do hipotético Evandro.
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Evandro Ferreira
15/5/2002 às
16h59
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Situações Hipotéticas
Querido Evandro, que bom então que não é você que está enfrentando a situação hipotética que você descreveu. Agora eu entendi como duas pessoas tão diferentes quanto as que você descreveu podem se relacionar tão bem... no reino das conjecturas, é claro! Bom, eu não sou muito boa de lidar com conjecturas, talvez por possuir imaginação excessivamente fértil e me perder entre elas... Prefiro lidar com fatos, que são mais irredutíveis e não cedem diante de minhas fantasias. Bom, quanto às minhas dicas parecerem ingênuas, não sei não... só conheço um casal onde exista tamanho disparate intelectual quanto você descreveu. Um amigo meu, intelectual bastante produtivo, com alguns livros publicados, doutorado, um membro clássico da classe pensante, é casado com uma dona de casa militante, que acha que livros são aquelas coisinhas irritantes que juntam poeira e atrapalham a faxineira na hora da limpeza. Duas situações na vida deste casal -- que parece bem equilibrado em outros aspectos, e que não parece ser infeliz -- me impressionaram bastante. Primeiro, quando meu amigo fazia mestrado, tinha de comprar muitos livros, e isto era sempre motivo de briga entre os dois, porque ela achava tal coisa "jogar dinheiro fora" (!!). A solução encontrada por ele foi contrabandear os livros para dentro de casa e escondê-los, assim ela, que sequer percebia títulos e capas, pensaria que já estavam ali há tempos. A segunda situação foi, e é, ainda mais triste do MEU ponto de vista. Veja bem, digo meu, porque repito que o casal PARECE bastate satisfeito com a situação. Na hora da defesa de sua tese de mestrado, este meu amigo me ligou e disse que fazia questão da MINHA presença, pois era um momento importante de sua vida. Ele sempre divide comigo estas suas atividades. Toda a sua família estava lá comigo, exceto... a dita esposa, que não achou o momento importante o suficiente para faltar ao trabalho. Portanto, na minha humilde e algo ingênua opinião, o relacionamento deles só funciona porque meu amigo busca FORA DELE, em mim e talvez em outras amigas, o que precisa intelectualmente, e tem com a mulher um contrato social para a manutenção da casa e criação dos filhos. Eu não sei você, mas isso para mim seria a morte em vida. Sou incuravelmente romântica e busco sempre o contato entre as almas. Quanto ao cansaço, bom, eu dou aula em duas universidades, faço trabalhos imensos de tradução, faço parte de um grupo de estudos de cultura celta e germânica, estou preparando um livro, sou dona de casa, com tudo o que isto acarreta, e ainda sou aluna do Seminário de Filosofia do próprio Olavo de Carvalho. Sabe o que faço para relaxar, nos poucos intervalos que tenho? Leio. Ler me dá um prazer incrível, e nem tudo o que se lê é a Metafísica ou a Suma Teológica. Concordo que estudos profundos e trabalho mecânico não combinam quando há excesso, mas nada num profissional atarefado impede a leitura prazerosa de bons textos. Um beijo da ingênua Sue. :o)
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Assunção Medeiros
15/5/2002 às
15h29
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Cobranças
Cara amiga Sue. Aprecio muito sua sugestão, mas acho que seria muita ingenuidade a minha se eu já não fizesse isso desde o início da realação, não é? Na verdade a situação que descrevi não é exatamente a minha, como pode ter ficado implícito. Sempre escrevi poemas para minha namorada e até textos e artigos e ela adora todos eles. Entretanto, eu quis apresentar a situacão hipotética pelo fato de que muitas pessoas simplesmente não desenvolvem o gosto pela leitura, ou até gostam de ler, mas têm sono ou preguiça. Eu mesmo já trabalhei por um tempo - hoje só estudo - e chegava em casa às 9 da noite, morto de cansaço e não conseguia ler nada, embora morresse de vontade. Em algum lugar de seus escritos, Olavo de Carvalho afirmou uma coisa com a qual eu concordo em gênero, número e grau. Era algo como: "um sujeito que trabalha até as 8 da noite não vai chegar em casa e ler a Metafísica de Aristóteles". Então penso que essa coisa de achar que alguém vai buscar o conhecimento independentemente de qualquer coisa é bobagem. Ou a pessoa se dedica inteiramente a estudar, gastando não mais do que umas 5 horas por dia com trabalho (trabalho esse que não pode ser manual, pois dessa forma se cansaria muito), ou então ela pode até ler um pouco, mas suas leituras nunca vão passar de um certo grau de profundidade. E essa pessoa, por mais que pense que se livrou do senso-comum, será sempre mais uma figura de um nível intermediário entre a ignorância e a sabedoria, apenas portadora de uma "opinião" mais sofisticada que a dos outros. Mas, por mais estranho que possa parecer, não vejo nada de errado nisso. Esperar que todos virem filósofos só não é mais ingenuidade que achar que o indivíduo "antenado" e semi-culto é mais humano que um peão de obra, por exemplo. Portanto, acho que é preciso buscar outros parâmetros que auxiliem nessa análise do Alexandre (e sei que ele tem consciência disso, pois seu artigo não pretende esgotar o assunto). O problema é que, trabalhando apenas com situações-limite não se chega a lugar algum. É lógico que o relacionamento entre uma patricinha e um filósofo é inviável. Mas, segundo a perspectiva do Ricardo, qualquer relacionamento é inviável, a menos que os dois leiam quase que igual quantidade de livros. Com isso não concordo de modo algum.
[Sobre "Quem Não Lê Não É Humano"]
por
Evandro Ferreira
15/5/2002 às
14h28
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Colunistas: tempo e o espaço
Caro Rogério, não obstante eu ter escolhido viver em Goiânia (há 3 anos), sou de Fortaleza e sei bem do que você fala. Essa praga do agrupamento simbiótico colunista/madame/gigolô/colunáveis/aspirantes a colunáveis não para de crescer. Tem uma cidadezinha no interior de Minas, na fronteira com a Bahia, onde há 2 jornalecos. Acreditem: 40% da "metragem" é ocupada por colunas sociais. Cada um tem somente duas folhas duplas, mas entupidas de dessa babaquice. A maioria das "matérias" refere-se a festas da alta sociedade local. Uma cidade paupérrima! Análoga a essa cidade, que conheço bem, deve haver um sem número no Brasil. São Paulo, Paris e Nova Iorque, infeizmente, não são diferentes, guardadas as proporções dos colunista e colunáveis. Ou seja, o problema não é onde, mas quem. E o "quem" humano anda cada vez mais superficial e preso a valores meramente relacionados ao ego. Um abraço. Bernardo
[Sobre "Quem é essa gente?"]
por
Bernardo
15/5/2002 às
13h15
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Julio Daio Borges
Editor
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